terça-feira, 1 de junho de 2010
Aventura 9: O Grande Torneio de Logres, Ano 488
Teaser da Aventura (video): http://vimeo.com/11980416
Então o inverno chega em 488 e a primeira nevasca do ano cai em Logres deixando os campos brancos de neve. Os lagos estão congelados e poucos animais são vistos. Somente os pinheiros sobrevivem essa época do ano e por isso são considerados sagrados e enfeitados pelos pagãos com as runas de Avalon. Os animais estão confinados nos estábulos. Muita lenha é cortada para manter as casas e castelos aquecidos. As estradas estão desertas. Nos feudos a atividade fica restrita a treinar com armas preparando-se para as campanhas que se iniciam na Primavera. Nada é plantado já que o solo está duro e congelado. Mas se faz queijo e pão e come-se frutas secas, amêndoas, avelãs e nozes. As carnes são melhor conservadas nesta época e consumida em grande quantidade. A safra de hidromel produzida durante o último verão é consumido não só nos banquetes mas também para aquecer no duro inverno Britânico.
Em seu feudo Sir Algar está sentado em trono no grande salão de banquete à frente da lareira. Enrick está sentado em um dos longos bancos de madeira construídos adjacentes à parede. Lady Adwen está no andar de cima fazendo suas tarefas domésticas. O herói e seu escudeiro já estão recuperados dos ferimentos do cerco em Bayeux. Enrick teve seus dois dedos da mão esquerda quebrados e Algar uma costela trincada. Sobraram algumas cicatrizes de queimaduras e de alguns cortes. Os nativos sobreviventes da vila pacificada no pântano, trazidos para o feudo, tentam se adaptar a vida mais civilizada. Poucos fugiram, mas a maioria está aprendendo a plantar e a pastorear. Alguns servos os discriminam. Principalmente quando eles fazem rituais para o sol e a lua. Enrick tem a autorização de Sir Algar para ensiná-los a atirar com arcos e ensiná-los serviços caseiros.
O servo Björk, anuncia a chegada de um mensageiro do rei.
Servo: “Meu senhor! O mensageiro de Vossa Majestade aguarda para entrar!”
O mensageiro é um rapaz de dezesseis anos, vestindo pele de carneiro e tem os cabelos loiros e curtos: “Bom dia meu senhor, sou o mensageiro de nosso bom rei Uther Pendragon! (se inclina) Tenho uma mensagem de Vossa Majestade para o Senhor!”
Ele abre um pergaminho e lê:
“Venho por meio desta em nome da autoridade real, concedida a mim por Deus e realizada pelos homens convidar todos os nobres e suas famílias de Logres, reinos aliados e a qualquer nobre que interessar e tenha coragem de desafiar nossos bravos cavaleiros a participarem do evento nobiliárquico mais importante do ano de 488. O Primeiro Grande Torneio Real de Logres. Onde será posto em prova a bravura, habilidade e coragem de nossos homens. A competição acontecerá dentro de dois meses em Camelot e durará três dias. Os nobres poderão participar de torneio de justas, arco longo, duelos desmontados individuais, bem como em grupo e enfrentar um grande campeão das Highlands. A noite será servido um belíssimo banquete à todos os convidados acompanhado por um grande baile na noite seguinte. Na categoria principal, de Justas, o grande prêmio será um feudo concedido pelo próprio rei, cem libras e a maior honraria para o campeão do torneio, o título de Barão. Nas outras, serão concedidos armas, armaduras, prêmios em dinheiro e glória.”
Então Sir Algar passa a treinar nos meses que se passam para a competição de justas usando o cavalo imponente de Enrick, Hefesto. No início cai, erra o alvo e enfia a cara na terra. Sempre acompanhado pelas risadas das crianças nativas e Enrick. Hefesto abana a cauda e funga olhando para Sir Algar caído. Até que com o passar das semanas o cavaleiro começa a melhorar suas habilidades e fica apto a competir, sempre incentivado pelo cavalariço e seus aprendizes.
Por causa da neve que cai incessantemente a estrada real de paralelepípedos que leva a Camelot está sendo desobstruída pelos engenheiros reais. Centenas de homens ao longo da antiga estrada romana retiram com pás a neve e jogam sal para evitar o congelamento. Soldados do rei patrulham todos os caminhos que levam a antiga cidade romana. Nesta época o caminho que era para estar deserto está repleto de nobres, suas famílias, seus escudeiros e escolta viajando com cavalos e carroças. Seus estandartes são levados e os animais estão decorados com as cores de cada nobre. Todos vestem suas melhores roupas se aquecem com peles de urso, capas e mantos com capuzes para se protegerem do frio. São dois dias de viagem até Camelot.
A viajem começa logo cedo com o objetivo de se chegar em Duplain e pernoitar por lá. A jornada segue calma com Sir Algar em seu cavalo, Enrick montando Hefesto e Lady Adwen em uma carroça protegida com lonas puxada por dois cavalos conduzida por um servo.
Cidade de Du Plain:
Atravessando a floresta, ao anoitecer, o secto de Sir Algar chega a pequena cidade murada de Du Plain. Entram em uma grande fila cheia de viajantes formada por nobres. Cruzam a ponte levadiça e adentram as suas muralhas. Os guardas os cumprimentam.
Guarda: “Senhores! Vagas restantes na estalagem, O Cachimbo de Tolkien!”
A cidade está lotada. As três estalagens tem dezenas de cavalos e carroças parados na frente. Os servos enchem de água os coxos e trazem feno a todo minuto. Alguns conversam fora das hospedarias em círculo dando risadas. Outros cochicham sérios. Os heróis não vêem nenhum estandarte conhecido. Mas a maioria dos nobres os conhece cumprimentado-os.
Estalagem O Cachimbo de Tolkien:
O lugar é uma construção de madeira longa de dois andares com um grande telhado de palha entrelaçado. O cheiro de comida, sons de risada e música vêem lá de dentro. Um homem com roupa verde e cinto de couro marrom e chapéu com uma pena de faisão os recepciona na porta.
Estalageiro: “Sejam bem vindos mestres! Esta é a estalagem do Cachimbo de Tolkien. Temos ervas para fumo de todas os tipos e qualidades. O melhor hidromel, vinho e cerveja à vontade. Servimos pratos quentes. Mingau, truta e carne de cordeiro e porco. Temos ainda três quartos vagos. Hoje é um preço fechado meus bons nobres. Cem dinares por todo o serviço. Cuidaremos dos cavalos e das carroças. Podem entrar, sejam bem vindos. Escolham uma mesa que já iremos lhes atender senhores.”
Quando entram no lugar, o salão térreo esfumaçado está lotado. Barris amarrados servem de mesas. Em um longo balcão um homem barbudo com um avental encardido enche os canecos de bebida e traz da cozinha pratos com carnes acompanhados de batata assada. Nobres com suas mulheres e filhos riem. Outros homens jogam dados. E dois estranho anões descalços, bêbados e felizes dançam em cima de uma das mesas. Batendo palmas e cantando um grupo os acompanha. Uma moça de cabelos loiros e vestido verde passa pelas mesas com uma caixa cheia de ervas de fumo. De todos os cheiros e cores. Sir Algar compra uma porção para fumar.
No fundo do salão um homem gordo e forte acena é Sir Bag e sua mãe, Lady Carmine. Comendo um pedaço de Pernil e tomando um caneco de cerveja o cavaleiro sorri simpaticamente.
Sir Bag: “Ora, ora se não sãos os meus amigos! Sentem-se, taverneiro traga mais cadeiras. Vocês aí atrás, vão mais pra lá! Dê espaço para o Demônio aqui e para o guri.”
Os homens atrás, com medo, afastam a mesa para dar mais espaço e ficam em cima da outra, também lotada, sem espaço nem para se mexer. O mais interessante é que ninguém reclama.
Sir Bag: “Tomem cerveja!”
(Os homens concordam nervosamente e tomam quietos).
Lady Carmine: “Olá garotos! Estava ensinando para o Junior como às vezes ele tem que saber conversar e não decidir tudo batendo nos outros. Como ele agiu agora foi digno de um bom menino. Não é rapazes?”
Olha para a mesa de trás e os homens no espaço pequeno que lhes sobrou concordam nervosamente.
Sir Bag: “Mas mãe!”
Lady Carmine: “Xiiii quieto Junior! Você me respeite. É porque sabe, eu tenho medo que ele se machuque Sir Algar.”
Enrick fala baixinho: “Tenho mais medo de que ele me machuque.”
Então em um pequeno palco da estalagem o homem que os atendeu na porta pede a atenção dos presentes.
Estalageiro: “Meus bons nobres! Fico muito feliz com a presença de grandes pessoas como vocês. Nessa época do ano não é comum ter tanta gente por essas bandas. E nem circular tanto dinheiro! Ah, bem, desculpem me empolguei. Convido aos presentes a participarem de nosso campeonato de viradas de caneco de cerveja. Quem estiver disposto a vencer não pagará a hospedagem.”
Sir Bag se levanta: “Tô dentro” E com as duas mãos puxa Enrick e com a outra aponta para Sir Algar.”
“Eu o desafio seu frutinha!”
Então no palco vários nobres, Sir Bag, Enrick e Sir Algar estão sentam em uma mesa longa. Atrás de cada um existem dois barris de cerveja cheios e um taverneiro ao lado de pé. Com dois canecos de 500 ml eles enche um e dão para beber e logo estão esperando com outro repleto de cerveja quando os competidores acabarem o primeiro. A competição se inicia e Enrick toma seus canecos rapidamente. Sir Algar consegue mas sente que vai ser difícil. Sir Bag continua firme com um pouco de ânsia. Depois um nobre sentado à esquerda de Sir Algar, magro e franzino, fica branco e vomita ali mesmo. Todos aplaudem. Ele é retirado. Enrick continua virando bravamente suas caneca e Sir Algar e Sir Bag fazem o mesmo. Um dos nobres, mais gordo, cai com o rosto em cima da mesa. Um homem cambaleando bate na mesa, sinalizando desistência, tenta sair do palco mas cai logo à frente. Dois servos o arrastam para a mesa onde está a sua família. Só ficam os três. Sir Bag diz: “Ai, ai Demônio!” levanta e cai ali mesmo no palco com o estrondo de seu peso. Lady Carmine, sua mãe, dá um grito assustado. Enrick e Sir Algar se degladiam só que o garoto de dezesseis anos mais fraco se sente mal, perde o equilíbrio, tenta se levantar, mas cai em cima de Sir Bag. Sir Algar vence a disputa. Ele é ovacionado por todos os presentes. Então os três saem do palco trocando as pernas. Vendo tudo em visão dupla. Os presentes aplaudem e riem. Tudo gira rápido e o estômago parece embrulhar.
