domingo, 22 de julho de 2012

Aventura 30: A Batalha de Winterbourne Gunnet, Ano 502-503



No outono do ano 501 os heróis estão longe de casa retornando da Caledônia. A muralha de Adriano fica para trás enquanto o grupo serpenteia pela estrada do Rei, margeando o Rio Swale, seguindo para o sul. Nenhuma notícia de Logres chegou até eles nesses meses de viagem. Aos poucos o frio vai abrindo as portas do outono. As chuvas dão uma trégua nessa época do ano mas o vento castiga os cavaleiros e as montarias. Eles estão na beira de um riacho onde Marion vomita pela terceira vez no mesmo dia.
Sir Bruce: “Droga de vento! Melhor sairmos da estrada real e seguirmos pela floresta Roestoc depois de Aldborough. Você está bem Senhora?”
Lady Marion: “Estou bem! Mas acho que teremos um novo herdeiro a caminho.”
Sir Enrick abraça a sua esposa com carinho. Eles adentram na mata de pinheiros já coberta pelas folhas amareladas do outono. O cheiro das árvores e da resina permeia o ar. Nozes cobrem o chão e os cavalos insistem em parar para cheirá-las. Mabon se aproxima e as plantações começam a sumir da paisagem.
Sir Bruce: “Eu não quis perguntar nada à vocês na frente das pessoas lá em Gorre. Mas que diabos aconteceu com Igraine e Morgana quando vocês foram atacados pelos Cavaleiros de Oxford? Estranho ver uma pagã como Morgana, na verdade uma bruxa, ser criada naquela abadia em meio às freiras.”
Lady Marion: “Coisa boa não foi. Eu acredito que foi magia.”
Então eles escutam o som de água corrente e sentem a umidade no ar. Um rio surge à frente. Os cavalos instintivamente se aproximam da margem e tomam água.
Sir Bag: “Precisamos achar um vau para atravessarmos. Fora da trilha vai ser impossível acharmos uma ponte.”
Cavalgando pela margem eles percebem uma parte mais baixa do rio com as pedras brotando de dentro do rio. Eles cruzam o rio mas o cavalo de Marion escorrega e é carregado pela correnteza sumindo na água. Marion toma fôlego e atravessa o rio para outra margem.
Enrick: “Essa for por pouco benzinho!”
Marion treme de frio enquanto o Marshall de Salisbury, seu marido, a cobre com peles de urso. Os outros cavaleiros, Sir Bag, Arina, Sir Bruce e o Padre Carmelo se aproximam para se certificar de que tudo está bem. 
Então eles seguem em frente. Marion viaja na garupa de Hefesto, cavalo de batalha de seu marido. Atravessam o vau e entram na mata, do outro lado da margem. À direita eles vêem, por um momento, as dezenas de picos das montanhas Pennines, que se perdem no horizonte, onde o Rio, que atravessaram, some por entre os seus vales.  
CASTLEFORD:
Sir Bruce: “Os cavalos estão exaustos de trotar fora da estrada. Voltamos ou seguiremos em frente?”
Sir Enrick: “Vamos fora das estradas. Será mais seguro pra todos nós.”
Nessa região segue uma trilha de terra. Não existe mais a estrada real. No horizonte eles vêem o castelo de pedra que se ergue na beira do Rio. No alto de suas torres existe o brasão de fundo vermelho, com um castelo desenhado e ondas azuis claras e escuras, representando o rio, na parte debaixo.
Eles percebem que o Rio tem uma estreita ponte de madeira, vigiada por dois lanceiros de cada lado e uma torre com arqueiros. De cima da torre soa o chifre de alerta. Eles notam que o castelo está novo e bem protegido. Os lanceiros bem armados. O pedágio da ponte deve estar rendendo um bom dinheiro ao Duque.
Sentinela: “Alto lá! Quem se aproxima de Castleford?”
Sir Enrick: “Sou o Marshall de Salisbury e estamos indo para o sul.”
Sentinela: “As coisas estão complicadas para lá. O exército do Rei Nantes manobra de um lado da fronteira de Cambria e do outro, corajosamente, o Duque Corneus o acompanha com a sua força reduzida do lado de Logres. Para passar pela ponte são 20 dinares de cada um senhores.” 
Então o grupo atravessa a ponte de madeira e continua a viagem por mais algumas horas. Do lado esquerdo o grande pântano mau cheiroso mergulhado na escuridão da noite. E do outro, também em total escuro, a floresta. Atrás delas os picos das montanhas surgem em contornos contra as nuvens. Exaustos da viagem eles acampam.
CONISBROUGH: 
Na manhã seguinte eles partem seguindo a trilha. A umidade do pântano faz baixar a temperatura. Eles percebem que por entre a vegetação e capim alto do pântano, bem ao longe, alguém os espreita. São o povo do Pântano, pintados com lama, nus e armados com lanças tridentes. Alguns carregam sacos de couro cheios de rãs. Alguns deles, mais corajosos, se aproximam e fazem uma vênia para Sir Enrick.
Padre Carmelo: “O povo de Maris! Eles sabem que você os respeita Sir Enrick.”
Curiosos e desconfiados, eles os acompanham por muitos quilômetros. À esquerda, no meio do Pântano, existe um aterro alto onde foi erguida uma cidade fortificada romana.
Padre Carmelo: “Doncaster! Esses vivem como se ainda fossem donos da ilha.” 
Então uma pequena cidade medieval sem muros, com um grande castelo central, em uma colina, surge à frente. Com um corredor de proteção, ladeado por muros, feito até o portão de entrada e aí uma grande muralha com torres e uma torre principal grossa e muito alta ao norte dando visão de 360 graus no vale abaixo. 
Sir Enrick: À frente Padre Carmelo. Como é romano pode falar com eles.”
O Padre fala em latim com os sentinelas que prontamente relaxam e os deixam passar.
Eles seguem deixando o pântano para trás. Param para almoçar no meio da tarde quando chegam na margem do Rio Trent. Os cavalos tomam água e se refrescam. O grupo continua seguindo a trilha por dentro da mata. Aqui na margem do rio existem muitos salgueiros e carvalhos. O som da água, correndo para o norte, é forte. Algumas trutas prateadas saltam por entre a água cristalina e as pedras. Ali, eles escutam o som de cavalos vindo do norte. Do sul ouvem homens em marcha.
Saindo da mata ao sul um grupo anda em linha. Eles não formam uma parede de escudos, por causa das árvores, mas seguem em fila dupla, atrás arqueiros apontam para os heróis. Estão com lanças e espadas. 
Comandante da infantaria: “Lanceiros avançar! O inimigo atravessou o vau! Mantenham a formação.”
Sir Bag: “Ordens Guri! A vantagem deles é de três pra um!”
Sir Enrick: “Desçam das montarias e formem um círculo. Estamos no centro da batalha!”
Então, do outro lado, surge uma linha de sessenta cavaleiros tentando se mover em formação pelo meio da mata. Atrás deles existem lanceiros e aldeões com armas improvisadas. Existem alguns buracos na formação quando um cavalo desvia de um pinheiro ou uma árvore de tília. No centro, comandando, um Cavaleiro bem jovem.
Comandante da Cavalaria: “Matem todos, eles estão vindo do Vau! Cuidado, eles tem arqueiros! Estamos em menor número, cavalguem para a glória!”
Arina: “Estamos sendo atacado por todos os lados! Cuidado! Agora eles estão em cinco pra um!” 
Sir Enrick é atacado por um cavaleiro. O homem o golpeia com uma maça de batalha. O Marshall apara com o escudo e empurra a montaria que está de lado. Ela se desequilibra e o cavaleiro fica da sua altura. Sir Enrick destrói suas costelas enquanto o homem cai para o outro lado e o cavalo rola por cima dele matando-o. Lady Marion é atacada por um lanceiro. Ela saca sua espada. Com extrema agilidade ela gira quando o homem estoca saindo nas costas de seu atacante. Aproveitando a energia do giro ela corta cota e carne expondo a espinha do homem que cai dando um gemido e cai morto de bruços.
Sir Bruce salta de seu pônei rolando no chão por cima de seu ombro e saca a sua claymore. Ele gira para um lado decapitando um homem. Um outro ele soca com a guarda da espada o jogando longe. Outro faz uma carga com o escudo e ele se abaixa o jogando por cima. Sem mesmo olhar ele roda e golpeia na horizontal. Tronco e pernas, do inimigo, se dividem espalhando merda e sangue.
Sir Enrick: “Meu deus! É o Sir Alain de Carlion! Cavaleiro da Cruz do Martelo que está comandando a infantaria! Sir Alain! Sir Alain! Sou eu, Enrick!”
Sir Alain: “O que? Sir Enrick, atenção lanceiros da Cambria! Cessar ataque, cessar ataque!” 
Então ele pega um chifre de guerra e o assopra duas vezes fazendo com que as linhas do norte e do sul fiquem confusas por um momento. Erguendo os seus escudos e parando de lutar por um instante. Do outro lado o comandante jovem da cavalaria grita.
Sir Lucan: “São os cavaleiros da cruz do martelo! Parar o ataque! Parar o ataque.” 
Então ele também soa o corno de guerra no meio do caos. Quando tudo para, desconfiados, os dois lados recuam com os escudos e armas em riste. 
Sir Bag (fala apertando o nariz e escarrando sangue): “Mas que zona! Que confusão desgraçada. Matam pra depois perguntar seus malucos!”
Os dois comandantes se aproximam sacudindo a cabeça envergonhados. Alain desce de seu cavalo e os abraça. Sir Lucan, filho mais novo do Conde Corneus, olha preocupado. Sua mão treme de tensão.
Sir Alain: “Perdão! Quanto tempo! Já fazem anos! Que jeito terrível de nos encontrarmos. Irmãos contra irmãos. O Rei vai ficar muito feliz em vê-los.” 
Sir Lucan: “Digo o mesmo. O Conde Corneus meu pai tem vocês em grande apreço. Meus batedores os viram marchar na região e achamos que eram os batedores de Nanteleode.”
Sir Enrick: “Que loucura é essa Alain?”
Sir Alain: “Nós achamos que eram os homens do Duque de Lindsey. Estamos reunidos em Castle Hill. Os principais homens da Cambria e de Lindsey. Os senhores de outras regiões próximas estão chegando para o conselho. Estamos tentando chegar em um consenso para evitar a guerra. ”
Sir Lucan: “Vocês conhecem os dois lados. Peço para que por favor, sigam conosco.”
Sir Alain: “Nisso eu concordo.”
Então eles seguem, depois de enterrar os mortos em uma cova coletiva, com as suas armas e escudos, levando uma vintena de feridos em macas improvisadas. O grupo segue atravessando novamente o rio na parte baixa e sai em uma grande planície. Olhando para o horizonte, em direção ao oeste, eles vêem a cidade de Bedegraine e vêem um exército gigantesco, como não viam desde a morte de Uther na Britânia. Os estandartes amarelos tremulam no horizonte. 
Sir Bruce: “Pelo menos 4.000 lanças!”
Sir Enrick: “No mínimo!”
Sir Alain: “O Rei Nanteleode pretende dobrar esse número. Se tudo der certo daqui alguns verões conseguiremos.”
O grupo entra na mata e então em uma grande colina existe um Motte and Bailey no topo. Ligando a parte inferior por uma grande escadaria ladeada de toldos de madeira. O Brasão do falcão amarelo (Lindsey) e o vermelho com a coroa ladeada pelas espadas (Escavalon) balançam no alto deles, sinalizando a presença dos dois comandantes em guerra, enquanto uma fumaça branca sai de sua chaminé. Ao redor as tropas do Duque de Lindsey estão acampadas. Eles vêem as tendas comuns dos infantes, feitas de couro curtido e os pavilhões coloridos dos Cavaleiros. Eles passam sobe os olhares curiosos. Muitos os conhecem e sorriem e lhes prestam reverência. Outros os apontam.
Sir Enrick: “Somente 400 homens?”
Sir Lucan: “Poucos atenderam o chamado.”
Sir Enrick: “Aé? Poucos atenderam! Desgraçados, isso não pode ficar assim!”
CASTLE HILL: 
Então o grupo deixa os cavalos e sobem a pé a grande escada que cobre o segundo foço, passam por um segundo portão e a paliçada superior e entram no Motte and Baile. O lugar é um grande salão todo de madeira com janelas quadradas para todas as direções. No topo deve existir um segundo andar para estocar comida. 
