segunda-feira, 26 de abril de 2010
Aventura 7: Nos domínios de Hades, Ano 487
Após a viagem à Londres, a desarticulação da guilda Mão Negra e a descoberta da intriga que Odirsen II vinha armando contra seu irmão Sir Algar, os heróis chegam à Salisbury. As prometidas Lady Gwiona e Lady Adwen não saem de suas cabeças e muita coisa parece que vai mudar nos próximos meses com o casamento. É dia de Beltane e faz um ano que enfrentaram Sir Garowin.
Sir Edgar está chegando em casa depois da aventura em Londres junto com Sir Algar. Tem sido anos difíceis, com campanhas cansativas e mortais, onde muitas vidas foram perdidas em vão. Muita coisa mudou desde que eram jovens escudeiros e agora se tornaram homens importantes em Logres. Com a grande soma de libras que acumulou nos últimos anos, Sir Edgar, pode tornar o seu feudo um lar respeitado, cristão e ao mesmo tempo digno dos salões romanos de antes da queda do grande império. A muralha de pedras possue torres com telhados em formato de V invertido ao longo da construção, com arqueiros permanentes, que asseguram proteção. O estandarte romano de seu pai e sua cota de armas tremulam na ponta de cada torre. Uma ponte de madeira com a murada em detalhes na forma da letra X passa pelo riacho que circula a propriedade. Dois grandes portões de madeira em arco dão acesso ao interior e a estátua de bronze de Póstumos Vitorino empunhando com a mão esquerda a Sanctu Gladius e com a direita saldando aqueles que chegam com o cumprimento típico romano foi colocada entre eles. Os homens de guarda, vestido como soldados romanos, batem as lanças com a chegada de seu Senhor e abrem um dos portões. Seguindo a estrada de paralelepípedos que serpenteia toda a terra de Sir Algar pode se ver ao longo do caminho, árvores grandes, algumas carregadas de frutas, pássaros voando, abelhas preparando o mel. Lebres e filhotinhos de raposas brincam por entre as árvores. Diferente de outros feudos a grama e o mato são aparados e cortados rentes ao solo. Alguns servos estão ali realizando este trabalho que é feito semanalmente. O caminho se inclina e em um ponto da via, que fica no alto de uma colina pode se ver lá embaixo, no vale a vila dos servos. Dezenas de casinhas no estilo inglês, feitas de pedra cinza e telhados de palha. Cachorros vira latas andam livremente em meio as galinhas. Algumas cabras leiteiras e coelhos ficam presos em pequenos currais. Uma igrejinha de madeira simples, fica ao lado. No alto da colina oposta existe uma igreja grande para os padrões feudais, a Capela de São Paulo. Na Capela a Sanctu Gladius é exibida em uma urna de ouro com vidros no altar principal nos dias santos e nas missas de domingo. A construção é feita de pedras como a muralha, mas possue colunas de mármore branco e o chão é feito do mesmo material trazido de Roma. A porta é toda adornada e no topo um grande crucifixo de pedra maciça ergue-se imponente. No teto e paredes existem pinturas de São Paulo enfrentando uma grande besta saindo das profundezas da terra e um cavaleiro com a Sanctu Gladius em suas mãos o defendendo. Bancos longos e um altar de ouro, adornado por cruzes e cálices vindos das campanhas do senhor destas terras preenchem o lugar santo.
Olhando à direita de onde está a igreja, existe uma colina mais alta e no topo uma área plana. Em cima deste outeiro, chamado pelos locais de Outeiro de Jesus Rei, foi erguida a grande casa de Sir Edgar. Dali pode se ver do outro lado as três gigantescas áreas formadas por várias léguas de terra. Divididas por sebes de pedra e eras. Na esquerda às terras dos servos onde vários deles colhem grãos de aveia, trigo, hortaliças e legumes. A do meio, onde várias cabeças de gado pastam e separados por uma cerca de pedras em um banhando deitam-se alguns búfalos. Dezenas de ovelhas estão sendo tosquiadas, carneiros, javalis, galinhas e vacas leiteiras estão em currais separados. Num pequeno lago, alguns patos se refrescam. Uma construção longa, feita de madeira serve para confinar os animais durante o inverno. Na direita os servos que devem trabalhar na terra do senhor neste dia colhem as frutas do pomar, os grãos e legumes. Carroças andam de um lado ao outro levando as colheitas. Como o clima britânico dificulta a produção de uva e por consequência a produção de vinho. Uma casa de madeira foi construída logo a frente das colmeias para se fermentar e produzir hidromel. Neste lugar também é feito o queijo e ao lado em um grande forno de pedra o pão destinado a todos os servos e a casa do senhor. Movido por bois, o moinho trabalha do nascer do sol ao anoitecer. Descendo a colina da igreja e chegando atrás do outeiro existem um aras, e um círculo para se treinar os cavalos. Existe também um campo de tiro com arco para treinamento. E os alojamentos da milícia do Cavaleiro. A grande área ao lado descampada permite praticar ataques e marchas. As armaduras usadas são romanas, bem como os escudos e elmos. Lanças e gladius são produzidos pelo ferreiro trazido de Roma para se fixar ali, onde tem sua forja jogando fumaça para o alto quatorze horas por dia ao lado do destacamento militar. Uma construção de pedra cinza com o teto plano é protegida por guardas permanentes e uma torre com arcos. Os cavalos de guerra, os de carga, armas e armaduras, bem como os escudeiros ficam ali. Na área leste entre o outeiro de Jesus Rei e a muralha se estendem uns cinquenta quilômetros quadrados de bosques onde Sir Edgar e seus convidados praticam a caça.
Subindo com as montarias pelo caminho de paralelepípedos se vê a grande casa térrea. Cercado por colunas que sustentam a entrada em formato de triângulo de pedra branca, esculpido está uma mão empunhando a Sanctu Gladius. De um lado Póstumos Vitorino e do outro São Paulo, os dois vestidos com túnicas romanas com louros em suas cabeças e com os indicadores apontado para a espada sagrada gravada no mármore. O chão da sala principal é feito também de mármore vermelho e branco em padrões hexagonais. Cadeiras, espreguiçadeiras e baús e uma mesa grande para banquetes preenchem o local. O teto é feito de pedras formando padrões quadrados. Uma grande lareira adornada por anjos esculpidos no próprio mármore existe ali. As portas são todas de correr com detalhes em ouro e prata. Tapeçarias religiosas mostrando a via cucris e uma maior, ocupando destaque, conta sobre a batalha de Mearcred Creeck, a luta contra Swered, depois contra Sir Morris e a recuperação da espada milagrosa. Lá fora uma grande varanda com colunas permite a vista da área de treinamento e das terras cultivadas. Um jardim com fontes construído ali no grande platô se estende após a varanda. Árvores frutíferas cercam o outeiro. Colado a casa principal, com acesso pela varanda, existe uma segunda construção quadrada. No interior quatro colunas, a frescos decoram mostrando Netuno e Jesus protegendo as embarcações. No teto, entre as colunas, uma abertura retangular e no chão no mesmo formato desta abertura existe uma piscina de banhos termais.
E é ali que Sir Algar e Sir Edgar estão conversando e tomando banho nas águas fumegantes que sobem para fora da casa depois da viagem de volta. Um serviçal fica de pé próximo com toalhas e togas para quando saírem. Outros traz vinho e repõe os queijos e frutas consumidas. Os heróis conversam sobre a aventura em Londres e seus casamentos.
Após o banho termal Sir Edgar e Sir Algar, no final da tarde, estão em frente a grande casa quando vêem a comitiva de Sir John Smith chegar. As quatro Ladies, três filhas e mãe, estão em uma carroça conduzida por um servo e seu pai cavalga à frente com seu cavalo de guerra todo enfeitado com suas cores, azul e branca e uma armadura prateada que brilha ao sol do fim de tarde. Oito Cavaleiros fazem a sua escolta igualmente bem armados e com suas reluzentes armaduras. Lady Gwiona, olha um pouco tímida mas com um pequeno sorriso ilumina o dia de Sir Edgar. Sir John desmonta e dispensa os cavaleiros, que em formação se dirigem ao vale até a área dos alojamentos militares. Enquanto as moças descem da carroça e fazem uma reverência. Lady Gwiona pega as mãos de Sir Edgar e lhe inclina a cabeça docemente. Sir John presenteia Sir Edgar com Daniel, um leão, simbolizando a sua força e a coragem. Eles conhecem o feudo de Sir Edgar e Lady Gwiona diz que será muito feliz ali. O banquete ocorre no salão principal. Então à noite, um grupo formado por quatro sacerdotes druidas trazendo tochas e montando cavalos, uma das montarias está sem sela e sem ninguém em cima e vestidos de branco, com seus capuzes e barbas longas e com pequenas foices de prata na cintura, chegam ao oiteiro. Eles aguardam do lado de fora.
Sir John smith: “Então tenha uma boa noite Sir Algar! Que Deus ou a Deusa, Jesus, Maria, Odim ou como quer que o chamemos o abençoe. As eras passam, os homens mudam, mas os deuses continuam os mesmos. É chegada a hora meu bom rapaz! Nos vemos em Stonehenge.”
Sacerdote druida: “Olá Cavaleiros! Estamos aguardando aquele, que nesta noite de Beltane será o avatar do Deus. O consorte da Deusa que renasce a cada primavera!”
Então, quando Sir Algar sai da casa o sacerdote mais velho lhe pergunta:
Sacerdote Druida: “Apresente-se homem. Hoje serás o veículo para o deus Kernunos. O véu entre os mundos se juntará esta noite e você e Lady Adwen representarão todos aqueles que crêem na velha tradição. Desvestirá as suas culpas e a sua carne humana. Voltará a origem do mundo. Deixará somente seus instintos lhe guiar. Estás pronto?”
Sir Algar responde positivamente. Então, eles começam a andar em círculos em volta de Sir Algar que parece enxergar um círculo de energia.
Sacerdote Druida: “Monte no cavalo e partamos para próximo à Stonehenge. Lá você será preparado para a cerimônia. Vamos!”
E então Sir Algar e os Druidas partem para a mata próxima ao círculo de pedras sagradas. É meia noite. Então, convidados vindos de todos os lugares de Logres se encontram em Stonehenge. Um campo enorme se estende ao redor da antiga construção e está cheio de tendas e serviçais cuidando das montarias. Sir Edgar e a família de sua futura esposa estão sentados ao redor do círculo sagrado. Centenas de convidados chegam em seus cavalos e carroças com os estandartes de cada nobre e cavaleiro. Entre os mais respeitáveis estão o Príncipe Madoc, que ficou feliz de seus amigos terem desfrutado da hospitalidade quando foram para Londres e se hospedaram em Windsor, castelo de sua posse. O Conde Roderick está presente junto com a Condessa Ellen e seus filhos. Sir Amig, cobra o casamento também de Sir Edgar e conta que é viúvo mas que consegue lutar bem ainda com as duas espadas. Sir Elad, Marshall do condado de Salisbury, que foi quem os treinou, aconselha Sir Edgar a ajudar a unir as duas religiões e diz que a amizade entre os heróis de religiões distintas e que lutam ombro a ombro são um exemplo para todos os britânicos. A nova e velha religião andando juntos. Sir Bag e sua mãe Lady Carmine chegam e o herói descobre que a mãe do grande cavaleiro o chama de Junior e o trata como um menino de dez anos. Merlim e a grande sacerdotisa de Avalon, Nineve, chegam ao círculo sagrado. Mãe Yarrow de Padstow e Sir Jakin, o escudeiro que hoje é Cavaleiro e que os ajudou a achar Sir Garowin na aventura da barreira de espinhos, chegam juntos. A sacerdotisa da antiga religião presenteia Sir Edgar com um bornel com água curativa de seu poço sagrado. Enquanto o jovem Cavaleiro se ajoelha e diz estar honrado de estar ali.
Lady Sofia, sogra de Algar, diz palavras sábias à todos: “Irmãos, não esqueçam que a máxima das duas religiões é a mesma, amar ao próximo! Podemos chamar a Deusa de vários nomes, um deles pode ser Maria. Os antigos deuses sempre buscam um meio de sobreviver.”
O tio de Sir Algar, Sir Bellias, um cavaleiro pagão aposentado, sem um dos braços e seus filhos Sir Dalan, um galante cavaleiro e Sir Alein um cavaleiro cristão bondoso, primos de Sir Algar, vem dar apoio aos heróis na luta que está se iniciando entre Algar e seu irmão Odirsen II. O irmão de Sir Algar, Melion, um aspirante Druida que teve autorização para vir no casamento de seu irmão também está presente.
Tochas estão espalhadas por todo o local e um caminho foi marcado que leva do Stonehenge a mata próxima. Dezenas de sacerdotes druidas estão ali, bem como as sacerdotisas. Todas as mulheres usam coroas de flores na cabeça. Um grupo de homens com a cabeça raspada e com chifres formados apenas por um chumaço de cabelos, sem camisa, de tangas de couro e pintados todos de vermelho batucam tambores. Assados de lebre, javali, ganso, pato, carne de boi, pernil de cabrito, ovos, frutas, carneiro, vinhos, carne de porco, bolo de mel, barris de vinho importados de Roma, hidromel e cerveja tomados em chifres ritualísticos são servidos pelos empregados. Alguns animais são abatidos ali e seu sangue espalhado pela relva. Um boneco de quatro metros de altura é queimado representando a Deusa. Todos conversam animadamente sentados na relva ao redor das pedras sagradas comendo e bebendo. Os homens pagãos usam chifres e as mulheres jogam cálices de leite no solo para que a mãe terra lhes dê frutos no ano que virá. O mastro de Beltane com fitas coloridas foi fixado no chão e vários convidados dançam ao redor. Cornucópias estão espalhadas por todo o local e os convidados se servem à vontade. Sir Edgar leva a sua noiva para dançar nas fitas de Beltane e mostra que sabe respeitar os ritos de outras religiões.
Então, próximo dali na beira de uma lago, onde se pode ver as tochas e os convidados a distância na escuridão, o druida mais velho ordena a Sir Algar:
“Vista somente está tanga de couro de alce. Prepare o seu espírito. Sinta como a natureza entra em harmonia com seu corpo, escute os tambores à distância. Respire lentamente! Este é um grande dia. O véu está cada vez mais estreito.”
Então os sacerdotes pintam o corpo inteiro de Sir Algar de azul e desenham runas verdes nestas pinturas. Um colar com pedras também verdes com uma lua nova na esquerda, uma cheia no centro e uma minguante na direita é colocado ao redor do seu pescoço. Então uma pele de Gamo com chifres lhe cobre a cabeça e ombros. Uma adaga é colocada em sua mão. Então Sir Algar caminha solenemente até Stonehenge. Os quatro druidas o acompanham dois na frente e dois atrás com tochas em suas mãos. Quando está chegando ali com os tambores rufando, Merlim, todo de branco, com seu cajado, longa barba e capuz levanta-se e sobe no altar de pedra no centro do local sagrado. Todos formam um círculo ao redor das pedras. Ele diz levantando o seu cajado.
Merlim: “Hoje! Todos os presentes neste círculo sagrado não são mais nobres ou plebeus. Hoje todos aqui são iguais porque são frutos da Deusa. Gerados por ela e seu consorte. Quando só existia escuridão ele nasceu de seu ventre e gerou seus filhos, a cada ciclo da natureza ele renasce e depois morre e assim a roda do tempo gira.”
Todos os presentes, mesmo os cristãos, sentem uma sensação de transe com a voz poderosa do Grande Mestre. E vêem o círculo pulsar de energia. Então Nineve sobe ao seu lado e diz com o poder que emana das grandes mulheres de Avalon.
Nineve: “Eu ouço um clamor no céu, eu sinto a terra tremer. Haverá criatura que não sinta o seu perfume. O orvalho da noite adivinha a brisa da manhã? Vem grande mãe porque o seu círculo já foi fechado. Ergueram-se adagas em seu nome, cálices, braceletes, anéis de fogos viventes. Vem grande mãe e renasça no coração dos homens e proteja o das mulheres, porque a sua religião é a mais antiga e todos nós somos seus filhos. Que assim seja!” (NOTA: Neste momento caiu um raio e um estrondo enorme aconteceu do lado de fora de meu apartamento. Os jogadores ficaram assustados. Eu adorei! Se tivesse jogando AD&D teria que dormir e depois ler o pergaminho para conjurar mais um desses).
Então um leve tremor de terra é sentido. O som de trovão é ouvido e o rufar dos tambores aumenta.
Merlim: “Abaixem-se e reverenciem o deus, o consorte da Deusa nesta noite de união e de Beltane.”
Então, todos os convidados, sacerdotes e sacerdotisas se ajoelham e baixam a cabeça enquanto o deus, consorte da deusa passa. Sir Algar sente que atravessou o véu. Somente os tambores marcam o ritmo de seus passos, mas percebe que não são mais os tambores que são ouvidos e sim o coração de uma grande criatura que lhe aguarda no interior da floresta, o Gamo Rei. As pessoas ao redor somem enquanto o Cavaleiro pagão caminha atravessando o círculo de pedra e ruma ao caminho marcado pelas tochas até a mata. As estrelas enchem o céu, mas constelações não vistas à milhares de anos surgem diante de seus olhos, os séculos regridem e o tempo caminha inverso. Uma grande lua cheia ilumina a noite. Os sentidos começam a ficar cada vez mais sensíveis e o som de toda a natureza é ouvido como uma sinfonia. O cheiro de tudo, do lago, do fogo, dos animais, das plantas penetram o seu espírito. A visão fica aguçada e mesmo no escuro da mata é possível ver as trilhas. Parece estar mais alto e forte, ágil e veloz. Agora Sir Algar não é mais ele próprio e sim o consorte da deusa, o deus que vem a cada Beltane para tornar o mundo fértil novamente. Então, procurando o grande animal, o deus corre silenciosamente se esgueirando por entre as árvores. Os convidados só vêem Sir Algar passar e adentrar a mata. Então todos relaxam e voltam a conversar, comer e beber.
Enquanto isso, Sir Algar do outro lado do véu transformado no deus e com seus extintos animais aflorados rastreia pela floresta a trilha do Gamo Rei farejando a mata e se esgueirando pelas árvores na escuridão. Então, eles se encontram e os dois saltam no ar. A lâmina da adaga ritualística de Avalon manejada por Sir Algar corta o pescoço do animal que ao mesmo tempo tenta atingi-lo com a sua enorme galhada. Os dois caem em lados opostos e giram. O Alce ataca Sir Algar com as patas dianteiras mas só acerta o chão úmido da mata. O Cavaleiro então gira no ar e enfia a adaga no ventre do animal e o rasga, projetando suas entranhas para fora. Sir Algar banhado no sangue do alce olha o animal golpeado que urra com o ferimento, o vapor sai de seu nariz e boca. As patas da frente sedem e logo as de trás não sustentam o pesado animal. Com o olho aberto ele tomba de lado com a língua para fora com o ventre aberto e com uma poça de sangue em volta de seu corpo. O coração que retumbava feito um tambor vai diminuindo o ritmo até que para completamente e somente o som da noite é ouvido.
Olhando ao redor existe uma gruta. Com cipós e folhagem caindo pela entrada. Lá de dentro se vê uma luz emanando. Um perfume suave vêem a seu nariz. Algar sente uma batida de coração pulsando no mesmo ritmo que o seu. Escuta uma respiração vindo dali. Nos corredores da caverna, inscrições rupestres milenares representando o deus e a deusa existem por toda a parede e as mesmas runas desenhadas no seu corpo preenchem o teto baixo. Em uma sala da gruta, iluminada por tochas em um altar de pedra está Lady Adwen. Ela está nua, usando uma guirlanda de flores na cabeça, no pescoço tem a meia lua de prata de Avalon e braceletes. Também runas desenhadas cobrem seu corpo. Ela olha para o Sir Algar docemente. O Cavaleiro se aproxima e a beija vagarosamente. O ritmo dos tambores voltam e em uma explosão de sons e luz as duas almas se unem. Finalmente o ritual se encerra.
Merlim no círculo sagrado olha para a mata e diz: “A união está consumada! Comemorem, é Beltane, deixem-os descansar, os veremos pela manhã!”
Todos brindam e o casal dorme no interior da caverna. Então, as comemorações seguem madrugada a dentro. Alguns casais se afastam para mais intimidade e outros bebem até cair. Outros dançam e cantam. Aos poucos os convidados dormem debaixo do orvalho e outros em suas tendas. Lady Gwiona fica todo tempo de braços dados com Sir Edgar até que seu pai a chama para dormir na tenda. Ela se despede e obedece. Esta noite de sono é estranha para Sir Edgar. Um sonho lhe invade o espírito.
SONHO: Sir Edgar se vê em meio a uma Bruma perdido. Caminhando com sua armadura romana e a Sanctu Gladius em suas mãos. Derrepente se vê em um deserto escaldante. A medida que caminha por entre as dunas parece não haver nada ali. Mas no alto de uma delas vê uma grande cidade murada. No interior dela em uma colina existe uma grande mesquita de cúpula dourada. Homens entram e saem com animais amarelos estranhos, como cavalos, mas são gordos com pernas finas e tem duas corcovas nas costas. Os homens usam mantos negros e cobrem o rosto com panos. Derrepente uma luz branca e pura lhe cega. E de dentro dela se materializa um ser vestindo uma armadura e uma espada que emana uma chama azul. A armadura é a mais espetacular que o cavaleiro já viu, brilha mais que o ouro. Então o ser abre suas asas brancas e sua aura brilha em pura luz.
Gabriel: “Sir Edgar! Sou Gabriel o arcanjo de deus. Estive nos momentos mais importantes da humanidade enviado por nosso pai para ser seu arauto. Lhe trago uma importante mensagem diante dos portões sagrados de Israel. Infelizmente aqui se derrubará muito sangue em vão. Isso me traz muita tristeza já que amo o seres de carne como o altíssimo me ensinou em sua própria presença. Vocês são emanações de seu coração. E lhes digo, receberás uma visita nos próximos dias e ela lhe guiará até o outro lado. Meu exército está pronto e o seu coração, está?”
Então, Sir Edgar acorda assustado. Já é de manhã. Sua cicatriz no ombro do combate contra Swefred lateja e dói muito. Quando sai da tenda os sacerdotes druidas, Nínive e Merlim já deixaram o local. Ao amanhecer o casal, Lady Adwen e Sir Algar acordam e vestem os mantos druidas que foram deixados no interior da caverna e aparecem sobe o aplauso de todos. Os convidados um a um cumprimentam o casal, entregam presentes que são colocados pelos servos de Algar em dezenas de carroças. Lady Gwiona e sua família chamam Sir Edgar, que está na entrada de sua tenda e a mãe de Lady Adwen, Lady Sofia que se aproximam e ficam ao redor do casal, já que são considerados sua família. Sir Dylan vem os cumprimentar com o seu pai, Sir Amig.
Sir Dylan: “Parabéns Sir Algar e Lady Adwen! Sejam felizes. Estou de volta meu amigo e na próxima campanha lutaremos lado a lado.”
Sir Amig tenta falar todo cheio de pompa e cerimônia com toda etiqueta e educação: “Sir Algar! Quem diria! És um homem casado! Para a minha alegria e sua felicidade. Estou honrado com a sua bela conquista e por ter encontrado tão bela jovem. Também tranquilo e feliz quanto a minha Marion. O senhor é um a menos para eu cortar os bagos e dar para os javalis comerem.”
Sir Dylan: “O que é isso pai! Que vergonha!”
Sir Amig : “Mas estou falando em tom de cerimônia!”
Sir Dylan: “Não basta pai, desculpem!”
Presentes recebidos por Sir Algar e Lady Adwen: 240 libras, 1 feudo do Rei Uther, 2 Feudos de herança. Quilos de móveis, louças, peles de animais, cálices de ouro, pratos de prata, adagas, garfos e facas, símbolos religiosos pagãos, tapeçarias, anéis, braceletes, colares, roupas.
Então Sir Algar e sua esposa se despedem de todos e vão para o seu feudo. Todos pintados de runas eles cavalgam, Algar em sua montaria de guerra e a Lady Adwen segue em seu cavalo. Atrás todos os seus servos seguem e sua milícia, protegendo as carroças com os presentes. Sir Edgar, depois de se despedir de Lady Gwiona e sua família também segue para o seu feudo.
Na manhã seguinte o servo responsável pela casa principal, Robin, vai até a grande área verde com fontes onde Sir Edgar brinca com Daniel, seu Leão de estimação.
Robin: “Meu senhor! Padre William está aí e temo que não traga boas notícias. Onde o senhor quer recebê-lo?”
Sir Edgar: “No salão principal! Rápido!”
Padre William: “Meu bom Cavaleiro! Como está? Saí de Sarum cavalgando o mais rápido que pude. O senhor tem que estar preparado para o que eu vou lhe falar.”
“É Lady Gwiona e sua família. Ontem, voltando para as suas terras foram atacados na ponte do arco em Camelot. A guarda pessoal, os servos, as meninas, Sir John e Lady Sioned estão todos mortos.”
“Lady Gwiona não foi achada. Se prepare para o pior meu bom homem. Seja forte. No lugar do ataque não foi encontrado nenhuma pegada dos atacantes. Todos os corpos não tinham ferimentos. Foi como se algo sugasse suas almas e deixassem somente as carcaças. Temo que se Gwiona ainda estiver viva, o tempo corre contra ela. Farei os preparativos do funeral da família inteira em Sarum. Recomendo que o Senhor investigue o que está acontecendo, cada minuto conta. É um dia negro na história de Logres.”
Encolerizado Sir Edgar se prepara nos alojamentos. Veste sua armadura, embainha a Sanctu Gladius monta em seu corcel de guerra e parte para a ponte do arco na floresta em Camelot. Seu mensageiro vai até o feudo de Sir Algar e o avisa, imediatamente ele se despede de sua amada Lady Adwen e cavalga a toda velocidade para se encontrar com seu amigo Sir Edgar. À beira do rio de águas claras e de fundo de pedra Sir Edgar caminha na margem do rio Test. Ele acha o broche de Lady Gwiona com a Santa Maria e o menino Jesus em seu colo, caído por entre a lama. Sir Algar chega e sente uma energia horrível emanar no lugar. A cicatriz de Sir Edgar começa a doer muito. Algo caminha pela margem do rio. Eles vêem uma sombra e um rosto que os observa por de trás de uma árvore. Suas grandes unhas saindo de uma mão enrugada e cinza seguram o tronco da árvore, enquanto ele observa com o corpo por de trás. Seus grandes chifres pontudos e uma mandíbula longa com dentes ponte agudos, bem como suas orelhas pendentes tornam a criatura assustadora. Uma asa de penas negras e uma longa cauda em flecha se meche de um lado ao outro. A Sanctu gladius vibra com a presença de tal espírito mau.