Neste momento bastante alcoolizados sentados novamente em seus lugares vêem um homem com dois metros e dez de altura, usando um xale escocês, kilte xadrez azul, branco e preto, com um cinto de couro com uma caveira na fivela. Existe uma algibeira preso nela e uma claymore do outro lado. Tem os cabelos avermelhados longos, olhos verdes. Forte como uma rocha. Tem braceletes de couro afivelados em seu pulso e braços cobertos de tatuagem. Ele caminha pela hospedaria. Todos os presentes o observam, mas ficam quietos. Seus homens também vestidos da mesma maneira sentam em uma mesa vaga. Ele se aproxima .
Bruce Macwell: “Sou Bruce, do Clã Macwell. Parabéns homens! São valentes! Se tivesse whisky nesta espelunca eu encararia o desafio contra vocês. Vamos ver se vocês também são valentes em combate ou são só uns fanfarrões!”
“Leram no convite do seu Rei a parte que diz: Enfrentem um grande campeão das Highlands? Estão falando com ele!”
“Nunca perdi um combate corpo a corpo. Nos encontraremos em Camelot e vou ver vocês de joelhos diante de mim. Principalmente os de Sarum! Não suporto! Quando tentaram entrar em nossas terras, antes de construírem a muralha, botei muitos pra correr.”
Um nobre fala: “Mais respeito com o Demônio do Norte!”
“Como Demônios e seus amigos no café da manhã! Taverneiro, mais uma rodada pra esses pequenos britânicos, por minha conta! Boa noite, vamos!”
E parte da taverna com seus homens. Então os heróis vão dormir. Cedinho acordam com o cheiro de presunto frito e ovos do café da manhã. A ressaca é grande. Depois de comerem deixam a cidade em caravana junto com os outros nobres que estavam na cidade. O dia vai passando. As nuvens cinzas baixas carregadas e o vento deixa a temperatura abaixo de zero tornando a viajem difícil. Depois do almoço começa a nevar um pouco. Alguns druidas os cumprimentam vindo do lado oposto com os seus mantos brancos lhes cobrindo a cabeça.
Logo à frente a comitiva vê um cavalo branco ao lado da estrada na neve e uma moça de uns dezesseis anos com um manto lhe protegendo do frio, com cabelos crespos castanhos. Ela parece preocupada, tem um arco. Leva no pescoço a meia lua de prata de Avalon. Uma gladius está guardada na cela. A ferradura do animal parece estar com problemas. Enrick percebe que ela usa por baixo do manto uma armadura de couro. Ninguém ajuda a moça. Talvez porque uma mulher sozinha e armada não seja bem vista pelos nobres.
Lady: “Boa tarde Cavaleiro! Que droga! Desculpem! Mas estas estradas antigas podem ser um porcaria pra quem cavalga rápido. Chegarei atrasada em Sarum. Vocês estão indo para Camelot?”
Enrick: “Estamos, mas eu sou somente um cavalariço. Sabe, eu também atiro com arco.”
Lady: “Você atira com arco também? Talvez possamos praticar qualquer hora dessas.”
Enrick concerta a ferradura e ela agradece com um beijo no rosto do cavalariço.
Lady: “Gostei de você”.
Enrick tenta saber o nome dela. E ela responde.
Lady: “Desafio lhe a descobrir. Acha que saio por aí falando meu nome a qualquer um.”
Ri, dá uma piscadela para Enrick, sobe habilmente em seu cavalo e parte em direção a Sarum em velocidade.
O dia vai passando e após uma floresta e suaves colinas ao anoitecer eles chegam a Camelot. Uma cidade romana decadente. Dentro de seus muros existem várias casas e vielas estreitas. Um castelo se ergue a oeste em uma colina dentro da cidade. Uma área fora das muralhas foi montada para o grande torneio. Centenas de tochas iluminam as áreas de competição e acampamento. Uma tenda enorme do tamanho de uma grande casa servirá como o salão real. Outra, da metade deste tamanho, terá físicos e damas especializadas na arte curativa para receber os feridos. Duas arquibancadas grandes foram construídas. No centro de uma dela foi feito um camarote com o trono real. Tudo decorado com as coroas douradas e fundo azul dos Pendragon. Uma longa pista de areia com uma cerca de madeira branca servirá como área de justas. Ao lado existe um Coliseu que foi decorado para os combates individuais e em grupo e ao lado do círculo existe um estande de tiros de arco com alvos de madeira pintados e colocados em farnéis de feno. Ao redor desta área de competição os nobres vão chegando e os cortesões reais vão orientando todos as áreas previamente destinadas. O chão está sem neve pois foi removido e depois salgado. O Arauto Real fica honrado com a presença de Sir Algar e fica admirado com Hefesto, o cavalo de Enrick.
Na parte leste da cidade, foi destinada um área cercada de cinco quilômetros quadrados. Ela está cheia de tendas de campanha. Os cavalos são levados para trás do acampamento em várias estrebarias enormes. Com capacidade para quatrocentos cavalos cada uma. Quase mil servos foram convocados para trabalhar ali. Os estandartes de cada um estão colocados em suas áreas de acampamento. Os servos armam suas tendas, montam mesas de madeira e acendem uma fogueira para os heróis se aquecerem.
Ao lado para uma carroça e cavalos, saem nove crianças gritando e correndo. Sir Dalan desmonta do seu cavalo.
Os servos de Sir Bag vão preparando tudo à frente. Ele e sua mãe se aproximam.
A mãe de do gordo cavaleiro fica nas pontas dos pés enquanto coloca uma pele de lebre ao redor do pescoço de Sir Bag, enquanto ele faz cara de satisfação. Aos poucos o acampamento vai se enchendo e toda área é tomada por barracas. Conversas e risos enchem o local. A respiração de todos enchem de fumaça o ar devido ao frio. Após algumas horas os arautos se aproximam de cada tenda.
Arauto real: “Banquete no castelo senhores! Banquete no castelo senhores! O rei os aguarda! Não se atrasem!”
Uma fila formada por uns quatrocentos nobres e seus familiares caminham para a entrada de Camelot. Os habitantes do lugar foram proibidos de saírem de casa. Todas as ruas estão iluminadas por grandes tochas. Bandeirinhas entre as casas cruzam o espaço formado pelas ruas e estandartes reais foram colocados nas janelas das construções. Na fila encontram Sir Jakin. Então chegam na porta do castelo, passam pelo pátio, adentram o hall de entrada, decorado com armaduras, com estátuas romanas e tapeçarias mitológicas.
Guarda real: “Boa noite mestres. Preciso guardar suas armas. São ordens do rei.”
Aguardam um pouco a fila andar até que vêem o rei Uther. Com quase dois metros de altura, cabelos compridos negros e cavanhaque, o rei Uther usa seu manto real e por baixo sua armadura escura adornada em ouro. Na cabeça uma coroa com pedras preciosas coloridas. Anéis de seus antepassados nas mãos feitos em ouro e prata e um medalhão com runas antigas pendem de seu pescoço. No lado direito leva a sua espada, a Excalibur. Enrick no momento de cumprimentar o rei o segura no braço, quebrando o protocolo da nobreza. Rei Uther retira a mão do rapaz.
Rei Uther: “Boa noite Cavaleiros, Ladies! Quem é você garoto?”
Enrick: “Sou Enrick, cavalariço de Sir Algar meu Rei!”
Rei Uther: “Ah sim, Madoc falou de você, já demonstrou coragem e habilidade. Que todos saibam que és bem vindo em meus salões.”
“É uma pena que Sir Edgar desapareceu. Preciso de homens leais em nossas fileiras. Já chega o insolente Gorlois no oeste me desafiando.”
“Conversaremos mais tarde então!”
Então Sir Algar fala para Enrick.
Sir Algar: “Tem alguém que é o queridinho do rei! Mas, não toque nunca mais no rei!”
Um servo os levam à uma das dezenas de longas mesas que existem no salão iluminados por tochas. Enquanto aguardam todos os nobres entrarem no grande salão todo decorado com dragões, tapeçarias e estandartes reais. Uma grande lareira aquece o lugar. Sir Dylan se aproxima.
Sir Dylan: “Então meus amigos! No cerco a Bayeux combatemos com bravura, só o velho ali que me pregou um susto danado.”
Aponta para Sir Amig em uma roda com outros cavaleiros veteranos, Sir Elad e Conde Roderick estão juntos, ele ainda está com a perna, o peito enfaixado e mancando, Sir Algar e Enrick ouvem uma piada que ele contava: “Me digam Cavaleiros! Qual a semelhança entre o saxão e o camarão? (Os outros sinalizam que não sabem). “Os dois estão sempre cheios de merda na cabeça!” Ele ri com os outros com a mão na barriga sem o peitoral da armadura.
Sir Bag e sua mãe estão sentados com os heróis.
Sir Bag: “Vocês ouviram o que os mais velhos estão falando? Dizem que o Rei irá liderar na próxima primavera o nosso exército até a Cornualha. Falam a boca pequena que Uther está de saco cheio do Conde Gorlois. Fazem quatro anos que ele nunca prestou dever a nossa Majestade a qual ele é vassalo.”
Lady Carmine: “Junior, seu fofoqueiro! Mas se for verdade acho que vocês tem que colocar esse Conde em seu devido lugar. Não é mesmo?”