Ali embaixo estão mais de dez Cavaleiros usando o brasão do Rei Nanteleode e outros do Duque de Lindsey e outros cinco nobres mais velhos com brasões de outras regiões, armados e usando as suas melhores armaduras. Estão todos sentados em uma mesa longa de madeira próximo a lareira. Em uma cabeceira está o Duque Corneus, com os cabelos longos cinzas com barbas e bigode até a metade do peito. Saindo de seu elmo o pássaro típico do pântano, no topo, como usa o seu filho. As cicatrizes no rosto e pescoço estão cobertas pela cota de malha. Ele usa uma túnica vermelha por cima dela. Seu filho Sir Derfel está sentado ao lado dele ostentando um grande crucifixo. Na outra extremidade está o Rei Nanteleode já com 51 verões, com os cabelos brancos e está vestido com uma túnica vermelha por cima do peitoral de metal com o seu brasão forjado em fios de ouro. Na cabeça, o elmo com a coroa dourada cravejada de pedras preciosas.  
Sir Lucan: “Duque e Majestade, cometemos um engano na floresta e atacamos os Cavaleiros da Cruz do Martelo.”
Sir Alain: “Fizemos o mesmo meus senhores.”
Duque Corneus: “Vocês dois tem merda na cabeça? Querem começar uma guerra sem precedentes nessas terras? Já não basta os saxões, a peste e a fome?”
Rei Nanteleode: “Corneus está certo. Devem ter mais responsabilidades homens ou podem colocar tudo a perder... Já faz alguns anos que me pediram ajuda nobres de Logres. Sejam bem vindos e sentem-se.”
Quatro cavaleiros mais novos se levantam dando o lugar para Lady Marion e Sir Enrick enquanto Sir Bag, Arina e Sir Bruce ficam atrás posicionados. Sir Lucan e Sir Alain tomam os seus lugares. 
Duque Corneus: “Nada melhor que o Marshall de Logres, e a Senhora de Tishea para nos ajudar a negociar um acordo aqui.”
Rei Nanteleode: “Escutem com atenção Senhores. Bedegraine e Lambor se submeteram a Lindsey do Duque Corneus. E toda a Cambria, ou seja, todo o noroeste da ilha se submeteu a Escavalon, ou seja, a mim. O Duque Corneus, com mil perdões, tem um exército pequeno. Não conseguirá com 400 lanças sobrepujar meus quatro 4000 homens.”
Duque Corneus: “Sempre fomos o punho que defendeu Logres. O portão que barrou todo o mal para dentro do Reino desde a chegada de Ambrosius. Há 40 anos tenho servido Logres e derramando o sangue de meus parentes e soldados e agora você quer que a entreguemos de mão beijada a Vossa Graça?”
Sir Enrick: “Senhores! Sejam sensatos. Estamos recebendo ataque de todos os lados não podemos nos dar ao luxo de nos matarmos. Precisamos nos unir!”
Rei Nanteleode (ele sorri calmamente): “Exatamente Sir Enrick! Sou o único Rei Celta, capaz de marchar sobre os saxões e tenho uma dívida com Salisbury. Fiz uma promessa que nunca cumpri ao falecido Barão Algar e Conde Roderick e pretendo torná-la válida em breve. Quando começamos nosso exército era pequeno, não nego que conquistamos. Mas aqueles que se submeteram são nossos Vassalos e lutam ao nosso lado. Aqueles que não dobraram os seus joelhos, agora descansam em paz do outro lado da ponte de espadas. Mesmo um meio saxão como Sir Enrick. Se virar as costas e ir embora, quem vai defender a Britânia? O nobre Duque com os seus 400 aldeões?”
Sir Derfel (chocado): “Meio saxão? Somos cristãos. Vocês não podem nos obrigar Vassalagem contra nossas crenças e como a Condessa nomeou um homem assim para proteger o nosso Reino?”
Sir Enrick: “Sim! Sou filho de Ælle. E fiz uma aliança com ele. É o saxão mais antigo da ilha e quer ver os outros reis bárbaros longe daqui. No momento certo Derfel poderá conquistar a minha posição... Mas por hora temos que chegar num acordo! O quer em troca Majestade?”
Rei Nanteleode: “A coroa da Britânia. A verdade é que Uther está morto. Era ele o equilíbrio de poder da ilha. Desde nossos ancestrais o caminho para se chegar a coroa sempre foi a conquista. Infelizmente alguns tem que morrer no meio desse caos. Todo Rei chega ao trono pisando num tapete de sangue acompanhado pelos corpos sombras daqueles que tombaram pelas suas mãos. Hoje não é a origem mas os feitos que os homens realizam é que valem. Por isso o meu exército é formado por todas as tribos que conquistei. E Ælle, se estiver disposto a lutar ao nosso lado será bem vindo!”
Sir Enrick: “Temos um juramento ao finado Rei Uther e não posso quebrá-lo! E sou leal ao príncipe sequestrado por Merlim desaparecido!”
Rei Nanteleode: “Após tornar a ilha segura para os filhos de todos crescerem sem fome, doenças, miséria e marcharmos sobre os bárbaros você se curvará Sir Enrick. Eu quero o bem de todos!”   
Duque Escan: “Permitam me falar Majestade e Duque. Qual a garantia de que não seremos pilhados e nossas mulheres violadas se abrirmos nossos portões.”
Duque Corneus: “O que? Vocês estão levando em consideração nos juntarmos a esse usurpador e ao filho de Ælle?”
Rei Nanteleode: “Tenho Honra Corneus! Não estou promovendo um massacre em suas terras. Uther era meio romano. Filho de um invasor que era o que Constantino sempre foi. E Uther também era um conquistador. Ou já esqueceram de Bayeux? Quanto a violar mulheres e saquear não estamos aqui pra isso. Estou há sete anos em guerra. Meu povo sofre. Há mortes e doenças. Estaria violando minha honra se fizesse o que insinuou! Garanto à vocês que preservarei também as suas crenças. A única coisa que lhes peço são mais braços para lutar. Essa proposta estendo a Lindsey também.”
Sir Derfel: “Desgraçados!”
O filho de Duque Corneus sai revoltado dali.
Barão Lambor: “Gostaria de ter a palavra senhores. Rei Nanteleode, lambor se junta a sua cruzada. Temos a sua palavra de que enfrentaremos os saxões?”
Rei Nanteleode: “À todos que estão nessa sala eu juro diante de meus ancestrais que o farei! Quando tivermos 6.000 lanças marcharemos sobre eles.”
Duque Escan: “Estamos com você Majestade!”
Duque Corneus: “O ar ficou pesado. É melhor vocês se retirarem de meu castelo. Saiam todos.”
Rei Nanteleode: “Está certo Duque. Temos uma aliança Bedegraine e Lambor. Vão em paz nobres e fiquem tranquilos. Sir Alain, meu general, falará com vocês em suas cidades. Deixarei Lindsey em paz por hora. Mas Corneus, haverá um momento em que teremos que nos aliar ou nos matar. Que o seu Deus pregado lhe proteja!”
Todos saem, lá fora os lanceiros de Nanteleode com a túnica vermelha o segue. Eles passam pela cidade abandonada, por medo da guerra, pelo acampamento do exército de Lindsey e saem na planície de frente para o rio. 
Sir Enrick: “Me dê um tempo para que possa falar com meu pai Majestade. Irei preparar tudo para a nossa aliança.”
Rei Nanteleode: “Sim, Marshall! Por enquanto minha atenção se voltará para o norte. Acredito que com 5.000 homens seguirei em direção à Malahaut. Quero arrancar aquele desgraçado do Herault de Apres da sua toca e fazer com que se submeta a mim. Aquele lugar está cheio de saxões de Nohaut e da Germânia fazendo comércio com os malditos romanos. Com o norte nos seguindo voltarei minha atenção aos Reinos saxões e a Britânia será nossa novamente. Vai ser uma tarefa difícil, alguns diriam impossível. Mas tentarei realizá-la.” 
Sir Alain: “Então é isso irmãos. Acredito que nos veremos em breve. Adeus!” 
O Rei Nanteleode os acena com a mão enluvada e se despede inclinando a cabeça. O grupo de heróis seguem agora pela estrada real. Do lado esquerdo está a Floresta Sauvage, toda fechada com as suas folhagens estranhas, e do outro a de Arde. O rio Avon pode ser visto no horizonte. Não demora alguns dias estarão em Logres. No final da tarde eles percebem estar chegando à cidade de Kineton, que em 493 tinha virado um assentamento saxão que os heróis atacaram e libertaram Gondrik Stanpid, pai adotivo de Sir Enrick. 
KINETON:
Quando eles se aproximam pela estrada que margeia a cidade eles vêem o brasão verde, com a faixa diagonal branca com o falcão costurado em cima, ao lado do Brasão de São George. A cidade que tinha sido queimada até as fundações agora é um forte de madeira e pedra protegido por uma paliçada e torres de arqueiros quadradas de proteção, rodeado por um foço e estacas de madeira ponte agudas circulando as bordas. Eles percebem marcas na paliçada de queimaduras e a madeira rachada em muitas partes. O som do chifre da batalha soa duas vezes sinalizando ataque. Arqueiros se apresentam no passadiço. Lady Marion reconhece o Brasão do tio do falecido Barão Algar, Flannedrius. 
Sargento: “Parados Cavaleiros! Estão sobe a mira de meus arqueiros e estou com a infantaria pronta para abrir os portões e lhes assaltar em um piscar de olhos.”
O cavaleiro loiro com cabelos longos e olhos verdes, sem barba surge vestido com o peitoral prateado romano com uma capa vermelha. No pescoço pende um crucifixo dourado. São Jorge está pintado em seu escudo. Ele olha para os heróis lá de cima. Sir Enrick percebe que o rosto bonito do passado, daquele cavaleiro, está envelhecido e machucado. Um dos olhos está cego com uma grande cicatriz vertical. A sua cota quebrada em muitos pontos e a capa vermelha está toda desfiada.
Sir Galardoum: “Quem está aí? Deixem esses homens entrar imediatamente!”
A ponte levadiça baixa e o grupo entra no forte que consiste em um pátio grande com tendas e a paliçada reforçada com pedras. Lá dentro estão pelo menos trezentos soldados. Estão magros e feridos. Não existe nenhum cavalo ou cavaleiro. 
Sir Galardoum: “Seja bem vindo a Kineton. O Gargalo do Diabo! Sir Enrick e Lady Marion, como estão? E esse é quem?”
Sir Bruce: “Sir Bruce Filho do Corvo, paladino.”
Sir Galardoum: “Seja bem vindo Pictu. Venham ao pavilhão de comando.”
Eles caminham até a grande tenda de comando, amarela e branca com as águias costuradas nas paredes de couro. 
Sir Galardoum: “O que fazem vindo do norte?”
Sir Enrick: “Fomos escoltar Morgana e Igraine pra lá da muralha de Adriano. Morgana casou com o Rei de Gorre.”
Sir Galardoum: “Viajar nestes tempos é quase uma tarefa impossível.”
Dentro da tenda existe uma mesa de madeira longa e peles cobrindo o chão. Uma cama  de palhas na esquerda e outra na direita. Archotes de ferro aqueçam o interior do lugar. Só alguns pedaços de pão e queijo velho jazem ali na mesa. Eles percebem alguém deitado na cama.
Sir Galardoum: “É o meu pai, ele não está nada bem.”
Quando se aproximam, existe um velhinho na cama coberto com peles. Flannedrius não é mais o guerreiro que encontraram há 7 anos lutando ao lado do Rei Uther. 
Sir Flannedrius (voz fraca): “Quem está aí?”
Sir Enrick: “Lady Marion e Sir Enrick Senhor!”
Sir Flannedrius: “Estamos aqui no Gargalo do Diabo faz muito tempo! Já não tenho saúde. O coitado do meu filho combate noite e dia, repelindo saxões vindos dos norte. Invasores da Cambria e os Usurpadores de Oxford (tosse)
Sir Galardoum: “Quando lutamos em Saint Albans já tínhamos perdido todo o nosso território em Cirencester mais ao sul. Mas quando Uther morreu foi o golpe final e nos tornamos Lordes sem terras. Então juramos vassalagem ao Conde Ulfius que agora é aliado de Ælle. Construímos esse forte para defendermos a fronteira. Todas as terras ao redor  pertence ao Rei Nanteleode, somos os últimos homens de Logres que permanecem de pé impedindo que a fronteira se mova para o sul.”
Sir Flannedrius: “A luta tem sido dura! Estou velho e doente. Quebrei minha perna há duas luas, o meu cavalo de batalha escorregou e me espatifei nas pedras da estrada do rei. Preciso lhes pedir algo.”
Sir Galardoum: “Pai, por favor!”
Sir Flannedrius: “Deixe me falar, não tenho muito tempo. Levem Galardoum com vocês. O Gargalo não é um lugar para um cavaleiro como ele. Já perdeu sua família e luta há quase dez anos sem cessar.”
Sir Galardoum: “Eu nunca lhe abandonarei! Nunca meu pai, por favor!” 