Mefistófeles: “Olá Cavaleiros! Sou Mefistófeles, o arauto de Samael. O mestre tinha razão, ele sabia que vocês viriam.”
Sir Edgar: “Onde está Lady Gwiona maldito?”
Mefistófeles: “A garota? Ela foi levada para o outro lado rio. Depois do que vocês fizeram com o primeiro guardião do mestre, Sir Mors! O que vocês esperavam que o mestre Samael fizesse? Se deixarem suas armas sagradas ao meu cuidado, eu prometo que terão tudo que quiserem em vida. Mas terão que ir embora agora e nunca mais voltar. Aceitam?”
Sir Algar: “Não aceitaremos criatura infernal!”
Mefistófeles: “Macacos sem pelo, sub-raça, vocês e a sua fé. Aberrações de barro. O nosso pai ditador os abandonou também! Que mundo é esse que vivem, onde um mata o outro por ouro. Sir Edgar, eu estava lá quando você matou Sir Garowin, quem era você para julgá-lo e matá-lo. Vi você matar os homens do bordel sem piedade. Sir Algar, eu vi você degolar seus inimigos e os atirar ao mar enquanto eles imploravam pelas suas vidas. Vocês mentem. Mentiram para os aldeões e eles acabaram enforcados e vocês não fizeram nada. Eu estava lá em cima das muralhas enquanto sufocavam e se mijavam enquanto morriam. Porque vocês são melhores que aqueles que habitam as profundezas? Os anjos caídos. Só a um jeito para vir ao nosso reino cavaleiros, e é morrendo. Se não vierem por bem, irão por mal.”
A criatura então sai de trás da árvore, deve ter uns três metros de altura e rugue e de sua boca, dezenas de moscas saem voando com uma névoa negra os envolvendo. Cheiro de enxofre e de podridão predomina. Ele os ataca. Tudo ocorre muito rápido. Os heróis tentam se defender mas o poder da criatura infernal é muito grande. Um turbilhão de moscas e bruma negra bloqueiam a luz solar, envolve os Cavaleiros e sugam as suas almas. Tudo fica escuro como se estivessem caindo. Derrepente eles vêem flashes de suas vidas. Nascimento, infância, paixões, treinamento, batalhas, ordenação de cavaleiros, heroísmo e o rosto de todos aqueles que mataram. Sentem o coração parar e o último suspiro sair dos pulmões. Então os heróis vêem seu corpos caídos ao lado do rio que corre do lado material para o mundo dos espíritos. Eles não tem ferimento aparente. Mefistófeles olha do outro lado véu mortal com um leve sorriso maligno e aproxima sua mão da Sanctu Gladius, ela ao mesmo tempo pulsa e brilha, bem como o chifre de ouro e Gungnir. Então uma luz cegante emana e envolve tudo. Surge então um ser celestial em sua armadura reluzente e sua espada conhecida pelos cristãos como a sopro de vida e ataca Mefistófeles. Batendo as asas brancas ele voa na altura das árvores. O demônio o ataca com sua aura e moscas. O anjo se defende com seus escudo. Então ele gira no ar acertando o pescoço da criatura com a espada e a lança com os pés no peito à relva. Quando cai o demônio afunda dois metros no solo com o impacto. Levanta e tenta fugir, mas o anjo lança a espada que gira no ar e enterra em suas costas saindo pelo peito. A criatura maligna desaparece em um enxame de moscas que voa desaparecendo na floresta. Miguel olha com piedade para seus corpos sem vida, retira da algibeira pendurada nos seus cavalos duas moedas e as coloca debaixo de suas línguas. Elas se materializam do outro lado do véu em suas mãos. Ele olha o mundo material.
Miguel Arcanjo: “ Bravos Cavaleiros! Nós anjos e demônios não temos livre arbítrio, bem ou mal essa é a maior dádiva dos homens. Nós, seres divinos, não podemos caminhar pelas esferas que não fazem parte de nossa natureza. Os anjos veem do paraíso e se materializam no mundo material e os demônios do mundo inferior só podem se deslocar do tártaro até o mesmo mundo material. Nunca, anjos iluminados poderão descer ao inferno ou as criaturas caídas de Samael ascenderem ao paraíso. Isso só é possível através da alma humana que pode transitar pelos vários mundos. Anjos e demônios só podem se encontrar no mundo dos homens. Vocês terão que tentar salvar uma parte de seu coração Sir Edgar, Lady Gwiona, você e ela são um só, feitos do mesmo pensamento e amor de deus. Já estiveram juntos em outros tempos e você precisa salvá-la, sua alma quer fazer isso e o destino é inexorável e você não a abandonará do outro lado do rio. É a sua missão, já que ela já fez isso por você em outros eras. Se não conseguirem, a Sanctu Gladius cairá nas mãos de Samael e o mundo sucumbirá em escuridão. Enfrentem os seus destinos, a fiandeiras já estão tecendo e girando as suas rocas, fazendo os fios que determinarão os rumos de suas vidas. Só posso ajudá-lo Cavaleiro de Cristo de uma maneira.”
O Anjo com a sua armadura brilhante prateada e com um brasão gravado na altura do peito com uma cruz vermelha. Gira a inscrição e a armadura desmonta de uma vez em várias peças que caem pelo chão. O corpo do anjo se ilumina. Então ela se materializa à frente de Sir Edgar no mundo etéreo.
Miguel Arcanjo: “À partir de hoje essa armadura, forjada pelos anjos na casa de nosso pai, é sua, Sir Edgar. Esse símbolo, que será chamada de cruz templária, será carregado por seus descendentes daqui a seiscentos anos até os portões da cidade sagrada. Na jornada de hoje não dêem ouvidos aos sortilégios da escuridão. Serão proferidos para lhes deixarem fracos.”
Então, a Gungnir se projeta para o lado etéreo, junto com a Sanctu Gladius e o chifre de ouro. Pois, elas são sagradas, existem em ambos os planos de existência. Neste momento o arcanjo Miguel some em luz e um barco de madeira escura, com uma lanterna na proa e outra na popa, empurrada por um homem de pé, encapuzado, com um manto negro, remando, vem pelo rio e estaciona na margem à frente. Fumaça emana da base do barco que parece flutuar alguns centímetros. O barqueiro tem mão esquelética e não dá pra ver o seu rosto.
Caronte: “Sou Caronte, o barqueiro. Trouxeram minha moeda?” “Subam! Vamos começar a travessia!”
O barco zarpa em direção oposta ao mundo material, o céu vai ficando escuro e sem estrelas. Caronte rema lentamente enquanto a fumaça emana do barco e atravessa as águas escuras. Para trás não se vê mais nada. Só um breu total lhes envolve e as lanternas do barco iluminam a água. Sanctu Gladius e Gungnir pulsam em uma luz branca e cintilante. A medida que avançam só se escutam o som do remo na água. Não se tem noção do tempo que foi percorrido. Podem ser horas, dias ou anos. Em uma bifurcação o barco pega o caminho da direita. Sir Edgar e Algar vêem o nascer do sol no horizonte, e o rio percorre uma linda terra, emanado uma aura luminosa, frutos dourados nas árvores de todas as espécies, temperatura agradável e um perfume suave enche o ar. Lebres correm, pássaros multicoloridos cantam e voam de uma lado ao outro. Flores de todas as espécies e a relva de um verde vivo é iluminada pelo sol que brilha em um céu azul. Uma melodia perfeita e suave traz paz. Sir Edgar vê a distância pessoas usando mantos brancos, sentados na relva, rindo e conversando. Os animais estão junto com elas, enquanto outros cantam e parecem muito felizes.
Caronte: “Campos Elísios! Ou melhor, para a nova crença, Paraíso!”
Aos poucos o céu vai ficando escuro e cinza, como se uma tempestade estivesse se formando. Até que novamente o breu toma conta de tudo. Então uma caverna aparece e o rio corre para dentro dela. Ao adentrar o lugar, com estalactites e o eco do som do remo empurrando o barco, a energia é pesada. Um calor começa a ser sentido e o cheiro de enxofre e de decomposição. Sombras se movimentam. Grandes filetes de lava escorrem pelas paredes depois da margem e como cascatas de fogo atingem a água do rio gerando muita fumaça. Logo à frente existe um porto de madeira. Em estacas cabeças com crânios formam um portal sinistro. O barco encosta.
Caronte: “Última parada o Tártaro. Senhores, bem vindos ao inferno, a morada dos condenados. Adeus!”
Existe um espaço entre o porto e um gigantesco portão com colunas. O solo é estéril e negro feito de rochas vulcânicas, cobertas de cinza. A iluminação vem de um rio de lava vermelho que corre na frente do portão. Uma ponte liga esse espaço ao grande portão negro pintado com runas nunca antes vistas. Os detalhes ao redor destas gigantescas portas são feitos de ossos humanos e a própria porta é revestida de pele humana tirada de centenas de cadáveres e diamante. O cheiro de podridão é predominante. Uma pilha de ossos jazem próximo a grande passagem. Derrepente quando se aproximam uma Hidra, a guardião dos portões, surge com nove cabeças de dentro de uma caverna do lado direito do portão. E os ataca.
Os heróis sacam suas armas sagradas. Sir Edgar tenta chegar ao corpo da criatura mas duas cabeças se colocam à frente. Imediatamente Sir Algar sopra o chifre de ouro, mas não parece surtir efeito algum à criatura. A luta permanece acirrada e Sir Edgar se pendura em um dos pescoços longos enfiando a gladius, que abre um caminho de luz acompanhando a trajetória do golpe em um deles e degolando a cabeça ao lado que tentava lhe morder. Sir Algar é golpeado com o crânio de uma delas mas estoca com a Gungnir furando a mandíbula longa da criatura. Eles lutam corajosamente, até que Sir Edgar sente sua fé e coragem crescer cada vez mais e sua aura vermelha, dos bravos guerreiros romanos, se expande para todos os lados em uma explosão. A Hidra sente a energia emanada pelo herói e suas cabeças restantes ficam expostas aos golpes. Por fim Sir Algar rasga as escamas da última cabeça, que poderia oferecer perigo, enfiando a lança quando ela veio tentar lhe abocanhar. O gigantesco crânio do animal cai em cima do herói causando alguns ferimentos. Então, o animal cambaleia enquanto alguns dos pescoços pendem para os lados. O grande corpo da criatura cai se debatendo espalhando pó da rocha par todos os lados e o sangue da hidra banha os pés dos heróis. O sangue da Hidra tem propriedades curativas e regeneram os ferimentos que Sir Algar teve durante o combate. Sir Edgar teve que decapitar a cabeça da criatura para que Sir Algar pudesse sair debaixo de tamanho peso.
Sir Algar se aproxima do portão e bate com força mas nada acontece. Então os dois decidem adentrar na caverna da Hidra pisando em centenas de esqueletos e corpos em decomposição. Eles vêem brilhando no fundo do túnel uma pilha de metais reluzentes que sobe para o alto e desaparece na escuridão da abóbada que some em um escuro infinito. Algo sussurra na escuridão: “A pilha dos avarentos. Todos os tesouros de todos egoístas e aqueles que juntaram ouro com a morte dos seus semelhantes estão aqui. Vislumbrem a essência do homem.”
Próximo a pilha existem dois objetos peculiares. Um redondo do tamanho da palma de uma mão. Ele é de metal circular e tem um círculo com inscrições e no centro um triângulo com uma serpente desenhada.
Retornando os heróis encontram um encaixe para o objeto encontrado no centro dos dois gigantescos portões. Quando o coloca ali uma grande roda com correntes do lado esquerdo abre as portas do inferno. É impossível enxergar o teto de tão alto. Somente escuridão. Após o portão uma rampa de rocha vulcânica leva a uma grande planície de pedra que se abre em centenas de quilômetros. Sombras e vultos são vistos e os rios de lava que cruzam o vale iluminam um pouco o caminho. Uma das ramificações deste rio circulam a colina de rocha à frente, onde no topo existe um castelo rodeado por um muro de bronze com um portão de ferro com grades horizontais e verticais. Um caminho adornado por crânios leva a uma rampa natural que sobe ao topo da Colina onde ele foi erguido. No final da descida que leva a planície um grande cão com três cabeças os aguarda. Cérbero olha os heróis com fúria.
Sir Algar: “Será que tudo aqui tem que ter mais que uma cabeça?”
Cérbero tem o dobro de tamanho de um leão. Os olhos vermelhos. O corpo canino musculoso. Garras enormes nas suas patas. O rabo com os pelos espalhados sem qualquer padrão. As orelhas pontudas desformes e a pelagem irregular por todo o corpo. Seu dentes pontudos são grandes e afiados e o couro cinza está coberto de sangue. Ele rosna e olha para os Cavaleiros. Está preso bem no meio da saída da rampa por duas correntes saindo de uma coleira de aço que sai de seu pescoço. Elas estão presas em duas argolas de ferro pretas presas ao solo negro. A rampa é margeada dos dois lados pelo rio de lava. Sir Algar e Sir Edgar caminham em direção ao animal que rosna e exibe seus dentes afiados. Usando sentimentos bondosos e fé, Sir Algar passa primeiro. Seu corpo passa de lado a criatura que com sua três cabeças cheira o herói. Quando ele atinge o outro lado assiste Sir Edgar passar. A fé de Sir Edgar fraqueja. O animal sente latindo e rosnando com seus enormes dentes. Sua borca aberta baba, enquanto sua respiração fica mais intensa. Mas, Sir Edgar consegue lembrar de seus antepassados e de sua linhagem romana. Finalmente Cérbero se acalma e o Cavaleiro Cristão atinge a planície dos condenados.
A medida que caminham na semi escuridão, o portão de entrada se fecha logo atrás. Barulhos de correntes e de coisas se arrastando são ouvidos ao redor do caminho na escuridão. Quando os personagens iluminam vêem homens e mulheres em farrapos, descalços, com os pés e braços cheios de feridas machucados, se arrastando no chão de pedra preta vulcânica, quando eles enxergam a luz sagrada das armas eles guincham de dor e medo. Seus olhos brilham como os dos felinos na escuridão. Alguns esticam as mãos, outros imploram por misericórdia e outros choram, alguns estão acorrentados uns nos outros e viverão assim por toda a eternidade por terem feito mal reciprocamente. A medida que caminham e se aproximam da subida que leva ao castelo de mármore negro avistam um ser alado os sobrevoando em círculos. Ele pousa à frente no caminho. Quando se aproximam notam que o ser tem um corpo feminino. Usa uma armadura de escamas verde. Uma serpente está inscrita na frente da armadura. Seus cabelos são feitos de cobras negras com olhos brilhantes. De suas costas abrem asas negras, como as de um morcego enorme. De seus olhos de serpente amarelos escorrem lágrimas de sangue. Uma voz distorcida e nervosa chega a seus ouvidos. Ela usa um chicote em sua cintura. A arma tem em seu cabo um pequeno crânio de um recém nascido no fim da empunhadura e o trabalho em volta do cabo é de prata enrolado como uma serpente. No topo da empunhadura, dois pequenos adornos em formato de asas demoníacas servem de guarda do chicote. Nas pontas das três cordas de couro que golpeiam, garras negras sujas de sangue.
Tisífone: “Quem sois vós que caminham à margem do rio Flegetonte? E com que autoridade atravessam essas terras de cabeça erguida?”
Sir Edgar saca a Sanctu Gladius e mostra a criatura. A arma brilha bem como a sua armadura sagrada.
Sir Edgar: “Sou Edgar e caminho sobe esta autoridade, ser da escuridão!”
Tisífone: “Espere, você está usando a armadura de São Miguel e a espada Sagrada de São Paulo. Quando o mestre colocar as mãos em vocês nenhum emissário dos elísios poderá tirá-los das profundezas. E você pagão? Portador da lança Gungnir! Acha que suas crendices poderão salvá-lo? Estão no domínio de Samael. No Tártaro, no inferno. Se tivessem sido bons não estariam aqui. Para os homens vocês podem ser heróis, aos meus olhos de sangue vocês são mais um de nós. Mas com as mãos sujas dele. Posso ver em suas almas assassinas que enviaram muitos para cá. Só tenho que agradecer-lhes! Agora que vocês estão aqui poderei retribuir-lhes. Atravessem o campo de papoulas à esquerda do castelo. Não pisem fora do caminho ou poderão se juntar aos condenados. Minha mãe Nix sabia que viriam e os aguarda lá.”
Então ela alça vôo e em meio a risadas amedrontadoras desaparece na escuridão da abóboda. Os gritos de dor e pavor e sons de chicotadas são ouvidos vindos de dentro da planície escura novamente. Ao chegar pela trilha que adentra ao campo de papoulas negras no lado oeste do castelo os heróis vêem uma clareira que sai da trilha que se divide e leva até aquele lugar estranho. Nesta clareira de chão estéril, rochoso e poeirento não existe nada. Então, uma mulher jovem retirando o capuz se materializa diante dos olhos dos dois Cavaleiros. Ela usa apenas um manto que cobre o seu ventre. Cheiro de incenso e mirra permeiam o ar. Sua voz suave e sensual lhes chega ao ouvido.
Nix: “Sejam bem vindos Cavaleiros. O santo e o demônio. Deve estar se sentindo em casa Sir Algar. Sir Edgar, finalmente nos encontramos frente à frente não é mesmo. Estava ansiosa por este encontro meu futuro consorte.”
Os cabelos da deusa Nix são negros como a noite, sua pele clara como a lua e as estrelas, seus olhos são azuis e sombrios como o vento gélido de inverno, seus lábios carmim e sensuais e seu corpo escultural. Ventre, seios, nádegas, pernas e rosto perfeitos. Sir Algar vê a filgia do ser emanando em cor negra e dezenas de almas em lamento vaporizando do corpo da deusa. Ela lança seus sortilégios de sedução. Sir Edgar sucumbe e começa a cair. Sir Algar com a visão da aura de Nix tem repulsa à mulher.
Nix: “Pagão, adorador de deuses mortos. Resiste a mim. Um dia tudo que crê irá sumir da face da terra. E quando seus ossos tiverem virado pó, sua existência será apagada e você rastejará até o fim dos tempos nesta terra estéril e morta. Mas antes disso posso te oferecer prazeres indescritíveis. Minhas três filhas, as três fúrias poderão lhe mostrar as sensações da dor da carne. Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Interminável) se manifestem. Eu sou sua deusa agora ,não aquela fraca que vocês adoram em Avalon.”
Sir Algar: “Blasfêmia!”
As três Erínias pousam vindas do céu escuro e se aproximam.
Megera: “Foste infiel a sua esposa Algar! Naquele antro em Londres. Pagarás.”
Tisífone: “Assassinou prisioneiros indefesos, matou inocentes!”
Alecto: “Tens ira, prazer em matar, sua alma ficará a nossos cuidados.”
Elas cercam Sir Algar que não consegue mais se mexer. Neste momento Sir Edgar também fica paralisado . Elas o golpeiam com o chicote. A dor, não é carnal e Algar sente sua alma sendo açoitada e cada golpe o leva a loucura, pois vê cada homem que tirou a vida, vê o mundo ser destruído, milhares de mortes, fome, dor. Ele começa a ser dominado pela loucura. Coloca as mãos na cabeça, tudo começa a rodar. Mas, lembra o porque de ter feito tudo aquilo e resiste corajosamente.
Sir Algar: “Fui infiel pois precisava da informação em Londres para salvar minha vida! Matei prisioneiros pois sabia que estava protegendo a vida de nossos homens e já tirei vidas com ira pois sei que estou protegendo meu rei e aqueles que eu amo.”
Então as Erínias param de açoitá-lo e ficam olhando Sir Algar assustadas pela imponência do herói.
Nix fala para Sir Edgar: “Eu sei que veio aos confins do mundo para buscar a virgensinha que o conquistou. Mas você é meu e será assim. Ajoelhe-se agora!”
E o Cavaleiro romano se ajoelha dominado pelo poder de Nix. Então ela abre seu manto negro mostrando o seu lindo corpo nu e se aproxima de Sir Edgar caminhando lentamente. Então derrepente ela para e se assusta. E a cruz na armadura de São Miguel brilha em uma luz intensa.
Nix: “Desgraçado! Maldito! Traidor! Como ousas usar a armadura de São Miguel Arcanjo nos domínios de Samael!”
Neste momento Sir Edgar tenta resistir aos encantamentos da Deusa da noite, mas ela é mais forte.
Nix fala: “Nem sua fé e nem seu pai poderá lhe salvar dessa vez Edgar!”. Então ela cobre o cavaleiro que começa a perder seus sentidos e sente seu espírito sendo dragado para a boca da deusa. Neste momento, o som do pesado portão de lanças invertidas se abre e a ponte levadiça desce. Montando um cavalo negro, forte, com dentes caninos e olhos vermelhos, emanando fogo de suas patas um ser com asas de anjo negras, se aproxima descendo do grande portão de bronze do castelo. Sua armadura é romana e possue um pentagrama invertido no peitoral. Uma gladio com lâmina azul escura brilhante como se queimasse uma chama violeta vem empunhada em suas mãos. O seu elmo possue o cocar dos romanos mas queima com uma chama viva. E usa uma capa vermelho sangue. Seu rosto é cadavérico.
Sir Gadrel: “Já chega Nix, basta! O mestre quer vê-los imediatamente. Sigam-me macacos! Eu sou o segundo guardião, vocês extinguíram a aura do primeiro, Penemue, aquele que ensinou o homem a mentir. Vocês o mataram nos domínios do homem e o conheceram pelo nome de Sir Mors.”
Neste momento a energia de Sir Edgar retorna para o seu corpo emanada da boca da deusa. Ela olha com ódio para os heróis e se cobre com seu manto e desaparece. Suas filhas alçam vôo desaparecendo na escuridão da abóboda infernal. Então recuperados Sir Algar e Sir Edgar seguem o segundo guardião. Passando pelo caminho, margeado pelo rio de lavas ferventes, eles entram no pátio principal com acesso pela ponte levadiça e cruzam os muros de bronze. A construção é gótica e opressiva. Crânios disformes parecem se movimentar de posição e de expressão cada vez que são olhados. Ninguém está ali. Torres altíssimas ponte agudas se erguem em direção a abóbada negra. Gaiolas no alto da fachada com algumas mulheres e homens em seu interior é avistada no alto. Por vezes eles gritam e urram enquanto, seres alados de sombra que flutuam em volta, os cutucam com lanças e cospem fogo torturando-os.
Sir Gadrel: “Estão assustados? O pior suplício é que eles não tem o alívio da morte, apenas o desespero da dor.”
Os heróis permanecem calados. Quando chegam à frente do castelo Sir Gadrel desce de seu cavalo e se aproxima da porta. Então o terceiro portão é aberto por dois guardas. Eles são corcundas, portam armas e são como cadáveres ambulantes putrefatos. Seus rostos emanam uma maldade infinta. De suas respirações saem vapores mal cheirosos e quando os três passam próximos a eles as criaturas rosnam de ódio. Então Gadrel leva Sir Algar e Edgar ao salão de entrada do castelo. Quando entram, escutam imediatamente a ponte levadiça se fechando e os portões do castelo descendo, bem como o da sala principal. Movimentados como que por uma força misteriosa. Tochas iluminam a sala. Várias tapeçarias existem nas paredes. As obras se movimentam como se estivessem vivas e mostram os combates entre anjos e demônios. Outras, milhares de almas presas à correntes uma nas outras construindo em suplício o castelo. Um com a imagem de milhares de humanos empalados sofrendo. E o maior, a coroação de um ser alado, forte e alto. Usando uma armadura negra e asas com grande envergadura da mesma cor saindo de suas costas. E uma gladius negra existe em suas mãos. A pequena sala tem vitrais para fora, com figuras com pentagramas invertidos e brasões com a cabeça de um demônio com os chifres enrolados e dentes caninos. Dezenas de armaduras rasgadas e quebradas, com esqueletos dentro, pendem do teto alto da cor vermelho sangue. Gadrel se aproxima da outra porta e prepara-se para abri-la.
Sir Gadrel: “Venham! Chegou a hora!”
A porta é aberta. No interior de um grande salão eles vêem um grande círculo no centro da sala. Trata-se de um pentagrama gravado na pedra com inscrições e um olho no centro. As paredes são todas de mármore negro e não se nota nenhuma emenda entre elas. O salão é iluminado por algo sobrenatural, pois não existe nenhuma fonte luminosa ali.
Sir Gadrel: “Mestre, gostaria de anunciar a chegada de seus convidados, Sir Algar e Sir Edgar.”
Os heróis entram e vêem um trono preto, com crânios no topo fincados em várias pontas e onde o encosto é uma espinha humana formada por costelas. O lugar que se senta é feito de vários fêmures, bem como o lugar para colocar os braços e pés do assento. Mãos servem de enfeites dos dois lados do encosto. Um homem loiro de cabelos longos, muito bonito, vestindo uma armadura negra, com junções vermelhas carmim. Usa uma capa preta e um brasão no peito com o mesmo pentagrama que esta inscrito no chão. Ele mexe lentamente suas grandes asas negras. Deitado transversalmente e relaxadamente no trono de ossos humanos, ele brinca com uma grande serpente que desliza por suas manoplas. Atrás criaturas de olhos vermelhos se movem nas sombras. Quatro Cavaleiros formam uma ferradura ao redor do trono e os observam de braços cruzados. Todos usam armaduras romanas, Gadrel tem capa vermelha, os outros três, um possue capa marrom, outro roxa, outro verde escuro. Os cocares dos três brilham em chamas e o rosto de cada um é cadavérico e espalham maldade e frieza. Do lado das capas asas de anjo negras se abrem para os lados. Cada um possue uma espada gladius em sua cintura e de cada uma emana uma aura da cor de sua capa. Na parede no fundo atrás do trono com os pulsos presos por duas correntes está Lady Gwiona. Ela está usando um manto negro e descalça. Seus braços estão machucados pelos grossos grilhões. Ela está de joelhos de frente de cabeça baixa usando uma coroa de espinhos que ferem sua testa. Ela chora lágrimas de sangue. Ela por vezes em um movimento contínuo dominada pela loucura vira, a parte de trás do manto até as costas é aberto e podem ver que ela foi açoitada com violência.
Samael: “Ora, ora! Quem vem lá! Olha Gwiona, é seu futuro marido. Será que ele vai lhe querer depois do que fizemos com você?”