Então sete clarins soam e todos os nobres curvam as suas cabeças. Todos estão sentados em suas mesas, o Rei Uther dirigisse ao trono à frente de todos. Neste momento o Príncipe Madoc entra por uma porta ao lado do salão. Ele presta reverência ao seu pai. E os dois sentam. Os servos lhes trazem bebidas.
Neste momento enquanto conversam um grupo de nobres lhes chama a atenção. Eles são os últimos a chegar. Entram dois homens acompanhados por duas mulheres. Por último entra o seu senhor no salão acompanhado pela esposa, Sir Odirsen II. O irmão de Sir Algar é alto, forte, tem cabelos longos castanhos escuros, usa cavanhaque e barba. Usa braceletes de couro, tradição do norte, mas em seu peito, por cima da armadura e cota de malha usa uma cruz dourada. Seu rosto tem várias cicatrizes de guerra.
Ele caminha com seu secto até o centro do lugar e se ajoelha cumprimentando o rei. Depois se retira sem dar as costas a Uther. Príncipe Madoc nem lhe dá atenção. Quando Odirsen II e sua comitiva está caminhando para o lado oposto do salão, de onde estão sentados, ele vê Sir Algar. Ele os olha com ódio e um riso irônico. Cospe no chão e segue em frente.
Sir Odirsen II: “A corte já foi melhor frequentada!”
Sir Dalan próximo diz: “O cara de pau decidiu aparecer! Desgraçado! Se não fosse a presença do rei quebraria o pescoço do bastardo!”
Neste momento o Rei Uther se levanta do trono.
Rei Uther: “Nobres amados e suas famílias. É com imensa satisfação que os recebo nos salões de Camelot. Lugar que o santo Sir Julius, antigo portador da Sanctu Gladius, tanto amou e protegeu. Infelizmente Sir Edgar, novo portador, e a espada estão desaparecidos. Como sabem, fieis súditos, no início da primavera desse ano tivemos uma grande campanha militar comandada pelo meu amado filho Madoc. (todos o aplaudem. O Príncipe agradece). Perdemos muitas vidas em razão do cerco em Bayeux mas tivemos êxito e para comemorarmos a paz que reina desde a campanha em Mearcred Creek e a outra empreendida na costa saxônica ano passado declaro aberto este evento, o Primeiro Grande Torneio Real de Logres.”
E todos os nobres aplaudem entusiasmados.
Rei Uther: “Vocês sabem que o grande prêmio de justa que dará o título de Barão é o mais cobiçado. Mas não se enganem. Teremos em todas as categorias prêmios justos e o mais importante, os campeões se cobrirão de glória. Coragem, superação e bravura. Não espero outra coisa de vocês grandes cavaleiros de Logres. Então agora estão abertas as inscrições e os arautos irão nas mesas pegar os nomes dos competidores e iremos sortear os grupos formados por quatro cavaleiros cada um na competição de justas. Ordem dos Cavaleiros da Cruz do Martelo, quero vocês juntos representando o Rei nas escaramuças no coliseu. Habilidades com arco também serão testadas e duelos individuais também serão realizados.”
Enrick tenta se inscrever mas o Arauto fica constrangido quando descobre que o garoto não é um nobre. Sir Algar tenta mas o Arauto sai rapidamente. Sir Amig diz para Enrick não se preocupar que depois ele dará um jeito. O Rei Uther recebe as inscrições.
Rei Uther: “Então nobres! Tenho em minhas mãos os nomes de todos vocês. Vinte e quatro Cavaleiros estão escritos para o torneio de justa. Deixa eu conferir os nomes. Sir Amig! O senhor está velho e machucado para participar!”
Sir Amig: “Daria cabo de qualquer potrinho desse usando um braço e uma perna Majestade!”
Todos os presentes riem.
Arauto Real: “Serão seis grupos formados por quatro cavaleiros cada um. Estou com o nome de cada um de vocês representado por um número de uma lista que tenho comigo. Que comece o sorteio.”
Águia:Sir Johnny, Sir Dylan, Sir Keef, Sir Brastias
Falcão: Sir Baldwin, Sir Dalan, Sir Bag, Sir Jakin
Harpia: Sir Aaron, Sir Kilian, Sir Agháton, Sir Algar
Dragão: Príncipe Madoc, Sir Fergus, Sir George, Sir Sheridan
Fênix: Sir Lucyus, Sir Hervis, Sir Wallace, Sir James
Pégasus: Sir Robert, Sir Clay, Sir Tomás, Sir Paul
Rei Uther: “Estes são os grupos sorteados senhores. Amanhã após o almoço começaremos nossa competição. Se classificarão seis homens. Duelarão então um contra o outro em dois grupos de três homens no segundo dia. Sairão dois Cavaleiros classificados para a grande final e no mesmo dia teremos um barão. Se Madoc vencer o título não irá para nenhum nobre. As regras serão explicadas amanhã, agora é hora de comermos. Que sirvam o banquete!”
Todos os aplaudem.
Primeiro os servos trazem bacias de madeira cheias de água e toalhas de linho para os convidados limparem suas mãos. Depois talheres de prata trazidos das terras dos francos, da cidade de Bayeux são postos à mesa, bem como pratos e taças de estanho, ouro e prata. Os cortesões vem em fila trazendo várias comidas ornamentadas. O primeiro prato se chama Torta de Brymlent, com salmão, figos, passas, maçãs, peras e ameixas. Depois carne de vitela e linguiças com pão preto. O terceiro prato é faisão com ovos de pata, rechiado com farofa, todos adornados com as penas do animal. Um javali assado inteiro entra carregado por um espeto de madeira com um servo na frente e outro atrás levando o peso no ombro. Pavão com batatas, decorados com as penas da cauda do animal é o quarto prato que passa. Palheta de cordeiro assado com alecrim são trazidos em travessas de madeira. Cornucópias cheias de frutas dos mais variados tipos são colocados em cada mesa. As risadas, arrotos e conversas vão aumentando a medida que a noite passa. Enrick ataca a comida assustando os serviçais.
Sir Dalan se aproxima e apoiado em seu ombro ainda todo enfaixado, Sir Elein.
Sir Elein: “Boa noite primo! Como vai? Pois é, queimaduras não são fáceis de curar, nem três costelas quebradas, muito menos contusões e torções de uma queda de vinte metros.”
Sir Amig já meio alto de hidromel já tirou o peitoral da armadura, vem mancando até a mesa de vocês: “Olá garotos! Eu já contei aquela do camarão?”
Sir Algar: “Qual piada?” Ele brinca.
Sir Amig: “Qual a semelhança entre o camarão e o saxão?”
Enrick conhecedor da piada brinca com o veterano cavaleiro: “O Bigode!”
Sir Amig ri e adora a resposta. Imediatamente sai pelas outras mesas contando o que Enrick respondeu.
Então Padre William se aproxima: “Olá Sir Algar como vão? O senhor é batizado Enrick?”
Enrick responde que sim e que sua mãe é muito cristã.
Padre William: “Souberam o que aconteceu em Bayeux meus senhores? Um grupo inteiro de padres da cidade foram assassinados! Quem teria feito tamanha barbaridade? Todos dizem que não sabem. Eu desconfio de quem possa ter feito. Mas prefiro não acusar ninguém. Você sabe de alguma coisa Sir Algar?”
Sir Algar: “Não soube de nada!”
Então ele sai. Depois para. Olha para Sir Algar desconfiado. E segue em frente falando sozinho.
O Príncipe Madoc vem até a mesa. “Amigos, meu pai quer falar com vocês! Você também Enrick.”
Sir Algar e Enrick dirigem-se ao trono real na mesa de banquetes. Fascinado com a presença de Uther, Enrick só olha para o rei. Tromba com um serviçal levando uma palheta de carneiro enorme e derruba Sir Algar. As pessoas próximas se espantam. O rei manda eles se recomporem. Então eles se aproximam se limpando da comida derrubada e se colocam na frente do Rei Uther. Enquanto isso o banquete corre normalmente e bardos tocam para divertir os presentes.
Rei Uther: “Boa noite Cavaleiros! A Ordem dos Cavaleiros da Cruz do Martelo foi criada com a inspiração que me deram naquela noite de natal. Uma ordem que não dividisse e sim somasse as duas religiões e que se tornassem um exemplo para o nosso povo ficar unido e forte.”
“Madoc me contou também Enrick que nas fazendas dos Stanpids não se cria somente os melhores cavalos, mas os melhores arqueiros também. Você salvou a vida de meu herdeiro no mar! Saiba que tens minha gratidão meu rapaz!”
Enrick agradece.
“Soube também que tiveram problemas com os homens de Gorlois pelas bandas da Cornualha. Sir Amig me contou que foram atacados por aquelas bandas. Não se preocupem, ano que vem iremos até o desleal e tiraremos a limpo a conduta deste bastardo rebelde. Meus homens deveriam ter passe livre por lá.”
Sir Algar conta o que aconteceu na Cornualha com eles.
“Então está certo, é sempre bom ter em nossa corte homens como os senhores! Podem ir!”
Então Madoc traz mais alguns nobres que o rei chamou para conversar. Ele dá uma piscadela para Sir Algar e Enrick quando vão para a sua mesa. Então Uther recebe mais alguns nobres até que ele fala novamente.
Rei Uther: “Nobres, ladies, Cavaleiros do Rei. Lhes gostaria de apresentar nossa maior atração deste torneio. Trazido a peso de ouro para duelar e se apresentar. Direto das Highlands, o invictus campeão dos pictus. Bruce Macwell!”
Ele entra pela porta principal atravessa o salão com seus passos fortes e músculos a amostra mesmo no frio. (todos o vaiam). Ele com os braços abertos agradece.
Bruce Macwell: “Obrigado Majestade! Eu sou Bruce, do clã Macwell. Obrigado pela gentileza britânica! (as vaias aumentam). Mais, mais, quero ouvir mais! Vamos ver se depois de amanhã vocês terão coragem de me vaiar. Vi um lindo cavalo lá em Du Plain Majestade! E soube que seu dono é um guri que nem saiu das fraudas! Que desperdício!”