Sir Enrick: “Eu sei que a família é importante. Temos que pensar em nosso povo. Preciso de todos os Lordes de Logres. Ajoelhe-se! Lhe concedo, pelos deuses novos e antigos o título de Cavaleiro da Cruz do Martelo. Como testemunha temos Lady Marion e Sir Flannedrius. Lealdade, força e honra! Levante-se! ”
Sem saber o que fazer Galardoum agradece sem jeito. Ele fica olhando para o seu pai e Sir Enrick.
Sir Galardoum: “Muito obrigado! É uma honra. Mas... Descansem agora. Pela manhã comunicarei minha decisão Senhor.”
Sir Flannedrius: “Seu pai também se sacrificou. Ele foi o homem mais linguarudo que conheci e o melhor Cavaleiro que a Britânia já teve. (Ri e tosse) Um grande homem. Você não vai me tirar isso, meu filho? O Sargento Thorian é um grande soldado e darei as ordens da cama e ele executará. Existe hora na vida para o verão, depois vem o outono e o inexorável inverno.”
Sir Galardoum: “Já chega dessa conversa! Venham se aquecer um pouco.”
Já é noite e eles vão até o archote e sentam, em tocos de madeira, ao redor. O primo do falecido Algar os serve vinho apimentado.
Sir Galardoum: “Não sei se meu pai sobrevive até a próxima lua. Mas digam quais são as notícias do Sul?”
Sir Enrick: “Está tudo de pernas para o ar. Pressão por todos os lados. No oeste Idres se aproxima com um grande exército. No sul Wessex já tentou um cerco contra nós. Perdemos Sir Amig e Sir Algar recentemente. Também nos aliamos ao Rei Saxão Ælle. Parece que estamos lutando junto.”
Sir Galardoum: “Graças à Deus! Mas, tivemos algumas escaramuças com os homens de Nanteleode há três semanas. Perdi bons homens aqueles dia. Então desistiram e seguiram para o norte. Vocês viram meus homens feridos? Ontem perdi duzentos deles. Eram Anglos, usando as suas máscaras de pele humana. O Líder dele se declarou o Bretwalda, o rei supremo de todos os saxões e de todos os Britânicos. O maldito desafia qualquer um a contestar o seu título. Ele se chama Cwichelm. ”
Sir Enrick: “Aparecem Reis por todo lado da ilha todos os dias!”
Sir Galardoum: “Já não bastasse os dois saxões. Sir Medrod e seu filho mais novo, o único ainda vivo, se aliaram à eles e Medrod prometeu Salisbury para Beorthric. E o reconhecimento de Bretwalda ao líder dos Anglos. Estavam indo em direção aos feudos ao redor de Sarum. Eles tem uma cavalaria invejável, cavalos tão fortes e bonitos quanto Hefesto. Os Anglos se servem das armas de cerco de Sir Bege, filho de Medrod. O que vocês tem a falar desses tais  Usurpadores?””
Sir Enrick: “São traidores! Demos cabo de dois filhos do maldito Medrod. Ele sempre foi um problema para o Reino.”
Sir Galardoum: “Pois bem, esses desgraçados passaram pelo Gargalo ontem à noite. Eu só tinha contingente para atacar a retaguarda e me retirar. Fizemos algumas baixas e nos defendemos no forte. Mas eles pareciam com pressa, tentaram por abaixo a paliçada e ao amanhecer eles foram embora. Já está ficando tarde. Vamos dormir um pouco.” 
Eles dormem em peles pelo chão. Vai ficando tarde e o sono vêem. Pela manhã eles acordam com o grito de Galardoum.
Galardoum: “Não pai! Porque você fez isso? Porque pai?”
Quando se aproximam da cama Galardoum chora segurando a cabeça do pai idoso. O velho Sir Flannedrius está pálido e morto. Com os pulsos cortados por sua adaga. 
Sir Galardoum: “Preciso falar com os meus homens. Venham por favor.”
Saindo da tenda todos os homens se reúnem ao redor.
Sir Galardoum: “Irmãos de armas. (os homens começam a se curvar) Não se ajoelhem perante mim. Há dez anos lutamos ombro a ombro. Somos irmãos de armas e agora de almas. Perdemos tudo. Vocês são tudo que me restam... Meu pai está morto. O Gargalo foi o motivo que nos manteve vivos depois que mataram as nossas famílias há 10 anos. Uma luta impossível de sobrevivência. Mas agora temos a oportunidade de fazermos a diferença e defender os fracos, como São George, em um combate que valha a pena as nossas vidas (ele se ajoelha perante aos heróis). Eu juro por Deus, Santa Maria e São George que os seguirei e disporei minhas armas ao seu serviço dando minha vida se for preciso com honra, justiça e humildade. Juro isso a Filha de Avalon, pelos Deuses que meus antepassados rezavam e ao Marshall de Logres: Sir Enrick Stanpid. ”
Ele se levanta enquanto os Soldados de Galardoum levantam as suas armas e se abraçam com olhos marejados. Então Galardoum enterra, no centro do forte, o corpo de Sir Flannedrius com a sua armadura, escudo e espada e seguem para o sul com um contingente de 300 homens. 
Eles viajam em trote mais lento acompanhando a marcha dos guerreiros da infantaria. Logo começam a ver as colunas de fumaça se erguendo no sudeste com os bandos de corvos voando ao redor delas. Eles vêem à esquerda da estrada uma trilha e depois a cidade de Bourton. Antiga Nova Oxford. Ela está inteira, com os muros agora feitos em pedra. Continua com o brasão do touro e a ponta da torre que Sir Enrick deixou o anel de Horsa, pode ser vista, se erguendo ao fundo da cidade. Na verdade elas se multiplicaram e existem quatro delas em cada canto da muralha.
Sir Galardoum: “Octa expulsou os homens de Oxford daqui antes de tomar Saint Albans. Libertou seu filho mas Medrod fez uma aliança e retomou a cidade fazendo ela prosperar vendendo cavalos para os bárbaros.”  
Seguindo em frente, eles viajam mais algumas horas, passando da metade do dia. Uma região de colinas amareladas faz com que a estrada real serpenteie hora subindo, hora descendo. São as colinas de Cotswold. A cidade de Cirencester surge à frente com os seus estandartes romanos com a cruz cristã dourada, costurada, tremulando na grande muralha. O sargento vestindo armadura de cinturão com o elmo de penachos e capa vermelha os observa sério lá de cima. Ele bate no peito para os saudar. 
Centurião: “Ave guerreiros de Logres! Estão num raide atrás dos bárbaros? Passaram ontem por aqui mas não tiveram coragem de se atirar contra nossos muros. Mas seguiram pela floresta em direção a Sarum.” 
Sir Bruce: “Iremos atrás deles Centurião! (fala baixinho) E vá a merda Romano.”
Deixando a cidade romana para trás. Todas as vilas ao longo da estrada estão queimadas.  As pequenas igrejas depredadas e os corpos calcinados em meio as cinzas. Sir Galardoum faz o sinal da cruz. Eles ouvem um leve som de tambores no ar trazido pelo vento.
Padre Carmelo: “Estão ouvindo? Nossa tropa, bem menor, está cobrindo uma distância bem maior que eles e nos aproximando rápido.” 
Eles viram a esquerda na floresta de Compactorentin. Ao cair da noite atravessam a mata com a terra cheia de lama. Mas o cheiro é indefectível: Lama feita de sangue. Todas as árvores estão cheia de cadáveres pendurados e desfigurados. Saindo, já tarde  da noite, da floresta os homens parecem exaustos.
Sir Bruce: “Eles não aguentam mais Marion. Precisam comer e descansar. Alguns vão morrer de exaustão”
Eles sobem em meio a escuridão em uma grande colina e iluminam com algumas tochas o monte. Eles vêem no chão o grande desenho: A Colina do Cavalo Branco. O grupo percebe ter coberto uma grande distância em pouco tempo. Lá de cima todos vislumbram a grande planície e para o sul mais de um milhar de fogueiras acesas. A cidade sem muros de Wandborough arde como uma pira coletiva iluminando as nuvens baixas.
Sir Bruce: “O inimigo também precisa descansar. Mas já estão as portas do condado. Eles acham que ninguém está os seguindo.” 
A madrugada vem com a bruma cobrindo a planície lá embaixo enquanto todos tentam dormir com a visão aterrorizante da eminente invasão de Salisbury. 
A noite de sono é confusa. Sir Enrick sonha com uma matilha de lobos se movendo nas brumas. Então surge um bando de pastores alemães e eles se atacam. Ele então vê o ferreiro da colina Wayland no meio da confusão. Ele diz: “Está chegando o momento de pagar suas dívidas. Agora acorde Enrick, o grande cão chegou.”
Todos acordam com o relincho dos cavalos e, lá fora, as vozes dos soldados que dormiram ao relento. 
Sir Bag: “Paredes de escudos!”
Arina: “Eles estão vindo por todos os lados!” 
Quando Sir Enrick e Lady Marion saem de sua tenda, já com as primeiras luzes da manhã, a colina toda está cercada por guerreiros saxões com os seus elmos abertos na frente, vestindo suas peles de urso. A maioria com as suas barbas cheias de piolhos, seus dentes amarelados, erguem seus escudos redondos. Seus estandartes são feitos de crânios de cães. São duzentos deles e levam pastores alemães negros. Estão armados com os seus machados longos de duas faces, lanças, machados e espadas. Os seus homens gritam e cospem lá pra baixo enquanto os bárbaros retribuem a gentileza com os elmos abertos brilhando à luz do sol e os cachorros de batalha em suas guias de couro rosnando e latindo. 
Ælle: “Silence motherfuckers!”
E todos os saxões ficam em silêncio enquanto abrem caminho. Então o rei Ælle surge  com dois metros de altura, loiro com barbas, cabelos longos trançados e usando uma pesada cota de malha. Tudo coberto por couro negro. Uma túnica da mesma cor cobre suas calças de couro e botas de pele de lobo com tiras de metal costuradas. Seus dois grandes cachorros pastores caminham ao seu lado. Dez guerreiros bárbaros com braceletes com espinhos de ferro, com martelos de Thunor feito de ossos humanos, alguns carecas, outros ruivos e loiros debaixo de seus elmos de ferro e ouro, armados com espadas trabalhadas em entalhes quadrados, formam a sua guarda pessoal. São os meio irmãos de Enrick.
Ælle: “Vim selar nosso trato, Filho de Horsa.”
Sir Enrick ergue seu martelo lá em cima o saudando.
Ælle: “Melhor descer aqui Cavaleiro de armadura negra! Não piso nem fudendo aí em cima.”
Em meio aos seu meio irmãos Sir Enrick reconhece Scur. Muito parecido com ele. Ele o cumprimenta com um leve sorriso. 
Scur: “Como vai bastardo? Pelo visto estão caçando os mesmos malditos que nós.”
Sir Enrick: “Sim! Estão indo pro Sul e rápido.”
Ælle: “Bem escolhido esse lugar. Lugar de magia celta. Nunca seriam atacados aqui. Estamos há dias perseguindo esses Anglos. São rápidos. Tiveram que vir pelo norte. Não tiveram bolas para atravessar o Tâmisa pelas terras de Ulfius. Teriam muitas baixas. Empurramos eles por aqui. Não existe comida e um bom chifre de hidromel nesse acampamento, Senhora?”
Caulas desce trazendo comida
“Bem, sou todo ouvidos. Qual o plano de vocês? O que pensam que irão fazer com meia dúzia de guerreiros cristãos?”
Sir Bruce: “Mas que filho de uma puta!”
Ælle: “Calma Pictu! Estamos aqui para combatermos o mesmo inimigo. Foi o meu filho em nome da Condessa Ellen que me propôs essa aliança. Por sinal, o inimigo começou a marchar novamente há poucas horas. Eles estão juntos com a cavalaria de Medrod de Oxford e Beorthric de Nohaut. Esse filho da puta que você deixou aleijado Enrick, atravessou a ilha pra queimar as suas terras e te deixar na merda. Dá próxima vez rapaz, mate o desgraçado que lhe desafiar.”
Scur: “Deixe-me falar homens. Somamos metade do número deles. Se juntarmos os meus homens e os seus ainda estaremos em desvantagem de dois pra um. Não é uma garantia de vitória, mas temos um trunfo. (pausa) O exército de Ulfius. Temos que empurrá-los de volta em direção ao exército de Ulfius até o outro lado do Tâmisa. Eles não sabem que o Duque está lá os esperando. ”
Ælle: “Sou o saxão mais velho dessa ilha. Sou o dono dessa merda e ninguém vai me tirar isso. Estava nessa ilha antes de qualquer um de vocês desmamarem de suas amas de leite. Por isso eu digo meu filho. Já lutei inúmeras batalhas. Temos que atacar o ponto fraco do inimigo. Beothric é dominado pelo ódio. Medrod é ambicioso e Cwichelm, esse maldito líder Anglo, é arrogante e tem uma confiança inabalável. Temos que tirar vantagem disso.”