Sir Edgar: “Covarde! Empunho a Sanctu Gladius em nome de Deus!”
Os cavaleiros com ódio e raiva encaram o demônio.
Samael: “Ótimo! Deixe esses sentimentos aflorarem. É deles que esse reino é feito. Vejo que já conheceram Gadrel. Vocês estão de certa forma ligados. Foi Gadrel que subiu ao mundo material e ensinou o homem a usar a espada para matar. Deixe-me apresentar os outros, Yekun de capa marrom ensinou os homens a seduzir, Kasabel de roxo sempre foi um humanista e foi ele que incentivou outros dos nossos a procriar com sua raça, Kasyade de verde levou os espíritos ao seu mundo, os temíveis fantasmas que vocês tem tanto medo lá em cima. Deveriam erguer templos e estátuas para eles. Mas vocês, macacos, estão sempre rejeitando os verdadeiros deuses. Mas, mudando de assunto, tinha certeza que viriam até mim. Pois eu tenho algo que vocês querem e vocês possuem uma coisa que eu quero. Mas, não nos precipitemos, deixe me dar as boas vindas. Bem vindo ao lar dos condenados, onde acolhemos aquele que o altíssimo rejeita. Por isso sou o portador da luz. Um alento para aqueles que não tem onde ir pelo resto da eternidade. Sofrer aqui é melhor do que fenecer e ser descartado da existência. Hades, tártaro, Helgard ou inferno. Não importa, quando o meu pai me atirou aqui e nunca mais falou comigo as profundezas viraram o meu lar e ele é reflexo da ira que sinto por ele. Quanto a vocês, seres de barro insignificantes que roubaram a atenção dele, não merecem o amor do altíssimo. Se destroem por pouco. Se banham no próprio sangue de seus irmãos e se cobrem de glória por isso. Porque ele os ama acima de tudo eu não entenderei por toda a eternidade. Vocês se banham, cortam os pelos do rosto, do cabelo e usam essências para esconder os maus odores. Tudo para ocultar a sua verdadeira natureza. Vocês não passam de animais. Seres imperfeitos!”
Os heróis olham para Samael em desafio. As armas pulsam em uma energia contínua. Samael ri e fala:
“Mas, falemos de negócios, só existe um meio de chegar a mim. Me aceitando com o seu maldito livre arbítrio. Do contrário não poderei forçá-los, desgraçados.”
Sir Edgar responde: “Não te rebelastes? Como não tem livre arbítrio?”
Samael: “Porque achas que fui atirado aqui? Esse sempre foi o meu destino. Fui criado para gerar o equilíbrio. Sem o mal o bem não existe. Tenho uma proposta. Vocês me entregam a Sanctu Gladius e suas almas para lutarem ao meu lado, porque pelas leis malditas dele, lá do alto de sua arrogância divina, nenhum ser de meus domínios poderá empunhar a espada sagrada e assim dominaremos continentes. Espalharemos nossos filhos pela terra, marcharemos sobe os reinos e espalharemos a morte por todos os cantos até que o mundo conhecido seja nosso e nos cobriremos de ouro e prata. Vislumbrem a glória.”
Neste momento os cavaleiros tem uma visão de um mundo cheio de riquezas, mulheres, escravos, grandes castelos, nações se ajoelhando aos seus pés.
Samael: “Nos ergueremos acima de meu pai e levaremos os homens de barro para a luz finalmente. A iluminação do portador da luz. Eu, Lúcifer estendo minha mão a vocês. Em troca a Lady Gwiona poderá ir embora. Vocês poderão aliviar a dor da donzela agora.”
Sir Edgar: “Nunca terá nossa alma anjo caído!”
Samael se transforma e seu rosto belo vira uma carranca demoníaca e sua voz fica infernal.
Samael: “Desgraçados! Bastardos! Eu ofereço a minha hospitalidade e vocês cospem em minha face. Eu não posso enfrentar nenhuma alma humana mas os meus guardiões podem. Farei vocês sofrerem, serão empalados, depois enforcados e nada lhes aliviará a dor, pois já estão mortos, até que padecerão em loucura e me servirão. Kesabel, Gadrel, Yekun, Kasyade destruam esses seres inferiores.”
Os guardiões batem suas asas bestias ao mesmo tempo que sacam suas gladius. Sir Edgar tenta atacar com sua aura rubra mas os seres expandem as suas em cor negra e bloqueiam o ataque espiritual. Sir Algar soa sua trombeta dourada e isso atinge em cheio os demônios inimigos. Três deles perdem a trajetória e tombam no chão de mármore negro com as mãos nos ouvidos. Um deles ataca Sir Edgar mas a sua armadura divina brilha quando o demônio o golpeia. Ele agarra Kesabel e com a Sanctu Gladius brilhando corta a asa do inimigo que sangra em cor negra gritando. Sir Edgar joga o pedaço da asa aos pés de Samael. Sir Algar ao cruzar armas com a Gungnir corta a espada de Gadrel. Depois risca da esquerda para direita abrindo o pescoço da criatura e enterrando a lança em seu peito. O demônio guincha e desaba sem energia vital. Sir Edgar finalmente emana a sua aura de fé e bondade e uma luz vermelha atinge as criaturas que sentem dores abrindo-lhes feridas negras na carne. Primeiro Sir Edgar se abaixa, passando a gladius por cima de sua cabeça e depois o herói usando todo o poder da arma santa abre o inimigo da clavícula as partes baixas, dividindo-o em dois. A cabeça decaptada de Kasabel com a língua negra para fora é também atirada aos pés de Samael que o olha encolerizado. Sir Algar então, se aproxima de Yekun que voa e desvia do primeiro golpe mas leva um golpe do cabo da lança no rosto e depois em sua perna levando o anjo caído a se ajoelhar. Furando elmo e a cabeça Sir Algar transpassa o crânio do inimigo até sair a lança sagrada por baixo de seu corpo e atingir o mármore. O sangue negro voa para todos os lados quando a arma é retirada. Yekun ainda luta, ele atinge Sir Algar que leva um corte profundo em seu ombro que queima como um ferro quente, ao mesmo tempo, tem visões terríveis de dor e morte. Sir Edgar se aproxima por trás e corta a asa do último demônio que atacava seu amigo, o prende com os braços e o degola jogando a parte cortada para Samael que dominado pelo ódio e raiva se projeta ao teto, crescendo como uma sombra escura há quatro metros de altura. Ele grita apontando o dedo gigantesco para os heróis.
Samael: “Vocês irão se arrepender! Não demora muito o mundo de vocês irá ruir e mergulhará em caos. Vocês lembrarão de Samael e baterão às portas de Hades. Os próximos anos no mundo material serão meus e ninguém irá me impedir”
Então o teto inteiro desaba, o chão cai em um abismo cheio de lava onde os corpos dos demônios que tombaram contra Sir Edgar e Sir Algar estavam. O lugar onde Samael esta, o local onde Lady Gwiona está acorrentada e o piso onde os heróis estão de pé ficam intactos. Pedaços enormes de mármore racham e despencam. Sir Algar rola para um lado desviando do teto que cai tirando pedaços do chão. Sir Edgar consegue fazer o mesmo. Depois para o outro lado, mais uma vez. Quando as paredes desabam e o espaço fica restrito e não dá mais para desviar em meio aos escombros as paredes caem e na tempestade de poeiras e pedras o teto cai com tamanha violência que os Cavaleiros perdem os sentidos e ficam na escuridão sem sentir nada. Suas consciências então mergulhas na espiral do tempo. Visões vêm e vão de Miguel e sua espada, a sopro de vida. As vidas dos dois passando em flashes de trás para frente vem até que os sentidos voltam. Eles sentem o cheiro do campo, ouvem vozes, sentem o calor do sol no rosto e finalmente abrem os olhos. Diante deles Lady Gwiona, suas irmãs, Sir John e Lady Sioned, sogra de Sir Algar e Lady Sofia, mãe de Gwiona estão presentes e estão ao redor de Lady Adwen e Sir Algar que ainda estão pintados com as runas da cerimônia de Beltane. Como que estivessem viajado no tempo e espaço Sir Dylan vem os cumprimentar com o seu pai Sir Amig.
Sir Dylan: “Parabéns Sir Algar e Lady Adwen! Sejam felizes. Estou de volta meu amigo e na próxima campanha lutaremos lado a lado.”
Sir Amig tenta falar todo cheio de pompa e cerimônia com toda etiqueta e educação: “Sir Algar! Quem diria! És um homem casado! Para a minha alegria e sua felicidade. Estou honrado com a sua bela conquista e por ter encontrado tão bela jovem. Também tranquilo e feliz quanto a minha Marion. O senhor é um a menos para eu cortar os bagos e dar para os javalis comerem.”
Sir Dylan: “O que é isso pai! Que vergonha!”
Sir Amig : “Mas estou falando em tom de cerimônia!”
Sir Dylan: “Não basta pai, desculpem!”
Então Sir Edgar assustado ao lado de Lady Gwiona parece muito abalado e percebe que sua amada não pussue nenhuma daquelas cicatrizes vistas no mundo espiritual.
Sir Edgar: “Você se lembra de alguma coisa? Algum sonho meu amor?”
Lady Gwiona: “Não meu amado. Fostes tu que me contará que esta noite tinha sonhado com o anjo Gabriel.”
Sir Edgar: "Acho que nosso casamento vai ter que esperar um pouco."
Todos olham assustados com a afirmação do Cavaleiro sem entender nada e a donzela corre dali em prantos.
Então, Sir Amig olha para Sir Edgar e diz: “Não tinha percebido garoto, que armadura incrível você está usando, parece forjada pelo deuses. Usando uma dessas eu enfrentaria até o demônio em pessoa.”
E todos os presentes, menos Sir Algar e Edgar, riem com o veterano Cavaleiro.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010
Aventura 6: Londres, a verdade revelada , Ano 487
Algumas semanas após os heróis terem retornado da campanha naval empreendida pelo príncipe Madoc, na costa da Britânia, Sir Edgar foi convocado ao salão de audiências do Conde Roderick, em Sarum, onde foi recebido pelo próprio Conde, Padre William e Sir John Smith. Pai de Lady Gwiona, Sir John, oferece sua filha em casamento. Sir Edgar sem muitas palavras aceita. Depois parte para as terras de Sir Algar para contar as boas novas. Na saída da cidade, Lady Adwen, manda um recado para Sir Algar, que irá vê-lo em breve. Há cinco quilômetros de Sarum um garoto montando um pônei se aproxima de Sir Edgar e lhe entrega uma rosa azul, símbolo da pureza, enviada por Lady Gwiona e o cavaleiro passa a usá-la no lado esquerdo de sua armadura.
A visita de Sir Edgar às terras de Sir Algar quebra a rotina do feudo de Winterborngunnet. As terras verdejantes da enorme propriedade parecem produzir bem. A vila dos servos cresceu consideravelmente com a chegada de vinte e cinco novos trabalhadores. O moinho trabalha dia e noite e nas terra comunais o gado e ovelhas pastam. No dia de hoje os camponeses trabalham nas terras senhoriais. O ferreiro martela, concertando as armas e armaduras de Sir Algar e de sua milícia e trocando as ferraduras dos cavalos. Uma área para arqueiros, treinamento de armas e alojamentos existem próximo a estrada de terra que leva ao alto da colina, onde uma grande casa no estilo de Thule foi construída por trabalhadores trazidos do norte. Com dois andares a construção é sustentada por dezenas de colunas, todas entalhadas com desenhos contando a lenda de Ygdrasil que era uma árvore (um freixo) que, na mitologia escandinava é o eixo do mundo. O telhado em formato em “V” invertido é gigantesco feito com madeira e palha trançada cinza. Nas paredes externas dezenas de escudos redondos coloridos decoram a construção.
No primeiro andar do casarão foi construído um grande salão de banquetes onde no teto do lado de dentro dá para ver as vigas feitas com grandes troncos. No chão um braseiro em um quadrado cheio de pedras que são aquecidas para assar comida e aquecer o ambiente. Existem duas sessões de bancos longos construídos nas paredes de ponta a ponta do salão. Nas paredes estão os troféus de guerra de Sir Algar e tochas para iluminar. Um trono entalhado no estilo nórdico existe no fundo em um elevado. Mesas longas para banquetes são colocadas no espaço à frente, vários barris de hidromel foram colocados em um canto do salão. Na parte de trás da casa existe a cozinha e os estábulos. No segundo andar existe uma grande biblioteca e vários quartos.
Um jantar com muita comida, bebida e música, para comemorar a chegada de Sir Algar é servido no grande salão. Os cachorros mastim, trovão e martelo, estão deitados aos pés dos heróis. Sir Nerthaid, Sir Libiau e Sir Rhyrid, vizinhos adeptos da antiga religião, estão presentes com seus filhos e esposas. Os vizinhos cristãos não compareceram. As conversas sobre as campanhas militares, sobre o herdeiro da coroa e sobre a divisão do povo britânico entre a nova e velha religião distraem os presentes. Sir Libau propõe uma caçada com falcões pela manhã. No banquete, mais à noite, chegam três druidas. O que chega à frente é o sacerdote Alan, jovem e bem humorado. E os outros dois quando retiram o capuz, são Lady Adwen e sua mãe Lady Sofia. As conversas entre uma possível união entre Sir Algar e Lady Adwen no dia de Beltane em Stonehenge evoluem e fica combinado que na entrada da primavera o casal irá se unir em uma grande cerimônia nas pedras sagradas.
Ao amanhecer, os heróis e os três nobres, Sir Nerthaid, Sir Libiau e Sir Rhyrid, se reúnem na porta do grande salão. Todos vestem roupas de caça com as lorigas de couro por cima, camisas de mangas compridas pretas. As calças usadas são justas de montaria e as botas de cavalgar vão até aos joelhos. Na mão direita usam uma luva de couro que vai até ao antebraço onde repousa um enorme falcão, com os olhos vendados. Do outro lado levam uma bolsa com pequenos pedaços de miúdos de frango e carne vermelha para dar ao animal. Dez cachorros deerhound de caça correm ao lado dos cavalos latindo e cheirando tudo enquanto todos descem a colina onde está a casa pela estrada de terra, viram a esquerda seguido pelos escudeiros e adentram ao bonito bosque de caça, cheio de frondosas árvores e pinheiros. Os passarinhos cantam e o som do rio próximo cresce a medida que adentram a mata. Na segunda hora de caçada os cachorros encontram duas perdizes que voam assustadas Sir Algar vê uma delas, retira a venda do falcão que voa mais alto que a presa e desce em alta velocidade atacando-a com as garras. As duas grandes aves caem em movimentos circulares e assim um dos cachorros traz o animal batido. Na terceira hora de caçada os cachorros acham a presa mas o cavalo de Sir Edgar, em perseguição, escorrega e derruba o hábil cavaleiro que rola absorvendo o impacto, caindo de sua montaria sem se ferir. Na quarta hora Sir Edgar avista um Magpie, um pássaro com a cabeça, asas e cauda negras, do tamanho de um corvo e com o resto do corpo com penas brancas e que é atacado pelo falcão do Cavaleiro que abate a ave que cai atrás dos arbustos em uma chuva de penas. As caças são penduradas por ganchos na parte de trás da sela do cavalo. Então, por volta do meio dia, após quatro horas, os homens saem da mata e num descampado próximo a murada que delimita as fronteiras do feudo, eles acendem uma fogueira e assam a perdiz. Depois se despedem e marcam para jantar à noite o outro animal abatido. Sir Algar e Edgar voltam pela área de caça conversando amenidades.
Sir Edgar vê a cinquenta metros um arqueiro escondido na mata por entre os arbustos. Eles sacam suas armas e cavalgam contra o homem que dispara duas vezes o seu arco. A primeira flecha passa raspando abrindo um rasgo no ombro de Sir Algar e outra que passa zunindo próximo a sua cabeça fincando no tronco da árvore atrás. Quando chegam cavalgando lado a lado os heróis formam um corredor com os cavalos em alta velocidade. O arqueiro fica no meio e é golpeado com o machado e a espada sagrada ao mesmo tempo, levantando o inimigo do chão que é morto instantaneamente. Revistando o corpo, Sir Edgar acha um pergaminho com as seguintes informações: Londres, Lady Lourie, Rua do Tâmisa. Sir Algar percebe que nas flechas de penas negras o brasão da guilda Mão Negra está gravado.
Pela manhã do dia seguinte os heróis partem para Londres pela estrada real que leva para oeste. A estrada tem estado mais movimentadas depois da campanha bem sucedida empreendida pelo Príncipe Madoc este ano. Não se vê mais pessoas fugindo para o leste e sim muitas carroças indo e vindo com tapetes, peles, carnes e grãos. Ao cair da noite chegam a cidade de Levcomagus alguns minutos antes de fecharem os portões. É uma cidade que possue os brasões do Pretor Ulfius de Silchester em seus muros. Ela também está sobe sua influência. Não existe nenhum castelo, somente pequenas casas medievais. Existem muitas estalagens e tavernas já que Levcomagus é parada para os viajantes na estrada real. Eles se instalam na Taverna da Harpia e são orientados pelos guardas a partirem pela manhã, porque o irmão de Ulfius, Sir Blains tem uma rixa com o o conde Roderick há muitos anos, devido a disputa pela mão da Condessa Ellen, hoje mulher de Roderick e não tolera muito seus cavaleiros.
No segundo dia de jornada chegam em Silchester e dirigem-se ao coliseu que foi construído no lado esquerdo da cidade. Lá encontram as tropas locais treinando. Sir Cronus é o comandante da muralha e reconhece Sir Algar, pois ele tinha ajudado o heróis na campanha em Mearcred Creek em 486 a abastecer as tropas do rei. Sir Edgar e Sir Cronus fazem um combate simulado e os dois num golpe só tem as suas espadas arremessadas de suas mãos. Eles riem se cumprimentam e convidam todos os soldados a beber na Taverna do Britânico Andarilho. Lá quando pedem duas canecas de vinhos um simpático homem de barba longa ruiva e manto negro os servem e uma caneca a mais é oferecida como cortesia. Um homem local alcoolizado se aproxima de Sir Algar e o provoca dizendo que aquela cadeira é sua e bebe um gole da bebida do Cavaleiro. O homem passa mal se debate, fica branco, vomita e cai com os olhos vidrados no chão morto. Sir Edgar cheira a bebida e percebe terem colocado cicuta. Sir Algar fica indignado e pega o taverneiro pelo colarinho, mas percebe se tratar de outro homem. O taverneiro diz que o rapaz que tinha servido os Cavaleiros, tinha dito ser seu amigo, por isso pediu três canecas de cerveja uma para ele outra para Sir Algar e Sir Edgar. Era mais uma tentativa da Mão Negra matar Sir Algar. Sir Edgar oferece quinze dinares para que alguns soldados locais procurassem pelo homem. Mas nada foi achado.
No dia seguinte os dois seguem viajem e passam pela vila de Sarlat onde são saudados pelos moradores e crianças locais. Pois Sir Edgar e Sir Algar os salvaram há dois anos do feiticeiro Swefred e de um grupo de saxões. Chegam a cidade de Staines na encruzilhada do Tâmisa, passam por um círculo de pedras sagradas e pedem hospitalidade no castelo de Windsor, local sobe influência do Príncipe Madoc. Nenhum nobre estava presente, somente o sargento e a milícia do castelo que protege essa área importante. A entrada para o norte da Britânia, tanto pelo rio, quanto por terra. Todos os dias, o castelo prepara um grande banquete, os quartos e estrebarias dos nobres, mesmo que nenhum apareça pedindo hospitalidade. No dia seguinte passando pelo círculo sagrado de pedras, Sir Algar vê o lugar pulsando magicamente. E uma voz grave lhe sopra aos ouvidos: “Aquele que destrói a sua própria casa, destrói a si próprio. A arma sagrada o salvará.”
No quarto dia, finalmente Sir Algar e Sir Edgar chegam aos portões de Londres, um dos dez que circulam a muralha. Uma grande cidade é vista da colina a medida que vocês se aproximam. A maior que já viram na vida. Ela é dividida em bairros pobres, ricos e dos nobres. Dois grandes castelos, dentro dos muros bem protegidos por fossos e torres existem na beira do largo rio Tâmisa que corta a cidade ao meio. Eles vêem um porto com dezenas de barcos atracados e outros tantos esperando para atracar e descarregar as toneladas de cargas trazidas de todas as partes do mundo conhecido. Três mercados movimentados existem ali. Negociam armas, animais, especiarias, produtos exóticos, escravos, vinhos, hidromel, cerveja e tudo que existe de valor. A gigantesca catedral de São Paulo se ergue imponente no lado oeste da cidade. A famosa ponte de Londres com dezenove arcos e suas construções medievais no passadiço, liga a parte murada da cidade a parte sul dela.
Uma fila com milhares de pessoas, viajantes, mercadores, camponeses aguardam e são atendidas gradualmente pelos homens responsáveis pelas taxas dos produtos que entraram pelo grande portão. Do outro lado os que saem da cidade de Londres fazem o mesmo. Quando os Cavaleiros chegam, já é noite e aguardam quase três horas. Como eles, milhares de pessoas ficam para fora, enquanto fecham os pesados portões de ferro. Todos irão dormir ali mesmo na fila para não perder a vez de serem atendidos e poderem entrar pela manhã. À noite, conversas em diversas línguas ao redor das fogueiras são ouvidas. Bem como cantorias e risadas. Os guardas andam por entre as pessoas. Alguns são presos por arruaça. Ao amanhecer finalmente os portões são abertos e a rotina do dia anterior é retomada. O oficial responsável finalmente os atende no novo portão da ala oeste da cidade. Duas estátuas se erguem em cima desta entrada,a figura de Corineus e Gogmagog. Após uma breve entrevista do guarda do portão, eles paga a taxa de entrada na cidade e obtêm a permissão para entrar. Os heróis ficam fascinados com o tamanho do lugar. As casas são grandes e as tavernas maiores ainda. A igreja de São Paulo à esquerda parece ser três vezes maior que a de Santa Maria em Sarum. Milhares de pessoas andam de um lado ao outro. Finalmente os Cavaleiros chegam em um dos mercados. Está escrito Watergate em um marco de pedra branca. Mercadorias das mais variadas entram pelo porto e pelas dezenas de navios que são descarregados por este portão.
Línguas variadas são ouvidas. Centenas de barracas vendem as mais diversas mercadorias desde especiarias, comidas, animais, pássaros, joias, roupas até escravos. Os heróis se acotovelam entre as pessoas que caminham por ali. Os guardas locais caminham evitando problemas como roubo ou brigas. Sir Algar compra uma bonita adaga com inscrições pagãs, uma pele de urso negro, um machado dourado com aço de alta qualidade e um colar celta com o símbolo da deusa com uma lua cheia no centro, uma crescente na esquerda e uma minguante na direita. Sir Edgar adquire uma adaga adornada com pedras preciosas do mais puro aço e um anel de esmeralda. Então aproximando-se de um guarda local os Cavaleiros perguntam sobre Lady Lourie. Ironicamente o guarda lhes responde onde e como achá-la. No ato Sir Edgar mata a charada: “Só pode ser uma meretriz!”
O guarda explica: “A rua do Tâmisa meu senhor. Sigam para o lado oeste dentro da cidade junto a muralha sul. Saiam pelo portão de Belin, atravessem a Ponte de Londres. Do outro lado do Rio a rua que acompanha o Tâmisa tem esse nome. Procure a casa de prazeres, O Castelo.”
Então um marujo se aproxima e lhes convida para jogar cartas. Na verdade era uma brincadeira de um conhecido da última campanha militar, Almirante Gwenwynwyn. Ele está sentado com alguns homens do mar em uma mesa próxima ao porto ao lado de um grande barco atracado sendo descarregado, acenam para se aproximarem. Algumas mulheres trazem bebida de dentro de uma estalagem. Eles são homens rudes, com roupas sujas, lábios machucados, pele morena do sol, cabelos duros de maresia, brincos nas orelhas. O Almirante tem um pássaro exótico negro no ombro. E o alimenta com pedaços de pão preto constantemente. Os Cavaleiros são apresentados como heróis de guerra e cumprimentados com respeito pelos marujos. Ele oferece lugar no navio cargueiro e uma carona ao meio dia da manhã seguinte até a cidade portuária de Hantonne próximo a Sarum. O Marujo que está junto, Johnny, pergunta a Sir Algar se era ele que tinha vindo no dia anterior em uma embarcação do norte que atracou, pagou uma taxa altíssima e zarpou sem descarregar nada. Os heróis ficam em alerta com a nova informação. Depois da boa conversa os dois partem para a rua do Tâmisa.
Passando pelas vielas estreitas abarrotadas de pessoas, Sir Algar e Edgar chegam ao portão de Belin, onde entram no segundo mercado local, mais simples e destinado aos moradores da cidade. Finalmente entram na ponte de Londres com dezenove arcos onde passam dezenas de embarcações dos mais variados tipos e sua base de pedra construída em forma de embarcação. Passando pelas muralhas, atravessam por dentro de corredores estreitos de uma dezena de construções humildes situadas nesta ponte, até que atingem a parte onde existem somente o passadiço e chegam na parte sul de Londres. A rua do Tâmisa é um caminho de paralelepípedos e um pequeno muro a separa da margem do rio. Esta parte da cidade é mais pobre e decadente. Não se vê nenhum soldado circulando por ali. Muitos marujos e prostitutas caminham pela rua, mendigos sentados no chão pedem dinheiro, algumas ciganas oferecem ler as mãos das pessoas que passam e bêbados circulam livremente. Sujeira e cheiro ruim é sentido mais forte ali. Aliás por toda cidade, mas nessa área é predominante. Então perguntam para um rufião encostado em uma parede, um pouco embriagado, a localização do lugar. Finalmente encontram O Castelo, um bordel conhecido de Londres.