Os presentes falam: Cale a boca dele Enrick. Pega ele Stomp, Humilhe ele Enrick!
Bruce Macwell: “Enrick? Sim, ah! Rapaz, você se ajoelhará perante a minha incrível habilidade, o cavalo será meu e você cairá! Eu te desafio!”
Rei Uther se divertindo com a galhofa do escocês: “Aceita o desafio, Enrick?”
Todos o aplaudem quando Enrick, sem escolha, aceita! Então Bruce caminha para fora do salão novamente pegando um caneco de hidromel de uma mesa e olha para Enrick e diz somente mexendo os lábios: “Você é meu!”
Enrick: “Que medo desse pictu! Será que ele é frutinha?”
Sir Amig: “Sujeito simpático! Só não gostei da saia.”
Sir Elad se aproxima: “Quero este escocês exibido com a cara na terra, guri!”
A noite transcorre calma. Quando o rei bate duas palmas sons de flautim e tambores anunciam a entrada de um grupo de homens. Eles entram maquiados de branco e usam chapéus e sapatos pontudos engraçados multicoloridos. Eles fazem malabarismos com as frutas das mesas e com a comida e taças dos presentes. Um outro entra no salão e cospe fogo com uma máscara de dragão. Um segundo homem começa a cuspir fogo também e também está fantasiado. Eles abrem asas de mentira e encenam um duelo entre dois dragões. Um outro integrante da trupe entra vestido de cavaleiro com a espada e escudos com o brasão dos Pendragon e luta com os dois dragões matando-os. Então eles retiram as fantasias e por baixo tem outras, fingindo se transformar em anjos.
Derrepente da porta lateral dois palhaços entram de perna de pau e com armaduras de mentira feitas em couro pintadas e usando panelas como elmos. Eles encenam uma justa, até que um deles finge ser atingido e cai no colo de Sir Amig. O Cavaleiro derrama uma taça de Hidromel no rosto do palhaço e todos riem.
Então, uma mulher muito bonita entra no salão, a música fica branda aos sons de harpa e ela executa uma dança sensual com contorcionismos. Consegue passar as pernas por cima da cabeça. Com uma esfera vermelha de vidro, executa coreografias com as mãos e pés até um grande final onde ela entra em uma pequena caixa de madeira pintada com o brasão de Uther e é fechada junto com a esfera e levada pelos outros membros da trupe que saem muito aplaudidos.
Sir Dalan: “Daria o título de Barão por uma noite com ela!”
Neste momento em que todos já acabaram de comer e conversam animadamente. E alguns bêbados já dormem em cima de seus pratos de comida. Odirsen II levanta e pede para se aproximar do centro do salão. E começa a falar bem alto para que todos ouçam. Aos poucos o salão vai ficando em silêncio até que todos se calam.
Odirsen II: “Meu rei! Nobres de Logres! É sempre uma honra e uma imensa alegria estar na presença de vossa Majestade. O Rei que nos tem provido proteção e com meu total comprometimento, uma futura união entre os reinos Britânicos. Mas meu Rei! Existe um homem em suas fileiras que traz discórdia e desconfiança. Um homem conhecido por sua excentricidade. Um nobre capaz de quebrar as nossas regras de nobreza, trazendo plebeus aos nossos salões. Capaz de rezar para vários deuses. Aquele que leva a alcunha de Demônio. Aquele que desonrou nossa família casando em um ritual primitivo com uma meretriz. Infelizmente meu rei esse homem de que falo (aponta para Algar) é meu irmão!”
E todo o salão chocado e assustado suspira com tal acusação. Alguns dos nobres presentes sacodem a cabeça concordando, outros ficam indignados. Os Cavaleiros da Ordem da Cruz do Martelo estão com os olhos enfurecidos. Príncipe Madoc se levanta do trono mas o seu pai o segura e o faz sentar.
Odirsen II: “Eu o desafio irmão para um duelo. Não participarei das justas. Vim somente para te dar uma lição! É meu dever cristão e familiar!”
Rei Uther: “Se aproxime Sir Algar. Os outros nobres não interfiram. Senhores, lembrem-se que não tolerarei violência de qualquer espécie dentro desse salão!”
O Rei Uther olha um pouco para o alto. Observa, cochicha com Madoc. Ele concorda afirmativamente com a cabeça com pesar.
Rei Uther: “Como tratam-se de dois grandes homens e heróis de Logres. Um lutando ombro a ombro com o meu filho e herói de quatro combates. E o outro defendendo e liderando as forças do norte na fronteira com os Pictus. Todos vocês nobres sabem, como tento promover a boa convivência entre a velha e a nova religião. Então, só me resta uma alternativa. Um duelo será realizado no melhor espírito da Cavalaria. Com armas não letais, pois não posso me dar ao luxo de perder um de vocês. Mas até somente um dos Cavaleiros ficarem de pé. Fecharemos nosso torneio com essa decisão e espero de todo o meu coração que Deus ou a Deusa favoreça justamente aquele que merecer. Estou me retirando agora e vocês todos vão descansar porque temos o dia cheio. O Banquete está encerrado!”
Então todos os nobres e suas famílias vão se retirando. Muitos batem no ombro de Sir Algar dizendo: “Estamos com você!”. Outros não falam nada e saem em silêncio. Odirsen II não é mais visto. Antes de se retirarem Madoc os olha de longe e faz um gesto discreto a distância para a Ordem dos Cavaleiros da Cruz do Martelo. (União!)
A noite está bastante fria e o céu está limpo e estrelado. Somente ao redor da cidade a neve permanece. O caminho de tochas leva todos a área do acampamento. Soldados do rei cercam todo o lugar para dar proteção. Já é tarde da noite e a maioria se recolhe a suas tendas de campanha. Os Cavaleiros da Ordem da Cruz do Martelo se aproximam.
Sir Dalan é visto ao longe entrar em sua tenda com a contorcionista da trupe. E as nove crianças vem dormir com Algar e Adwen.
Crianças: “O pai mandou a gente dormir com vocês tio.”
Sir Elein vem apoiado por seu escudeiro: “Primo, deus estará de seu lado, sua luta é justa, mostre para o seu irmão quem manda em Logres!”
E assim todos recolhem-se as suas tendas de campanha.
Na manhã fria todos estão dormindo e ainda é bem cedo. O céu escuro estrelado começa a clarear. Mas o sol ainda não nasceu. Na tenda onde Enrick está dormindo alguém de capuz e manto cinza de couro de vaca lhe acorda.
Sir Amig: “Acorde guri! Está na hora. Precisamos aproveitar que ninguém levantou ainda. Venha pegue o seu arco e alijava!”
Então os dois saem da tenda. Sir Amig sai mancando e se mexendo com dificuldade. O chão está branco de neve e lá fora atrás da tenda Sir Amig entrega um saco cheio de roupas. E fala saindo fumaça de sua boca por causa do frio.
Sir Amig: “Eu estou com dificuldade de me locomover. Está vendo ali perto do capão aquela pessoa também encapuzada. Vá até lá. Vai te ajudar. Depois nos falamos. Vá agora, rápido!”
Quando Enrick se aproxima a pessoa está de costas. Quando vira o cavalariço reconhece imediatamente. É a Lady que ajudou na estrada, com o cavalo com a ferradura quebrada. Aquele rosto ele não esqueceria jamais. Baixa, com uns dezesseis anos e cabelos castanhos. Muito bonita com personalidade forte. E a meia lua de prata de Avalon no pescoço, usando a armadura de couro.
Lady Marion: “Então é você o grande arqueiro que meu pai pediu para eu ajudar?”
“Sou Marion! Estava correndo para Sarum aquele dia porque meu pai tinha esquecido o peitoral de sua armadura. Ele vive esquecendo dela em tudo que é lugar.”
“Então meu pai pediu para que entremos na mata. Lá eu deixei dois cavalos e dentro desse saco tem uma roupa que um amigo do meu pai em Camelot conseguiu para você. Vamos!”
Então Enrick veste um manto azul. Dentro do saco tem uma capa preta que é presa com broches de prata com leões. Uma máscara de prata é retirada e Lady Marion coloca no rosto de Enrick e a ajeita. A loriga de couro está por baixo e no braço esquerdo uma grande proteção de couro. Ela lhe entrega seu arco e a alijava.
Lady Marion: “Agora Enrick, vamos esperar perto da hora da competição de arco. Vamos entrar na estrada e você chegará para competir como se fosse um nobre. Ontem o pai já inscreveu o seu nome. Hoje você será Riley, o nobre francês que veio comigo da Terra dos Francos, faz alguns meses que cheguei de lá onde estava estudando com os druidas. Todos os nobres de Logres sabem disso. Quanto a você, está sofrendo de lepra, por isso a máscara, não esqueça. As cornetas soaram, hora de irmos”
O som de cornetas acorda todos no acampamento pela manhã.
Arauto: “Atenção nobres, a competição de arcos irá começar. Estejam no estande de tiro o mais rápido possível.”
ESTANDE DE TIROS COM ARCO
Todos se acomodam em uma arquibancada em meia lua construída no final da arquibancada, tendo o camarote real no centro. Elas estão lotadas e tem a capacidade para umas oitocentas pessoas.
Arauto: “Todos de pé! Prestem reverência a Vossa Majestade, o Rei Uther!”
O rei entra em seu camarote agradece a todos e se senta. O Príncipe Madoc entra depois e ocupa o trono menor à esquerda de seu pai.
Rei Uther: “Arqueiros se aproximem!”
Onze nobres com os seus arcos caminham lado a lado, entrando no estande da esquerda para a direita. Eles param de frente para o rei. Todos vestem lorigas de couro e usam seus brasões no peito, pintados em um tecido e um bracelete no braço esquerdo para proteger do impacto das cordas. Um dos estandes está vazio. Neste momento chega um homem. Ele vem montado em um charger negro. Veste uma parca azul. Tem um brasão no peito com uma flor de liz. Usa uma capa preta presa com broches de prata em formato de leão e uma máscara de prata. Ao lado em uma montaria branca uma jovem. A garota que encontraram na estrada. Sir Amig senta próximo a Sir Algar e Lady Adwen.