Sir Bruce: “To começando a gostar de você saxão. Mas, em um dia eles estarão em Levcomagus e em dois cairão nos feudos de Sarum como uma matilha de lobos famintos.”
Sir Enrick: “E como vamos empurrá-los para a cilada no feudo de Ulfius?”
Ælle: “Isso deixe comigo rapaz!”
Sir Galardoum fica em silêncio os olhando com os braços cruzados. Ele pensa por algum tempo.
Sir Galardoum: “Sir Enrick, Winterbourne Gunnet é a chave pra conquista de Salisbury. É o único feudo que tem uma ponte de pedra que permite a travessia do Bourne pelo norte. A outra passagem pelo Sul, pela planície de São George, leva dois dias para ser contornada. O inimigo seria descoberto rápido. Na primavera é impossível usar a ponte por causa das cheia, mas agora no início do inverno se eles entrarem no feudo, que Deus nos proteja.”
Padre Carmelo: “Se me permite, Senhor? Ninguém está esperando um ataque tão sendo em Logres. Eles serão pegos de surpresa se não alertarmos.”
Ælle: “O cristão tem razão. Precisamos alcançá-los a todo custo. Eles deixaram a estrada romana e estão seguindo pelas West Downs. Scur, volte para o nosso acampamento e faça como combinamos. Nos alcance em tempo de lutar. Temos que atrasá-los, até os alcançarmos e depois teremos que conduzir esses barra bostas como gado para o abate. Estamos meio dia atrás deles. Celtas malditos preciso de suas idéias?”
Sir Enrick: “Eu, Marion, Bag e Bruce iremos pelas West Downs em marcha forçado. Iremos avisar os feudos e preparar as milícias para lutarem em Winterbourne Gunnet.”
Ælle: “Está certo! Vamos por essa merda toda para funcionar.”
Os heróis partem rápido pelas Westdowns. Os cavalos arrancam tufos da charneca amarelada ao redor de Sarum. Eles enxergam à direita uma nuvem de poeira. Podem ver no horizonte, uma cavalaria, formada por uns 50 cavaleiros, com garanhões altos e fortes caminhando ao redor da coluna e um bando de guerreiros bárbaros na vanguarda. Na retaguarda soldados da infantaria. Totalizam umas 1000 lanças. 
FEUDO CHOLDERTON:
A cota de armas de fundo vermelho com o martelo azul de Bag tremula na muralha de Cholderton. O próprio Bag chega gesticulando mandando baixar a ponte levadiça.
Cavalariço: “O que aconteceu Senhor?” 
Sir Bag: “Rápido, reuna nossa milícia. Temos pouco tempo. O inimigo está marchando em direção à Logres. Precisamos de todos os braços que possamos reunir para lutar.”
Cavalariço: “Desconfiávamos de algo Senhor, porque vimos luzes de fogueira refletidas nas nuvens baixas ontem a noite. Temos que fazer algo e rápido. Sargento, convoque os homens. Cada aldeão e soldado. Distribua as armas, elmos e escudos. Deixe os comuns levarem as suas ferramentas de trabalho no campo. Acho que consigo 80 homens assim. Para Winterbourne Gunnet, Senhor?” 
Sir Bag: “O mais rápido possível.”
O sargento, um homem já com os seus cabelos e barbas grisalhas, concorda afirmativamente sobe em seu cavalo e sai em disparada dali.  
FEUDO NEWTON TONY:
Neste feudo, que surge pela estrada, está o brasão da Águia prateada de Dalan tremulando nas pontas das pequenas torres da murada. Imediatamente os homens identificam a cota de armas de Lady Marion. Dalan vem montado em seu cavalo.
Sir Dalan: “Porque essa pressa toda, Senhora?” 
Lady Marion: “Enrick e os outros Cavaleiros estão indo para Winterbourne Gunnet. Um exército de saxões de Beothric, Anglos e dos Usurpadores de Oxford marcham em nossa direção. Eles querem atravessar por Winterbourne Gunnet.” 
Sir Dalan: “Meus homens estão em alerta desde ontem à noite. Tenho 80 soldados e 100 aldeões armados e prontos para lutar. Um rapaz da resistência celta disse que viu atividade na fronteira do condado ao norte. Irei prepará-los imediatamente.”
Então eles escutam o som de tambor invadindo a planície e percebe a nuvem de poeira surgindo no horizonte. O inimigo se aproxima rapidamente. Estão mais rápidos do que imaginavam.
FEUDO IDMISTON:
Sir Enrick e seu cavalo Hefesto são os primeiros a passarem por ali. Quando se aproximam do Feudo de Lord Rolant, que teve o gado confiscado em 496 por Algar, tudo está em silêncio e trancado. Não existem sentinelas nos muros. Nem os brasões tremulam no topo. Sir Enrick tenta chamar alguém mas só escuta sons baixos vindo lá de dentro.
FEUDO WINTERBOURNE GUNNET:
Seguindo em frente para o sul, mais alguns quilômetros, o Marshall: Sir Enrick, vê o brasão de Algar. A ponte levadiça está abaixada cobrindo o foço. No interior do feudo os aldeões fazem as suas atividades normalmente. Caminham de um lado levando sextas com sementes. Outros curtem o couro em grandes tinas. Um pequeno funeral ocorre num campo distante com dois adultos acendendo a pira com uma criança deitada. O ferreiro martela o eixo de uma carroça. Björk corre para dentro do salão ornado com o esqueleto da cabeça do gigante na entrada. Hagen está sentado se aquecendo em uma fogueira enquanto conversa com dois lanceiros. Ele está com o olho costurado. Eles se levantam. A Baronesa Adwen, sem forças devido a sua idade avançada olha assustada.
Baronesa Adwen: “Pelos deuses! O que está acontecendo?”
Sir Enrick: “Rápido! Não temos tempo! Seremos atacados em menos de 3 horas. Convoquem todos aqueles que puderem empunhar uma arma.”
Hagen: “Bjork! Convoque todos. Diga que se cairmos, Logres ruirá!”
Quando eles atravessam o feudo e os aldeões vão sendo retirados para o outro lado da muralha, que protege a ponte de pedra, que cruza o rio, chegam Sir Bag, Dalan e Lady Marion.
Eles ouvem um som se aproximando. O som de marcha e dos tambores. A nuvem que os mil guerreiros inimigos levantam com o movimento da cavalaria de Oxford pode ser visto por cima da murada. Dá pra se ouvir também o som dos rangidos das armas de cerco se deslocando em direção a Winterbourne Gunnet. Instintivamente a milícia fecha os portões do feudo e o escoram com troncos. O portão oposto na saída da ponte também é fechado. Mas, então, ouve-se um som diferente. Gritos! Sons de batalha. Do alto da muralha um sentinela grita.
Sentinela: “É a resistência celta. Eles saíram de Idmiston. É um ataque suicida. Eles caíram em menos de 200 homens em cima do inimigo. Estão todos vestidos de Cernnunos e lutam como loucos. Estão matando muitos. São heróis. Não tem armaduras nem nada. Pelos Deuses é a cavalaria inimiga. Estão os cercando. Eles mataram alguns cavalos. Droga, estão sendo abatidos como moscas. Merda! Estão todos mortos Senhor. Mas levaram pelo menos 300 inimigos com eles.” 
O silêncio paira sobre o local como se anunciasse o início da tempestade. 
A BATALHA DE WINTERBOURNE GUNNET:
Sir Enrick: “Para a muralha com os arqueiro Marion. Infantaria, mantenham a formação.  Os aldeões que ficaram aguardem mais ao centro. Quero que preparem uma parede de escudos no portão quando ele for aberto.”
Marion sobe no passadiço e dali pode ver a força inimiga. Mais atrás um amontoado de corpos em uma grande poça de sangue manchando a relva amarelada. Quinhentos cadáveres, entre integrantes da Resistência Celta, cavalos e saxões jazem mortos, enquanto os corvos já circulam no céu. Os comandantes estão na parte de trás. Lá, atrás dos 3 trebuchets estão os estandartes de Oxford com o touro branco. Sir Medrod e seu filho Sir Bege olham sérios para a muralha. O lobo de Octa, respingado com sangue, tremula acima de Beorthric, o sem joelhos, em seu trono liteira de ossos de lobo, ele usa a sua armadura de couro e ferro trabalhada, sua longa trança negra e seu elmo de lobo. Por último o líder dos Jutos. Um homem bruto e grande com cabelos pretos avermelhados e a barba cobrindo o peito. Com o seu elmo frontal de ferro com a pele do rosto de um cadáver pendendo sobre a sua cara com os seus dois machados cruzados nas costas. Todos estão em cima de grandes cavalos Stanpid.
À frente das armas de cerco, a cavalaria, o orgulho de Oxford, com seus 50 Cavaleiros. No centro os arqueiros de Sir Medrod: 100 deles armados com arcos longos. Na vanguarda, bebendo e gritando mais de 500 guerreiros saxões com os escudos redondos usando martelos de guerra, espadas e machados. Os de Beorthric com peles marrons de lobo salpicadas de sangue usando armaduras de couro e os Anglos com as peles de ursos negras, capas vermelhas por cima de suas cotas de malha. As várias unidades inimigas armadas com javalins, os heorthgeneat, os berserkers, os howling (uivantes) usando as suas caudas de lobo penduradas nos elmos, os guerreiros que cantam, os homens de Wotan, e os cachorros amarelos, mastiffs enormes, latindo e espumando, mais de 50 se posicionam antes do fosso. Eles batem nos escudos e gritam, enquanto bebem uma grande quantidade de hidromel circulando em centenas de chifres pelas linhas. Os líderes caminham sérios, gritando e incentivando seus homens. Lady Marion percebe que Cavaleiros mercenários sem senhores fazendo parte da cavalaria. 
Dentro de Winterbourne Gunnet o rosto de cada morador que se voluntariou a ficar para lutar tem uma expressão de medo. Eles estão apavorados, com as suas ferramentas de trabalho, pedras e paus apoiadas nos ombros. Os soldados lanceiros, os guerreiros da infantaria, arqueiros e até mesmo as aldeãs e as crianças carregando pés de mesa e panelas de ferro esperam ansiosos olhando para o portão. 
Comandante Amigo: Enrick
Comandante Inimigo: Sir Medrod
Número das tropas Logres: 350
Infantaria: 125
Arqueiros: 25
Aldeões: 200
Número das tropas Inimigas: 700
Infantaria: 550
Arqueiros: 100
Cavaleiros: 50
Total Aldeões que não participam da luta: 145
PRIMEIRA HORA:
Inicio Primeira Hora: A primeira hora de combate começa com os homens de Oxford rolando sacos de couro do tamanho de barris.
Lady Marion: “Bafo de Dragão!” 
Os barris começam a ser incendiados. A fumaça preta tóxica arde enquanto os braços das 3 armas de cerco retesados preparam-se para serem disparadas. Mas eles notam que misturado ao negro, uma cor esverdeada emana da mistura. Sir Bege, de cabelos curtos, com os chifres do touro em seu elmo, cavalga ao redor dos trebuchets. Ele retira a espada e grita: “Fogo!” 
Os aldeões correm para dentro de suas casas. Os braços enormes giram rangendo até atingir noventa graus até que travam lá em cima com um som seco da madeira. Os quatro barris voam deixando um rastro negro esverdeado de fumaça no céu azul de outono. Eles sobem e quando a energia do lançamento diminui eles começam a cair.  Dois deles explodem violentamente contra o portão espalhando uma mistura pegajosa que se rompe em chamas mais altas do que a própria muralha. A luminosidade deixa todos cegos por algumas batidas de seu coração. Os outros dois passam lambendo as ameias de pedra e explodem lá dentro como uma bola de fogo incandescente. 
Um dos barris atravessa por cima da vila. Os aldeões correm gritando em pânico para dentro de suas casas. Os cachorros latem e o bafo de dragão explode na plantação seca de sevada que pega fogo instantaneamente levantando uma cortina de fogo. A outra bola de couro em chamas vem rugindo pelo ar. Ela voa em uma trajetória em linha reta.  Mas o vento a empurra fazendo uma curva para o lado caindo na direção das tropas e de onde está Sir Enrick. O Cavaleiro salta rolando pelo chão enquanto o fogo explode e se espalha causando calor e matando os homens próximos. As chamas lambem sua armadura e o Marshall de Salisbury cai com metade do rosto queimando. Sir Bag apaga com lama as chamas mas a face direita do herói fica em carne viva. Sem um dos olhos e com a pele enrugada Sir Enrick sente a sua pele arder.