Os heróis batem à porta e um homem com rosto quadrado e voz grave atende. Ele exige que para os homens entrarem, seus escudeiros fiquem do lado de fora do bordel e deixem suas armas. Sir Algar tenta entrar com a adaga que comprou, mas o porteiro percebe e manda o demônio do norte entregar a arma pois não é bom para os negócios. Algar obedece. Sir Edgar consegue disfarçar e entrar com uma gladius escondida. O interior do lugar é bem maior do que parecia pela fachada estreita. É uma taverna com o salão principal e mesas redondas, paredes de pedra, decoradas como se fosse um castelo, com lareira, um trono com um boneco vestido de rei no lado direito e um palco. Tochas e velas nos lustres de rodas de carroças presos com correntes iluminam a sala escura. Bardos tocam uma animada música com tambores e flautim. Enquanto mulheres desfilam por entre as mesas, sentando no colo dos clientes formados por marujos, mercadores, moradores da cidade, nobres, até mesmo um padre está ali, tentando seduzi-los. Risadas e conversas regadas a muita bebida são ouvidas. Algumas moças sobem com os homens para o andar de cima, onde existem várias portas que levam aos quartos. O ambiente é esfumaçado pelo haxixe e fumo consumido. Quatro homens barbudos, fortes e mal encarados, circulam pela parte de baixo com porretes. Um deles bloqueia o começo da escada só permitindo quem está acompanhado subir. Uma bonita ruiva, Amely com bastante maquiagem e trajes mínimos mostrando os joelhos e braços se aproxima dos heróis e apresenta também a sua amiga, a mulher mais perfeita do Castelo, a bonita e muda Eugene. Imediatamente vem dois pratos com facas e grafos para a carne e dois canecos de madeira com vinho tinto e é cobrado muitas libras pelo serviço. Sir Algar percebe que na parte de cima do lugar tem uma porta entalhada, diferente das demais. Então ele sobe e vai para o quarto com Amely onde desfruta de prazeres nunca dantes provados no estilo Franco. Sir Edgar com Eugene em seu colo no andar debaixo começa a ficar inquieto, pois o taverneiro começou a servir comida e cerveja cobrando cada vez mais libras. Então, depois da conjunção carnal, Sir Algar pergunta a Amely onde está Lady Lourie. Ela diz: “Seu escritório fica na última porta a direita, ela fica lá contando as libras que conseguimos para ela.”
Então o casal desce, Sir Algar pega o pergaminho com o endereço e diz para o brutamontes do segurança que tem uma carta para a Lady Lourie. Enquanto isso Sir Algar, alegando precisar de mais dinheiro, sai e consegue entrar com a Sanctu Gladius. Neste momento o segurança sobe com o pergaminho entra no escritório da Lady Lourie. De repente ele aparece no parapeito superior da escada gritando: “Peguem esses dois!”. A violência que se segue é grande. Sir Algar sopra o chifre de ouro que com sua frequência grave faz o local tremer. Alguns correm pela porta, outros se jogam atrás do balcão, o terror e o caos é instaurado. O objeto mágico confere proteção aos heróis e lhes incentiva a batalha. Depois, Sir Algar tenta, em vão, ferir um dos seguranças com a faca que serviram seu jantar e não consegue acertar os golpes. Sir Edgar usa sua espada e vai matando um a um os homens que tombam cortados e perfurados. Um deles levou um golpe de gladius com um salto do herói que jogou a mesa para frente pegando impulso na cadeira que estava sentado e perfurou a clavícula e ombro do homem que apenas caiu de joelho morto sem tempo para reagir. Um outro tem as costas transpassadas e depois rasgadas de baixo para cima. Um dos homens, o mais alto acerta vários golpes na costela de Sir Algar mas, apesar do impacto a armadura e a proteção do chifre de ouro ajuda a absorver os golpes recebidos. Então Sir Algar mata os outros dois, um deles, dando uma rasteira no adversário que gira e cai de joelho de costas para o romano que degola o homem. E em um giro segurando a gladius para fora o Cavaleiro gira em trezentos e sessenta graus e na altura do pescoço do homem a lâmina corta sua jugular, matando-o.
Então os dois heróis, quando a luta termina, sobem a escadaria, o escudeiro entra no bordel e entrega a Sir Algar seu machado dourado. Em um golpe ele racha a porta do escritório de Lady Lourie em duas e entra na sala. Uma mulher morena belíssima de olhos azuis, com cabelos longos até a cintura, usando um vestido de veludo vermelho, todo bordado com fios de ouro, usando brincos e um colar de pérola no valor de dois cavalos de batalha está ali. Ao contrário de suas funcionarias, ela não é nada vulgar. Está de pé atrás de uma mesa com uma pequena adaga de prata, ornada com diamantes e esmeraldas nas mãos apontando para Algar que está possuído de ira e ódio. Na mesa, uma pequena balança de dois lados onde ela pesava uma quantidade de ouro e prata. Diversas moedas de vários países cobrem toda a escrivaninha. Atrás dela existe uma janela fechada. Esta sala está iluminada pela luz do fim de tarde que vêm do exterior. Dali dá pra ver o Tâmisa e os diversos barcos cruzando o rio. Uma parte do porto movimentado pode ser visto também. Ela primeiro pensa que são ladrões, depois percebe que vieram atrás da Mão Negra, a guilda de assassinos. Então ela joga a adaga no chão e chora implorando pela sua vida, promete pegar todo seu dinheiro e deixar Londres se os heróis a deixarem viver e assim ela contará tudo que sabe. Então eles concordam e ela diz:
“Eu somente recebo uma boa quantidade em ouro para fazer o pagamento dos homens da guilda. Eu recebo uma mensagem e um pergaminho com o nome do integrante que virá aqui, depois de alguns dias o homem da mão negra vem disfarçado de cliente, eles trazem uma pena de águia com sangue, como símbolo do trabalho realizado, então eu os pago. Depois levo pessoalmente a pena embebida em sangue ao chefe da guilda, o Barão Hemilton, chefe dos mercadores de peles, que me paga o combinado. Ele mora em uma mansão bem protegida por arqueiros e uma milícia bem armada próximo a Torre Branca. Ela é impenetrável. É muito rico, possue cinco barcos mercantes. Seus brasão é branco e possue duas manoplas negras. O conselho de governo da cidade formado pelos mercadores está divido, alguns não gostam dele. Mas o Barão Hemilton é perigoso e ninguém ousa enfrentá-lo. Talvez vocês tenham uma chance de interceptá-lo, ele é religioso e ao amanhecer sempre frequenta a primeira missa e atravessa a cidade com sua carruagem até a Catedral de São Paulo”.
Então ela corre dali. Passando por entre os Cavaleiros levando a bolsa cheia de moedas, prata e ouro. Deixando o local, agora vazio, Sir Edgar vê o taverneiro e as meretrizes escondidas atrás do balcão. Ele pega a quantia que tinha pago dentro do estabelecimento e sai do lugar seguido de Sir Algar. Então o homem que estava próximo ao bordel quando eles chegaram diz que já tinha visto Sir Algar ali, semana passada. Sir Edgar, começa a desconfiar da presença do irmão de Sir Algar, Sir Odirsen II, em Londres. Então, a trombeta que avisa que em uma hora acontecerá o fechamento dos portões soa e os Cavaleiros voltam para as muralhas de Londres. O guarda os barra perguntando sobre rumores de briga na Rua do Tâmisa e Sir Edgar e Algar dizem não terem visto nada, então o guarda responde que o que acontece do lado de lá da ponte é problema das guildas e milícias e deixa os heróis entrarem.
Eles vão então até a Taverna do Willy Caolho. O lugar é enorme com um salão com mesas para receber duzentas pessoas. Vários idiomas são falados ali e como os mais variados tipos frequentam o local, os heróis não são notados. Pedem dois quartos com camas individuais. Em um os escudeiros são instalados no outro os Cavaleiros. Sir Algar prepara seu cachimbo e fuma enquanto olha o nevoeiro da Londres medieval. Um bêbado passa, depois um casal, e então a carruagem do Barão Hemilton escoltada por dois cavaleiros e dois soldados a pé com o brasão do homem na porta. Sir Algar e Edgar então decidem uma melhor hora para agir e pedem para o responsável pela estalagem chamá-los as primeiras horas da manhã para irem a missa.
Pela manhã, o empregado da estalagem, acorde Sir Algar e Edgar que dirigem-se a Igreja de São Paulo. Eles vêem o Barão Hemilton chegar com a sua carruagem. O homem usa roupas nobres e tem muitos anéis com pedras preciosas e correntes. Ele é bem gordo e está sempre suado, com cabelos castanhos e barba curta só acompanhando o desenho do maxilar. O Barão passa por Sir Algar o confundindo com o seu irmão e o cumprimenta passando rapidamente, chamando-o de Ordisen. Então ele entra pela Igreja e senta à frente do altar na área destinada aos nobres. Sir Edgar senta logo atrás dele. Sir Algar está dominado pela ira. Então Sir Edgar diz para o Barão que quer falar em nome da igreja sobre negócios com ele. O homem fica curioso. Na saída da igreja Sir Algar fala com o Barão e marca um encontro com ele, na hora do almoço nas docas, na área que o rico proprietário usa para atracar os seus navios. Sir Algar vai com a pele de urso lhe cobrindo parcialmente o rosto. O Barão Hemilton chega na doca, no porto de madeira ao lado dos navios na beira do Tâmisa. E lá a revelação é feita para Sir Algar com o Barão achando que está falando com seu irmão, Sir Odirsen II.
Barão Hemilton: “Você esteve aqui há dois dias. Veio agora reclamar que nós não conseguimos matar o seu irmão. Soubemos que ele estava viajando pela estrada real para o oeste, tentamos matá-lo envenenado-o na hospedaria em Silchester. Em Staine reviramos todas as tavernas, mas vocês eles foram localizados e perdemos sua trilha. Depois descobrimos que dormiram no castelo de Windsor. Nunca pensei que Algar teria coragem de vir a Londres atrás da Mão Negra. Eu sei que você quer a lança sagrada que seu irmão carrega...Eu sei que ele é da velha religião. Que você acha que ele é uma vergonha para a sua família. Que as pessoas tem o chamado de Demônio. Essa lança sagrada herdada, que ele recebeu de seu pai quando deixou o seu clã para se tornar cavaleiro, não é apenas uma arma mais letal que as outras lanças comuns. É Gungnir! Dizem os seus que ela pertenceu a Odim. Eu entendo que você pagou quatro feudos em ouro pela cabeça de Algar e pela arma sagrada. Entendo também que seu pai escondeu a lança a vida inteira dele, dizendo que você era ambicioso e não saberia usá-la no bom caminho. Mas, me dê um tempo que faremos o serviço”
Então Algar finge concordar e o Barão parte com sua comitiva. Ao mesmo tempo Sir Edgar vai ao porto Watergate e tenta achar o Almirante Gwenwynwyn, infelizmente não consegue falar com o homem. Então, os dois Cavaleiros se reúnem, Sir Algar irado e chocado por saber que seu irmão quer sua cabeça conta a Sir Edgar o que ocorreu. Logo descobrem que o barco do Almirante já partiu para Hantonne. Então mandam o escudeiro levar uma mensagem ao Barão em nome de Sir Edgar pedindo desculpas por não comparecer ao encontro. O homem retorna a mensagem dizendo que os encontrará discretamente tarde da noite na estalagem do Willy Caolho.
Na alta madrugada, como um Barão não pode ser visto em um lugar como aquele, o homem para a sua carruagem a distância, sem escolta, sem seu brasão e sai coberto por um manto com um capuz que lhe esconde seu rosto. Entra na estalagem e o estalageiro dorme no balcão. Ele sobe bate na porta. Sir Edgar e Algar vêem o homem chegar pela janela e se preparam. A Sanctu gladius escondida nas costas. Sir Algar mais atrás com o machado, encostado na parede. Sir Edgar se desculpa por estarem fazendo os preparativos para a viagem do dia seguinte, mas o homem percebe que há algo de errado e reconhece Algar. Ele corre escadaria abaixo, Sir Edgar tenta estocar o homem em um salto várias vezes, mas o golpe corta o ar. Os dois heróis perseguem o homem até as ruas encobertas pelo nevoeiro. Sir Algar trás a sua lança que estava guardada atrás da porta e que pegou antes de descer a escada. O Barão Hemilton, apavorado tenta chegar à carruagem. Então, Sir Algar se prepara para lançar Gungnir.
A aparência da arma é como uma lança comum. A não ser pelas duas lâminas que saem em volta da ponta que brilha como ouro. O cabo é de madeira maciça escura e pesada.
Quando Sir Algar empunha a Gungnir vê uma distorção em sua visão. Enxergando a filgia (espírito para os nórdicos) das pessoas que emana uma forma de brilho mágico de tudo que rodeia. Especialmente dos seres viventes. Ao empunhar a lança ela o levou imediatamente para o outro lado do véu que separa os dois mundos. E Sir Algar pode ver a filgia dos cavalos que puxam a carruagem. Ela é branca, pura e neutra como na maioria dos animais. Sir Edgar tem a filgia vermelha dos heróis romanos. Sir Algar se vê com braceletes com runas sagradas tatuadas pelos braços, pescoço e rosto. O Barão Hemilton emana uma aura negra, distorcida pela maldade e materialismo acumulado através de ações erradas e assassinatos. Ele olha para Sir Algar, que enxerga o espírito do Barão corroído, como um cadáver apodrecendo. Uma voz forte e épica chega aos ouvidos do herói: “Mande para mim, Forseti, deus da justiça do norte, este filgia de aura negra. Deixe Gungnir beber sangue novamente por Odin e fazer o que é certo.”
Quando Algar olha, com olhos do outro lado do véu, a lança sagrada é dourada, toda adornada por runas nórdicas e símbolos pagãos que contam a história do mundo. Da
batalha entre os primeiros deuses até o Ragnarock, com o fim da humanidade e os deuses atuais sendo substituídos pelos novos.
Em um piscar de olhos movido pelo medo o Barão Hemilton corre tentando sumir na escuridão em meio ao nevoeiro do Tâmisa.
De novo a voz forte e épica: “Atire pelo ar a herança de seus antepassados e cumpra o seu destino.”
Então a lança sagrada sai das mãos de Algar cortando o vento em uma velocidade incrível. O ar não lhe oferece resistência. Primeiro ela sobe e então em uma trajetória parabólica perfeita atinge o alvo. No meio das costas do Barão ela entra saindo pelo seu peito, rasgando tecido, carne e órgãos vitais. Matado-o instantaneamente, levando o homem a ficar pregado no chão de pé apoiado na lança que furou o chão de pedra. O sangue corre pela arma a alimentado de energia. E uma poça de sangue se forma ao redor do Barão. Imediatamente seu filgia se extingue e sua força vital se vai. Sir Algar volta para o mundo material e a arma tem sua forma anterior de madeira maciça. Os primeiros raios de sol surgem no céu. O cocheiro parte com a carruagem do Barão em pânico e desaparece na neblina.
Os Cavaleiros entram na estalagem e na recepção o homem ainda está dormindo, provavelmente alcoolizado. Gritos nas ruas são ouvidos quando as primeiras pessoas acham, ao amanhecer, o corpo do Barão. Imediatamente é ouvido uma comoção e os guardas começa a revistar as estalagens próximas em busca dos assassinos. Sir Edgar quer ficar na estalagem, mas Sir Algar fica em pânico com a possibilidade de ser preso. Eles, então, partem imediatamente, entram na fila de um dos portões e são atendidos por um guarda da muralha que pede para revistar os cavalos de carga e os pertences dos heróis. Os guardas dizem que não acharam nada. Enquanto revistam os outros viajantes, o comandante do portão se aproxima. Olha as armaduras, as armas, a lança. Olha bem nos olhos dos heróis e diz com cumplicidade, como se soubesse do segredo:
Sargento: “Sabe senhores! O pobre Barão assassinado não gostava da milícia da cidade. Queria nos substituir por seus homens. Mas, agora isso acabou, não sabemos quem o matou. E nunca saberão não é mesmo? Boa viagem!”
Então Sir Algar e Edgar partem de Londres o mais rápido possível e começam a jornada de volta preocupados com o rumo que uma guerra dentro do Clã dos Herlews pode seguir.
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Aventura 6 Campanha Ano 487 Era de Uther
domingo, 4 de abril de 2010
Aventura 5: Mar de Sangue, Ano 486 e 487
Inverno de 486, solstício de inverno para os pagãos e para os cristãos dia do natal. A neve cai tornando os campos e pinheiros brancos. Os dias tornam-se curtos. E na metade da tarde já começa a escurecer. As estradas de ambos os portões da cidade de Sarum, neste dia especial, estão com tochas acessas. As árvores estão todas enfeitadas com motivos pagãos. As casas estão com suas chaminés saindo fumaças, com a comida sendo assada para a ceia à noite. As lanternas também iluminam toda a cidade. Sir Algar chega na cidade durante a missa na Catedral de Santa Maria, celebrada pelo Bispo Roger e Hanz de Duplain, onde Sir Edgar está presente, passa pelo portão leste acompanhado pelo seu escudeiro. As ruas estão desertas. A maioria dos habitantes da cidade estão na missa. Atravessando um pequeno beco formado pelos fundos das casas de pedra, com alguns ratos assustados com os cavalos, Sir Algar ouve um cachorro latindo logo atrás, instintivamente se vira para olhar. Então o som de uma flecha atravessa o ar passando há dois centímetros de sua cabeça. Acertando o escudeiro atrás que cai do cavalo gemendo. Sir Algar não vê o arqueiro que o atacou, mas escuta alguém correr pelas ruas de pedra, até que os sons somem a distância. O escudeiro é ferido no lado direito do peito. E está sentado no chão do beco encostado na parede de pedra. Mas o ferimento não parece ser letal por não ter transpassado algum orgão vital.
Escudeiro: “Meu senhor, estou bem! Só preciso de alguma assistência e descansar”
Sir Algar tenta retirar a flecha de penas negras que acaba se quebrando causando o desmaio de seu escudeiro. O projétil tem um pequeno brasão gravado no centro com o desenho de uma caveira no centro com duas manoplas à apoiando. Algar imediatamente lembra das suas leituras sobre sociedades secretas, de um livro que teve acesso na Vila de Ilmer, com Garr, o velho padre do vilarejo, antes de se tornar cavaleiro. Trata-se da cota de armas da guilda de assassinos, conhecida como a Mão Negra, espalhada pelas terras dos norte, britânia e nas terras dos francos e contratada para os mais variados serviços. Ninguém sabe ao certo quem são os seus integrantes. Mas sabe-se que o trabalho custa alguns quilos de ouro. Então Sir Algar coloca seu escudeiro inconsciente em seu cavalo e leva o homem até o castelo de Sarum onde o comandante da guarda do Conde Roderick ordena que o rapaz ferido seja levado ao físico da corte para que tenha assistência médica.
Após a missa todos os nobres se retiram da Catedral em procissão, onde tinham lugares especiais na frente da nave, junto com o Rei Uther, seu filho Príncipe Madoc e sua corte. Sarum está em festa. Nobres de todas as regiões do reino vem a cidade para participar dos festejos de Natal do ano de 486. Os nobres que não puderam comparecer enviaram presentes. Então Rei Uther e seu filho Madoc chegam por primeiro no castelo e recebem a todos no grande salão do castelo da cidade cumprimentando aqueles que entram com muito respeito e carinho. O entretenimento fica por conta dos músicos e de pequenas peças de teatro com temática natalina encenadas pelas crianças da corte. Os cachorros correm por entre as mesas. Os presentes conversam, bebem e dançam.
Dando sequência as festividades o Conde Roderick presenteia todos os seus empregados. Sir Edgar, Sir Algar e outros vassalos recebem sua roupa anual com adornos de pele de urso marrom e detalhes em prata e ouro, calças de algodão e botas de montaria e para caminhadas. Depois os genros de Roderick são presenteados e por último sua família. Então o rei Uther faz o mesmo com seus cavaleiros, membros da corte e oficiais. Finalmente ele presenteia seu filho com uma nova armadura forjada pelos melhores armeiros da Britânia, com vários feudos nas terras de Thames e a posse do castelo de Windsor. O príncipe Madoc parece muito satisfeito. Então o Conde Roderick presenteia o Rei com um manto de pele de urso branco vinda da noruega. Neste momento Príncipe Madoc chama seus serviçais. Eles carregam uma maca cheia de botins de guerra e coloca-os em frente ao rei. Moedas de ouro e prata, taças e pratos, tecidos de seda de outros países, adagas de ouro, esporas de prata. O príncipe se aproxima e desenrola um estandarte de guerra saxão vermelho tomado de um chefe inimigo morto. O rei se levanta do trono e admira a bandeira e os espólios. Ele pega cada peça com carinho e seleciona exatamente o que é apropriado para cada convidado e os presenteia. O Rei Uther dá uma mão cheia de prata para cada cavaleiro no valor de três libras e um punhado do mesmo metal para cada um de heróis. Após a entrega dos presentes o salão é preparado com mesas para o grande banquete. Empregados apresentam faisão recheado, carne de porco, coelho e vinho em grande quantidade. Derrepente uma grito generalizado de espanto e logo após silêncio é ouvido no salão.
O guarda na porta bate com a lança no chão e diz: “Anuncio a chegada de o grande sacerdote druida da Bretanha. O mago Merlim.”
Merlim entra no salão, passando por todos e indo direto ao rei Uther, sentado no trono do Conde, sem olhar para os lados. Ele dá uma piscada de olho para os heróis.
Rei Uther: “Seja bem vindo a estes salões Merlim.”
Merlim: “Roupas, ouro e prata de terras distantes são certamente dignos de se presentear um rei. Mas a nossa majestade merece mais. Nem mesmo os grandes imperadores de Roma tiveram a sua grandiosidade.”
O rei fica lisonjeado.
Merlim: “Mas claramente lhe falta algo. Esse homem merece o melhor. E para ajudá-lo a obter a paz na nossa grande terra. E eu como um humilde servo lhe ofereço com prazer de minhas fracas mãos, isso...”
Merlim retira de dentro de seu manto uma espada brilhante que emana luz de seu interior causando espanto. Todos os presentes ficam maravilhados.
O rei se levanta impressionado. Merlim com a mão coberta pelo manto pega a espada pela ponta e a entrega para o rei Uther.
Merlim: “Para o grande rei!”
Uther empunha a espada maravilhado e diz: “Agora estou preparado para visitar uns amigos.”
Todos os presentes riem. “Sente-se a minha direita a quem com sabedoria e conselhos verdadeiros nos ajuda a reinar nesta boa terra.”
Então os heróis ceiam e bebem quando Merlim os aponta.
Merlim diz: “Cavaleiros se aproximem. Majestade, estes bravos guerreiros foram responsáveis por conseguirmos Excalibur, contem ao rei o que aconteceu.”
O Rei Uther escuta Sir Algar contar a estória atentamente e com admiração. Sir Edgar fala próximo ao rei explicando que a Excalibur é um espada forjada da espada Calibur pertencente a César, o conquistador romano. E diz que a Excalibur é o perfeito equilíbrio entre as duas religiões, a antiga e a nova e como as culturas devem conviver pacificamente. O Rei Uther fica impressionado com a sabedoria do Jovem Cavaleiro. E empunhando a Excalibur explica a corte e pede que as duas crenças vivam pacificamente. Os presentes prestam atenção. Muitos cavaleiros ficam com ciúmes da atenção que o Rei dispensa aos heróis. Outros os olham com admiração. As mulheres olham para eles fascinadas.
Então o Príncipe Madoc se aproxima entusiasmado pega Sir Edgar e Algar pelo ombro e diz: “Homens! Partiremos na primavera para combater os saxões por mar e queimaremos o máximo de barcos inimigos. Preciso dos melhores cavaleiros! Conto com suas armas nessa jornada, nos encontraremos ao sul em Hantonne”
Sir Amig passa próximo e diz baixinho aos heróis: “Lá vamos nós de novo.”
Entre as conversas em meio ao banquete farto e a bebedeira Sir Jaradan se apoia na mesa dos heróis, pega uma taça cheia de bebida da mesa e diz: “Quer dizer que são os homens do momento na corte. Soube que quase tombaram contra o feiticeiro pagão. Um dia desses a sorte acaba e com ela a vida de vocês.”
Os heróis ficam irritados mas não entram em grandes discussões. Então Bispo Roger vem até a mesa dos deles: “Sir Edgar como vai? Gostaria de ver a espada que um dia protegeu o Apóstolo Paulo.” Ele olha encantado com a bonita gladius milagrosa e diz: “Tenho uma sugestão. Vossa graça poderia doá-la para a Catedral de Santa Maria. Assim nas leis de Jesus o nobre Cavaleiro mudaria vidas em vez de tirá-las. Com a Sanctu Gladius usaríamos a relíquia para atrairmos mais fiéis. Poderíamos cobrar para vê-la. O Conde Roderick já doou um prato feito de prata que foi usado na santa seia pelo próprio Jesus. Seguiria tal exemplo nobre e santo meu filho?”
Sir Edgar lhe responde: “Desculpe Vossa Eminência mas prefiro usar a espada milagrosa para defender o povo e a nossa Majestade.”
Neste momento também fascinado com a espada que pertenceu ao Apóstolo Paulo, Padre Wiliam se aproxima: “Sir Algar, percebi que não estava presente na missa de Natal. Parece que os locais lhe chamam por um nome que não pronunciarei. Porque?”.
Sir Algar responde: “Preciso de um nome que seja forte e incentive meus homens no campo de batalha padre.
Padre William: “Por acaso o senhor é Crismado? Se não for, poderemos organizar uma cerimônia o mais rápido possível.”
Sir Algar: “Temo dizer que no momento não poderei por ter que me dedicar a defesa de Logres padre”. Padre William: “Porque eu sempre fico com a impressão que está mentindo meu bom rapaz?”
Então Sir Bag acerta uma azeitona na cabeça de Sir Edgar. Uma risada tão grave só pode vir deste cavaleiro que os chamam para mesa onde está sentado. “Chega de conversar com esses papa hóstias. Vamos jogar um pouco. Quem tirar o maior número vence no 2d6, melhor de seis. uma libra cada um, o rei deu bastante prata para todos nós esta noite.” Então o Sir Bag ganha o jogo dos heróis e satisfeito embolsa quatro libras em meio a piadas e risadas.
Na outra mesa Sir Edgar e Sir Algar vêem Sir Dylan e dirigem-se a mesa onde ele está sentado.
Sir Algar: “Temo dizer que no momento não poderei por ter que me dedicar a defesa de Logres padre”. Padre William: “Porque eu sempre fico com a impressão que está mentindo meu bom rapaz?”
Então Sir Bag acerta uma azeitona na cabeça de Sir Edgar. Uma risada tão grave só pode vir deste cavaleiro que os chamam para mesa onde está sentado. “Chega de conversar com esses papa hóstias. Vamos jogar um pouco. Quem tirar o maior número vence no 2d6, melhor de seis. uma libra cada um, o rei deu bastante prata para todos nós esta noite.” Então o Sir Bag ganha o jogo dos heróis e satisfeito embolsa quatro libras em meio a piadas e risadas.
Na outra mesa Sir Edgar e Sir Algar vêem Sir Dylan e dirigem-se a mesa onde ele está sentado.