Sir Amig: “Ah! Essa é a minha filhinha Lady Marion! Ela é a coisa mais linda do papai! Para a segurança dos senhores é melhor se manterem longe dela.”
Sir Algar percebe o anel de Enrick, mesmo disfarçado, o cavalariço esqueceu de tirar a joia. Lady Adwen também percebe que é o garoto disfarçado.
Sir Amig: “Fique quieto Sir Algar!”
Rei Uther: “Esperem! Está atrasado, como é o nome deste homem? (olha na lista) Ah sim, Riley. Isto é um desrespeito ao seu rei!”
Enrick: “Desculpe Majestade, mas a minha doença atrapalha um pouco e tenho que tratar minhas feridas antes de competir.”
Lady Marion: “E também o meu mentor veio da terra dos francos e só conseguiu chegar agora meu bom rei. Com o clima ruim é muito difícil atravessar o canal! E a doença dele não ajuda.”
Rei Uther: “Com os diabos! Está certo! Senhor Riley, pode se juntar ao grupo.”
Lady Marion satisfeita desmonta e entra na área das arquibancadas e senta ao lado de Sir Amig.
Arauto: “Atenção arqueiros virem-se para os seus alvos. As suas marcas. Apresentar flechas. Preparar! Atirar!”
A disputa começa e flecha após flecha, Enrick, disfarçado de Sir Riley vai acertando no alvo. Os outros participantes alguns erram muitos disparos, mas nesta fase, principalmente Sir Gendoc, consegue um bom desempenho. No final desta fase da competição, Enrick se classifica com mais quatro arqueiros.
Arauto: “Que se faça saber a todos os nobres que os classificados para as quartas de final de tiro tradicional com arco longo são: Riley, Gendoc, Guinan, Uren, Arthen”
Rei Uther: “Fiéis súditos que tenha início as quartas de final!”
Todos aplaudem.
Agora com somente cinco competidores a competição fica mais acirrada. Uma a uma as flechas vão sendo disparadas sobe o aplauso dos nobres. Enrick, mascarado, se sai bem novamente. Os presentes admirados com a sua habilidade com o arco aplaudem entusiasmados.
Arauto: “Que se faça saber a todos os nobres que os classificados para as quartas de final de tiro tradicional com arco longo que será realizada amanhã são: Riley, Arthen, Uren.”
Sir Amig se aproxima de Enrick: “Parabéns pela participação guri! Quer dizer, mestre Riley!” (fala baixinho) “Tira essa roupa ridícula e aja como se não tivesse acontecido nada.”
Na hora do almoço cada nobre vai até ao acampamento e os servos preparam um ensopado de coelho. Os escudeiros trabalham incansavelmente preparando os cavalos, as lanças e armaduras. Pintando cada escudo, cada lança com as cores de seus mestres. Sir Amig, Sir Dylan e Lady Marion vem almoçar com Sir Algar e Enrick.
Sir Amig: “Quase nos pegam guri! Ficou assustadinho?”
Enrick só concorda com a cabeça.
Sir Dylan: “Pai se te pegam nossa família vai ser queimada viva!”
Sir Amig: “Dylan é muito certinho. Você vai ver garoto, quando crescer às vezes é preciso quebrar certas regras para se fazer a coisa certa. Por incrível que pareça!
Lady Marion: “Então, Enrick? Me conte como era a sua vida antes de se juntar a este bando de malucos?”
Enrick: “Cavalos! Bosta de Cavalos! Cuidar dos Cavalos! Domar os Cavalos!”
Ela ri se divertindo com o jeito simples do Cavalariço.
“Eu era a filhinha do papai. Até que comecei a ir com Dylan caçar e atirar com arcos. Aqui na Britânia temos algumas descendentes de celtas que ainda combatem. Mas mesmo assim, na nobreza, isso não é aceito. Mas sempre gostei de ler, de poesia. Ficar na roca me entediava. Nada contra Lady Adwen, mas eu queria sair um pouco da proteção do Pai. Então consegui convencê-lo a me mandar para além do Canal na Terras dos Francos onde atirar e por vezes combater é aceito também para as mulheres. Conheci grandes Druidas lá. E as sacerdotisas me ensinaram a trabalhar com curas e usar armas. Depois de dez anos voltei para minha família e a terra que eu amo. Logres.”
ARENA DE JUSTA
Então mais ou menos as duas da tarde todos os nobres se dirigem a arena de justas. As longas arquibancadas colocadas ao longo da pista separada por uma cerca que divide os lados estão lotadas. Cada nobre tem a sua torcida e suas cores formada por simpatizantes e familiares de cada um. Existem postes de madeira com 24 escudos presos no topo, representando cada nobre. O Rei Uther sobe ao seu camarote. Todos baixam suas cabeças em respeito. Ele agradece e senta.
Sir Algar e Enrick na parte de traz da pista. Os cavaleiros estão montados sem os elmos, usando as armaduras completas. Os cavalos também estão com suas armaduras e cobertos com as vestimentas coloridas de cada senhor. Seus amigos estão ali. Sir Algar monta Hefesto, emprestado por Enrick.
Sir Jakin: “Estão prontos para provarem de minhas habilidades com a lança amigos?”
Sir Bag: “Vou fazer você comer terra Demônio! Cuidado”
Sir Algar: “Se cuide vocês meu amigo!”
Madoc: “Uma lança no meio do peito pode ser melhor do que aguentar as piadas do Sir Amig!”
Sir Dalan: “Vocês viram a filha dele? Invocada a moça! Eu pegava!”
Sir Dylan: “Controle seu primo Algar ela é minha irmã! Se cruzar meu caminho na arena te mando para o chão Dalan. Cuidado com esse nariz quebrado.”
Sir Hervis está nervoso e em silêncio.
Os escudeiros entram sobe os aplausos das arquibancadas. Eles se posicionam embaixo de cada poste específico de seu lorde. Atrás destes, estão em bases de madeira as várias lanças que serão usadas nos combates. Elas são mais frágeis para que se quebrem e tem pontas arredondadas para que não firam seus oponentes. Então em fila os Cavaleiros vão entrando na pista. E trotando vagarosamente ao redor do circuito. Os presentes aplaudem os de pé aos gritos de incentivo. Quando Sir Algar passa à frente da comitiva de Odirsen II eles o vaiam. Sir Amig, Sir Elein, Lady Marion os apoiam. (“Vamos lá Cavaleiros da Ordem! Vençam por Sarum!”). Enrick vê o escocês gigante na arquibancada. Ele aponta para ele sentado na arquibancada o provocando. Os cavalos param um ao lado do outro à frente do camarote do rei. Uther está de pé.
Rei Uther: “Fies súditos! Nobres de toda a Britânia. Este torneio não foi feito para enaltecer a vaidade dos campeões. Nem para demonstrar a fragilidade dos vencidos. O Primeiro Torneio de Logres foi feito para promover a união dos nobres desta boa terra. A nossa ilha. Britânia, onde homens corajosos cavalgam para a morte por lealdade ao seu rei, para proteger a sua família e por honra. A glória é uma consequência disso tudo. Merecida pelo esforço e pela coragem achada no meio do medo de cada um. Que a deusa e deus os protejam bom homens que competirão hoje. Cavaleiros do Rei! Cavalguem para glória! A sorte está lançada! Que comecem o torneio!”
Todos aplaudem. Então, os vinte e quatro Cavaleiros dirigem-se cada um para baixo de seu poste.
Arauto: “Eis aqui Cavaleiros do Rei as condições de impedimento deste torneio:
1. violadores das igrejas. (Padre William olha para Sir Algar)
2. Os excomungados.
3. caluniadores de outras mulheres, ou homens que
ter desonrado senhoras.
4. assassinos por premeditação.
5. homens falsos para seus juramentos ou promessas seladas.
6. fugitivos culpados de covardia no campo de batalha.
7. homens que foram derrotados em
duelo por uma questão de honra.
8. incendiários.
9. dirigentes de guildas.
10. piratas do mar.
11. cavaleiros assaltante
Perante a Deus e ao Rei existe alguém entre os senhores culpados por algumas destas causas?”
Arauto: “Que todos os nobres presentes saibam das regras das justas.
Perde a justa os cavaleiros que:
1)A lança ferir o cavalo de seu oponente em algum lugar desprotegido.
2)Atingir a sela do adversário.
3)Cair do Cavalo
4)Cavalo que se esquivar da escaramuça.
5)Cavaleiros que utilizarem armas sagradas
Quando for atingido pela lança adversária e cair de sua montaria o Cavaleiro é considerado o perdedor do duelo. Os marechais de campo tem total liberdade de cruzar lanças e impedirem que a justa continue se representar perigo de morte para um dos competidores. Atenção Cavaleiros! Preparar para a escaramuça!”
Águia:
As cinco primeiras justas acontecem normalmente no grupo águia com uma ou duas tentativas e com Sir Johnny vencendo sempre com habilidade. Sir Dylan perdeu a quarta disputa por ferir acidentalmente a montaria de seu adversário. Somente no sexto duelo Sir Keef acerta em cheio Sir Brastias e seu elmo é arrancando da cabeça. Sir Brastias não cai de sua sela mas fica tonto. Recusa a lança que seu escudeiro vem lhe trazer e reconhece a derrota para Sir Keef. Todos aplaudem a atitude nobre do cavaleiro que reconheceu que não tinha condições de prosseguir. No grupo águia Sir KEEF se classifica para a semifinal.
Falcão:
No grupo falcão a disputa começou acirrada. Com cada Cavaleiro ganhando e perdendo uma justa. Até que no final Sir Dalan que tinha vencido a primeira disputa quebrando a lança quase na altura do cabo no peito de seu adversário ganhou duas seguidas. A segunda por desclassificação quando o cavalo de Sir Jakin refugou na hora do ataque. A última justa era por pura formalidade mas os dois cavaleiros, amigos, honradamente cruzaram lanças e declararam empate sobe os elogios da plateia e do Rei Uther. No grupo falcão Sir DALAN se classifica.