O pânico começa a tomar conta de todos dentro de Winterbourne Gunnet. Os animais ficam agitados, as pessoas choram vendo os seus bens sendo destruídos. Então, algum tempo depois, as pessoas saem de suas casas para ver a situação das tropas e do incêndio. Então se ouve mais um som. Diferente do anterior. Todos ficam em silêncio. Ouve-se um assobio crescente. Uma penumbra encobre o céu. Olhando para o alto, surgindo de trás das muralhas, eles vêem uma tempestade de flechas viajando rápida como o vento caindo nas terras do barão Algar. Uma saraivada delas se chocam contra as ameias. Lady Marion se protege atrás de uma delas. Sir Enrick e seus cavaleiros erguem os seus escudos se protegendo.
Eles escutam o som dos animais sendo feridos. Alguns carneiros caem mortos, o pouco gado se agita no cercado crivados de flechas. Vários deles tombam mortos. Os aldeões que saíram para ver o que está acontecendo são atingidos mortalmente. Os corpos vão caindo. Alguns não morrem e se debatem, como um peixe fora da água, diante dos olhos de seus familiares. O mais difícil de ver são as crianças curiosas olhando para o céu sendo mortas em um piscar de olhos.
Nas tropas os mais experientes levantam os seus escudos quando sentem a aproximação das flechas, já fizeram isso uma dezena de vezes. Mas, principalmente a milícia, ainda verde de batalha, acaba se tornando um alvo fácil para as pontas de ferro mortais. O choro e gritos estão por todos os lados. Lá de fora eles escutam a cantoria e as risadas dos inimigos. Logo após, em um tempo mais curto, os trebuchets disparam novamente e eles escutam a batida do lado de fora, vergando o portão, quase o arrancando dos batentes rachando uma grande parte da muralha. E o fogo fica maior ainda. O vento sopra enchendo de fumaça esverdeada o feudo. Um dos bafos de dragão passa explodindo dentro de Winterbourne Gunnet, deixando um rastro de fogo incandescente em chamas. A fumaça altamente tóxica, faz todos lacrimejarem e tossirem. 
A terceira bolsa de bafo de dragão, rolando no alto vai deixando um rastro de fumaça virando para a esquerda. Ela vai se curvando, curvando e caindo em velocidade atingindo a colina da toca do lobo. O topo do Motte and Bailey é atingido em cheio. Ele é arrancado com o impacto em meio a uma bola de fogo incandescente caindo do outro lado da colina e explodindo em milhares de lascas e chamas levantando uma nuvem de poeira enorme enquanto rola até a área de treino dos soldados do Barão. O que sobrou do castelo de madeira, em estilo nórdico do Barão, arde como uma fogueira de Beltane em cima da colina. 
Então é disparada mais uma bola de fogo que cai perdendo a energia rapidamente. Ela explode quando bate na terra próxima a vila. A onda de fogo grego cáustica, incandescente, explode em direção as casas de pedra e telhado de palha atingindo os que foram se proteger em seu interior. Eles vêem, saindo lá de dentro, pessoas se debatendo em chamas enquanto suas peles se derretem. Gatos, cachorros, crianças contorcem-se no chão aos berros. 
Mais uma bolsa de fogo grego alça o ar, mais pesada, cai próximo, antes em uma das árvores do bosque explodindo no alto da copa da macieira sagrada fazendo uma chuva de calor e líquido incandescente, queimando tudo e todos em uma grande área depois do impacto. Uma gota na cota de malha é capaz de entrar e queimar a carne até furar o tronco da vítima. A onda incandescente vem deixando um rastro de fogo e vem direto na direção de Sir Enrick. Ele tenta escapar do inferno saltando instintivamente e consegue se afastar. Mesmo assim fagulhas incandescentes causam queimaduras leves. Ao seu lado, homens rolam no chão. Sai fumaça de dentro de suas armaduras de couro. Eles pedem clemência. Um deles enquanto olha para Enrick com os olhos cheios de lágrimas, derrepente, tem seu cabelo e depois o seu rosto em chamas. A sua pele se desloca revelando uma caveira que arderá horas sem cessar. 
Sir Enrick percebe que os soldados querem fugir e se abrigar. Em seus olhos o medo e desespero. Todos olham ao redor buscando um lugar para se esconder e fugir. Mas não existe. Somente chamas e escombros ardentes. 
Sir Enrick: “Não ousem se mexer! Não sejam covardes seus merdas!”
O inimigo não dá tempo deles se refazerem. O ataque é maciço e preciso. Enfraquecendo suas forças e espalhando o terror e o pânico.
- Final Primeira Hora: A primeira hora de combate acaba com o pânico instaurado. As plantações secas pelo o outono ardem. Um bando de cachorros correm em chamas. É muito difícil respirar lá dentro. Ele sente um gosto horrível na boca. Muitos corpos flechados, outros carbonizados em meio a vila e o bosque se consumindo em chamas incandescentes. A morte veio dançar nas terras do Barão. 
Então alguns aldeões e soldados começam a tossir. Vários deles desabam completamente envenenados pela fumaça negra esverdeada dos bafos de dragão que explodiram. Ao redor algumas crianças e velhos também caem mortos com as mãos na garganta. Lady Marion sente o cheiro forte de mandrágora saindo das chamas. Os barris estão carregados com fogo e veneno. Litros e litros deles espalhados pela chama.
Então um som de algo quebrando grave e forte chama a atenção. Algo como um estrondo  o segue. O barulho de madeira rachando e se amontoando. Uma fumaça negra se levanta enquanto parte da rachadura da muralha cede e se espalha sobe o peso do portão em chamas que desaba arrancando seus batentes de aço rolando e se amontoando na frente do feudo, soterrando o foço com toneladas de pedras e madeira. As chamas incandescentes altas queimam por algum tempo até que a madeira abafada pela grande quantidade de pedras se extingue deixando uma bruma espessa e venenosa que impede a visão para o outro lado. Mais da metade da muralha frontal de Winterbourne Gunnet cai.
SEGUNDA HORA:
Inicio Segundo Hora: A segunda hora de combate inicia com parte da muralha de Winterbourne Gunnet caída e a fumaça soprada pelo vento se espalhando pelo feudo. Debaixo do foço soterrado emanam colunas verdes de mandragora incandescentes. Lá fora os saxões urram com as armas levantadas comemorando a queda da muralha. 
Sir Medrod: “Atenção Cavalaria! Formação em cunha, vanguarda!” 
Os saxões abrem caminho e os grandes garanhões dos Usurpadores se deslocam em um trote lento. Na vanguarda do exército os 50 cavalos se posicionam. Eles parecem agitados, loucos para correr.
Sargento: “Rápido! Qual a formação senhor?” 
Sir Enrick: “Parede de escudos! Quero toda formação compacta distante da muralha. O ar está venenoso ali. Já perdemos mais da metade dos nossos homens! Mantenham-se parados não se mexam nem que o mundo acabe!”
Sir Bruce: “Dá para passar uns vinte e cinco cavalos lado a lado ali Enrick.”
Então lá de trás da retaguarda inimiga um bando de pessoas esfarrapadas caminham. catatônicos como mortos vivos. São magros e fracos e andam com os olhos fixos no nada. Eles passam pelos cavalos acompanhados pelos lanceiros saxões que os seguem pela retaguarda à uma certa distância. 
Lady Marion: “São uns 60 celtas capturados.”
Eles caminham como zumbis. Tremendo, alguns chorando. Existem crianças, velhos, mulheres e homens. Todos pobres e esfarrapados. Atrás deles o bando de saxões os cutucam com as pontas das lanças afiadas. Um por um recebe um corte no pescoço fazendo o sangue fluir. Ele chegam até o fosso e começam a tossir e parecem ficar cada vez mais pálidos e a ficarem fracos. Os saxões ficam mais distantes. Todos vêem alguns elmos e bois se movimentando de um lado ao outro atrás do escudo humano. Então um dos celtas cai com a mão na garganta, depois outro e mais outro. Os aldeões começam a morrerem intoxicados. Eles caem um à um. Os saxões recuam. Quando o último comum cai morto, eles vêem uma prancha larga de troncos que foi trazida e arrastada  pelos bois, que também tombam mortos. Então o comandante inimiga grita.
Sir Medrod: “Cavalaria! Apresentar armas! CARGA!”
Então a cavalaria de Oxford aceleram no descampado amarelado antes de Winterbourne Gunnet. Os cavalos levantam uma nuvem de poeira enorme arrancando tufos de capim dourado. O som dos cascos na prancha de madeira enchem o ar. A fumaça se enrola quando a ponta da formação em lança ultrapassa a muralha. No descampado na pequena estrada por entre o pomar em chamas os cinquenta cavaleiros apresentam as suas lanças e voam como o vento, contra a paredes de escudo de Sir Enrick, formando uma muralha de pontas de ferro mortais pesada.
Sir Enrick: “Eles vão nos dizimar...”
Então Lady Marion, A Filha de Avalon, no alto das muralhas, começa a entoar uma canção pagã de batalha:
“Morte e vida, gira a roca, o destino escreve assim
As fiandeiras vão tecendo os caminhos de carmim
Me perdoe meu irmão se te levo dessa vida 
Que a deusa te receba e que cure sua ferida
Viveremos em outros tempos, tão perdidos na memória
E poderá cobrar de mim e escrevermos nova história.”
A saraivada de flechas voam do alto da muralha. Alguns cavaleiros feridos mortalmente desabam. Mas a Cavalaria avança a toda velocidade. Sir Enrick mantém a visão no inimigo vindo direto para ele. Um grande e pesado cavalo de batalha negro se aproxima. O Cavaleiro ergue seu escudo. Sir Enrick só consegue ver a ponta do elmo e a lança ponte aguda vindo em sua direção impulsionado pelo peso do animal coberto de cota de malha com os olhos negros abertos e a boca espumando. A última coisa que passou pela sua mente é o brasão do touro, cosido na frente da túnica de couro, que cobre a cota de malha. Enrick consegue dar um passo para o lado e golpeia as costelas do seu adversário que cai para o outro lado da sua montaria.
Mas grande parte de suas tropas recuam em pânico, ou são atropelados pela cavalaria. Sir Enrick olha ao redor e vê cabeças explodidas no chão pelas patas dos cavalos. Corpos decapitados, fraturas expostas e corpos retorcidos. Soldados estrebuchando em convulsões com a espinha quebrada e o som de batalha por todos os lados. O chifre de guerra soa nas mãos de Sir Bege.
Sir Bege: “Reagrupar! Reagrupar! Na ponte!” 
Então os cavaleiros sobreviventes cavalgam para o norte do Feudo para retornar em mais uma carga. Enquanto isso Marion comanda sua tropa despejando flechas abatendo mais cavaleiros que a essa altura perderam quase metade de seu efetivo. Nesse momento eles escutam mais um toque de um chifre de guerra, vindo lá de fora. Um breve silêncio e uma voz se erguendo por entre as tropas inimigas.
Beorthric: “Atenção lobos de Nohaut. Eu quero a cabeça de Sir Enrick! Kill them all!” 
Atrás da cavalaria os saxões caudas de lobo do Rei de Nohaut correm com os seus escudos redondos, machados duplos e martelos de guerra. Na frente deles os mastiffs vêm raivosos na vanguarda. 
Então todos escutam uma voz rouca e forte se erguendo no campo de batalha lá fora. 
Ælle: “Por Thunor! Atacar!”
A formação inimiga, na parte de fora do feudo, desaba e leva um tempo até eles perceberem o que está acontecendo. E o flanco direito inimigo é colhido pela lateral em uma carga de escudos e uma tempestade de machados, espadas e lanças comandadas pelo pai de Sir Enrick, o Rei saxão Ælle. 
No final da segunda hora, dentro e fora do feudo a guerra é total. Lá dentro o inimigo parece estar cercando-os por todos os lados.  A milícia vai sendo morta. Suas ferramentas de trabalho são inúteis. Enquanto traspassam um homem com uma foice, machados duplos de todos os lados os mutilam. Um martelo de guerra esmaga a cabeça de um deles que é segurado pelas pernas e braços pelos mastiffs que se banqueteiam com seus miolos. Lá fora os saxões e anglos surpreendidos pelo ataque do Rei Ælle tentam reagir. Sem formação de defesa, eles vão sendo empurrados e se espalham enquanto são abatidos.
TERCEIRA HORA:
A Batalha entra na terceira hora. Os comandantes inimigos se assustam com o ataque rápido vindo do norte. Lá dentro a luta em meio as chamas e a fumaça se espalha por todo o feudo. Então um chifre de guerra soa do outro lado do Rio Bourne e das muralhas do feudo do Barão Algar.