Sir Dylan:“Olá amigos! Vocês acreditam que levei um ano para começar a caminhar. Somente agora voltarei a praticar com armas. Mas, gostaria de agradecê-los. Se não fossem vocês, eu estaria morto em uma hora dessas. Minha espada está a serviço dos senhores quando precisarem. Por hora ficarei aqui cuidando de minha irmã, Lady Marion, que chegará da bretanha no inverno. Ela está prometida ao arrogante Sir Jaradan, infelizmente, por ordem do rei. Sua majestade pediu a meu pai e humildemente temos que aceitar.”
Então Lady Adwen uma bonita jovem com longos cabelos ruivos, com rosto angelical e olhos cor de mel se aproxima de Sir Algar: “Olá Sir Algar!” Ela diz baixinho e com certa intimidade. “É verdade o que andam falando do senhor?” “Que és o demônio do norte e que não tem piedade do inimigo? Então tenho um segredinho.” De dentro de seu espartilho Lady Adwen mostra a meia lua de prata que carrega, símbolo pagão de Avalon. Neste momento Sir Algar fica apaixonado e começa a sentir uma atração irresistível pela Lady. Ela se mistura as pessoas da corte e Sir Algar não a vê mais até o fim do banquete.
Lady Gwiona, a segunda aia da condessa Ellen, esposa do Conde Roderick, é uma jovem de cabelos loiros e olhos azuis. Os homens dizem que ela é bonita como a primavera mas pé fria como o inverno. Ela sorri e cochicha enquanto olha para Sir Edgar. Uma das aias que conversava com ela se aproxima “Sir Edgar! Minha amiga quer saber se o senhor quer dançar com ela.” Sir Edgar aceita e dança muito bem, mostrando habilidade sem igual chamando a atenção dos integrantes da corte. Depois da exibição, Lady Gwiona se aproxima e joga um lenço no chão. Ela rapidamente deixa o salão. Sir Algar está encantado com a moça mas ressabiado quanto a fama de pé fria da moça.
Sir Bag: “Cuidado com essa beldade Sir Edgar, os últimos quatro pretendentes morreram em combate logo depois de proporem a ela.”
Padre William: “Isso é superstição meu filho, como bom cristão sabes que isto não existe. E está ficando velho Sir Edgar e logo precisará de um herdeiro.”
Depois de oito horas o festim se encerra.
Os heróis tem três dias para se juntar ao príncipe Madoc em Hantonne. Dois dias de viagem até a cidade se não seguirem a estrada. Seguindo pelas estradas levaria quase quatro dias. Então partem por caminhos desconhecidos. Eles seguem viagem, fora das trilhas para o sudeste, cruzando o rio pela pequena ponte de pedra e depois descem para uma estrada de comércio mais simples, até a costa ao sul. Os acompanham dois cavaleiros vassalos Sir Amig, Sir Edward e Sir Harry. Sir Edward é jovem e é um cavaleiro sério e reservado e Sir Harry um guerreiro simpático de meia idade que gosta de contar estórias. Sir Edgar descobre que Sir Edward leva esse nome por ter sido treinado por seu pai que foi seu mentor em armas e nos ensinamentos religiosos.
Sir Harry: “Essa floresta à frente, apesar de as pessoas da corte dizerem que é desabitada guarda muitos segredos. Os druidas dizem que há feras e criaturas aqui que o tempo esqueceu.”
Sir Amig: “Estamos morrendo de medo Sir Harry. Não estrague o momento dos garotos, eles adoram passear pela floresta.”
Após algumas horas de cavalgada os Cavaleiros entram na floresta de Camelot. O interior da floresta é escuro e denso. Muitas folhagens e apenas o espaço entre as árvores servem de trilha. Ao anoitecer o som de água corrente é ouvido. É o rio Test que desemboca em Hantonne. Hora de levantar acampamento.
Sir Amig: “Vocês ficam com o turno de sentinela. Eu vou dormir porque estou muito velho e preciso estar inteiro para quando vocês se meterem em enrascada, como é de costume em todas as campanhas.”
Durante a noite os heróis mostram suas habilidades com armas para os escudeiros. Sir Algar não resiste e como de costume assusta o escudeiro de Sir Edgar com um grito, fazendo uma careta com o seu enorme machado em riste. O pobre menino corre e vai se esconder na barraca de campanha de Sir Harry que o leva novamente até os heróis que se divertem rindo do coitado do rapaz. No amanhecer do segundo dia é preciso atravessar o rio. Todos conseguem atravessar controlando suas montarias. A de Sir Edgar se assusta e escorrega no fundo de pedras mas ele consegue se equilibrar na sela e fazer a travessia escapando por pouco de um afogamento. A floresta fica para trás e um grande mangue se estende à frente. A vegetação é toda igual e as patas dos cavalos afundam com os heróis em cima.
Sir Amig: “Com mil diabos! É impossível atravessar esse lugar fedorento montado, desçam e vamos caminhando. Alguém lidere, não entendo nada desse tipo de terreno.”
Tentando achar os caminhos por entre o chão coberto de lodo negro e a vegetação sempre igual, os Cavaleiros começam a andar em círculos. Então pulando entre as plantas do banhado um bando de homens cobertos de lodo os atacam. Eles vestem somente uma tanga de coro de enguia. Eles são magros, morenos e possuem cabelo e barbas compridas. Usam enfeites feitos de ossos de peixes. O líder usa na cabeça uma arcada de urso. Usam nos narizes, como enfeite, ossos transpassando de um lado ao outro. Gritam um idioma que os cavaleiros nunca ouviram e estão armados com tridentes e arpões de pesca. Eles estão aproximadamente em quarenta guerreiros e os cercaram.
Sir Amig: “Calma rapazes! Eles são muitos! Abaixem as armas!”
Então todos se rendem e são amarrados e levados. Um atado ao pescoço do outro e com as mãos imobilizadas. As armas foram colocadas nos cavalos de transporte e levados pelos homens. Os escudeiros também foram rendidos. Após duas horas de caminhada sob as armas e cutucões dos tridentes Sir Algar, Sir Edgar, Sir Harry, Sir Edward e Sir Amig chegam à uma vila construída no meio do mangue. As casas são palafitas muito pobres. Pilhas de ossos de animais marinhos se acumulam ao lado das cabanas. Cachorros caminham junto à algumas crianças que brincam no lodo. As necessidades são feitas ali mesmo. Os Cavaleiros são levados a maior cabana onde são apresentados a um homem comendo caranguejos vivos sentado em um tosco trono de madeira. Ele tem mais colares de ossos que os outros e possui uns setenta anos. Tem um olhar malvado emanando de seus olhos negros. Usa barba longa que é crespa e grisalha, e está imunda de comida, bem como as suas roupas esfarrapadas. Ele acaricia uma menina de uns doze anos que parece em estado de choque. Ele se aproxima, toca as armaduras, olha os heróis no rosto sem emoção nenhuma. Derrepente cospe em Sir Edgar e ri se divertindo com isso balançando a cabeça. Os heróis , sentados no chão, estão amarrados nas vigas de madeira que sustentam o telhado. O homem vai para fora. A conversa de várias pessoas reunidas vai crescendo no lado de fora da grande palafita. Os Cavaleiros vêm lá de dentro uma grande quantidade daqueles seres primitivos os olharem com curiosidade, apontarem e rirem.
Derrepente o homem volta e agarra Sir Harry, pelo cabelo, que é arrastado, ajudado pelos guardas, lá pra fora com seu escudeiro e é colocado em uma pedra com sua cabeça apoiada no centro da vila. Uns cinquenta locais vem assistir a cena. Sir Edward sem demonstrar emoção também é levado junto com o seu escudeiro. Amarrados ele são despidos de suas armaduras que são exibidas peças por peças com orgulho pelo líder da aldeia. Eles aplaudem celebrando aquilo tudo. Derrepente com um porrete começam a espancar o cavaleiro. Espancam tanto que o homem tem seus ossos quebrados e o crânio partido. Depois fazem o mesmo com os escudeiros. Esse chora e se debate, grita por socorro, até perder os sentidos coberto de sangue. Logo o guarda começa a desmembrar os quatro e distribuir a carne aos habitantes que é assada em uma grande fogueira acesa no centro da vila. Mulheres, crianças, velhos, homens e mulheres se banqueteiam. Os escudeiros entram em pânico e choram implorando pelas suas vidas. Existem dois homens de guarda no fundo do salão onde estão amarrados.
Sir Amig: “Malditos assassinos! Animais! Temos que nos soltar e sair daqui o mais rápido possível.”
Fazendo pressão nos pulsos e desgastando-as, as cordas são arrebentadas pelos heróis. Então Sir Amig surpreende o sentinela. Corre até o homem pegando-o de surpresa e lhe dá uma cabeçada tão forte no rosto quebrando o nariz do inimigo e os ossos do rosto que leva o homem a cambalear e cair de costas. Então, o veterano Cavaleiro toma o tridente do guarda e lhe transpassa o pescoço. O inimigo tenta retirar a arma enquanto se afoga em seu próprio sangue mas morre. Sir Algar e Sir Edgar correm e atacam juntos o outro guerreiro com socos e ponta pés deixando-o inconsciente. Rapidamente os três cavaleiros e seus escudeiros correm para o fundo da palafita. Sir Algar se pendura na janela pegando impulso e acerta o sentinela com os dois pés no peito. Ele cai desequilibrado e o demônio do norte ataca com o tridente na horizontal, que pegou do vigia na casa, abrindo o pescoço do homem matando-o. Sir Edgar se atira pela janela acertando o ombro do homem e com as duas mãos quebra o pescoço de seu rival. Sir Amig logo atrás usa o cabo do tridente como arma de espancamento quebrando o nariz do inimigo e depois transpassando-o com a arma levando o adversário a morte.
Pegando novamente seus cavalos de carga e de viagem, bem como as suas armas, os heróis partem novamente para o mangue. Na noite iluminada pela luz da lua eles e seus escudeiros se esgueiram pelos caminhos difíceis do terreno. Aos poucos começam a achar uma trilha que os guie para fora dali, mas dão de cara com dois homens primitivos que estavam os caçando. A luta é rápida com Sir Amig matando um dos homens com sua espada e Sir Algar e Edgar, o primeiro atacando com o machado em um corte horizontal direto no pescoço e o segundo com a Sanctu Gladius que ilumina a noite, à luz da lua, podendo se ver um portal que a espada abre sugando a alma do inimigo. Em fração de segundo, sem ter tempo de emitir qualquer reação, o homem é morto. Então, depois de uma hora de caminhada finalmente os heróis saem daquele lugar amaldiçoado.
Então Lady Adwen uma bonita jovem com longos cabelos ruivos, com rosto angelical e olhos cor de mel se aproxima de Sir Algar: “Olá Sir Algar!” Ela diz baixinho e com certa intimidade. “É verdade o que andam falando do senhor?” “Que és o demônio do norte e que não tem piedade do inimigo? Então tenho um segredinho.” De dentro de seu espartilho Lady Adwen mostra a meia lua de prata que carrega, símbolo pagão de Avalon. Neste momento Sir Algar fica apaixonado e começa a sentir uma atração irresistível pela Lady. Ela se mistura as pessoas da corte e Sir Algar não a vê mais até o fim do banquete.
Lady Gwiona, a segunda aia da condessa Ellen, esposa do Conde Roderick, é uma jovem de cabelos loiros e olhos azuis. Os homens dizem que ela é bonita como a primavera mas pé fria como o inverno. Ela sorri e cochicha enquanto olha para Sir Edgar. Uma das aias que conversava com ela se aproxima “Sir Edgar! Minha amiga quer saber se o senhor quer dançar com ela.” Sir Edgar aceita e dança muito bem, mostrando habilidade sem igual chamando a atenção dos integrantes da corte. Depois da exibição, Lady Gwiona se aproxima e joga um lenço no chão. Ela rapidamente deixa o salão. Sir Algar está encantado com a moça mas ressabiado quanto a fama de pé fria da moça.
Sir Bag: “Cuidado com essa beldade Sir Edgar, os últimos quatro pretendentes morreram em combate logo depois de proporem a ela.”
Padre William: “Isso é superstição meu filho, como bom cristão sabes que isto não existe. E está ficando velho Sir Edgar e logo precisará de um herdeiro.”
Depois de oito horas o festim se encerra.
Os heróis tem três dias para se juntar ao príncipe Madoc em Hantonne. Dois dias de viagem até a cidade se não seguirem a estrada. Seguindo pelas estradas levaria quase quatro dias. Então partem por caminhos desconhecidos. Eles seguem viagem, fora das trilhas para o sudeste, cruzando o rio pela pequena ponte de pedra e depois descem para uma estrada de comércio mais simples, até a costa ao sul. Os acompanham dois cavaleiros vassalos Sir Amig, Sir Edward e Sir Harry. Sir Edward é jovem e é um cavaleiro sério e reservado e Sir Harry um guerreiro simpático de meia idade que gosta de contar estórias. Sir Edgar descobre que Sir Edward leva esse nome por ter sido treinado por seu pai que foi seu mentor em armas e nos ensinamentos religiosos.
Sir Harry: “Essa floresta à frente, apesar de as pessoas da corte dizerem que é desabitada guarda muitos segredos. Os druidas dizem que há feras e criaturas aqui que o tempo esqueceu.”
Sir Amig: “Estamos morrendo de medo Sir Harry. Não estrague o momento dos garotos, eles adoram passear pela floresta.”
Após algumas horas de cavalgada os Cavaleiros entram na floresta de Camelot. O interior da floresta é escuro e denso. Muitas folhagens e apenas o espaço entre as árvores servem de trilha. Ao anoitecer o som de água corrente é ouvido. É o rio Test que desemboca em Hantonne. Hora de levantar acampamento.
Sir Amig: “Vocês ficam com o turno de sentinela. Eu vou dormir porque estou muito velho e preciso estar inteiro para quando vocês se meterem em enrascada, como é de costume em todas as campanhas.”
Durante a noite os heróis mostram suas habilidades com armas para os escudeiros. Sir Algar não resiste e como de costume assusta o escudeiro de Sir Edgar com um grito, fazendo uma careta com o seu enorme machado em riste. O pobre menino corre e vai se esconder na barraca de campanha de Sir Harry que o leva novamente até os heróis que se divertem rindo do coitado do rapaz. No amanhecer do segundo dia é preciso atravessar o rio. Todos conseguem atravessar controlando suas montarias. A de Sir Edgar se assusta e escorrega no fundo de pedras mas ele consegue se equilibrar na sela e fazer a travessia escapando por pouco de um afogamento. A floresta fica para trás e um grande mangue se estende à frente. A vegetação é toda igual e as patas dos cavalos afundam com os heróis em cima.
Sir Amig: “Com mil diabos! É impossível atravessar esse lugar fedorento montado, desçam e vamos caminhando. Alguém lidere, não entendo nada desse tipo de terreno.”
Tentando achar os caminhos por entre o chão coberto de lodo negro e a vegetação sempre igual, os Cavaleiros começam a andar em círculos. Então pulando entre as plantas do banhado um bando de homens cobertos de lodo os atacam. Eles vestem somente uma tanga de coro de enguia. Eles são magros, morenos e possuem cabelo e barbas compridas. Usam enfeites feitos de ossos de peixes. O líder usa na cabeça uma arcada de urso. Usam nos narizes, como enfeite, ossos transpassando de um lado ao outro. Gritam um idioma que os cavaleiros nunca ouviram e estão armados com tridentes e arpões de pesca. Eles estão aproximadamente em quarenta guerreiros e os cercaram.
Sir Amig: “Calma rapazes! Eles são muitos! Abaixem as armas!”
Então todos se rendem e são amarrados e levados. Um atado ao pescoço do outro e com as mãos imobilizadas. As armas foram colocadas nos cavalos de transporte e levados pelos homens. Os escudeiros também foram rendidos. Após duas horas de caminhada sob as armas e cutucões dos tridentes Sir Algar, Sir Edgar, Sir Harry, Sir Edward e Sir Amig chegam à uma vila construída no meio do mangue. As casas são palafitas muito pobres. Pilhas de ossos de animais marinhos se acumulam ao lado das cabanas. Cachorros caminham junto à algumas crianças que brincam no lodo. As necessidades são feitas ali mesmo. Os Cavaleiros são levados a maior cabana onde são apresentados a um homem comendo caranguejos vivos sentado em um tosco trono de madeira. Ele tem mais colares de ossos que os outros e possui uns setenta anos. Tem um olhar malvado emanando de seus olhos negros. Usa barba longa que é crespa e grisalha, e está imunda de comida, bem como as suas roupas esfarrapadas. Ele acaricia uma menina de uns doze anos que parece em estado de choque. Ele se aproxima, toca as armaduras, olha os heróis no rosto sem emoção nenhuma. Derrepente cospe em Sir Edgar e ri se divertindo com isso balançando a cabeça. Os heróis , sentados no chão, estão amarrados nas vigas de madeira que sustentam o telhado. O homem vai para fora. A conversa de várias pessoas reunidas vai crescendo no lado de fora da grande palafita. Os Cavaleiros vêm lá de dentro uma grande quantidade daqueles seres primitivos os olharem com curiosidade, apontarem e rirem.
Derrepente o homem volta e agarra Sir Harry, pelo cabelo, que é arrastado, ajudado pelos guardas, lá pra fora com seu escudeiro e é colocado em uma pedra com sua cabeça apoiada no centro da vila. Uns cinquenta locais vem assistir a cena. Sir Edward sem demonstrar emoção também é levado junto com o seu escudeiro. Amarrados ele são despidos de suas armaduras que são exibidas peças por peças com orgulho pelo líder da aldeia. Eles aplaudem celebrando aquilo tudo. Derrepente com um porrete começam a espancar o cavaleiro. Espancam tanto que o homem tem seus ossos quebrados e o crânio partido. Depois fazem o mesmo com os escudeiros. Esse chora e se debate, grita por socorro, até perder os sentidos coberto de sangue. Logo o guarda começa a desmembrar os quatro e distribuir a carne aos habitantes que é assada em uma grande fogueira acesa no centro da vila. Mulheres, crianças, velhos, homens e mulheres se banqueteiam. Os escudeiros entram em pânico e choram implorando pelas suas vidas. Existem dois homens de guarda no fundo do salão onde estão amarrados.
Sir Amig: “Malditos assassinos! Animais! Temos que nos soltar e sair daqui o mais rápido possível.”
Fazendo pressão nos pulsos e desgastando-as, as cordas são arrebentadas pelos heróis. Então Sir Amig surpreende o sentinela. Corre até o homem pegando-o de surpresa e lhe dá uma cabeçada tão forte no rosto quebrando o nariz do inimigo e os ossos do rosto que leva o homem a cambalear e cair de costas. Então, o veterano Cavaleiro toma o tridente do guarda e lhe transpassa o pescoço. O inimigo tenta retirar a arma enquanto se afoga em seu próprio sangue mas morre. Sir Algar e Sir Edgar correm e atacam juntos o outro guerreiro com socos e ponta pés deixando-o inconsciente. Rapidamente os três cavaleiros e seus escudeiros correm para o fundo da palafita. Sir Algar se pendura na janela pegando impulso e acerta o sentinela com os dois pés no peito. Ele cai desequilibrado e o demônio do norte ataca com o tridente na horizontal, que pegou do vigia na casa, abrindo o pescoço do homem matando-o. Sir Edgar se atira pela janela acertando o ombro do homem e com as duas mãos quebra o pescoço de seu rival. Sir Amig logo atrás usa o cabo do tridente como arma de espancamento quebrando o nariz do inimigo e depois transpassando-o com a arma levando o adversário a morte.
Pegando novamente seus cavalos de carga e de viagem, bem como as suas armas, os heróis partem novamente para o mangue. Na noite iluminada pela luz da lua eles e seus escudeiros se esgueiram pelos caminhos difíceis do terreno. Aos poucos começam a achar uma trilha que os guie para fora dali, mas dão de cara com dois homens primitivos que estavam os caçando. A luta é rápida com Sir Amig matando um dos homens com sua espada e Sir Algar e Edgar, o primeiro atacando com o machado em um corte horizontal direto no pescoço e o segundo com a Sanctu Gladius que ilumina a noite, à luz da lua, podendo se ver um portal que a espada abre sugando a alma do inimigo. Em fração de segundo, sem ter tempo de emitir qualquer reação, o homem é morto. Então, depois de uma hora de caminhada finalmente os heróis saem daquele lugar amaldiçoado.
Resistindo ao cansaço e a fome eles chegam ao amanhecer a cidade de Hantonne. O lugar é um porto marítimo. Protegida por muralhas a cidade tem um rio que a cruza de ponta a ponta. Um barco estacionado de cada lado do rio bloqueia a passagem de navios inimigos para dentro da cidade. Vários barcos estão ancorados no porto, principalmente navios mercantes comandados por homens durões e mal encarados que trazem mercadorias de reinos distantes. Alguns fazem comércio ilegal de pirataria e pilhagem. As ruas de Hantonne são estreitas e os becos escuros. É um lugar que cheira a peixe e maresia. Existem muitos lugares para jogos de azar e tavernas. Centenas de prostitutas circulam por ali. O príncipe está no cais cercado por trezentos cavaleiros que se apresentaram. Seis navios estão atracados. São navios com velas e remos, cabem em torno de cinquenta homens cada um. Os marinheiros estão aguardando as ordens de partida do príncipe Madoc. Ao chegarem os heróis contam ao príncipe o que aconteceu e este indignado promete um ataque a vila primitiva no pântano. Então ele se dirige a todos os cavaleiros no porto:
“Homens! Estes são os nobres cavaleiros que lhes falei. Eles ajudaram meu pai a recuperar Excalibur.” Então todos os cumprimentam em aprovação.
“Cavaleiros! Estamos partindo para uma tarefa puramente militar. Não iremos conquistar, nem pilhar ou invadir. Nós iremos em busca de barcos inimigos. Vamos os interceptá-los, capturá-los e queimá-los. Não deixaremos ninguém para trás. Todos os feridos e mortos deverão ser trazidos à bordo. Levantar âncoras e vamos com a ajuda de deus e em nome do Rei.”
Então, abarrotados de cavaleiros os seis navios deslizam rápidos por entre as ondas. Gaivotas os acompanham. Até romper a arrebentação os barcos são movidos por remos e os bumbos de pele de búfalo dão o ritmo aos remadores. Depois em alto mar costeando a Britânia as velas são içadas. Sir Edgar e Algar vão na proa imponentes, apoiando-se nas cordas que sustentam as velas, sentindo o vento soprar e o cheiro da maresia. Os marinheiros correm com as cordas para manter as velas trabalhando. Os navios navegam o mais perto possível para manter a superioridade. O almirante Gwenwynwyn grita ordens para os marujos. O príncipe Madoc vai no barco do Almirante ao lado do timoneiro. Sorri satisfeito. Continuamente os tripulantes procuram barcos no horizonte. Na primeira noite os barcos são encalhados em uma praia e o exército monta um acampamento para cozinhar e dormir.
Na metade da manhã do segundo dia próximo a costa saxã Sir Edgar avista três barcos, do rei saxão Ælle. Quando se aproximam a favor do vento todos notam que os navios inimigos não tem muitos tripulantes. Quando eles vêem que os do Rei Uther estão abarrotados de soldados, os homens tentam desesperadamente remar com as velas içadas para ganhar mais velocidade. Uma hora de perseguição e o inimigo está continuamente em vantagem na fuga devido ao peso dos barcos do rei. Mas, derrepente, a sorte vira a favor dos heróis. O vento muda de lado e empurra as duas esquadras em direção a costa. Os barcos se aproximam, os homens começam a se xingar mutualmente e todos preparam as suas armas e armaduras. Surfando nas ondas os barcos inimigos encalham na terra há dez metros da esquadra real que faz o mesmo. É o território saxão perto de Pevensy. Rapidamente os saxões pulam do barco e tentam se reunir aos berros. Eles formam uma pequena parede de escudos e estão em desvantagem de três para um. São trezentos cavaleiros do Rei Uther contra cem saxões.
Príncipe Madoc: “Formem uma unidade para atacar com os cavaleiros que estão a bordo de seus navios! O inimigo está em desvantagem!”
Sir Amig: “Vamos homens, rápido para a terra! Comigo, em linha, formem a parede de escudos, formação apertada, marchar! Por Logres, pelo Rei. ”
Na areia da praia ainda com água nos joelhos e em um terreno difícil de se equilibrar o estrondo das paredes de escudos enche o início da tarde. Dá para ver o rosto barbado do inimigo, sentir o cheiro de álcool enquanto todos os palavrões são proferidos. Os dois lados tentam achar uma brecha para estocar o outro e romper as linhas.
Sir Amig: “Aguentem firme! Eles estão em minoria! Não tenham piedade! Morte!”
Sir Algar e Sir Edgar atacam um saxão forte como um touro na parede de escudos. O primeiro golpe Sir Algar erra atacando de cima para baixo. Levantando o escudo para se proteger do golpe que vem de cima para baixo, o calcanhar e a panturrilha ficam desprotegidos e são golpeados por um machado de guerra, abrindo um corte fundo tirando seu equilíbrio. Sir Edgar mata o homem com a Sanctu Gladius e corta-lhe a mão fazendo-o cair na água rasa e se afogar estrebuchando de dor. No final da primeira hora de combate olhando ao redor, na parede de escudos, somente um dos cavaleiros da unidade é ferido. Um machado vem de cima para baixo acertando-o e abrindo seu elmo. O homem se afasta cambaleando e sangue escorre pelo seu pescoço. O cavaleiro próximo à ele o afasta para trás do combate. Na segunda hora de luta dezenove cavaleiros combatem aproveitando a superioridade numérica. O inimigo fica confuso e assustado. Sem conseguir matar ou ferir muito cavaleiros de Logres começam a lutar sem disciplina abrindo muitas brechas nas linhas facilitando o massacre na praia. Tendo que fazer mais força na areia submersa pelo mar do que o exército de Logres, já que o seu número reduziu drasticamente e precisam manter a linha para não morrerem, alguns caem e outros ficam exaustos. A praia começa a virar um abatedouro.
Sir Amig: “Eles estão cedendo! Aproveitem os espaços! Mandai-os ao inferno! Dêem a volta na linha deles pelas brechas.”