Harpia:
Sir Algar se posiciona com Hefesto. Do outro lado Sir Kilian se prepara e fecha o seu elmo. Eles partem em uma carga feroz. Sir Algar se inclina, a arma de seu adversário passa por cima de seu ombro esquerdo e ele atinge Kilian que escorrega o seu pé do estribo e cai na cerca central batendo com as costas. Sir Kilian é ajudado por seu escudeiro e se recupera para a próxima justa.
Sir Aaron derrota Sir Kilian pois o seu cavalo escorregou na areia congelada. Tentando se equilibrar na sela o cavaleiro abaixa o seu escudo expondo o seu peito e ele é atingido provocando a sua queda. Mancando, Sir Kilian deixa a arena aplaudido.
Sir Algar derrota Sir Agháton. Um quebra a lança no peito do outro, mas Sir Algar consegue se equilibrar na sela usando o estribo e a rédea com habilidade. Sir Agháton não tem a mesma sorte e dá uma cambalhota para trás no ar indo de encontro ao chão.
Nada está decidido e Sir Algar parte para a terceira justa contra Sir Aaron. Com habilidade conduzindo Hefesto e em perfeito equilíbrio se mantendo atrás de seu escudo Sir Algar atinge o cavaleiro adversário que tem seu braço deslocado quando é atingido e arremessado de cima do cavalo e arrastado pelo estribo por alguns metros até o fundo da pista. Sir Aaron acena para o público para mostrar que está bem.
Sir Agháton e Sir Aaron partem para a justa na terceira tentativa, a lança atinge o meio do rosto de Sir Aaron. Ele cai do cavalo e não apresenta movimentos. Parece ter sido gravemente atingido. Ele é levado carregado pelos cavalariços que o colocam em uma carroça. Todos podem ver um filite de sangue escorrer de dentro do elmo que não é retirado na frente do público.
Sir Kilian retorna depois de um exame rápido pelo físico e mesmo com a perna machucada, vence Sir Agháton fazendo uma manobra ousada, largado o seu escudo e usando a mão livre para se inclinar para perto da cerca no centro e atingir seu adversário na virilha. Sir Agháton desce de seu cavalo e senta no chão se contorcendo de dor. Seus escudeiros e dois físicos vêem lhe ajudar.
No final SIR ALGAR se classifica em primeiro do grupo com três vitórias e segue com outros seis cavaleiros para a próxima fase.
Fênix:
No Fênix Sir Hervis ganha duas justas. A primeira porque Sir Lucyus atingiu a sua sela e a segunda porque atingiu no peito Sir Wallace o derrubando na cerca central quebrando suas costelas. Automaticamente Sir James é declarado vencedor, mas ele recusa a vitória por não poder duelar. O público o aplaude. Sir Hervis e Sir James partem em velocidade de encontro um ao outro. Sir James escorrega do estribo no golpe final e a lança de seu adversário se despedaça em seu ombro, ele rola até o fundo da pista. Desmaiado Sir James é atendido e carregado para a tenda de socorro. Sir Hervis se classifica.
Dragão:
Os Cavaleiros integrantes da Harpia se surpreendem com a agressividade dos ataques do Príncipe Madoc que leva o enfrentamento muito a sério. Os marechais de campo por duas vezes impedem que a disputa continue com perigo para os competidores. Madoc vence as três primeiras justas nas primeiras tentativas, sempre derrubando seus adversários sem piedade. Em segundo lugar ficou Sir Fergus vencedor de duas. E na última Sir George foi atingido por Sir Fergus em seu escudo mas a tira de seu estribo se soltou e ele caiu ao solo com a pesada armadura se machucando seriamente. Foi retirado desacordado pelo seu escudeiro e servos para a tenda dos físicos do rei. MADOC é o classificado.
Pégasus:
Até o último combate nada está decidido. Mas o erro de Sir Robert, na terceira tentativa de derrubar seu adversário o leva a quebrar a terceira lança contra a cela de seu adversário o desclassificando, mesmo tendo acertado Sir Tomás, que é o vencedor do grupo. Sir TOMÁS se classifica.
Então o Arauto Real anuncia: “Os campeões do dia, classificados para a semifinal de amanhã são Sir Keef, Sir Dalan, Sir Tomás, Sir Algar, Príncipe Madoc, Sir Hervis”
Então os cavaleiros um por um se perfilam à frente do rei e se curvam em cima de suas montarias e depois erguem as lanças cumprimentando-o. Então Uther os saúda e se retira. Todos os nobres ficam com a cabeça baixa em sinal de respeito e depois que Uther parte deixam as arquibancadas para o acampamento.
Ao anoitecer depois da competição com todos empolgados. Alguns com escoriações e torções. Todos reúnem-se no grande salão do castelo de Camelot para o grande baile. A grande fila enquanto flocos de neve caem na noite gelada anda lentamente enquanto os homens do rei verificam o convite com o selo real entregue pelos arautos reais à tarde. Depois de entrarem e sentarem na mesa destinada as bebidas vão sendo servidas. Pela primeira vez vêem a filha de Sir Amig de vestido como uma nobre. Ela está muito bonita. É quando Enrick sente que fica perdidamente apaixonado por Marion. Aos poucos o salão vai ficando lotado e as centenas de convidados conversam alto e riem. O Rei Uther entra e todos ficam em silêncio.
Rei Uther: “Hoje é noite de festa meus súditos! Amanhã a competição de arco terá fim, bem como a de justas. Teremos um barão entre vós. No último dia teremos a escaramuça em grupo e duelos individuais. Por hora aproveitem! Bardos, podem começar a tocar!”
Odirsen II está sentado do outro lado do salão. Por hora ele troca olhares com Sir Algar. Um olhar de ressentimento e dor. Sir Bellias, tio de Algar, aproxima-se. Sem um braço e segurando um caneco de Hidromel ele os saúda:
Sir Bellias: “Olá sobrinho! Como está o torneio? Cheguei hoje no fim da tarde. As estradas estão cheias de neve. Falei com Odirsen II hoje e ele disse que vão duelar? Que lástima! Você sabe que tudo isso vai acabar mal não é?”
Sir Algar sério apenas concorda afirmativamente com a cabeça.
Lady Adwen: “Chega de falar sobre coisas ruins! Eu quero dançar! Vamos meu amado?”
Lady Marion se aproxima de Enrick: “Então arqueiro? Vamos dançar?”
Sir Amig: “Olha lá, hein guri?”
Então as duas filas de nobres caminham de cada lado. Umas cem pessoas participam da dança. Uma linha só de ladies e outra somente dos homens. Os homens se curvam com a mão direita. As ladies se abaixam dobrando seus joelhos e inclinando a cabeça para o lado. As duas filas viram para a esquerda e cada casal segura um na mão do outro erguidas. Soltam as mãos, viram de frente e batem palmas duas vezes. Fazem então o mesmo movimento quatro vezes. Depois, em círculo, cada par da dois passos à frente, depois gira e de costas caminham mais dois passos. Depois fazem o mesmo movimento quatro vezes. Então o casal se inverte com o homem guiando a lady para o outro lado. E se inclinam para a direita e depois para a esquerda. Depois em X os pares são trocados. E se repete a mesma coreografia até em um grande final onde chegam a lady que iniciaram a dança. Neste momento se encerra a coreografia e todos aplaudem. A dança nunca foi o forte de Sir Algar e muito menos do Cavalariço Enrick. No final os dois acabaram de mão dadas como se fossem pares. Os nobres próximos e principalmente Lady Marion e Adwen riem dos dois homens constrangidos.
Então quando todos se misturam para voltar as suas mesas se trombando por vezes. Algar sente uma dor lancinante por entre as costelas na articulação da armadura. Tudo gira e o gosto de sangue vêem a sua boca. Sir Algar cai se apoiando em seu braço direito. Começa a ficar enjoado e vomita. E cai no meio do salão paralisado de bruços.
Enrick vê Sir Algar caído e Lady Adwen grita por ajuda. O Príncipe Madoc, imediatamente, pula por cima da mesa onde estava sentado e o Rei Uther grita.
Enrick corre e começa a prestar socorro ao seu senhor. Estanca o ferimento com um pedaço de linho rasgado de um vestido de Adwen e por hora mantém estável o cavaleiro que delira no chão do salão.
Rei Uther: “Chamem Bohr, o Físico real! Rápido! Levem Sir Algar aos aposentos reais. Fechem os salões.”
Em um dos aposentos reais Sir Algar é carregado por Enrick, Sir Bag e Sir Dylan. Os outros Cavaleiros da Ordem do Martelo fecham as portas do salão para tentar descobrir que foi capaz de tal feito.
O Físico Bohr entra no quarto. Sir Algar sua e delira. O físico usa uma toca preta na cabeça, veste uma capa de couro marrom. Tem uma barba branca mal feita e cabelos brancos todo espalhado.
Bohr: “Deixe me ver rapaz. (dá dois tapas no rosto de Algar, puxa os olhos do cavaleiro e olha a sua língua). Veneno! Olhem a língua preta. A sorte é que está muito frio hoje e provavelmente este tipo de veneno não funciona plenamente nesta temperatura.”
“Então ele vai até a lareira apagada e pega um pedaço de carvão. Vai até a sua maleta de couro e retira tubos de vidro cheio de ervas. Pega uma cumbuca e mistura. Preciso de leite de cabra tirado agora. Garoto, ordenhe a cabra no pátio e vá até a capela do castelo. Pegue esta faca e raspe o osso do dedo de São José que está na urna de prata. Traga dentro deste recipiente.”
Enrick faz o melhor que pode atrás dos ingredientes que o físico pediu. Mas teve sério problemas, principalmente para achar o dedo de São José. Depois de quarenta minutos ele retorna. A sorte é que Sir Algar forte como um touro resiste ao veneno naturalmente. (Passou em oito testes de resistência seguidos, um para cada cinco minutos de demora. PQP!)