No flanco direito o inimigo parece estar perdido e disperso sem formação de combate avançar pelo flanco inimigo é fácil. Os guerreiros Anglos tentam se virar e ao mesmo tempo são empurrados para o centro que sem ver o que está acontecendo também recua e se mistura. Tudo vira uma bagunça, sem unidades ou líderes. Os saxões de Ælle, avançam lado a lado, varrem o inimigo, deixando uma estrada de corpos e feridos. 
O Rei saxão Ælle gira sua espada de duas mãos por cima da cabeça. Sempre com poucos movimentos. Ele corta o antebraço de um Anglo que cai gritando, segurando o membro amputado. Um golpe lhe acerta as costas mas sua pesada cota absorve. Alto e forte ele pega o homem pela garganta e lhe arranca a língua com a boca. Muitos Anglos vendo Ælle se aproximar recuam. Todos os inimigos parecem ter um respeito enorme por ele. Com os dentes amarelados cheios de sangue ele grita: “Ataquem! Ataquem! Chegaremos nos comandantes! Matem! Matem!” 
Sir Medrod vendo metade da força reserva, que estava fora dos muros, sendo dizimada por Ælle, e a bagunça que virou suas tropas. Tenta dar ordens para a infantaria. A confusão é tanta que ninguém o escuta. Então ele olha ao redor e grita uma ordem desesperada.
Sir Medrod: “Atenção Arqueiros!”
Medrod e o líder dos Anglos se olham. O homem rústico com a pele humana na cara e usando a pele de urso negra fala algo. Os dois parecem discutir. O Anglo ergue os seus dois machados. Sir Medrod o encara com o queixo erguido esperando o golpe. Então um virote fura a armadura de couro do líder Anglo. Os braços de Cwichelm que sustentam   os machados caem. Depois mais um perfura o seu peito e o outro no olho arranca a pele humana. O rosto barbudo e cheio de cicatrizes se enche de sangue e o homem cai de seu cavalo. Uma roda de lâminas são erguidas o dilacerando e Beorthric com a besta em suas mãos faz uma vênia para Medrod seguir em frente.
Sir Medrod: “Disparar!”
Uma saraivada de flechas, disparadas pelos homens de Oxford, voam. Eles vêem tanto saxões quanto seus homens e de Ælle caindo, perfurados por flechas. O caos toma conta do campo de batalha. 
Lá dentro do feudo o combate está encarniçado. O chão está escorregadio de sangue e tripas. Os mastiffs chegam onde Sir Enrick e só cem homens estão. Seus donos vêm logo atrás e caem sobre eles. Um bando de howling (uivantes) os comanda, todos com as cabeças raspadas uivando e saltando surgindo no meio daquele mar de inimigos. Eles não usam armaduras, lutam com o peito nu, com tatuagens com o símbolo de Wotan. Tem braceletes cheios de espetos de aço para apunhalar. Não usam escudos e estão armados com manguais. Sir Enrick, montado em Hefesto, decapita o cachorro que tentava morder o seu cavalo. Ele vê ao redor muito saxões caírem flechados pelos arqueiros de Marion, no alto da montanha. O saxão ergue o machado para cravar no peito do cavalo de Enrick mas o Marshall manobra saltando para frente e girando em meia lua empinando o animal e esmagando o seu inimigo com as patas dianteiras.
Ao redor um aldeão treme no chão enquanto tem suas entranhas comidas pelos cães.  Em um ato desesperado outros começam a atirar pedras nos inimigos que se aproximam. Outro heroicamente consegue derrubar Sir Bege de seu cavalo escalando o animal e o puxando para o chão. O cavaleiro consegue ficar por cima dele e bater a cabeça do pobre homem no chão até ela quebrar e o homem morrer. Bege, filho de Sir Medrod, levanta mas seu cavalo já fugiu em disparada. O seu escudeiro se aproxima mas o garoto leva uma pedrada que também o derruba de seu cavalo e o mata quebrando o seu crânio. Marion comanda mais um ataque e dizima toda a Cavalaria inimiga.
Em cima da muralha que dá para o lado de Sarum, onde existe a ponte, um lanceiro grita. 
Sentinela: “É um cavaleiro celta! Ele tem cinquenta lanceiros! É o estandarte de Santo Albano!”
Sir Enrick: “É Sir Lycus! Ele atendeu o chamado!”
Sir Bruce: “Tem certeza Enrick? Ele nunca foi flor que se cheire!”
Sir Enrick: “Não tenho escolha. Abram os portões!”
Então o portão oeste se abre. Os aldeões que se refugiaram ali já partiram para longe. Os homens de Lycus adentram pela ponte com o brasão de Santo Albano carregado por seu escudeiro. Sir Lycus, usando a sua armadura composta reluzente e o elmo com uma cruz no topo, comanda os seus homens para formarem uma parede de escudos que atravessa a ponte. Sir Bege comandando uma parede de escudos com os saxões os encaram enquanto Sir Enrick tenta reunir os poucos homens que lhe restam. Os observadores que estavam na murada descem em direção ao Celtas recém chegados empolgados para lutar. Eles entram na ponte e prestarem reverência se curvando perante à Sir Lycus que olha pra frente e inclina a sua cabeça. Alguns lanceiros se viram e atiram as armas os matando enquanto Sir Lycus e seus cavaleiros os passam a espada os traindo.
Sir Bege grita: “Lycus chegou! A ponte é nossa! A Ponte é nossa! Juntem-se a ele! Juntem-se a ele!”
A ponte foi tomada pelo inimigo! Um homem de Sir Lycus abre os portões. Eles vêem lá fora outros feudos pelo campo ponteado por colinas. No horizonte parece estar se aproximando uma torre de cerco vindo do oeste.
QUARTA HORA:
A quarta hora começa com Sir Lycus, os traindo e tomando a ponte do feudo. Os saxões e os cavaleiros de Oxford recuam para lá. Lá fora tudo está um caos. Com o inimigo já se recuperando do primeiro ataque. Os Anglos não sabem exatamente o que aconteceu com o seu líder e sem comando lutam desordenadamente. Beorthric e Sir Medrod se deslocam para trás do flanco esquerdo que se vira e se transforma na retaguarda da força inimiga. Próximo a ponte o inimigo vai recuando tentando manter uma formação de defesa com seus escudos levantados. Voam pedras, paus e flechas na direção deles atirados pelos poucos homens comandados por Sir Enrick. O fogo arde enquanto os tetos das casas desabam e a fumaça é sufocante. A toca do lobo agora é um monte com uma fumaça densa saindo do topo. As plantações ainda queimam.
A tropa inimiga dá passos para trás mantendo uma parede de escudos. Eles tentam manter a formação sólida. 
Sir Enrick: “Parede de escudos! 3 para 1! Que os Deuses nos protejam!”
E vão se aproximando da entrada da ponte enquanto os lanceiros de Lycus arremessam mais lanças por cima da sua própria parede de escudos. Alguns homens caem. E Sir Enrick é atingido na barriga. O peitoral se racha e o Marshall sente a ponta afiada entrar em seu estômago. Sua visão turva e seu espírito fraqueja. A lança sai deixando um ferimento que começa a brotar sangue fresco. Em um último esforço, sentindo o gosto de sangue na boca, Sir Enrick grita.
Sir Enrick: “Sigam-me! Vamos!”
Sir Lycus: “Atenção homens! A ponte é nossa. Resistam firmes! Quero esses heróis de merda mortos antes do pôr do sol!”
Os cachorros se misturam entre as fileiras amigas ferindo e arrancando dedos e nacos de carne. O inimigo espera a sua investida contra a parede de escudos. O choque é como um estrondo entre as madeiras de tília e as boças de metal do escudo. Alguns homens caem na parede de escudos. Sir Enrick golpeia com um martelo rachando um crânio. Mas um saxão o estoca com um seax. A lâmina longo e fina entra em sua costela. Sir Enrick sente a dor aguda, vira os olhos e cai sangrando muito. Sir Bag ao seu lado, bate a sua cabeça na do saxão e o mata com um pisão em seu rosto. Ele golpeia sua enorme massa para o outro lado rachando o crânio de outro. Então o enorme cavaleiro Bag arrasta Sir Enrick para retaguarda. 
Lá fora os filhos de Wotan da guarda de Beorthric cercam o seu comandante sentindo que o seu Rei está em perigo. Eles usam escudos com corvos pintados e todos tem um olho cego por fogo. Estão com armaduras reforçadas, espadas e machados de aço de alta qualidade. O Rei de Nohaut se prepara para receber um ataque mas está com a sua besta apontada. Sir Medrod ao seu lado tem a sua guarda pessoal com cavaleiros bem armados e protegidos por armaduras. Os dois parecem assustados.
Então os Anglos, sem líderes, correm para a retaguarda enquanto Ælle avança. Eles vêem os arqueiros de Oxford e entendem que foram traídos e então começam a atacar os seus próprios aliados. 
Ælle: “Temos caminho  aberto até os comandantes inimigos!”
O Rei de Sussex gira a sua espada de duas mãos, por cima da cabeça, e sendo mais alto que a maioria dos inimigos, corta cabeças e mãos dos inimigos que se erguem para se proteger. Todos já estão com as armas embotadas. As cotas rasgadas. O sangue escorrendo do rosto. Então, com os olhos concentrados e cerrados, Beorthric dispara a sua besta e os virotes começam a voar de sua liteira.
Ao mesmo tempo Ælle leva muitos golpes de espadas e machados. Nada rompe a sua cota de malha de aço reforçado. Ele desvia de um martelo de batalha que acerta o inimigo ao seu lado que tem a cabeça arrebentada. Ele se abaixa e com um golpe em arco baixo arranca o joelho do homem que cai com a perna amputada. Mas então um virote brota de seu peito fazendo o Rei saxão se curvar e derrubar a sua espada sumindo no meio da batalha. 
Lá dentro Marion vê no horizonte o que parece uma torre de cerco se aproximar. Na verdade cada vez que ela ergue o pescoço no meio do combate ela parece maior. Logo parece os grandes bonecos de palha que são erguidos no Beltane. E então começam a sentir a terra tremer. Por um minuto o combate para. Os cavalos se assustam. Parte da muralha que estava rachada, mas que ainda não tinha caído, agora desaba. Na era uma torre... Um gigante se aproxima pelo oeste. 
A criatura se aproxima rapidamente. Lá de fora também pode se sentir a vibração de suas passadas. Logos todos sentem o cheiro pútrido e vêem suas feições além das muralhas. Sua cabeça se ergue atrás da muralha oeste. Ele olha lá para dentro com os olhos curiosos. Então ele começa a sacudi-la. Todos olham para a criatura. O silêncio é total. O muro cede em alguns pontos. Ele aumenta a intensidade e ela não parece ceder. Então escutam o som de chicotes e aí o gigante fica enlouquecido e começa a bater com a cabeça na muralha que racha mais um pouco. Então ele a empurra mais uma vez e tudo vem abaixo. Sir Lycus e Sir Bege na ponte olham sem saber se a criatura é amiga ou inimiga enquanto ela caminha por entre as pedras tombadas. Então o gigante para, dá um urro e ergue o seu enorme pé. Nesse momento uma sombra cobre a ponte. Então Sir Lycus e Sir Bege olham para cima assustados. E o gigante desce o seu pé que pesa o mesmo que um barco de 50 remos. 
O gigante esmaga os dois cavaleiros, a parede de escudos, os cavalos. E a ponte de pedras se arrebenta em dezenas de pedaços enquanto a água se desloca voando em uma torrente tão forte em todas as direções que cai como se fosse uma chuva apagando os incêndios. Os inimigos à frente da ponte entram em pânico e começam a correr. Eles vêem o meio irmão de Sir Enrick, Scur, atrás da criatura e cutucá-la com uma lança longa enquanto ela começa a correr. Ele desvia das pedras com o seu cavalo e mais quatro saxões o seguem com chicotes e lanças pastoreando o gigante.
Scur (Gritando): “Saiam da frente! Quando Argos começa não escolhe. Só destrói tudo que vê pela frente!”
Eles pastoreiam a criatura a flanqueando. Mas com o mínimo de controle. E ela caminha pisando em tudo que se move em seu raio de visão. Sir Bag coloca Enrick em seu ombro como um saco de nabos e corre para a colina, saindo do caminho do Gigante. Ele caminha por entre a vila em escombros e fumaça. Pisa em vários aldeões feridos. Em uma vaca. Scur o cutuca com a lança. Tudo estremece e ao chegar no inimigo que foge, ele começa a pisá-los pelas costas. Eles vão sendo esmagados, as massas de carne e sangue são deixadas impressas no chão. Ele chega lá fora, para e grita novamente. Então  os saxões, Anglos, os homens de Oxford olham aterrorizados. 