Sir Edgar e Sir Algar forçam a passagem nas brechas que o inimigo deixou. Com habilidade se movem para o outro lado e atacam o inimigo por trás, que indefeso é morto pela gladius e pelo machado dos heróis que caem com força e sem piedade. No final os homens de Logres golpeiam as águas com os corpos boiando. Outros afogam alguns feridos que tentavam se arrastar para longe. As cabeças de alguns inimigos são cortadas e colocadas em estacas. A água branca da costa da Britânia está vermelha da carnificina. Nenhum inimigo sobreviveu. E mais um cavaleiro de Sir Amig tombou ferido com uma das mãos amputadas. O homem grita de dor mas está vivo. Os heróis estão sujos de areia e sangue. Cabelos molhados e alguns pequenos cortes e hematomas. A unidade permanece com dezoito cavaleiros.
Sir Amig: “Vitória! (erguendo a espada) Lutaram bem rapazes. O Demônio e o Santo, que dupla. Assim que se faz garotos. Parabéns. O comando é de vocês, organizem a pilhagem, este barco à frente é nosso, depois queimem-o e dêem um jeito nestes cadáveres. Preciso de um trago.” E se afasta em direção ao barco principal onde está o príncipe, há uns quatrocentos metros, que cumprimenta e ri abraçando Sir Amig. Provavelmente o veterano cavaleiro fez mais uma das suas piadinhas.
Sir Algar pula para o interior do barco. Ele retira a pilhagem formada por peles de carneiro, cálices de estanho e prata e divide entre os cavaleiros de sua unidade e Sir Amig. Depois jogam os corpos dos inimigos dentro dos barcos e queimam tudo. O saldo do combate para o exército do Rei Uther: seis cavaleiros mortos e vinte e quatro feridos. Sir Algar é costurado na perna por um físico com agulha de madeira e linha de tripa de carneiro.
Dois dias depois, com o tempo bom e o vento a favor a esquadra desliza rápido por entre as ondas altas da costa Britânica. No meio da tarde do quarto dia quando navegam próximo a Dover, enxergam várias fogueiras acessas e quatro barcos estacionados na praia com cabeças de dragão. Sir Edgar reconhece seus brasões, são Jutes, saxões da germânia. Enquanto a esquadra de Logres se aproxima da praia o inimigo tenta se organizar para defender-se. Mas os barcos chegam rápido, poucos jutes conseguem vestir a armadura. Alguns nem acham suas armas. Em vantagem de dois para um, cento e cinquenta saxões estão na praia contra os duzentos e setenta cavaleiros de logres.
Sir Amig: “Veja como correm desesperados como formigas. Nem vai dar tempo de os bastardos entrarem em formação. Atenção! Pulem na areia e matem à vontade.”
As unidades saltam dos barcos no cascalho amarelo que forma a praia, o terreno é estável e permite uma base boa para combater e golpear. Os gritos dos inimigos tentando alertar aqueles que não tinham notado o ataque ecoa no paredão de rochas situado atrás na paisagem.
Sir Amig: “Formar linha! Varrer a praia! Avançar! Com o paredão de rochas atrás os coitados não terão como fugir!”
Os cavaleiros de Logres caminham há um passo um do outro em uma linha única que caminha com os escudos protegendo à frente e as armas levantadas prontas para golpear. A superioridade numérica é tão grande que os cavaleiros apenas varrem o inimigo deixando seus corpos contorcidos na areia a medida que avançam. Sir Edgar e Sir Algar atacam o primeiro Jute, o primeiro estoca o inimigo em seu coração e o segundo pula por cima de seu irmão de armas abrindo-lhe o pescoço. Na primeira hora de combate um dos cavaleiros da unidade dos heróis é ferido. Atacando um dos homens desarmados o cavaleiro não manteve a atenção na retaguarda e de uma maça de guerra levou um golpe nas costas, levando o homem a cair imediatamente paralisado da cintura para baixo. Fazendo com que seu intestino e bexiga soltasse tudo que existia em seu interior. Por sorte o cavaleiro foi salvo por um outro irmão de arma que degolou o inimigo que iria lhe tirar a vida.
Avançando e ganhando terreno os heróis e o exército de Logres empurram o inimigo para a parte de trás da praia. Sir Algar usa a parte não cortante do machado e quebra o rosto do inimigo que erra o golpe tentando revidar sem enxergar nada, então o saxão acerta a armadura em cheio de Sir Edgar que sente o impacto, mas o golpe causa apenas um hematoma, ele revida degolando o inimigo levando-o a tombar. No final da segunda hora de combate nenhum cavaleiro caiu na unidade. Sir Amig continua combatendo e liderando com habilidade.
“Homens! Estes são os nobres cavaleiros que lhes falei. Eles ajudaram meu pai a recuperar Excalibur.” Então todos os cumprimentam em aprovação.
“Cavaleiros! Estamos partindo para uma tarefa puramente militar. Não iremos conquistar, nem pilhar ou invadir. Nós iremos em busca de barcos inimigos. Vamos os interceptá-los, capturá-los e queimá-los. Não deixaremos ninguém para trás. Todos os feridos e mortos deverão ser trazidos à bordo. Levantar âncoras e vamos com a ajuda de deus e em nome do Rei.”
Então, abarrotados de cavaleiros os seis navios deslizam rápidos por entre as ondas. Gaivotas os acompanham. Até romper a arrebentação os barcos são movidos por remos e os bumbos de pele de búfalo dão o ritmo aos remadores. Depois em alto mar costeando a Britânia as velas são içadas. Sir Edgar e Algar vão na proa imponentes, apoiando-se nas cordas que sustentam as velas, sentindo o vento soprar e o cheiro da maresia. Os marinheiros correm com as cordas para manter as velas trabalhando. Os navios navegam o mais perto possível para manter a superioridade. O almirante Gwenwynwyn grita ordens para os marujos. O príncipe Madoc vai no barco do Almirante ao lado do timoneiro. Sorri satisfeito. Continuamente os tripulantes procuram barcos no horizonte. Na primeira noite os barcos são encalhados em uma praia e o exército monta um acampamento para cozinhar e dormir.
Na metade da manhã do segundo dia próximo a costa saxã Sir Edgar avista três barcos, do rei saxão Ælle. Quando se aproximam a favor do vento todos notam que os navios inimigos não tem muitos tripulantes. Quando eles vêem que os do Rei Uther estão abarrotados de soldados, os homens tentam desesperadamente remar com as velas içadas para ganhar mais velocidade. Uma hora de perseguição e o inimigo está continuamente em vantagem na fuga devido ao peso dos barcos do rei. Mas, derrepente, a sorte vira a favor dos heróis. O vento muda de lado e empurra as duas esquadras em direção a costa. Os barcos se aproximam, os homens começam a se xingar mutualmente e todos preparam as suas armas e armaduras. Surfando nas ondas os barcos inimigos encalham na terra há dez metros da esquadra real que faz o mesmo. É o território saxão perto de Pevensy. Rapidamente os saxões pulam do barco e tentam se reunir aos berros. Eles formam uma pequena parede de escudos e estão em desvantagem de três para um. São trezentos cavaleiros do Rei Uther contra cem saxões.
Príncipe Madoc: “Formem uma unidade para atacar com os cavaleiros que estão a bordo de seus navios! O inimigo está em desvantagem!”
Sir Amig: “Vamos homens, rápido para a terra! Comigo, em linha, formem a parede de escudos, formação apertada, marchar! Por Logres, pelo Rei. ”
Na areia da praia ainda com água nos joelhos e em um terreno difícil de se equilibrar o estrondo das paredes de escudos enche o início da tarde. Dá para ver o rosto barbado do inimigo, sentir o cheiro de álcool enquanto todos os palavrões são proferidos. Os dois lados tentam achar uma brecha para estocar o outro e romper as linhas.
Sir Amig: “Aguentem firme! Eles estão em minoria! Não tenham piedade! Morte!”
Sir Algar e Sir Edgar atacam um saxão forte como um touro na parede de escudos. O primeiro golpe Sir Algar erra atacando de cima para baixo. Levantando o escudo para se proteger do golpe que vem de cima para baixo, o calcanhar e a panturrilha ficam desprotegidos e são golpeados por um machado de guerra, abrindo um corte fundo tirando seu equilíbrio. Sir Edgar mata o homem com a Sanctu Gladius e corta-lhe a mão fazendo-o cair na água rasa e se afogar estrebuchando de dor. No final da primeira hora de combate olhando ao redor, na parede de escudos, somente um dos cavaleiros da unidade é ferido. Um machado vem de cima para baixo acertando-o e abrindo seu elmo. O homem se afasta cambaleando e sangue escorre pelo seu pescoço. O cavaleiro próximo à ele o afasta para trás do combate. Na segunda hora de luta dezenove cavaleiros combatem aproveitando a superioridade numérica. O inimigo fica confuso e assustado. Sem conseguir matar ou ferir muito cavaleiros de Logres começam a lutar sem disciplina abrindo muitas brechas nas linhas facilitando o massacre na praia. Tendo que fazer mais força na areia submersa pelo mar do que o exército de Logres, já que o seu número reduziu drasticamente e precisam manter a linha para não morrerem, alguns caem e outros ficam exaustos. A praia começa a virar um abatedouro.
Sir Amig: “Eles estão cedendo! Aproveitem os espaços! Mandai-os ao inferno! Dêem a volta na linha deles pelas brechas.”
Sir Edgar e Sir Algar forçam a passagem nas brechas que o inimigo deixou. Com habilidade se movem para o outro lado e atacam o inimigo por trás, que indefeso é morto pela gladius e pelo machado dos heróis que caem com força e sem piedade. No final os homens de Logres golpeiam as águas com os corpos boiando. Outros afogam alguns feridos que tentavam se arrastar para longe. As cabeças de alguns inimigos são cortadas e colocadas em estacas. A água branca da costa da Britânia está vermelha da carnificina. Nenhum inimigo sobreviveu. E mais um cavaleiro de Sir Amig tombou ferido com uma das mãos amputadas. O homem grita de dor mas está vivo. Os heróis estão sujos de areia e sangue. Cabelos molhados e alguns pequenos cortes e hematomas. A unidade permanece com dezoito cavaleiros.
Sir Amig: “Vitória! (erguendo a espada) Lutaram bem rapazes. O Demônio e o Santo, que dupla. Assim que se faz garotos. Parabéns. O comando é de vocês, organizem a pilhagem, este barco à frente é nosso, depois queimem-o e dêem um jeito nestes cadáveres. Preciso de um trago.” E se afasta em direção ao barco principal onde está o príncipe, há uns quatrocentos metros, que cumprimenta e ri abraçando Sir Amig. Provavelmente o veterano cavaleiro fez mais uma das suas piadinhas.
Sir Algar pula para o interior do barco. Ele retira a pilhagem formada por peles de carneiro, cálices de estanho e prata e divide entre os cavaleiros de sua unidade e Sir Amig. Depois jogam os corpos dos inimigos dentro dos barcos e queimam tudo. O saldo do combate para o exército do Rei Uther: seis cavaleiros mortos e vinte e quatro feridos. Sir Algar é costurado na perna por um físico com agulha de madeira e linha de tripa de carneiro.
Dois dias depois, com o tempo bom e o vento a favor a esquadra desliza rápido por entre as ondas altas da costa Britânica. No meio da tarde do quarto dia quando navegam próximo a Dover, enxergam várias fogueiras acessas e quatro barcos estacionados na praia com cabeças de dragão. Sir Edgar reconhece seus brasões, são Jutes, saxões da germânia. Enquanto a esquadra de Logres se aproxima da praia o inimigo tenta se organizar para defender-se. Mas os barcos chegam rápido, poucos jutes conseguem vestir a armadura. Alguns nem acham suas armas. Em vantagem de dois para um, cento e cinquenta saxões estão na praia contra os duzentos e setenta cavaleiros de logres.
Sir Amig: “Veja como correm desesperados como formigas. Nem vai dar tempo de os bastardos entrarem em formação. Atenção! Pulem na areia e matem à vontade.”
As unidades saltam dos barcos no cascalho amarelo que forma a praia, o terreno é estável e permite uma base boa para combater e golpear. Os gritos dos inimigos tentando alertar aqueles que não tinham notado o ataque ecoa no paredão de rochas situado atrás na paisagem.
Sir Amig: “Formar linha! Varrer a praia! Avançar! Com o paredão de rochas atrás os coitados não terão como fugir!”
Os cavaleiros de Logres caminham há um passo um do outro em uma linha única que caminha com os escudos protegendo à frente e as armas levantadas prontas para golpear. A superioridade numérica é tão grande que os cavaleiros apenas varrem o inimigo deixando seus corpos contorcidos na areia a medida que avançam. Sir Edgar e Sir Algar atacam o primeiro Jute, o primeiro estoca o inimigo em seu coração e o segundo pula por cima de seu irmão de armas abrindo-lhe o pescoço. Na primeira hora de combate um dos cavaleiros da unidade dos heróis é ferido. Atacando um dos homens desarmados o cavaleiro não manteve a atenção na retaguarda e de uma maça de guerra levou um golpe nas costas, levando o homem a cair imediatamente paralisado da cintura para baixo. Fazendo com que seu intestino e bexiga soltasse tudo que existia em seu interior. Por sorte o cavaleiro foi salvo por um outro irmão de arma que degolou o inimigo que iria lhe tirar a vida.
Avançando e ganhando terreno os heróis e o exército de Logres empurram o inimigo para a parte de trás da praia. Sir Algar usa a parte não cortante do machado e quebra o rosto do inimigo que erra o golpe tentando revidar sem enxergar nada, então o saxão acerta a armadura em cheio de Sir Edgar que sente o impacto, mas o golpe causa apenas um hematoma, ele revida degolando o inimigo levando-o a tombar. No final da segunda hora de combate nenhum cavaleiro caiu na unidade. Sir Amig continua combatendo e liderando com habilidade.
Sir Amig: “Empurrem-nos para as falésias. Vamos matá-los como ratos encurralados nas rochas.”
Então o exército pressiona o inimigo com agressividade e começa a ganhar território. O inimigo começa a fugir e o exército do Rei encurrala-os nos rochedos. Na fuga centenas são mortos pelas costas. Mal protegidos e armados na terceira hora de combate os saxões lutam até a morte em sua última tentativa desesperada de viver. Todos cansados por correrem de armadura pela praia as duas forças se vêem no momento final do combate. A unidade dos heróis ainda conta com dezessete homens. Os saxãos começam a cantar uma música assustadora de morte batendo com suas armas nos escudos. Menos da metade do inimigo está de pé. Sir Algar e Edgar atacam com força na luta final do combate amputando os braços e cortando a jugular do inimigo. No final do combate os duzentos e setenta cavaleiros estão vivos. Somente quatro feridos. A superioridade do exército foi enorme e quase toda a força inimiga foi aniquilada. Alguns homens com o brasão de uma águia negra com uma faixa transversal dourada retiram a pilhagem de um dos barcos e amarram dez sobreviventes no seu interior. Então, ateiam fogo ao barco e assistem o inimigo morrer queimado aos gritos.
Sir Amig se aproxima com a barba e armadura sujos de sangue: “Não gosto disso. Sempre em campanha se cometem esses abusos. Guerreiros devem morrer pela espada, não como diversão para os vitoriosos. Mas, precisamos manter a moral alta. Sir Lockian sempre é cruel, seus próprios homens o temem. É aquele cavaleiro rindo dessa desgraça, magro e alto. Seu apelido é Espantalho. Fiquem longe dele e seu filho. Sir Jaradan. Recolham as coisas deste barco à direita. Nos pertence. Vou encher o saco de Madoc para que partamos para o norte e entremos pelo Rio Blackwather. Tenho certeza que perto de Maldon devem ter alguns saxões para matar.”
Depois de Sir Edgar e Algar recolherem e distribuirem a pilhagem composta de baús de rubis, um punhado de ouro, oito escravos. Eles queimam os barcos e a quantidade de corpos que acumularam dentro deles.
Príncipe Madoc: “Esta noite acamparemos aqui. Precisamos descansar e comer. Levantem acampamento. Lutaram muito bem homens e tenho certeza de que meu pai e nosso povo apreciarão o que estamos fazendo.”
A praia está coberta de gaivotas que se banqueteiam com os cadáveres espalhados por todo o lugar. Com o calor abafado do litoral, eles começam a cheirar mal. Então com o anoitecer as várias unidades acendem suas fogueiras na praia e preparam seu jantar e bebem rum de barris trazidos pelos marinheiros até a praia.
Sir Amig: “Vivemos em tempos escuros garotos. Estas carcaças jogadas aí na praia desses saxões tinham filhos e mulheres. E os pobres coitados dos nossos cavaleiros feridos nunca mais levantarão uma espada. Mas, precisamos proteger o nosso rei e nosso povo. Essa é a maior virtude de um cavaleiro. Ajudar aqueles que amamos. Talvez um dia tenhamos paz. Daí poderei cuidar de minhas terras, engordar e me dedicar a fazer amor com minha esposa até o dia que voltarei para junto de meus antepassados. Mas por hora, não me importarei de cortar cabeças por uma boa causa.”
Príncipe Madoc caminhando de fogueira em fogueira se aproxima. “Então homens, não houve muitas perdas. Contamos duzentos e sessenta e seis cavaleiros aptos a combater. Os saques estão bons também. É uma bela temporada de caça. Mas Sir Algar, soube que sua família veio do norte. Povo forte e corajoso aquele. Me conte alguma lenda das terras geladas.”
Sir Algar: “Vou lhe contar nobre príncipe! Skadi é a esposa do deus vanir Njord. Enquanto seu esposo prefere viver nas praias e perto do mar, ela prefere habitar as montanhas e os lugares altos. Ela é a linda filha do gigante Þjazi, ela era a deusa do inverno. Depois da morte de Þjazi, assassinado devido a mais uma peripécia de Loki, Skadi decide vingar-se dos Ases, que não sendo capazes de se defenderem batendo numa Mulher, resolvem reparar o mal pedindo a Skadi que casasse com um deles. Tendo em conta, unicamente os seus pés, já que o resto do corpo estava tapado, para que a sua escolha fosse aleatória, Skadi escolhe os pés mais bonitos, pensando ser os de Balder. É o Deus Njörðr que é escolhido e com quem vai viver para as montanhas gélidas e ruidosas. no entanto Njord fosse o Deus da Água das praias ele não conseguiu coabitar com o gelo de Skadi. O casamento não deu certo, pois enquanto seu esposo preferia viver nas praias e perto do mar, em Nóatún, ela preferia habitar as montanhas e os lugares altos, em Þrymheimr, antigo palácio de seu pai. Do casamento de Skadi e Njord nasceram Freya e Frey.”
Príncipe Madoc: “Bela estória para se ouvir na beira do mar Sir Algar. Talvez um dia possamos navegar até lá e conhecermos o norte selvagem, não é mesmo?”
O Almirante Gwenwynwyn é homem forte de meia idade, com a pele maltratada pelo sol, usa um tapa olho e brincos de argola. Cabelos pretos enrolados e possue um pássaro negro em seu ombro. “Homens! Eu vi com meus próprios olhos o maior barco saxão que vi navegar. Foi no verão do ano passado. Por sorte não me avistaram, pois contava apenas com o meu próprio barco e consegui escapar. Dizem ser composto de uma tripulação de homens amaldiçoados. Ele é construído todo em madeira vermelha e comandado por um almirante saxão cruel como uma tempestade em alto mar. Ele tem pilhado toda a costa e abordado os navios mercantes. Vende as tripulações como escravos ou mata a todos e toma seu sangue em honra do deus do mar saxão, Njord. Eu quero caçá-los nem que tenhamos que cruzar o mar que separa a terras dos vivos da dos mortos e mandá-los de volta para o inferno de onde nunca deveriam ter saído.”
Então o arrogante Sir Jaradan se aproxima acompanhado de seu pai Sir Lockian: “Pai, eles são os Cavaleiros que lhe falei. O demônio e o santo. Puxa sacos de Amig. Eles que tem medo de punir camponeses e abandonam as obrigações militares para resolver os problemas dos outros.”
O Espantalho (Sir Lockian) olha os heróis com desprezo e fala: “Soube que não gostaram do que fiz com o inimigo. Então gosta de saxões, pagão?” Cuidado ao andar por aí falando de mim garotos. Ou lhes cortarei a língua. Nunca se sabe o que pode acontecer quando estamos combatendo ou dormindo.”
Sir Algar então responde fumando seu cachimbo: “Você fala porque nunca provou o peso de meu machado como muitos saxões que não respiram mais.”
Sir Edgar responde: “Você e seu filho poderão comprovar minha fé quando lhes mostrar mais de perto a Sanctu Gladius!”
Sir Bag vendo a discussão então se aproxima: “Chega Cavaleiros! O inimigo não está aqui. Somos todos britânicos. Sir Algar e Sir Edgar. Venham. Vamos beber um pouco e comer um assado porque amanhã teremos mais um dia de combate árduo. E as beldades da corte, hein? Dizem que a Lady Marion, filha de Amig é a donzela mais bonita do condado. Cuidado, se ele souber que estou falando isso cortaria nossas partes e daria para os porcos comerem.”
Sir Amig escuta a conversa e se aproxima: “Por acaso eu escutei o nome de minha filha?” “Cortaria as vergonhas de quem ousasse se aproximar dela. Entenderam garotos?”
Ao amanhecer do dia seguinte a frota parte para alto mar. O Almirante Gwenwynwyn grita ordens para os comandantes dos outros navios: “Içar velas! Timoneiros aproveitem o vento! Naveguem próximos. Precisamos manter a superioridade! Para o norte! Sir Amig, entraremos no Blackwather em algumas horas.”
Com uma leve garoa e o mar bastante revirado os barcos enfrentam a arrebentação, alguns homens de estômago fraco sentem enjôos fortes, Sir Edgar e Sir Algar aguentam firme até que finalmente ao comando do Almirante a esquadra vira para bombordo à leste e entram no Rio Blackwather de águas escuras e lisas em Maldon. Então, os barcos recolhem suas velas e começam a usar os remos. Bem mais devagar, dois a dois os barcos navegam silenciosamente. Poucos animais e locais são vistos na margem. A estibordo após a curva no final da tarde a esquadra dá de cara com dois barcos encalhados na praia onde somente trinta saxões estão acampados. Quando eles os avistam imediatamente não reagem, ajoelham-se e levantam os braços em sinal de rendição.
Sir Amig: “Desembarcar! Façam prisioneiros e não matem quem se entregar, tenham honra homens!”
Oito unidades prendem os saxões aos chutes e cusparadas, matando alguns no calor do desembarque. A unidade de Sir Jaradan e a de seu pai o Espantalho começa a sacrificar o grupo de inimigos abordados. Os outros homens que se renderam começam a entrar em pânico. A unidade do príncipe Madoc e as três restantes poupam a vida dos inimigos mas os agridem. Sir Edgar olha em desavio para o Espantalho repreendendo-o. Então o homem vai até ele e diz:
“Intrometidos, bastardos! São uma vergonha para a britânia.” O Espantalho se aproxima de Sir Algar e tenta lhe pegar pelo pescoço. Sir Jaradan saca sua espada. “Sir Edgar, tem alguma coisa contra meu pai e eu? Gostaria de decidir na espada nossas desavenças?” Ao redor alguns homens gritam querendo sangue. Principalmente porque a maioria gostaria de ver pai e filho à sete palmos debaixo da terra. Então vendo a confusão o príncipe se aproxima:
Príncipe Madoc: “O que é isso homens? Precisamos nos manter unidos. Nada de bom pode vir de uma luta entre grandes homens como vocês. Eu os proíbo de lutarem um contra o outro sobe pena de banimento. Sir Lockian, estes homens, apesar de jovens, fizeram muito pelo meu pai e pelo reino. Tenha um pouco de respeito. Agora trabalhem juntos e tragam a pilhagem e queimem estes barcos.”
O Espantalho abaixa a cabeça pedindo perdão a Madoc que aceita, quando o príncipe se afasta ele olha atravessado para os dois heróis e se afasta dizendo: “Não perdem por esperar.” E sai rindo debochadamente.
Então o saque é recolhido e dividido contendo especiarias, diamantes, peles de enguia, talheres de ferro, cálices, foices e braceletes druidas de prata.
A noite passa tranquila. As bebedeiras normais dentro de um milícia e algumas brigas ocorrem. O Espantalho e seu filho se mantêm a distância. Por vezes olham com o rosto fechado.
Sir Amig conversa então com Sir Amig e Edgar: “Não falei que veríamos o inimigo por essas bandas? Na verdade há oito anos esses idiotas vêem a nossa costa pilhar e matar. Estava na hora de dar um basta nisto. E vocês arruaceiros e este parlapatão do Espantalho e seu filho? Guardem essa raiva para a hora certa. Eu lhes garanto que valerá a pena. Finalmente não conseguiram fazer amiguinhos, não é mesmo? Estão magoadinhos? Chega de falar e vamos comer.”
Peixes, hidromel e estórias de combate encerram essa noite de campanha.
No dia seguinte, desencalhando os barcos com todos ajudando a empurrá-los, a esquadra volta a navegar subindo o rio. Algumas crianças brincam na margem de pega pega, são morenas e correm de um lado ao outro. Sir Edgar as reconhecem, são crianças saxônicas. Parecem bem magras e que não tem se alimentado o suficiente. O gado e alguns carneiros parecem em péssimas condições. Após algumas horas no encontro do rio Blackwather com o Colne uma esquadra se aproxima lentamente na direção oposta. São os saxões do leste. Os bumbos começam a ritmar aceleradamente cantando o início da batalha. Nas margens os locais somem e as terras ficam desertas.
Sir Amig: “É o chamado da guerra senhores! Preparar armas!”
Almirante Gwenwynwyn: “Barcos inimigos à frente! Frota, mantenha formação. São seis barcos homens. Eles estão cheios de saxões. Preparem a abordagem. Marujos fiquem prontos com os cabos e ganchos. Atirar ao meu comando. Timoneiros quando eu contar três virar a estibordo.”
Os navios raspam seus cascos um no outro. A esquadra do Rei Uther navega diretamente entre os inimigos.
Almirante Gwenwynwyn: “Se segurem vamos nos chocar.”
Com o impacto vários cavaleiros e marujos caem batendo com a cabeça na murada, outros torcendo o pé. Sir Edgar e Sir Algar conseguem se segurar nas amarras da vela.
Almirante Gwenwynwyn: “Lançar cabos agora. Puxem, puxem, puxem. Ajudem Cavaleiros”
Neste momento os heróis vêem os dois barcos que navegam ao seu lado, onde estão o Espantalho e seu filho. Eles se afastam do combate virando os barcos para direção contrária. Eles olham e riem com uma expressão irônica. Sir Jaradan acena com a mão para a frota de Logres.