Lady Adwen chora sentada ao lado do Marido. Então quando Enrick retorna, Bohr se aproxima e dá para algar beber a mistura. Com um pano de algodão branco limpa o ferimento. E o custura com agulha de madeira e fio de tripa de carneiro. Então, após umas quatro horas, Sir Algar sente sua consciência voltar. Um gosto horrível na boca. Sir Amig, Príncipe Madoc, Rei Uther, Lady Adwen, Bellias e os outros Cavaleiros da Ordem estão em volta da cama.
Sir Elein: “Levante-te e anda primo! Por deus, você está vivo!”
Lady Adwen: “Graças a Deusa você está vivo meu amado!”
Sir Jakin: “Achamos esta adaga longa jogada em um canto do salão!”
Ao examinar a arma, Sir Algar percebe que ela tem uma caveira incrustada, o brasão da guilda de assassinos de Londres a Mão Negra.
Sir Bag: “Odirsen está sentado com cara de tacho! Nem se mexe.”
Sir Hervis: “Quais as suas ordens meu senhor?”
Sir Algar: “Peguem-no!”
Enrick, Sir Bag e Sir Hervis tentam intimidar Odirsen II que respondem à eles:
“Não podem provar nada, idiotas!”
Então depois que o Rei Uther constata que também não pode provar nada contra o irmão de Sir Algar, manda abrir os salões e deixa todos os nobres irem pra o acampamento. Lady Adwen e Sir Algar dormem em um dos aposentos reais do castelo. Enrick, Sir Jakin e Sir Hervis fazem questão de dormir na porta do aposento.
Na manhã do segundo dia de torneio o clima de tensão entre os nobres cristãos e pagãos, depois do atendado sofrido por Sir Algar, é grande. Neste momento há uma divisão entre os nobres. A minoria cristã andou enfrentando à socos e ponta pés alguns pagãos. Alguns feridos foram movidos para a tenda de socorro e outros deixaram o torneio. O Rei mandou prender no calabouço de Camelot dois mais exaltados de cada crença.
Lady Adwen acorda e diz para o seu marido: “Meu senhor! Está se sentindo melhor? Não dê a chance de seus inimigos verem você mal. Acho que era isso que queriam. Vista a sua armadura e seu pendão e vamos a arena assistir a competição de arco. Não demonstre dor nem fraqueza. Seja orgulhoso como um verdadeiro filho de Thor!”
Então ele veste sua roupa de nobre, leva o seu machado na cintura e usa sua pele de urso. Apesar de um pouco de incômodo e dor ele tem fome e parece bem recuperado do atentado.
Sir Hervis o encontra na porta do quarto: “Bom dia meu senhor! Estás imponente hoje!”
ESTANDE DE TIROS COM ARCO: Semifinal
As arquibancadas estão lotadas novamente. Seguem-se o rito do anúncio das cornetas para a entrada do Rei Uther e depois a do Príncipe Madoc. Quando Sir Algar chega na área de competição muitos o aplaudem. Mas outros ficam em silêncio. Todos olham assustados como se o homem tivesse renascido dos mortos. Os arqueiros entram e cumprimentam o rei. Depois novamente se viram para os estandes.
Arauto real: “Atenção nobres arqueiros! Esta são as quartas de final da competição. Depois teremos a semifinal e no fim de tarde a tão aguardada final!”
Rei Uther: “Atenção homens! Preparar! Disparar!”
Todos aplaudem. Depois do primeiro disparo o Arauto Real assume os comandos de disparo dos competidores.
A disputa segue forte e Enrick disfarçado de Sir Riley domina as semifinais. Dispara magistralmente conseguindo dois acertos seguidos no centro do alvo. Os outros competidores tentam superá-lo mas a concentração e precisão do jovem cavalariço é imbatível. No final Enrick e Uren se classificam para a grande final sobe os aplausos empolgados dos presentes nas arquibancadas.
Rei Uther: “Parabéns a todos os participantes que demonstraram habilidade e precisão. No fim do dia saberemos quem será o ganhador. O prêmio será surpresa! Um agrado de seu rei para com seu súditos ou nobres amigos! Esta fase está encerrada”
Então todos se retiram do estande.
Padre William se aproxima curioso de Enrick disfarçado: “Olá Sir Riley! O senhor tem muita habilidade com o arco! Gostaria de lhe fazer uma pergunta pessoal. Saber qual o seu problema de saúde?”
Enrick: “Tenho lepra padre, um problema antigo!”
Padre William: “Tenho parentes na França. Qual o lugar de onde o senhor veio mesmo?”
Sir Amig olha a distância preocupadíssimo coçando a cabeça.
Enrick gagueja se enrola, tenta explicar mas não consegue. Finalmente o Padre decide se retirar muito desconfiado.
ARENA DE JUSTAS
Então todos vão almoçar e depois do almoço os nobres ficam em alvoroço novamente. E todos se dirigem a Arena de Justas. Todo o protocolo da entrada do rei é cumprido e Lady Adwen hoje está ocupando o lugar de dama de honra do torneio, sentada ao lado do Rei Uther. Novamente saem da área destinada as montarias escudeiros e cavaleiros e fazem o desfile. Agora em número de oito e param à frente do rei. Ele os saúda e todos se curvam de cima de seus cavalos cumprimentando-o.
Arauto real: “Saibam todos os presentes que os grupos dos nobres cavaleiros são o Hydra formado por: Príncipe Madoc, Sir Dalan, Sir Hervis e o Unicórnio formado por: Sir Keef, Sir Tomás e Sir Algar.”
Rei Uther: “Cavaleiros do rei! Mostrem honra, cavalheirismo, justiça e respeito nesta arena. Existem rumores de que a nova crença e a antiga religião estão dividindo vocês. Meus súditos, saibam que quando os senhores se dividem pelas suas crenças, não estão de maneira nenhuma lutando pela religião que acreditam. Lutam sim contra toda a Britânia. Lutam contra o sonho de um rei e uma terra. Estão destruindo um futuro que sonhamos. De lugar de prosperidade e paz para os nossos filhos viverem. Combatam com força pelo seu Rei e pela Britânia e se unam sobe esta espada. (Ele retira a Excalibur e todos a olham admirados e fascinados. O silêncio é total). Que as escaramuças se iniciem! Senhores conheceremos o novo Barão de Logres ainda hoje!”
Todos aplaudem o rei que guarda satisfeito a sua espada. Os Cavaleiros, cada um se dirige a seu poste com seu escudo com o brasão desenhado. As lanças estão ali. Bem como o escudeiro responsável.
Hydra: Príncipe Madoc, Sir Dalan, Sir Hervis.
Unicórnio: Sir Keef, Sir Tomás, Sir Algar
Então as justas começam, Sir Madoc e Sir Dalan se encaram um de cada lado. Os dois partem em velocidade um contra o outro. Na primeira tentativa nenhum dos cavaleiros se atingem. Depois partem novamente, Madoc continua a lutar com agressividade e no último momento puxa a rédea para a direita o cavalo corre muito rente a cerca, ergue o escudo e a lança de seu adversário passa por cima de seu ombro e ele atinge Sir Dalan que gira na sela e cai de bruços na terra. Mas o primo de Algar se levanta e caminha normalmente. Madoc se aproxima e o cumprimenta. Depois Sir Hervis e Sir Dalan iniciam a sua disputa mas Sir Dalan quando inicia a carga com o seu cavalo deixa a pista de justas e vai até o seu escudeiro. Desce do cavalo e mostra a todos que não consegue segurar a sua lança. Provavelmente quebrou o pulso. Todos o aplaudem consolando-o. Então na grande decisão da semifinal Madoc pega uma lança e a levanta cumprimentando-o. Sir Hervis faz o mesmo, em carga os dois se enfrentam até que as duas lanças se chocam ao mesmo tempo quebrando as duas lanças. Mas o cavalo do Príncipe é atingido por um pedaço da lança do adversário ferindo-o. Sir Hervis é desclassificado. Madoc é ovacionado!!!! Ele agradece e se retira.
Arauto: “O nosso bom Príncipe está classificado para a final!”
Todos o aplaudem entusiasmados.
Unicórnio:
Sir Keef e Sir Tomás, o primeiro um ambicioso e cavaleiro jovem e o segundo um homem do norte, experiente. Mas com raça e vontade Sir Keef é atingido pela lança de Tomás mas Keef atinge ao mesmo tempo o cavaleiro veterano. Sir Keef fica na sela de sua montaria mas Tomás é jogado longe de seu cavalo. Rola por alguns metros e fica estático. Aos poucos ele se levanta se recuperando do choque e levanta o braço cumprimentando o público que aplaude aliviado.
Então Sir Algar entra na arena sobe o aplauso de uns e a vaia de outros. Ele se prepara para enfrentar o jovem Sir Keef. Com muita raça o rapaz ataca Sir Algar na carga com a lança mas nenhum dos cavaleiros tem êxito. Na segunda tentativa, o impacto que Sir Algar consegue puxando a rédea em um último minuto para a esquerda e atingindo o rosto do adversário que gira duas vezes em cima da sela e cai sem movimento algum é grande. Sir Keef sai carregado inconsciente para a área de atendimento com um filete de sangue saindo de sua armadura.
Agora Sir Algar enfrentará Sir Tomás, um veterano Cavaleiro de barbas brancas. Na primeira e segunda tentativas eles não conseguem se atingir. Até que no final Sir Algar usa a velocidade de Hefesto e as horas de treinamento fizeram o efeito desejado. Sir Tomás é derrubado da sela do cavalo e está no chão. Sir Algar está na final do torneio.
GRANDE FINAL DE JUSTAS:
Arauto real: “Podem se retirarem Cavaleiros desclassificados!”
Rei Uther: “Esta é a grande final do combate mais tradicional da Cavalaria meus súditos! Os dois homens que se enfrentarão nesta arena são a elite de nossa cavalaria! São honrados, corajosos e destemidos. Mas saibam meus nobres que só isso não basta para que se faça um Cavaleiro de verdade. O verdadeiro cavaleiro é forjado no mais puro aço quando ele entrega a sua vida ao seu povo e a sua alma a sua terra. E é desta essência que todos os homens que combateram nesta arena são feitos! Que vença o melhor! Cavalguem para a glória homens!”