Sir Medrod: “Retirada! Retirada! Retirada!”
Então começa o desespero e toda a tropa inimiga começa a correr como loucos se dispersando para todos os lados. E o gigante é cutucado pela lança e chicoteado por Scur e começa a os perseguir. Argos corre, os homens de Beorthric entram em pânico e correm desesperados. O sem joelhos fica abandonado em sua liteira. Ele grita, abandonado, quando o pé da criatura se aproxima dele. Sua liteira leva um chute o lançando metros enquanto o Rei de Nohaut se espatifa rolando para longe. O gigante segue em frente sumindo junto com Scur e os seus pastores de gigante perseguindo o inimigo que foge sendo esmagados e recebendo pedras enormes que serviram como cargas para as armas de arremesso. Sir Medrod desaparece tomando a dianteira com trinta cavaleiros de sua guarda pessoal em direção as terras de Duque Ulfius.
No final da quarta hora a batalha acaba. O feudo do Barão Algar está destruído. As muralhas dos dois lados. As plantações, a vila, a ponte e a toca do lobo. Todas emanam fumaça negra. Existem corpos espalhados por todos os lados. Alguns se arrastam feridos. E outros sentam no chão tremendo com as mãos no rosto. Mães sobreviventes choram as mortes dos filhos e maridos se ajoelham perante os corpos de suas mulheres amadas. 
O Rei Ælle é carregado, inconsciente e sangrando muito, para dentro do feudo e colocado no sopé da colina. Quando retiram sua cota de malha, os virotes parecem ter penetrado fundo e o sangue enche a relva. Um curandeiro saxão começa a rezar, a misturar ervas e a tratá-lo. A guarda pessoal do Rei fica ao seu redor protegendo junto com o seu bando de filhos. Todos parecem preocupados. Um dos bastardos de Ælle fala à Marion.
Osmund: “O Rei mandou Scur trazer o gigante para o campo de batalha. Queria se certificar de que vocês cumpririam o que prometeram. Caso contrário era o Feudo do Celta que seria esmagado. Lutaram bem!”
Todos os outros a cumprimentam com acenos de cabeça enquanto a guerreira se ajoelha perante a seu marido, Sir Enrick, aparado por Sir Bag que chora. Lady Marion abre a armadura enquanto o sangue brota. Ela pega algumas ervas e vai limpando. Depois o costura. Após algum tempo a consciência do Marshall vai retornando.
Lady Marion: “Graças a Deusa ele viverá.”
Sir Enrick sem conseguir falar. Com dois grandes cortes na barriga e dorso. O seu rosto queimado no lado esquerdo e com o olho destruído pelo fogo do mesmo lado permanece deitado. Na frente de Winterbourne Gunnet está Beorthric, o sem pernas. Está de bruços no descampado. Ele tenta se arrastar em uma tentativa ridícula de se afastar dali. 
Beorthric: “Maldito Celta! Desgraçados!” 
Ele cospe no chão. 
Beorthric: “Me matem de uma vez!”
Marion o chuta no rosto. Ele perde alguns dentes. O saxão é amarrado  e levado para a tumba dos Cavaleiros Negros em Dinton e deixado preso lá. Sir Bruce se aproxima, vindo da toca do lobo, com a cota de malha quebrada. Metade do rosto coberto de sangue e o elmo rachado. Um dos olhos fechado por um grande hematoma. E metade de sua lâmina quebrada. 
Sir Bag: “Não achei nada lá em cima. Só brasas. Nenhum corpo parece com o da Baronesa e não vi nenhum sinal da coroa dos Pendragons. Achei corpos carbonizados das Aias e de algumas crianças.”
Todos os cavaleiros se reúnem no sopé da colina. Sir Dalan traz um chifre de hidromel que vai passando enquanto conversam olhando a morte e destruição. Os corvos começam a se banquetear. Os reviradores de corpos já andam por entre os cadáveres procurando coisas de valor. 
Arina: “Há essa hora o Conde Ulfius já deve ter capturado Sir Medrod.”
Padre Carmelo: “Exato guerreira. Mas, nunca pensei que um gigante nos salvaria!”
Eles ficam em silêncio pensando nas mortes e na batalha. Então Scur retorna com seus homens e vai até eles. 
Scur: “Levei o gigante bloqueando a passagem para o norte forçando os homens de Oxford  a entrarem nas terras de Ulfius. Logo o gigante foi atrás dos Anglos. Devem estar correndo até agora para o leste. Deixei Argos ir. Ele sabe o caminho de Sussex de volta. 
Eu vi alguns cavaleiros de Oxford em fuga carregando uma senhora com eles.”
Lady Marion: “Era a Baronesa Adwen! Só pode, não há sinal do corpo dela.”
Arina: “Vamos atrás deles? Agora! Se Ulfius os der combate ainda podemos salvar a Baronesa. Devemos isso a memória do Barão. Quem está comigo?”
Lady Marion, Sir Dalan, Sir Bag e Sir Bruce fazem um gesto com a cabeça.
Lady Marion: “Vamos rápido! Caulas, traga os cavalos!”
Então eles cavalgam rapidamente para leste seguindo o rastro de cavalos pisoteados com as barrigas estouradas. Cadáveres que mais parecem sacos de ossos quebrados em possas de sangue. Centenas deles por todo o caminho como se fossem pedras brotando do chão amarelado de outono. O sol vai se pondo lentamente e eles entram no Ducado de Ulfius e do alto de uma colina se deparam com uma cena terrível. Corpos, cavalos e estandartes caídos. Todos com as suas armaduras romanas quebradas. Suas armas parecem ter desaparecidos. E muitos homens com o brasão de Oxford cosido no peito jazem entre eles. Também estão desarmados. Os cavalos desapareceram. 
Lady Marion: “Vamos nos aproximar.”
Caminhando pelo campo Marion encontra o Duque Ulfius caído respirando muito mal cheio de virotes. Quando ela retira o peitoral da armadura, para ajudá-lo, uma torrente de sangue espirra com o batimento de seu coração. Existem mais de dez virotes em seu corpo. Ele lentamente abre o seus olhos. Sua boca está seca, um dos virotes  atravessou o seu pescoço. 
Ulfius: “São vocês mesmos? Tenho sede, me dêem hidromel! Nada como morrer em campo de batalha como meu pai e o pai dele. Mas a traição. Que os deuses os punam.  Eu queria ser o Rei da Britânia. Parecia que com o apoio de seu pai, Marion, eu conseguiria. Mas nem tudo é como sonhamos. Meus antepassados me aguardam. Dêem minha gladius. Olhem lá no alto.”
Ele segura a arma, estremece, tosse sangue pelo canto de sua boca e finalmente ele morre com o olhar fixo em uma águia que voa acima da heroína e do Duque. Então eles escutam uma voz de uma pessoa idosa.
Adwen: “Marion! Marion!”
Eles encontram a Baronesa amarrada em uma árvore, próxima do descampado. 
Adwen: “Quem me soltou foram os homens que atacaram o exército de Ulfius. Fui capturada pelos Cavaleiros dos Usurpadores antes deles fugirem. Então quando chegamos aqui, fugindo do gigante, o Duque estava sendo atacado por um bando enorme de gente esfarrapada com centenas de virotes de bestas voando como um enxame de abelhas. Varando as armaduras como se fossem de papel. Então eles também mataram os oxfordianos. Só Sir Medrod e alguns poucos fugiram. Quando ia ser morta por eles... O Cavaleiro branco os impediu e todos obedeceram imediatamente. O Cavaleiro que os liderava falou que irá libertar qualquer homem ou mulher nas masmorras dos feudos para que possam lutar ao seu lado erguendo uma espada ou atirando uma besta. Disse que são o Bando Branco e que a coroa dos Pendragon agora lhe pertence.” 
Nesse momento a Condessa Ellen, em sua égua branca, chega à Silchester escoltada por Sir Léo e seus homens.
Ellen: “Dentro de Oxford deve estar Sir Medrod e meia dúzia de soldados. O resto devem ser aldeões. Lady Marion comande um cerco agora mesmo e arranque o maldito lá de dentro. Lady Marion de Tishea Stanpid, lhe cedo as terras de Oxford, aquelas tiradas por força pelos usurpadores. Bastam continuar o cerco e tomar a cidade. Ela será sua.”
 Ano de 503, 6 meses depois.
A primeira nevasca cai forte em Logres. O acampamento ao redor de Oxford está com as fogueiras acesas. Os soldados cavam dia e noite buscando manter os caminhos, entre as tendas, desobstruídas. Os heróis acabaram de acordar e estão na frente do pavilhão comendo um pedaço de pernil. Um mês ao redor de Oxford e as únicas almas vistas nas últimas semanas foram poucos arqueiros por entre as ameias. Todos os dias é a mesma coisa. 
Sir Bag: “Lá vão eles!” 
Entediados seus arqueiros se aproximam atrás dos tapumes de carvalho e disparam. Às vezes acertam alguém. Um deles se expõe corajosamente e tenta a sorte. Derrepente todos vêem um homem cair por entre as ameias flechado no pescoço. Eles comemoram enquanto recuam e recebem hidromel  quente para comemorar.
Padre Carmelo: “Seis meses senhora! O tempo passa rápido demais. Mais de um terço de nossos homens desertaram e metade que ficou está gripada ou com disenteria. Não sei quanto tempo resistiremos.”
Sir Bruce: “E o pior que a comida está acabando. Nos retirarmos agora será uma derrota. Os aldeões não confiarão mais em nós.”
Lady Marion: “Ficaremos até o fim! E isso é uma ordem!”
Arina: “Estive falando com os batedores. Disseram que viram vilas saqueadas e assentamentos saxões destruídos pelo Bando Branco. Estão chamando o líder deles de: O Ferve Corpos. Dizem que viram muitos cadáveres amarrados e colocados em um grande buraco cavado e forrado de peles com água fervente. Atacam saxões e celtas... Eles não distinguem ninguém.”
Sir Enrick: “Notícias do Rei Ælle, Padre?”
Padre Carmelo: “Parece que o seu pai ainda luta pela vida Sir Enrick. E os seus meio irmãos irão usar o aço um contra o outro para ver quem fica com a coroa de Sussex se ele morrer.”
Então um cavalo se aproxima pisando a neve fofa. O homem tem costurado à frente de sua túnica o brasão de Sarum. Ele desce do cavalo e se ajoelha. Tem os cabelos castanhos e soltos e usa uma espada de duas mãos pendurada na cintura. É o mensageiro William de Sarum.
William: “Meu senhores e Milady! Trago uma mensagem da Condessa Ellen.”
MENSAGEM: “Marshall do condado Sir Enrick Stanpid. Pelos serviços prestados estou lhe ofertando as terras do finado Duque Ulfius. Precisamos ampliar as nossas fronteiras. Dessa maneira conseguimos reconquistar mais um pedaço de terra que pertencia a Logres anteriormente. Mantenha a terra sobe a sua proteção. Estou designando uma quantia razoável de prata para que reconstrua as terras do Barão Brian pois o seu feudo se mostrou estrategicamente vital ao condado.”
Então antes do anoitecer, enquanto eles tentam se protegem do frio, escutam uma voz vindo das muralhas altas. 
Cavaleiro: “Capachos de Ellen! Ei capachos de Ellen! Olhem aqui bastardos. Filhote de saxão! Ei, olhem o que eu tenho aqui pra vocês!”
Eles vêem em cima da muralha o padre Pertoines: O filho de Uther, segurado pelo pescoço com o aço frio de uma espada em seu pescoço.
Cavaleiro: “Sir Medrod me enviou! Se retirem até ao meio dia de amanhã, ou irão começar a receber os pedaços do padre. Foram avisados latrinas de Sarum! Vão embora. Voltem para o buraco de onde saíram.”
Padre Pertoines: “Não os escutem! Fiquem... Ouçam o que eu digo! Fiquem!”
Ele se solta por um piscar de olhos. O cavaleiro tenta acertá-lo com a mão enluvada mas erra. Ele se abaixa, o homem quase cai por entre as ameias. Então quatro lanceiros o dominam o enchendo de socos. Eles somem do passadiço levando Pertoines. 
Sir Enrick: “Desgraçados! E então Senhora?”
Lady Marion: “Decisão difícil. Mas... Ficaremos.”
Durante a madrugada fria, debaixo de uma nevasca, todos vão dormir. E sonham pesadelos confusos com Oxford, o Padre sendo mutilado. Com Medrod em meio a chamas. Com um vento forte maligno trazendo palavras que eles não entendem: Agares, Vassago, Samigina, Marbas, Valefar, Amon, Barbatos, Paimon, Buer, Gusion. Os sonhos são cheios de sons e gritos terríveis. Eles vão ficando mais altos. Então percebem que os sons parecem reais. Eles despertam com o coração disparado. Algumas moscas lhes perturbam. Umas cinco. Depois dez... Trinta... Centenas delas. Uma nuvem preta voa dentro do pavilhão.