Sir Amig: “Desgraçados! Estão nos abandonando. A luta será desigual. Malditos! Esta vai ser difícil garotos. Talvez jantemos nos salões do Vahalla esta noite!”
Os barcos se aproximam e cada barco de sua esquadra tem dois barcos saxônicos enganchados. O combate é de 1 para 2 devido ao abandono de Sir Jaradan e Sir Lockian. Serão duzentos e sessenta e seis cavaleiros contra quinhentos e trinta e dois inimigos.
Príncipe Madoc: “Vamos homens! A luta vai ser difícil! Mas é a hora de sermos heróis. Lembrem-se de suas famílias e porque somos cavaleiros! Ataquem, ataquem!”
Um enxame de saxões pulam para dentro do barco e atacam com fúria armados com machados e espadas. A luta começa selvagem. Com pouco espaço entre os bancos e pouco ângulo para golpear e o inimigo com superioridade numérica será uma luta dura.
Sir Amig: “Lutem por suas vidas! Lutem por Logres! Lutem por Uther! Façam a espada cantar homens! Não quero nenhum saxão vivo dessa vez.”
Sir Amig se aproxima com a barba e armadura sujos de sangue: “Não gosto disso. Sempre em campanha se cometem esses abusos. Guerreiros devem morrer pela espada, não como diversão para os vitoriosos. Mas, precisamos manter a moral alta. Sir Lockian sempre é cruel, seus próprios homens o temem. É aquele cavaleiro rindo dessa desgraça, magro e alto. Seu apelido é Espantalho. Fiquem longe dele e seu filho. Sir Jaradan. Recolham as coisas deste barco à direita. Nos pertence. Vou encher o saco de Madoc para que partamos para o norte e entremos pelo Rio Blackwather. Tenho certeza que perto de Maldon devem ter alguns saxões para matar.”
Depois de Sir Edgar e Algar recolherem e distribuirem a pilhagem composta de baús de rubis, um punhado de ouro, oito escravos. Eles queimam os barcos e a quantidade de corpos que acumularam dentro deles.
Príncipe Madoc: “Esta noite acamparemos aqui. Precisamos descansar e comer. Levantem acampamento. Lutaram muito bem homens e tenho certeza de que meu pai e nosso povo apreciarão o que estamos fazendo.”
A praia está coberta de gaivotas que se banqueteiam com os cadáveres espalhados por todo o lugar. Com o calor abafado do litoral, eles começam a cheirar mal. Então com o anoitecer as várias unidades acendem suas fogueiras na praia e preparam seu jantar e bebem rum de barris trazidos pelos marinheiros até a praia.
Sir Amig: “Vivemos em tempos escuros garotos. Estas carcaças jogadas aí na praia desses saxões tinham filhos e mulheres. E os pobres coitados dos nossos cavaleiros feridos nunca mais levantarão uma espada. Mas, precisamos proteger o nosso rei e nosso povo. Essa é a maior virtude de um cavaleiro. Ajudar aqueles que amamos. Talvez um dia tenhamos paz. Daí poderei cuidar de minhas terras, engordar e me dedicar a fazer amor com minha esposa até o dia que voltarei para junto de meus antepassados. Mas por hora, não me importarei de cortar cabeças por uma boa causa.”
Príncipe Madoc caminhando de fogueira em fogueira se aproxima. “Então homens, não houve muitas perdas. Contamos duzentos e sessenta e seis cavaleiros aptos a combater. Os saques estão bons também. É uma bela temporada de caça. Mas Sir Algar, soube que sua família veio do norte. Povo forte e corajoso aquele. Me conte alguma lenda das terras geladas.”
Sir Algar: “Vou lhe contar nobre príncipe! Skadi é a esposa do deus vanir Njord. Enquanto seu esposo prefere viver nas praias e perto do mar, ela prefere habitar as montanhas e os lugares altos. Ela é a linda filha do gigante Þjazi, ela era a deusa do inverno. Depois da morte de Þjazi, assassinado devido a mais uma peripécia de Loki, Skadi decide vingar-se dos Ases, que não sendo capazes de se defenderem batendo numa Mulher, resolvem reparar o mal pedindo a Skadi que casasse com um deles. Tendo em conta, unicamente os seus pés, já que o resto do corpo estava tapado, para que a sua escolha fosse aleatória, Skadi escolhe os pés mais bonitos, pensando ser os de Balder. É o Deus Njörðr que é escolhido e com quem vai viver para as montanhas gélidas e ruidosas. no entanto Njord fosse o Deus da Água das praias ele não conseguiu coabitar com o gelo de Skadi. O casamento não deu certo, pois enquanto seu esposo preferia viver nas praias e perto do mar, em Nóatún, ela preferia habitar as montanhas e os lugares altos, em Þrymheimr, antigo palácio de seu pai. Do casamento de Skadi e Njord nasceram Freya e Frey.”
Príncipe Madoc: “Bela estória para se ouvir na beira do mar Sir Algar. Talvez um dia possamos navegar até lá e conhecermos o norte selvagem, não é mesmo?”
O Almirante Gwenwynwyn é homem forte de meia idade, com a pele maltratada pelo sol, usa um tapa olho e brincos de argola. Cabelos pretos enrolados e possue um pássaro negro em seu ombro. “Homens! Eu vi com meus próprios olhos o maior barco saxão que vi navegar. Foi no verão do ano passado. Por sorte não me avistaram, pois contava apenas com o meu próprio barco e consegui escapar. Dizem ser composto de uma tripulação de homens amaldiçoados. Ele é construído todo em madeira vermelha e comandado por um almirante saxão cruel como uma tempestade em alto mar. Ele tem pilhado toda a costa e abordado os navios mercantes. Vende as tripulações como escravos ou mata a todos e toma seu sangue em honra do deus do mar saxão, Njord. Eu quero caçá-los nem que tenhamos que cruzar o mar que separa a terras dos vivos da dos mortos e mandá-los de volta para o inferno de onde nunca deveriam ter saído.”
Então o arrogante Sir Jaradan se aproxima acompanhado de seu pai Sir Lockian: “Pai, eles são os Cavaleiros que lhe falei. O demônio e o santo. Puxa sacos de Amig. Eles que tem medo de punir camponeses e abandonam as obrigações militares para resolver os problemas dos outros.”
O Espantalho (Sir Lockian) olha os heróis com desprezo e fala: “Soube que não gostaram do que fiz com o inimigo. Então gosta de saxões, pagão?” Cuidado ao andar por aí falando de mim garotos. Ou lhes cortarei a língua. Nunca se sabe o que pode acontecer quando estamos combatendo ou dormindo.”
Sir Algar então responde fumando seu cachimbo: “Você fala porque nunca provou o peso de meu machado como muitos saxões que não respiram mais.”
Sir Edgar responde: “Você e seu filho poderão comprovar minha fé quando lhes mostrar mais de perto a Sanctu Gladius!”
Sir Bag vendo a discussão então se aproxima: “Chega Cavaleiros! O inimigo não está aqui. Somos todos britânicos. Sir Algar e Sir Edgar. Venham. Vamos beber um pouco e comer um assado porque amanhã teremos mais um dia de combate árduo. E as beldades da corte, hein? Dizem que a Lady Marion, filha de Amig é a donzela mais bonita do condado. Cuidado, se ele souber que estou falando isso cortaria nossas partes e daria para os porcos comerem.”
Sir Amig escuta a conversa e se aproxima: “Por acaso eu escutei o nome de minha filha?” “Cortaria as vergonhas de quem ousasse se aproximar dela. Entenderam garotos?”
Ao amanhecer do dia seguinte a frota parte para alto mar. O Almirante Gwenwynwyn grita ordens para os comandantes dos outros navios: “Içar velas! Timoneiros aproveitem o vento! Naveguem próximos. Precisamos manter a superioridade! Para o norte! Sir Amig, entraremos no Blackwather em algumas horas.”
Com uma leve garoa e o mar bastante revirado os barcos enfrentam a arrebentação, alguns homens de estômago fraco sentem enjôos fortes, Sir Edgar e Sir Algar aguentam firme até que finalmente ao comando do Almirante a esquadra vira para bombordo à leste e entram no Rio Blackwather de águas escuras e lisas em Maldon. Então, os barcos recolhem suas velas e começam a usar os remos. Bem mais devagar, dois a dois os barcos navegam silenciosamente. Poucos animais e locais são vistos na margem. A estibordo após a curva no final da tarde a esquadra dá de cara com dois barcos encalhados na praia onde somente trinta saxões estão acampados. Quando eles os avistam imediatamente não reagem, ajoelham-se e levantam os braços em sinal de rendição.
Sir Amig: “Desembarcar! Façam prisioneiros e não matem quem se entregar, tenham honra homens!”
Oito unidades prendem os saxões aos chutes e cusparadas, matando alguns no calor do desembarque. A unidade de Sir Jaradan e a de seu pai o Espantalho começa a sacrificar o grupo de inimigos abordados. Os outros homens que se renderam começam a entrar em pânico. A unidade do príncipe Madoc e as três restantes poupam a vida dos inimigos mas os agridem. Sir Edgar olha em desavio para o Espantalho repreendendo-o. Então o homem vai até ele e diz:
“Intrometidos, bastardos! São uma vergonha para a britânia.” O Espantalho se aproxima de Sir Algar e tenta lhe pegar pelo pescoço. Sir Jaradan saca sua espada. “Sir Edgar, tem alguma coisa contra meu pai e eu? Gostaria de decidir na espada nossas desavenças?” Ao redor alguns homens gritam querendo sangue. Principalmente porque a maioria gostaria de ver pai e filho à sete palmos debaixo da terra. Então vendo a confusão o príncipe se aproxima:
Príncipe Madoc: “O que é isso homens? Precisamos nos manter unidos. Nada de bom pode vir de uma luta entre grandes homens como vocês. Eu os proíbo de lutarem um contra o outro sobe pena de banimento. Sir Lockian, estes homens, apesar de jovens, fizeram muito pelo meu pai e pelo reino. Tenha um pouco de respeito. Agora trabalhem juntos e tragam a pilhagem e queimem estes barcos.”
O Espantalho abaixa a cabeça pedindo perdão a Madoc que aceita, quando o príncipe se afasta ele olha atravessado para os dois heróis e se afasta dizendo: “Não perdem por esperar.” E sai rindo debochadamente.
Então o saque é recolhido e dividido contendo especiarias, diamantes, peles de enguia, talheres de ferro, cálices, foices e braceletes druidas de prata.
A noite passa tranquila. As bebedeiras normais dentro de um milícia e algumas brigas ocorrem. O Espantalho e seu filho se mantêm a distância. Por vezes olham com o rosto fechado.
Sir Amig conversa então com Sir Amig e Edgar: “Não falei que veríamos o inimigo por essas bandas? Na verdade há oito anos esses idiotas vêem a nossa costa pilhar e matar. Estava na hora de dar um basta nisto. E vocês arruaceiros e este parlapatão do Espantalho e seu filho? Guardem essa raiva para a hora certa. Eu lhes garanto que valerá a pena. Finalmente não conseguiram fazer amiguinhos, não é mesmo? Estão magoadinhos? Chega de falar e vamos comer.”
Peixes, hidromel e estórias de combate encerram essa noite de campanha.
No dia seguinte, desencalhando os barcos com todos ajudando a empurrá-los, a esquadra volta a navegar subindo o rio. Algumas crianças brincam na margem de pega pega, são morenas e correm de um lado ao outro. Sir Edgar as reconhecem, são crianças saxônicas. Parecem bem magras e que não tem se alimentado o suficiente. O gado e alguns carneiros parecem em péssimas condições. Após algumas horas no encontro do rio Blackwather com o Colne uma esquadra se aproxima lentamente na direção oposta. São os saxões do leste. Os bumbos começam a ritmar aceleradamente cantando o início da batalha. Nas margens os locais somem e as terras ficam desertas.
Sir Amig: “É o chamado da guerra senhores! Preparar armas!”
Almirante Gwenwynwyn: “Barcos inimigos à frente! Frota, mantenha formação. São seis barcos homens. Eles estão cheios de saxões. Preparem a abordagem. Marujos fiquem prontos com os cabos e ganchos. Atirar ao meu comando. Timoneiros quando eu contar três virar a estibordo.”
Os navios raspam seus cascos um no outro. A esquadra do Rei Uther navega diretamente entre os inimigos.
Almirante Gwenwynwyn: “Se segurem vamos nos chocar.”
Com o impacto vários cavaleiros e marujos caem batendo com a cabeça na murada, outros torcendo o pé. Sir Edgar e Sir Algar conseguem se segurar nas amarras da vela.
Almirante Gwenwynwyn: “Lançar cabos agora. Puxem, puxem, puxem. Ajudem Cavaleiros”
Neste momento os heróis vêem os dois barcos que navegam ao seu lado, onde estão o Espantalho e seu filho. Eles se afastam do combate virando os barcos para direção contrária. Eles olham e riem com uma expressão irônica. Sir Jaradan acena com a mão para a frota de Logres.
Sir Amig: “Desgraçados! Estão nos abandonando. A luta será desigual. Malditos! Esta vai ser difícil garotos. Talvez jantemos nos salões do Vahalla esta noite!”
Os barcos se aproximam e cada barco de sua esquadra tem dois barcos saxônicos enganchados. O combate é de 1 para 2 devido ao abandono de Sir Jaradan e Sir Lockian. Serão duzentos e sessenta e seis cavaleiros contra quinhentos e trinta e dois inimigos.
Príncipe Madoc: “Vamos homens! A luta vai ser difícil! Mas é a hora de sermos heróis. Lembrem-se de suas famílias e porque somos cavaleiros! Ataquem, ataquem!”
Um enxame de saxões pulam para dentro do barco e atacam com fúria armados com machados e espadas. A luta começa selvagem. Com pouco espaço entre os bancos e pouco ângulo para golpear e o inimigo com superioridade numérica será uma luta dura.
Sir Amig: “Lutem por suas vidas! Lutem por Logres! Lutem por Uther! Façam a espada cantar homens! Não quero nenhum saxão vivo dessa vez.”
Sir Algar pega uma das cordas que pendem do grande mastro e voa por entre os barcos aterrizando no meio de dois inimigos que o atacam imediatamente. Eles golpeiam forte e ferem o herói no ombro, abrindo alguns cortes graves e causando alguns hematomas. No outro barco Sir Edgar usa a Sanctu Gladius com habilidade. Apesar de ser golpeado duramente na armadura que deflete o golpe causando algum dano, o cavaleiro neutraliza os dois inimigos que o atacava. Cortando o pulso de um deles e do outro transpassando a espada pelo ombro fazendo-o derrubar sua arma e ser degolado sumariamente. Do outro lado, no barco inimigo Sir Algar fere gravemente no dorso, seu adversário, mas não consegue acertar o segundo. Então Sir Edgar pula pela murada para o outro barco, joga o bornel para Sir Algar, que tinha guardado a água curativa do poço sagrado de Mão Yarrow e abate o inimigo já ferido que lutava com seu irmão de arma. Assustado o saxão restante erra o golpe com seu martelo, Sir Algar agora com energia renovada por ter ingerido a água sagrada, o acerta com o escudo jogando-o na murada e prendendo-o com o pé direito e decapitando o inimigo espalhando sangue para todos os lados. Depois o demônio do norte empurra o corpo sem cabeça para o rio que cai do barco e afunda rapidamente. Olhando ao redor no final da primeira hora de combate os heróis vêem um dos cavaleiros ser atingido no peito por uma massa de batalha e com o impacto ele vira uma cambalhota em cima da borda do barco e cai com armadura na água, desaparecendo em meio a maré negra do rio. Outro escorrega no chão molhado e quando se apoia prostrado abre a sua guarda sendo sumariamente decapitado por um machado de guerra duplo saxão.
A luta segue sangrenta na segunda hora. Um a um os saxões vão caindo enchendo o fundo do barco com corpos. A unidade de Sir Amig agora está com quinze homens. Sir Edgar e Algar estão no centro da embarcação próximos ao mastro e estão cercados pelo inimigo. A morte parece esperá-los neste momento.
Sir Amig: “Sejam fortes! Passamos por muita coisa homens! Lutem com toda a energia que tiverem. Por Deus, pelos Deuses, pela Deusa, por Jesus ou no que acreditarem. Mantenham-se com os pés firmes e golpeiam com força. Sobrevivam!”
Então neste momento, com o terror nos olhos tudo começa a ficar em câmera lenta e o frenesi da batalha faz a espada cantar. Sir Algar entra em fúria e começa a lutar freneticamente, Sir Edgar parece calmo e frio e luta com movimentos fluídos com a espada milagrosa iluminando cada golpe. Os dois heróis lutando ombro a ombro matando mais dois inimigos. No final da segunda hora, o calado do navio, está quase na altura da água, pois as dezenas de saxões que invadiram o barco atacando as duas unidades dentro da embarcação foram dizimados. Uma pilha de corpos e uma quantidade de sangue lhes cobre o tornozelo. O inimigo boia sem vida. E os poucos sobreviventes morrem afogados sobe os pés do exército de Logres. Muitos corpos, cabeças e membros decepados boiam ao redor. Um corpo de um dos cavaleiros boia de costas com o ventre aberto com as vísceras amostra e os olhos vidrados. Rapidamente, desesperados pela reação inesperada dos cavaleiros do Rei Uther, alguns saxões muito feridos conseguem pular para dois barcos e conseguem fugir cortando as cordas que os uniam. E zarpam imediatamente. O príncipe Madoc e o Almirante Gwenwynwyn tentam organizar a esquadra e gritam ordens de partir e perseguir. Os poucos homens que caíram do barco e não se afogaram são resgatados da água com os navios em movimento. Alguns que conseguiram nadar até a margem, sentam ali assistindo a perseguição. Os corpos dos inimigos e suas armas são atirados no rio para aliviar o peso. Os tambores a bordo rufam em ritmo acelerado. Inicia-se a perseguição com quatorze cavaleiros à bordo. O inimigo navega a toda velocidade, mas estão em poucos números nos remos e muitos estão feridos. No caminho vêem centenas de corpos, escudos, bandeiras e alguns bumbos boiando. Dá pra ver a cara de terror no rosto dos saxões. Gritam um com o outro desesperados. Aos poucos vão escapando, jogando os corpos e cargas de saque para o fundo do rio mas a sorte deles acaba, o inimigo encalha em um banco de areia. Os tripulantes pulam no banco de areia e aguardam a luta.
Sir Amig: “Esses desgraçados são corajosos. Vamos, pulem do barco! Atacar vamos acabar com eles de uma vez por todas. Mantenham a atenção! Parede de escudos, protejam seus irmãos de armas, aguentem firme!”
Com água até os joelhos e os pés afundando no cascalho no fundo do rio as duas paredes de escudos se chocam com um tilintar de armaduras e madeira. Primeiro somente os dois lados se empurram e se xingam. Depois as armas começam a golpear por cima do escudo e por vezes as estocadas vem pelos calcanhares. Dos dois lados alguns homens com o tornozelo desprotegido tem os tendões abertos e caem de joelhos sem movimento das pernas. Mesmo na água rasa o afogamento é inevitável. Imediatamente os homens ao seu redor tentam substituí-lo. No inferno que é uma parede de escudos, uma brecha acaba com a batalha em questão de minutos.
Sir Amig: “Força! Empurrem, estoquem. Empurrem, estoquem. Cuidado para não escorregarem, cuidado com os joelhos. Abram espaço saxões desgraçados”
Sir Edgar golpeia à frente enquanto o cavaleiro ao seu lado o protege com o escudo de um golpe que vem do alto. A estocada de Sir Edgar atravessa o escudo inimigo partindo-o em dois e perfurando a armadura e o peito do saxão que some em meio ao avanço das duas paredes de escudos que se empurram. Enquanto isso Sir Algar é golpeado por cima, mas desvia do golpe e acerta seu adversário por baixo. O saxão à frente some, provavelmente com os tendões dos tornozelos dilacerados fazendo-o afundar e se afogar nas águas rasas. Exaustos pelo combate os dois lados abrem algumas brechas. Mas, os homens de Amig conseguem, liderados pela experiência do veterano cavaleiro fechar os espaços cedidos. Infelizmente cinco cavaleiros tombam. Alguns estocados pelas brechas que deixaram, outros por cima com machados e alguns por exaustão, sendo simplesmente abatidos. Então, em uma abertura onde Sir Edgar e Sir Algar mataram seus inimigos, os saxões que estavam nos flancos destes não fecham a abertura por estarem lutando com outros cavaleiros. Sir Amig imediatamente percebe a falha do inimigo.
Sir Amig: “Avançar, peguem-os de costas! Avançar, massacrar! Aproveitem, iniciem a carnificina destes bastardos.”
A quarta hora de combate se inicia com oito cavaleiros da unidade enfrentando quatro saxões. A parede de escudos que somava cem inimigos contra duzentos cavaleiros agora desaba. Então cercados e com as linhas do Rei Uther entrando para o outro lado da parede inimiga, os saxões são mortos como formigas com Sir Edgar e Algar liderando. Sem misericórdia, os gritos de terror e os sons da carne sendo rasgada e de ossos quebrados duram poucos minutos. Suficiente para que todos os inimigos sejam mortos. Os corpos mutilados descem o rio boiando. Alguns afundam e se enrosca nos pés dos cavaleiros sobreviventes. Derrepente o silêncio e tudo acaba. Sir Amig olha ao redor, todo encharcado, sem elmo e com a espada quebrada e com a armadura em frangalhos.
Sir Amig: “Vitória! Vitória! Vida longa ao Rei e Logres! Vencemos homens! Viveremos mais um dia! Aproveitem o momento rapazes!”
No final do combate cento e oitenta cavaleiros restam de pé. Os barcos de Sir Jaradan e de seu pai, o Espantalho, sumiram. Vinte e cinco cavaleiros estão mortos e sessenta homens do Rei Uther feridos. Alguns estão inválidos, outros mutilados, outros estão cegos e ficarão assim para sempre. Um dos homens, ainda vivo, perdeu parte dos ossos da cabeça e seu cérebro está à amostra. Ele não parece saber onde está. Assim o Almirante agrupa a esquadra formada agora por quatro barcos. Depois de buscarem os cavaleiros que ficaram para trás, então estacionados no meio do rio o Príncipe se dirige a todos que escutam com atenção.
Príncipe Madoc: “Homens! Nunca vi tamanha coragem e bravura! Alguns nos abandonaram diante do combate e pagarão com a vida se depender de mim. A forca os aguarda. Só posso concluir que Sir Jaradan e seu pai também queriam que eu também morresse. Talvez por ser bastardo e ter os repreendido. Queriam que fôssemos aniquilados e depois retornariam a meu pai e diriam que somente eles sobreviveram, ficando com as glórias, desgraçados. Quanto a vocês, mostraram que o nosso exército é forte como uma centena de dragões. Meus irmãos de armas que estão feridos. Não temei. Iremos ao porto em Yarmouth e lá poderão receber tratamento adequado que faço questão de prover. Os mortos que pudemos recorrer serão enviados com todas as honras para as suas famílias Partamos então! Levantar âncoras!”
A esquadra formada por quatro navios sai do rio através de remos, rompe a arrebentação e abre suas velas, com o brasão do rei Uther bordado à mão com fios de ouro por uma centena de costureiras, segue para o norte. Sete dias depois, finalmente, por conta do mar agitado e ondas grandes atracam em Yarmouth. O príncipe Madoc está muito feliz e cumprimenta cada cavaleiro que desembarca. Os navios vão sendo abastecidos de comida. A pilhagem é descarregada e deixada sob guarda do Lorde da região. No porto, cavaleiros locais se apresentam e são convocados para substituir os que caíram em batalha e ajudar a proteger as embarcações no retorno a Hantonne, com o arauto real lendo a convocação no porto, prometendo glória e parte do saque. Então, um grande cargueiro bretão atraca e o capitão salta e corre na direção da esquadra de Logres. Com sotaque francês ruim ele tenta falar galês mas não consegue. E fala algo em latim. Sir Edgar traduz então o que o homem tentava dizer:
Capitão: “Senhor! Em nome do rei, a dias que venho fugindo de um navio enorme saxão que vem pilhando e afundando os barcos ao norte. Ele está há algumas horas daqui, perto de Lindsay. É o víbora do mar, o maior navio saxão. E o famoso almirante Egbert o comanda. Ele é construído em madeira vermelha. Dizem que pintado com o sangue britânico e calafetado com os escalpos dos inimigos mortos. Por deus, escapamos por pouco.”
Príncipe Madoc então, fica com os olhos cheios de cobiça e olha para todos.
Príncipe Madoc: “Vamos homens inçar velas, todos a bordo! Rápido! Serás recompensado homem.”
Com os marujos tirando as amarras e com duzentos e vinte homens, só faltando os homens que abandonaram a esquadra, os navios partem remando a toda velocidade para o norte, o mar está um pouco agitado e chove. As velas são içadas simultaneamente quase que dobrando a velocidade. Os barcos sobem e descem as cristas das ondas e até mesmo os cavaleiros se revezam nos remos para tentarem alcançar a todo custo o inimigo. Os bumbos rufam alucinadamente. Depois de algumas horas, no meio da tarde eis que surge navegando lentamente o navio vermelho, feito de madeiras nobres com uma cabeça de serpente na proa. O barco saxão é do tamanho dos quatro barcos que formam a esquadra enfileirada. A distância os cavaleiros começam a ver que eles também os avistaram e que a agitação no convés é grande. Os inimigos começam a vestir suas armaduras e se armarem com escudos, massas e espadas. O Víbora do Mar vira a estibordo na direção da esquadra. Então, Sir Edgar e Sir Algar vêem um homem usando um elmo dourado, aberto na frente. Sua armadura é reluzente e na mesma cor. Tem braceletes de ouro em seus braços e tem barba e cabelos longos loiros. O homem empunha uma pesada maça de guerra e na cintura um chifre de ouro enrolado, todo gravado com runas pagãs, com a deusa e o deus se abraçando e parece emanar uma aura dourada, uma capa vermelha com o brasão de uma serpente marinha bordada é agitada pelo vento. Ele olha para todos com ódio. A borda das duas embarcações raspam uma na outra. Palavras com raiva são proferidas. Os bumbos se calam. Somente o som das centenas de homens gritando enquanto os barcos se aproximam. Ganchos vem dos dois lados e dois dos navios da esquadra conseguem atracar de ambos os lados. Os outros emparelham com esses e os homens saltam de barco em barco até chegar ao navio inimigo. No convés do Víbora do mar, entre os bancos os heróis podem ver uma pilha de tesouros e escravos acorrentados aos remos. Então em caos, com homens pulando de um lado ao outro a batalha começa. As linhas se misturam, não existe mais unidades. Todos os barcos estão cheios de cavaleiros do Rei Uther e de Saxões. A proporção é de um pra um.