Então algo invisível parece passar por eles. Algo como um vento quente que se dissipa. Mais a suas almas parecem ser estar cheias de sentimentos tristes e maldade. Algo tão forte que causa náuseas e tontura. Por extinto eles gritam e vomitam. O acampamento inteiro está assim. Os soldados gemem e se lamentam. Lá fora, iluminado pelos archotes, o acampamento está um caos. Alguns ficam prostrados chorando. Outros olham para o céu em meio a nevasca e outros correm em desespero. Os animais se soltam e fogem para longe. Todos os seus objetos sagrados tremem em uma alta frequência. Então a sensação passa como um estalar de dedos. Aqueles que estão caídos erguem a cabeça tentando entender o que ocorreu. Então todos olham em direção à Oxford. E uma sombra, como um círculo maligno vai se fechando sobre ela por todos os lados. Então começam os gritos de desespero dentro das muralhas. Primeiro dezenas, centenas e milhares. Pontuados por rugidos e urros infernais. Depois os gemidos de dor começam e a penumbra paira envolvendo a cidade em uma bruma negra. 
O pouco que conseguem ver são vultos no passadiço do tamanho de três homens. Uma horda deles e corpos mutilados e dilacerados começam a ser jogados na neve branca. A cor vermelha do sangue se espalha ao redor da muralha com cadáveres de soldados, crianças, mulheres, homens e idosos caindo lá para fora. Do castelo eles podem ver pessoas se atirando das torres. Alguns em chamas. Uma das torres à direita tem um incêndio. Logo os telhados das casas ardem como se todos se incendiassem ao mesmo tempo. Então a ponte levadiça desce rápida como se alguém ou algo tivesse cortado as correntes. Lá dentro de dentro correm uma centena de pessoas, a maioria com os corpos em chamas. Elas gritam desesperadas. Os cachorros e gatos somem em pânico na escuridão. As pessoas caem mortas se debatendo na neve deixando uma fumaça mórbida. O cheiro de carne queimada está por todo o lugar. Uma nuvem negra de moscas se entrelaça por entre as vítimas. Sir Medrod é inconfundível. Sem um dos braços. Com os cabelos destruídos e com a armadura saindo fumaça. Ele corre pela neve para longe em pânico, tropeçando e olhando para trás. Sir Enrick enlouquecido corre em direção à ele.
Sir Medrod: “Pelo menos me dê a honra de um combate singular, filhote de saxão!”
Sir Enrick, desarmado o encara, com Oxford ao fundo em chamas. Com os cadáveres caindo das muralhas e as moscas os envolvendo em uma nuvem negra. E Sir Medrod saca a sua espada e golpeia... A cada golpe de espadas os insetos acompanham a dança da arma. Sir Enrick desvia de todos corajosamente enquanto os seus soldados observam a valentia do Marshall, desarmado, enfrentando seu inimigo. Cansado, esfomeado e abatido Sir Medrod fica exausto e comete um erro. Sir Enrick lhe acerta uma cabeçada o derrubando no chão. Ele lança a espada do inimigo para longe enquanto agarra sua mão e quebra o seu dedo. O som da fratura e o grito do homem, levando-o a vomitar choca até mesmo alguns soldados experientes. Sir Enrick arranca o seu anel de horsa. De joelhos enquanto ao fundo Oxford é rodeada por cadáveres empilhados e do portão continuam saindo pessoas ardendo em chamas Sir Medrod olha para a cidade: “Tudo perdido! Tudo perd... argh!” E cai de bruços morto enquanto Sir Enrick quebra o seu pescoço. 
Neste momento Sir Enrick parece ter visto, por entre os vultos no alto da muralha, uma figura que Algar já tinha lhe contado ter visto em uma jornada espiritual vários anos atrás: Um demônio chamado Mefistófelis.
Derrepente tudo vai ficando em silêncio. Os gritos vão diminuindo. Um circulo com milhares de corpos pintam a neve de carmim ao redor da cidade. O incêndio se espalhou por todos os lugares. Na entrada, como se a cidade tivesse vomitado pelos seus portões, cadáveres carbonizados jazem congelados pelo frio. Então o chão parece tremer e a grande sombra se movimenta para baixo e começa a entrar na terra. A penumbra que envolvia Oxford vai contrastando com a neve que reflete as chamas altas. As milhares de moscas caem mortas. Até que só sobram os estalidos das chamas e as casas pegando fogo.
OXFORD:
Assustados Sir Enrick, Lady Marion e alguns soldados cruzam os portões da cidade. A fumaça sobe para o céu encoberto. A neve cai em pequenos flocos flutuando no ar. Lá dentro por toda parte existem corpos degolados, outros com as entranhas abertas, outros com a cabeça retorcida. Um tapete negro cobre a neve. Eles pisam e o som dos milhares de insetos mortos vão quebrando debaixo de suas botas.
Eles vêem arranhados na parte e dentro da muralha como se fossem feitos unhas. Maior que as lâminas de uma espada de cavaleiro. Muitos corpos tem marcas de dentes. Outros estão pálidos sem sangue nenhum.
Tudo que era vivo ou respirava se exauriu. Até mesmo os pássaros, cachorros e gatos. Eles seguem o caminho que leva até o castelo. Precisam achar o caminho por entre a rua de corpos. Chegam na ponte levadiça descida a força, com as correntes arrancadas do encaixe. Os portões de carvalho estão destruídos e a grade foi retorcida como se fosse de papel. No pátio os empregados estão todos caídos mortos formando um mar de cadáveres. 
Dentro do castelo não é diferente. Atravessando o salão de audiências, com o chão repleto de sangue cobrindo as esporas, eles vêem as tapeçarias rasgadas e destruídas. Os quartos, o salão de banquetes estão todos tomados pela morte. As estrebarias no pátio, os alojamentos dos soldados, tudo está quebrado. Os corpos das mulheres foram violados arranhados e mordidos. Existem moscas e mais moscas por todo o chão.
Descendo para as masmorras vai diminuindo a quantidade de corpos e os arranhões nas paredes de pedra. São encontrados alguns soldado mortos e o carcereiro com as chaves penduradas na cintura. Os archotes ardem iluminando as paredes. As celas estão todas fechadas. Mas lá dentro os prisioneiros, alguns acorrentados à parede, estão todos abertos na barriga. Alguns sem o coração e outros com o órgão devorado. Alguns corpos se resumem a uma mancha de sangue que pinga grudada do teto da cela. O cheiro de morte no lugar sem janelas é nauseante. 
Caminhando até o final do corredor existe uma cela. O Padre Pertoines está caído de bruços dentro dela. Tudo parece limpo e intocado ali dentro. Exceto por desenhos traçados no chão. Quando Enrick toca o corpo de Pertoines ele está gelado. Quando viram o padre ele está pálido. Eles não tem nenhum ferimento. Em suas mãos existem pentagramas desenhados com um objeto ponte agudo rasgando a sua carne. Está com a sua túnica de monge aberta.
Uma chave com símbolos místicos ainda com sangue fresco foi desenhada em seu peito. Um pote de bronze, usado para servir água aos prisioneiros, com inscrições mágicas está tombado ao seu lado. Pequenos pedaços de cabelo da mesma cor negra da do padre estão colocado em cada ponta de uma estrela de seis pontas desenhado no chão. E em cada uma delas esses fios foram queimados. Então Pertoines abre os olhos, eles tem a impressão de que ele esteve por um segundo vermelho. Ele olha para os heróis muito fraco.
Pertoines: “Vocês estão vivos? Graças a... Eu sabia! Só tinha que esperar a hora certa. Precisava de sacrifícios para desencadear a ... Proferir as palavras certas. Desenhar os símbolos mágicos, que fiz quando roubei a adaga de um dos guardas que me levaram até a muralha aquele dia para mostrarem à vocês. Sem pergaminho usei meu próprio corpo. Para o jarro das almas, usei o de água que os guardas me trouxeram. Para as velas usei meu cabelo. Quando seus arqueiros mataram uma quantidade de almas que seria necessário, o círculo começou a pulsar e eu soube que era a hora e que Oxford cairia. Medrod achava que se eu estivesse longe do Selo de Salomão ele estaria seguro.” 
Então Enrick apoia de um lado, Marion do outro e o ajudam a sair dali. Enquanto caminham de volta ao pátio principal Pertoines fica em choque com a cena de morte. Seus joelhos vacilam e ele se apoia em uma parede e acaba sujando as mãos de sangue e vomita.
Pertoines: “Eu não pensei que iriam atacar inocentes. Eu nunca pensei! Eu não sabia. Eles foram as oferendas. Eles foram o sacrifício que o livro falava.” 
Lá fora olhando a cidade desolada em chamas e rodeada por uma muralha de dois metros de altura de corpos amontoados eles vislumbram a cena ao lado dos seus homens. Pertoines tem os seus olhos cheios de lágrimas enquanto o fogo pinta de laranja os floco de neve. 
Pertoines: “Amigos! Depois de eu ser forçado a ficar meses tentando decifrar a chave de Salomão por Sir Medrod. Eu descobri como usar o conhecimento do livro. Mas... não contei ao cavaleiro deformado. Então esperei o momento certo. Eu achei que seria cortado e morto essa noite e então decidi que Oxford deveria sair das mãos dos usurpadores. Mas esperava que apenas as almas maus fossem atacadas. Não foi assim... Agora estou com a minha alma manchada de negro, suja de sangue. Senhores, hoje eu descobri como desencadear uma energia inimaginável... A chave de Salomão vai mudar o rumo da história da Britânia.” 
FIM
EPÍLOGO:
Sir Enrick aquela madrugada deixa Oxford para trás sozinho, deixando o acampamento e a cidade em chamas para trás. Ele sobe uma colina e lá embaixo, se estende, a grande planície negra. Silenciosamente Enrick retira a sua armadura negra e a leva para fora. Em meio as brumas da fria madrugada ele a monta, em galhos fixados no chão, peça por peça. Só a fogueira arde refletindo no peitoral negro que absorve quase toda a luminosidade do fogo. Ele está no topo da Colina do Cavalo Branco.
Hefesto mexe uma das orelhas e bate com um dos cascos. As respirações dos dois se condensam com o frio da noite. Hefesto passa a cabeça em seu companheiro de uma vida. Sr Enrick relembra as palavras do lendário ferreiro. 
Weyland: “Flecha Ligeira, esse cavalo não pertence à você. Nunca pertenceu. Pertence a rainha que repousa na colina. Mas você é abençoado por tê-lo. Se ela não quisesse você não o cavalgaria. Um dia você terá que o trazer de volta para casa. Um dia precisarei de um favor! Aí você poderá me pagar pelo que lhe disse.”
Hefesto parece calmo. Mais uma vez pede carinho. Ele bate com o casco no chão algumas vezes e curva a sua cabeça. Sir Enrick o agrada e retira a sua adaga da cintura. Eles se afasta erguendo a lâmina atrás de sua cabeça e desfere o golpe com muita força transpassando a jugular de seu lendário companheiro de batalha. Hefesto relincha uma vez. Dá um pequeno passo à frente. Volta... Sem forças ele senta, até que as patas de trás sem forças sedem. Então ele deita. Se debate um pouco. Seu corpo então treme e sua vida se extingue. 
Um misto de desespero tristeza e solidão se juntam à um vazio dentro do seu ser. Ao lado do imbatível companheiro, a infame armadura negra parece o observar, podendo sentir através das esferas ocas, que deveriam ser os olhos, algo parecido com um ar de satisfação. Pela sua cabeça percorrem cenas desconexas. Momentos de glória que já não fazem sentido. Enrick sente seu corpo se esvaziar tomado por um desespero sem tamanho e se agarra como uma criança de colo ao corpo de Hefesto. Então ele rasga as suas roupas e se banha na poça de sangue que se forma como se quisesse limpar de toda a sujeira de sua alma. 
Então desesperado se levanta e chuta a armadura negra revoltado manchando a hedionda vestimenta de batalha com o sangue de hefesto, ele escuta ela rir. E como ri, dentro de sua mente. O Flecha Ligeira cai de joelhos no chão e sente que seu corpo parece não existir mais. Suas entranhas formam um mingau frio e amargo que escorre por sua boca. A armadura cai sobre a poça, agora um misto de sangue e vomito. Tudo gira, sons que ecoam em sua cabeça. As vozes! Os gritos! E Enrick desaba desacordado deixando para trás tudo aquilo que um dia sonhou que poderia ser.