Sir Amig: “Não existe mais tática homens! Lutem com tudo que tem! Avancem para o inimigo, sejam agressivos, não tenham piedade! É matar ou morrer”
Sir Amig: “Sejam fortes! Passamos por muita coisa homens! Lutem com toda a energia que tiverem. Por Deus, pelos Deuses, pela Deusa, por Jesus ou no que acreditarem. Mantenham-se com os pés firmes e golpeiam com força. Sobrevivam!”
Então neste momento, com o terror nos olhos tudo começa a ficar em câmera lenta e o frenesi da batalha faz a espada cantar. Sir Algar entra em fúria e começa a lutar freneticamente, Sir Edgar parece calmo e frio e luta com movimentos fluídos com a espada milagrosa iluminando cada golpe. Os dois heróis lutando ombro a ombro matando mais dois inimigos. No final da segunda hora, o calado do navio, está quase na altura da água, pois as dezenas de saxões que invadiram o barco atacando as duas unidades dentro da embarcação foram dizimados. Uma pilha de corpos e uma quantidade de sangue lhes cobre o tornozelo. O inimigo boia sem vida. E os poucos sobreviventes morrem afogados sobe os pés do exército de Logres. Muitos corpos, cabeças e membros decepados boiam ao redor. Um corpo de um dos cavaleiros boia de costas com o ventre aberto com as vísceras amostra e os olhos vidrados. Rapidamente, desesperados pela reação inesperada dos cavaleiros do Rei Uther, alguns saxões muito feridos conseguem pular para dois barcos e conseguem fugir cortando as cordas que os uniam. E zarpam imediatamente. O príncipe Madoc e o Almirante Gwenwynwyn tentam organizar a esquadra e gritam ordens de partir e perseguir. Os poucos homens que caíram do barco e não se afogaram são resgatados da água com os navios em movimento. Alguns que conseguiram nadar até a margem, sentam ali assistindo a perseguição. Os corpos dos inimigos e suas armas são atirados no rio para aliviar o peso. Os tambores a bordo rufam em ritmo acelerado. Inicia-se a perseguição com quatorze cavaleiros à bordo. O inimigo navega a toda velocidade, mas estão em poucos números nos remos e muitos estão feridos. No caminho vêem centenas de corpos, escudos, bandeiras e alguns bumbos boiando. Dá pra ver a cara de terror no rosto dos saxões. Gritam um com o outro desesperados. Aos poucos vão escapando, jogando os corpos e cargas de saque para o fundo do rio mas a sorte deles acaba, o inimigo encalha em um banco de areia. Os tripulantes pulam no banco de areia e aguardam a luta.
Sir Amig: “Esses desgraçados são corajosos. Vamos, pulem do barco! Atacar vamos acabar com eles de uma vez por todas. Mantenham a atenção! Parede de escudos, protejam seus irmãos de armas, aguentem firme!”
Com água até os joelhos e os pés afundando no cascalho no fundo do rio as duas paredes de escudos se chocam com um tilintar de armaduras e madeira. Primeiro somente os dois lados se empurram e se xingam. Depois as armas começam a golpear por cima do escudo e por vezes as estocadas vem pelos calcanhares. Dos dois lados alguns homens com o tornozelo desprotegido tem os tendões abertos e caem de joelhos sem movimento das pernas. Mesmo na água rasa o afogamento é inevitável. Imediatamente os homens ao seu redor tentam substituí-lo. No inferno que é uma parede de escudos, uma brecha acaba com a batalha em questão de minutos.
Sir Amig: “Força! Empurrem, estoquem. Empurrem, estoquem. Cuidado para não escorregarem, cuidado com os joelhos. Abram espaço saxões desgraçados”
Sir Edgar golpeia à frente enquanto o cavaleiro ao seu lado o protege com o escudo de um golpe que vem do alto. A estocada de Sir Edgar atravessa o escudo inimigo partindo-o em dois e perfurando a armadura e o peito do saxão que some em meio ao avanço das duas paredes de escudos que se empurram. Enquanto isso Sir Algar é golpeado por cima, mas desvia do golpe e acerta seu adversário por baixo. O saxão à frente some, provavelmente com os tendões dos tornozelos dilacerados fazendo-o afundar e se afogar nas águas rasas. Exaustos pelo combate os dois lados abrem algumas brechas. Mas, os homens de Amig conseguem, liderados pela experiência do veterano cavaleiro fechar os espaços cedidos. Infelizmente cinco cavaleiros tombam. Alguns estocados pelas brechas que deixaram, outros por cima com machados e alguns por exaustão, sendo simplesmente abatidos. Então, em uma abertura onde Sir Edgar e Sir Algar mataram seus inimigos, os saxões que estavam nos flancos destes não fecham a abertura por estarem lutando com outros cavaleiros. Sir Amig imediatamente percebe a falha do inimigo.
Sir Amig: “Avançar, peguem-os de costas! Avançar, massacrar! Aproveitem, iniciem a carnificina destes bastardos.”
A quarta hora de combate se inicia com oito cavaleiros da unidade enfrentando quatro saxões. A parede de escudos que somava cem inimigos contra duzentos cavaleiros agora desaba. Então cercados e com as linhas do Rei Uther entrando para o outro lado da parede inimiga, os saxões são mortos como formigas com Sir Edgar e Algar liderando. Sem misericórdia, os gritos de terror e os sons da carne sendo rasgada e de ossos quebrados duram poucos minutos. Suficiente para que todos os inimigos sejam mortos. Os corpos mutilados descem o rio boiando. Alguns afundam e se enrosca nos pés dos cavaleiros sobreviventes. Derrepente o silêncio e tudo acaba. Sir Amig olha ao redor, todo encharcado, sem elmo e com a espada quebrada e com a armadura em frangalhos.
Sir Amig: “Vitória! Vitória! Vida longa ao Rei e Logres! Vencemos homens! Viveremos mais um dia! Aproveitem o momento rapazes!”
No final do combate cento e oitenta cavaleiros restam de pé. Os barcos de Sir Jaradan e de seu pai, o Espantalho, sumiram. Vinte e cinco cavaleiros estão mortos e sessenta homens do Rei Uther feridos. Alguns estão inválidos, outros mutilados, outros estão cegos e ficarão assim para sempre. Um dos homens, ainda vivo, perdeu parte dos ossos da cabeça e seu cérebro está à amostra. Ele não parece saber onde está. Assim o Almirante agrupa a esquadra formada agora por quatro barcos. Depois de buscarem os cavaleiros que ficaram para trás, então estacionados no meio do rio o Príncipe se dirige a todos que escutam com atenção.
Príncipe Madoc: “Homens! Nunca vi tamanha coragem e bravura! Alguns nos abandonaram diante do combate e pagarão com a vida se depender de mim. A forca os aguarda. Só posso concluir que Sir Jaradan e seu pai também queriam que eu também morresse. Talvez por ser bastardo e ter os repreendido. Queriam que fôssemos aniquilados e depois retornariam a meu pai e diriam que somente eles sobreviveram, ficando com as glórias, desgraçados. Quanto a vocês, mostraram que o nosso exército é forte como uma centena de dragões. Meus irmãos de armas que estão feridos. Não temei. Iremos ao porto em Yarmouth e lá poderão receber tratamento adequado que faço questão de prover. Os mortos que pudemos recorrer serão enviados com todas as honras para as suas famílias Partamos então! Levantar âncoras!”
A esquadra formada por quatro navios sai do rio através de remos, rompe a arrebentação e abre suas velas, com o brasão do rei Uther bordado à mão com fios de ouro por uma centena de costureiras, segue para o norte. Sete dias depois, finalmente, por conta do mar agitado e ondas grandes atracam em Yarmouth. O príncipe Madoc está muito feliz e cumprimenta cada cavaleiro que desembarca. Os navios vão sendo abastecidos de comida. A pilhagem é descarregada e deixada sob guarda do Lorde da região. No porto, cavaleiros locais se apresentam e são convocados para substituir os que caíram em batalha e ajudar a proteger as embarcações no retorno a Hantonne, com o arauto real lendo a convocação no porto, prometendo glória e parte do saque. Então, um grande cargueiro bretão atraca e o capitão salta e corre na direção da esquadra de Logres. Com sotaque francês ruim ele tenta falar galês mas não consegue. E fala algo em latim. Sir Edgar traduz então o que o homem tentava dizer:
Capitão: “Senhor! Em nome do rei, a dias que venho fugindo de um navio enorme saxão que vem pilhando e afundando os barcos ao norte. Ele está há algumas horas daqui, perto de Lindsay. É o víbora do mar, o maior navio saxão. E o famoso almirante Egbert o comanda. Ele é construído em madeira vermelha. Dizem que pintado com o sangue britânico e calafetado com os escalpos dos inimigos mortos. Por deus, escapamos por pouco.”
Príncipe Madoc então, fica com os olhos cheios de cobiça e olha para todos.
Príncipe Madoc: “Vamos homens inçar velas, todos a bordo! Rápido! Serás recompensado homem.”
Com os marujos tirando as amarras e com duzentos e vinte homens, só faltando os homens que abandonaram a esquadra, os navios partem remando a toda velocidade para o norte, o mar está um pouco agitado e chove. As velas são içadas simultaneamente quase que dobrando a velocidade. Os barcos sobem e descem as cristas das ondas e até mesmo os cavaleiros se revezam nos remos para tentarem alcançar a todo custo o inimigo. Os bumbos rufam alucinadamente. Depois de algumas horas, no meio da tarde eis que surge navegando lentamente o navio vermelho, feito de madeiras nobres com uma cabeça de serpente na proa. O barco saxão é do tamanho dos quatro barcos que formam a esquadra enfileirada. A distância os cavaleiros começam a ver que eles também os avistaram e que a agitação no convés é grande. Os inimigos começam a vestir suas armaduras e se armarem com escudos, massas e espadas. O Víbora do Mar vira a estibordo na direção da esquadra. Então, Sir Edgar e Sir Algar vêem um homem usando um elmo dourado, aberto na frente. Sua armadura é reluzente e na mesma cor. Tem braceletes de ouro em seus braços e tem barba e cabelos longos loiros. O homem empunha uma pesada maça de guerra e na cintura um chifre de ouro enrolado, todo gravado com runas pagãs, com a deusa e o deus se abraçando e parece emanar uma aura dourada, uma capa vermelha com o brasão de uma serpente marinha bordada é agitada pelo vento. Ele olha para todos com ódio. A borda das duas embarcações raspam uma na outra. Palavras com raiva são proferidas. Os bumbos se calam. Somente o som das centenas de homens gritando enquanto os barcos se aproximam. Ganchos vem dos dois lados e dois dos navios da esquadra conseguem atracar de ambos os lados. Os outros emparelham com esses e os homens saltam de barco em barco até chegar ao navio inimigo. No convés do Víbora do mar, entre os bancos os heróis podem ver uma pilha de tesouros e escravos acorrentados aos remos. Então em caos, com homens pulando de um lado ao outro a batalha começa. As linhas se misturam, não existe mais unidades. Todos os barcos estão cheios de cavaleiros do Rei Uther e de Saxões. A proporção é de um pra um.
Sir Amig: “Não existe mais tática homens! Lutem com tudo que tem! Avancem para o inimigo, sejam agressivos, não tenham piedade! É matar ou morrer”
Sir Algar e Sir Edgar pulam para o Víbora do Mar em meio ao caos e fazem suas armas cantarem ceifando vidas com o aço de suas armas. No final da primeira hora, não dá para saber ao certo quem está ganhando o combate. Homens das duas forças jazem por entre os bancos. As ondas desequilibram um grupo que luta próximo a murada, eles caem no estreito vão entre os navios e são esmagados pelas toneladas dos cascos de madeira maciça que se aproximam com o próximo movimento do mar. Gritos e ossos quebrados são ouvidos. Na segunda hora de combate alguns homens tentam organizar pequenas unidades, mas infelizmente não há tempo nem proteção pelas costas e são mortos rapidamente.
Sir Amig: “Não tentem se organizar! Lutem, o combate é homem a homem! Teremos que matá-los um por um!”
Os heróis vão abrindo caminho e golpeando, já que existe mais espaço para combater, Sir Edgar desequilibra seu adversário com o escudo depois passa uma rasteira no saxão que cai de costas em um dos bancos do navio e enterra sua gladius que brilha ao penetrar rasgando carne e ossos. Sir Algar bate furiosamente em um inimigo com seu machado, o homem escorrega no chão liso de água do mar, entranhas e sangue e cai de quatro. O demônio do norte o golpeia na junção do pescoço arrancando sua cabeça. Com as ondas altas e o mar ficando mexido, com pouca visão do que está embaixo do convés coberto pelo sangue muitos homens tropeçam ou escorregam sendo abatidos. A luta ainda é selvagem e ninguém quer abrir mão de sua vida, pois sabem que quem perder será executado pelo outro lado.
Na terceira hora de combate Sir Algar e Edgar vêem o almirante saxão, ele está coberto de sangue e está no convés superior perto do leme, o homem é enorme, forte e habilidoso. Quase uma dezena de corpos jazem aos seus pés esmagados por sua massa de batalha. Nada está definido. Morrem cavaleiros e saxões aos montes. As forças vão sendo aniquiladas mutualmente. Alguns são massacrados no convés, outros atirados no mar e afundam com o peso da armadura. Decapitações, mutilações e homens segurando o ventre para suas entranhas não caírem no chão é visto. O cheiro da morte se espalha com o odor de maresia. Sir Amig consegue ver em meio ao caos da luta infernal um corredor que leva ao convés superior e grita: “Vão garotos, por ali! Matem o Almirante e seu primeiro oficial antes que ele assopre o chifre de ouro. Vamos por um fim nesta luta.”
Quando o Almirante vê os heróis se aproximando pela escada que leva o deque inferior ao superior ele corta as cordas da vela e faz a grande base de madeira maciça girar direto para eles. Sir Edgar salta à frente desviando do golpe mas Sir Algar, por causa da pesada armadura, leva um golpe forte o lançando ao outro lado onde tem uma outra escada que leva ao deque superior provavelmente quebrando-lhe uma costela. Sir Edgar sobe pela esquerda e Sir Algar pela direita. Eles encontram o primeiro oficial com a espada em mãos e o Almirante Egbert com sua maça de batalha pronto para o combate.
Quando o Almirante vê os heróis se aproximando pela escada que leva o deque inferior ao superior ele corta as cordas da vela e faz a grande base de madeira maciça girar direto para eles. Sir Edgar salta à frente desviando do golpe mas Sir Algar, por causa da pesada armadura, leva um golpe forte o lançando ao outro lado onde tem uma outra escada que leva ao deque superior provavelmente quebrando-lhe uma costela. Sir Edgar sobe pela esquerda e Sir Algar pela direita. Eles encontram o primeiro oficial com a espada em mãos e o Almirante Egbert com sua maça de batalha pronto para o combate.
Sir Edgar golpeia o primeiro oficial que desvia do primeiro golpe. Ele revida e atinge o elmo do herói que cai curvado e tonto. Um filete de sangue corre por sua testa até o queixo. Então Sir Edgar revida e a espada santa atinge as articulações do joelho de seu adversário. Ele desaba e a gladius milagrosa suga sua alma tirando-lhe a vida. Então Sir Algar e Sir Egbert giram suas armas andando em círculos e exibindo suas habilidades. Sir Algar o golpeia, o inimigo se movimenta rapidamente, e é pego de raspão, causando pouco ferimento. Egbert contra golpeia ferindo Sir Algar na cabeça. Sir Edgar salta rápido por cima do corpo do primeiro oficial e acerta o braço do Almirante saxão rachando um de seus braceletes dourados. Abrindo um corte em seu braço. Sir Algar golpeia novamente, então Egbert gira e com a sua maça arremessa o machado das mãos de Algar que com uma costela quebrada tem dificuldade em empunhar seu machado. Sir Edgar tenta acertá-lo mas o bravo guerreiro desvia novamente. Então Sir Algar em uma fração de segundo, rola pelo chão e recupera seu machado. O Almirante Egbert gira sua pesada maça de guerra e golpeia. Sir Algar rola e a arma do saxão acerta o convés arrancando lascas de madeira para todos os lados. Então Sir Algar ataca em um golpe final com fúria e gira o seu machado de baixo para cima confundindo seu adversário. A arma acerta desde as partes do inimigo rasgando carne e ossos passando pela barriga e finalizando no topo da cabeça, desfigurando e abrindo a pele inteira do rosto do inimigo. Que derruba sua maça se esvaindo em sangue com seus órgãos à amostra e respirando com muita dificuldade. Ele sente seu final, cambaleia pelo deque tentando se esgueirar. Com a armadura de ferro cortada e seus órgãos à luz do dia em meio a uma imensa hemorragia que aumenta cada vez que seu coração bombeia ele deixa um rastro de sangue tentando fugir dali. Ele tenta soar o chifre de ouro mais uma vez, mais o objeto mágico cai de suas mãos. Sem forças e com sua vida apagando ele tomba com metade do corpo para fora da embarcação com o seu rosto aberto voltado para o mar e dá o seu último suspiro. Sir Algar pega o chifre de ouro e o exibe de cima do deque superior. Os Cavaleiros de Logres urram comemorando. Com a morte do almirante os saxões começam a entrar em pânico e a pular das embarcações. Os que ficam vão sendo dizimados por Sir Amig e o Príncipe que lutam ombro a ombro seguindo Sir Bag que como um touro caminha na frente, batendo cabeça do inimigo com cabeça. Jogando outros para fora da embarcação, arrancando espadas das mãos do inimigo e pregando-os no mastro com suas próprias armas. Os combates vão diminuindo até que cessam completamente. Os poucos inimigos que sobreviveram ao ataque tentam se agarrar a escudos, barris ou algo que flutue no mar. Mas as ondas grandes tragam todos para o fundo do oceano impiedoso. No final cento e setenta inimigos foram mortos e quarenta foram presos ou feridos entre os bancos, os únicos sobreviventes inimigos. Oitenta cavaleiros de Logres foram feridos e cinquenta foram mortos ou estão desaparecidos. Noventa permaneceram de pé.
Sir Amig: “Muito bem homens, trabalho feito! Preparar para partir! Está se formando uma tempestade no horizonte. Sir Algar e Sir Edgar, fiquem no Víbora do Mar. O comando é de vocês e esses vinte homens seguirão-os como tripulação até em casa. Preparem a pilhagem para a divisão entre todos. Este é o comandante Pelegrim, ele é um excelente timoneiro e guiará a embarcação até Hantonne, já que pelo visto os senhores só sabem guiar cavalos. Pelegrim você irá gostar deles, já que são amiguinhos de todos, dos peixes das gaivotas, das marmotas, das sereias, dos peixes....” E a voz vai ficando baixinha enquanto ele salta para o outro barco.
Sir Algar: “Olha só, Sir Amig está ficando gagá!”
Pelegrim, um homem simples do mar, maltratado do sol, com a camisa encardida de sangue e de sujeira pelos dias no mar sorri.
Pelegrim: “Quais são suas ordens meus senhores?”
Sir Edgar: “Nos leve para casa!”
Com vários quilos de prata e ouro, armaduras de alta qualidade, arcos, trinta escravos e vários metros de seda os heróis, por terem conquistado o grande barco inimigo para o rei, dividem as duzentas libras do espólio entre sua unidade. Uma verdadeira fortuna.
Príncipe Madoc: “Atenção homens do exército do Rei Uther! Estamos com os barcos abarrotados de pilhagem e feridos. Infelizmente teremos que deixar os prisioneiros à própria sorte. Joguem-os ao mar. Sir Donavan leve apenas um sobrevivente até Sussex para contar ao seu povo o que aconteceu com os outros desgraçados que nos provocaram. Levantar âncoras Almirante, estamos indo para casa”
Implorando para que não o fizessem, quarenta prisioneiros e feridos inimigos são atirados ao mar. Sir Algar por piedade degola a todos e os joga já sem vida e lhes dá a digna morte pelo aço. Os que foram atirados vivos pelos outros barcos, os seus destinos eram incertos. Mas após alguns minutos não são mais avistados no mar mexido pela tempestade que se aproxima. O Príncipe parece abalado com a ordem que teve que dar.
Finalmente depois de uma semana no mar, depois de uma primavera e parte do verão matando e caçando inimigos a esquadra retorna ao reino de Logres. Lar doce lar. Até o cheiro ruim do porto de Hantonne parece ser bom quando os heróis pisam em terra firme. O Almirante Gwenwynwyn, com seu rosto sério maltratado pelo mar, fumando um grande cachimbo e com poucas palavras os olha e acena com a cabeça com um pequeno sorriso de satisfação. Quando todos estão no porto prontos para retornar, o príncipe Madoc fala:
“Cavaleiros! Tivemos meses difíceis no mar. Perdemos excelentes e corajosos guerreiros e amigos. Agora é hora de voltar para casa e ter um pouco de tranquilidade. Será um ano sem medo do inimigo. Teremos um pouco de paz para as nossas famílias. Vão e aproveitem, pois foram vocês que lutaram por esse momento! Sigam pelas estradas que é mais seguro e no verão do ano que vem, daremos um jeito no povo do pântano e nos cavaleiros traidores.”
Então dirigindo-se à Sir Algar e Sir Edgar: “Vão em paz meus amigos e obrigado.” Então ele cumprimenta-os com orgulho e cumplicidade e diz: “Vida longa a Britânia, vida longa ao rei e vida longa a vocês heróis!”
Neste momento Sir Amig passa ao lado de cavalo e diz: “Vamos meninas, hora de voltar para casa!”
NOTA: Trecho achado nas escavações, na antiga cidade inglesa de Sarum, por arqueólogos em 2002, de um diário de um cavaleiro chamado Sir Amig: “O combate e tudo que o envolve sempre foi o meu meio natural. Apesar disso sempre procurei fazer o meu trabalho buscando um fim maior. A paz! Infelizmente para chegar nela é preciso fazer a guerra. Ao anoitecer, quando tudo está em silêncio e o manto negro da deusa cobre o céu e em meu feudo só se ouve os sons noturnos. Os rostos de todos aqueles que eu matei voltam para me visitar. Por isso aqueles que seguem o caminho do aço devem estar preparados para conviverem com seus piores pesadelos.”
Sir Amig: “Muito bem homens, trabalho feito! Preparar para partir! Está se formando uma tempestade no horizonte. Sir Algar e Sir Edgar, fiquem no Víbora do Mar. O comando é de vocês e esses vinte homens seguirão-os como tripulação até em casa. Preparem a pilhagem para a divisão entre todos. Este é o comandante Pelegrim, ele é um excelente timoneiro e guiará a embarcação até Hantonne, já que pelo visto os senhores só sabem guiar cavalos. Pelegrim você irá gostar deles, já que são amiguinhos de todos, dos peixes das gaivotas, das marmotas, das sereias, dos peixes....” E a voz vai ficando baixinha enquanto ele salta para o outro barco.
Sir Algar: “Olha só, Sir Amig está ficando gagá!”
Pelegrim, um homem simples do mar, maltratado do sol, com a camisa encardida de sangue e de sujeira pelos dias no mar sorri.
Pelegrim: “Quais são suas ordens meus senhores?”
Sir Edgar: “Nos leve para casa!”
Com vários quilos de prata e ouro, armaduras de alta qualidade, arcos, trinta escravos e vários metros de seda os heróis, por terem conquistado o grande barco inimigo para o rei, dividem as duzentas libras do espólio entre sua unidade. Uma verdadeira fortuna.
Príncipe Madoc: “Atenção homens do exército do Rei Uther! Estamos com os barcos abarrotados de pilhagem e feridos. Infelizmente teremos que deixar os prisioneiros à própria sorte. Joguem-os ao mar. Sir Donavan leve apenas um sobrevivente até Sussex para contar ao seu povo o que aconteceu com os outros desgraçados que nos provocaram. Levantar âncoras Almirante, estamos indo para casa”
Implorando para que não o fizessem, quarenta prisioneiros e feridos inimigos são atirados ao mar. Sir Algar por piedade degola a todos e os joga já sem vida e lhes dá a digna morte pelo aço. Os que foram atirados vivos pelos outros barcos, os seus destinos eram incertos. Mas após alguns minutos não são mais avistados no mar mexido pela tempestade que se aproxima. O Príncipe parece abalado com a ordem que teve que dar.
Finalmente depois de uma semana no mar, depois de uma primavera e parte do verão matando e caçando inimigos a esquadra retorna ao reino de Logres. Lar doce lar. Até o cheiro ruim do porto de Hantonne parece ser bom quando os heróis pisam em terra firme. O Almirante Gwenwynwyn, com seu rosto sério maltratado pelo mar, fumando um grande cachimbo e com poucas palavras os olha e acena com a cabeça com um pequeno sorriso de satisfação. Quando todos estão no porto prontos para retornar, o príncipe Madoc fala:
“Cavaleiros! Tivemos meses difíceis no mar. Perdemos excelentes e corajosos guerreiros e amigos. Agora é hora de voltar para casa e ter um pouco de tranquilidade. Será um ano sem medo do inimigo. Teremos um pouco de paz para as nossas famílias. Vão e aproveitem, pois foram vocês que lutaram por esse momento! Sigam pelas estradas que é mais seguro e no verão do ano que vem, daremos um jeito no povo do pântano e nos cavaleiros traidores.”
Então dirigindo-se à Sir Algar e Sir Edgar: “Vão em paz meus amigos e obrigado.” Então ele cumprimenta-os com orgulho e cumplicidade e diz: “Vida longa a Britânia, vida longa ao rei e vida longa a vocês heróis!”
Neste momento Sir Amig passa ao lado de cavalo e diz: “Vamos meninas, hora de voltar para casa!”
NOTA: Trecho achado nas escavações, na antiga cidade inglesa de Sarum, por arqueólogos em 2002, de um diário de um cavaleiro chamado Sir Amig: “O combate e tudo que o envolve sempre foi o meu meio natural. Apesar disso sempre procurei fazer o meu trabalho buscando um fim maior. A paz! Infelizmente para chegar nela é preciso fazer a guerra. Ao anoitecer, quando tudo está em silêncio e o manto negro da deusa cobre o céu e em meu feudo só se ouve os sons noturnos. Os rostos de todos aqueles que eu matei voltam para me visitar. Por isso aqueles que seguem o caminho do aço devem estar preparados para conviverem com seus piores pesadelos.”
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