Marechal de Campo: “Será a melhor de quatro escaramuças senhores! Boa sorte!”
Final: Sir Algar X Príncipe Madoc
Na primeira justa o Príncipe Madoc bastante competitivo provoca Sir Algar dizendo que vencerá. Sir Algar devolve a provocação. Sir Algar vai até a tribuna e sua esposa, Lady Adwen, coloca seu lenço na ponta de sua lança, ele pega o lenço da donzela e o coloca dentro de sua armadura. Todos aplaudem. Então os dois adversários se cumprimentam e partem em carga. Sir Algar consegue derrubar o Príncipe na segunda tentativa.
Na segunda escaramuça é o Príncipe que consegue derrubar Sir Algar pela primeira vez na competição que não se machuca com a queda. Ele sobe com a ajuda de Enrick em Hefesto novamente. Os dois se cumprimentam e mais uma vez se provocam. Dessa vez Sir Algar cavalga tão rente a cerca central que Hefesto mantém a cabeça de lado para não bater nela e é isso que lhe dá a vitória. A lança se despedaça em Madoc que se desequilibra perde a lança e o escudo e agarra no pescoço de seu corcel. Depois cai de pé e rola no chão absorvendo o impacto. Sir Algar neste momento lidera a final da competição.
Sir Algar e o Príncipe Madoc se preparam então para mais uma escaramuça. Pode ser a última. O título de Barão está em jogo. O clima de competição é acirrado. No quarto embate um golpe da lança, desferido por Sir Algar, atinge o rosto de Madoc, as correias que seguravam o elmo no lugar são arrebentadas e gira no ar enquanto a lança que o atingiu explode em lascas quebrando e ficando somente a empunhadura na mão do vencedor. Os dois cavalos levantam as suas patas com o impacto. O Príncipe atingido se desequilibra e um de seus pés deixam o estribo levando a cair de costas virando duas cambalhotas para trás e caindo na terra. Por um momento ele não se mexe. Todos ficam em silêncio. Derrepente ele senta, sacode a cabeça e com a ajuda de seus escudeiros se aproxima. Se ajoelha perante ao grande campeão Sir Algar e lhe beija mão dizendo: “A vitória é sua meu Barão!” Todos de pé aplaudem entusiasmados. O Rei Uther está muito satisfeito. Desce do camarote e se aproxima.
Rei Uther: “Lutou como um leão Barão Algar! És um herói de verdade. Com um coração de guerreiro. Que todos saibam por toda a Logres de seu feito e do título que agora ostenta. Cuidado com os seus atos que de agora em diante servirão como exemplo aos outros nobres! Parabéns! Continue sendo um dos orgulhos de Logres!”
Sobe os aplausos de todos e com várias pessoas entrando na arena para cumprimentar o campeão, o torneio de justas acaba. Lady Adwen entra na arena e beija seu marido. Os Cavaleiros da Ordem da Cruz do Martelo comemoram entusiasmados.
ESTANDE DE TIROS COM ARCO: Final
No acampamento todos se reúnem para celebrar com Algar enquanto Enrick aguarda a final.
Lady Marion: “Espero do fundo do meu coração que você vença Enrick!”
Sir Amig: “Primeiro vença a disputa, depois nos preocuparemos com o que o Rei vai achar dessa armação que nós fizemos.”
Então logo no final da tarde todos vão ao estande de tiro para a grande final. As arquibancadas estão repletas. Muitos cercam o lugar. Cada vez mais nobres e até soldados, sacerdotes e o povo se aproximam pois souberam que amanhã terá um grande duelo entre os irmão Sir Algar e Odirsen II.
Rei Uther: “Nobres, ladies e Cavaleiros do Rei! Foi uma jornada de competição dura e pesada até aqui. Que exigiu de todos que participaram habilidade e força. Não se esqueçam homens da importância dos arqueiros e como eles tem servido nosso reino e ajudado a vencer batalhas. Por isso a habilidade com tal arma deve ser desenvolvida por todo a Britânia e se transformar em uma tradição. O campeão aqui, ganhará uma milícia de arqueiros. Homens treinados, o qual poderão ser melhorados e empregados em nossas campanhas. Cem libras e glória! Arqueiros que comece a final!”
Enrick e Uren começam a disputa. Enrick começa mal. Nervoso, o jovem arqueiro acerta em áreas do alvo com poucos pontos. A disputa segue empatada e emocionante até que no sétimo disparo, dos oito no total, Enrick Stanpid vence com um tiro de flecha no centro do alvo.
E o arauto anuncia: “Senhores nobres! Temos um vencedor! Que todos saibam que Sir Riley é o campeão de tiro com arco longo tradicional inglês!”
De pé todos saúdam o vencedor! O Rei Uther se aproxima com um documento e entrega ao seu arauto.
Arauto Real: “Passo ao vencedor o comando de dez arqueiros qualificados destinados a lutar por Logres, pela Britânia, por Rei Uther Pendragon e seus herdeiros. Cem libras complementam o prêmio.”
Neste momento da entrega do prêmio o Padre William entra no estande de tiros com dois soldados armados com lança.
Padre William: “Meu Rei! Esse homem é um impostor! Não é Riley coisa nenhuma!”
Rei Uther: “Retire a máscara meu rapaz!”
Enrick retira e abaixa sua cabeça. Todos suspiram com o acontecido e uma comoção se estabelece. Os outros participantes ficam ultrajados e começam a reclamar.
Rei Uther: “Silêncio! Só eu falo no momento! Quem mais está envolvido em tamanha conspiração?”
Enrick assume sozinho o acontecido. Sir Algar tenta assumir a culpa. Sir Amig e Lady Marion se aproximam.
Sir Amig: “Sai daqui Algar, chispa, chispa!”
Rei Uther: “É um absurdo o que vocês fizeram. Sir Amig o senhor poderia ser enforcado por essa besteira e Lady Marion! Vejo que a terra dos Francos não lhe fez bem. Poderia jogá-la em uma prisão até o final do mundo! E o senhor Enrick, vejo que desde que deixou a terra dos Stanpid não aprendeu nada sobre a nobreza. O problema que eu tenho aqui é o seguinte: Um garoto que atira como um arqueiro experiente e que tem a habilidade para se transformar em um dos melhores atiradores de Logres! Mandá-lo para prisão talvez só resolva o problema por hora. Como não é nobre não poderia comandar homens em meu nome. E nem ter participado deste torneio. E esse crime é punível com morte!”
Então, O Príncipe Madoc se aproxima do rei e cochicha no ouvido de seu pai.
Rei Uther: “Vamos reparar esse erro! Tenho um fardo muito mais pesado para o senhor Enrick Stanpid carregar. Vai aprender a nobreza do jeito mais difícil meu jovem. Ajoelhe-se! ”
O Rei Uther retira a Excalibur de sua bainha e coloca sobe a cabeça do rapaz. Todos os presentes ajoelham-se.
Rei Uther: “Que seja conhecido por todos os homens que eu, Rei Uther, para surgir pela virtude de sua honra, lealdade, valor e habilidade com armas para o mais alto ranking da cavalaria.
Rei Uther: Você jura a mim seu Rei ser verdadeiro e justo?
Enrick: Eu juro.
Rei Uther: Você jura em meu nome me defender e obedecer até que eu deixe o trono ou a morte me leve?
Enrick: “Eu juro”
Rei Uther: Que esse seja o último golpe sem esse recurso
(Bate forte no rosto de Enrick e depois manda ele apontar as palmas da mão para cima.)
Rei Uther: “Repita: Eu solenemente juro e rogo pela minha espada, defender O Rei e obedecê-lo até minha morte e bem como a honra da cavalaria.”
Rei Uther: E eu de minha parte, juro defendê-lo e reconhecê-lo como verdadeiro cavaleiro.
(Ele toca com a excalibur o ombro de Enrick.)
O Príncipe retira suas esporas, Sir Bag dá a sua espada e Sir Dylan seu escudo.
Receba agora suas esporas
Receba seu escudo
E receba sua espada para ao seu lado servir e defender. Levantem-se agora Sir Enrick!
Todos o parabenizam e então Madoc saca a sua espada e juntos as unem no alto.
Madoc: “Força, Lealdade e Honra!”
Lady Marion se aproxima e dá um beijo no rosto do Cavaleiro: “Parabéns Sir Enrick!”
Sir Amig: “Pode tirando as mãos dela meu rapaz!”
A noite se passa com a comemoração no grande acampamento. Barris de Hidromel foram abertos e um enorme assado de vaca é gira em um espeto manejado pelos seus servos. Sir Dalan toca animadamente seu alaúde e canta enquanto Sir Bag o acompanha fazendo a percussão em um barril vazio. Todos dançam e riem ao redor da fogueira.
“A abelha trabalha todo dia, como um ferreiro que forja sem sessar
Com uma picada ela ataca os inimigos, como um Cavaleiro que com a lança vai matar
A abelha trabalha todo dia, como um servo que colhe sem parar
Mas com o mel que provamos nessa vida, nós fabricamos a bebida da alegria
E se quiser se alegrar e dançar noite e dia
Não vai esquecer de um trago tomar
Encha o caneco e mande pra goela já
Taverneiro traga mais hidromel
Se acabar que Thor nos mande do céu
Taverneiro agora vamos cantar
Quando a bebida subir e a cabeça girar
Lady Marion quando todos se distraem puxa pelas mãos Sir Enrick e ficam atrás de uma tenda. Sem falar nada os dois se olham e como se conhecessem de outras vidas e um sentimento profundo um pelo outro floresce. Os dois se beijam apaixonadamente.
Com uma outra fogueira acessa por trás os dois não percebem que suas silhuetas são vistas e ampliadas e projetadas no pano da tenda. Sir Amig se servindo no barril de hidromel vai levantar a cabeça e assistir a cena diante de seus olhos. Algar percebe o que acontece. Sir Dylan, o irmão de Marion, já viu e sorri satisfeito. Barão Algar se joga na frente de Sir Amig e o faz abraça-lo para cumprimentá-lo pelo título do torneio. Distrai o cavaleiro veterano e o leva para longe.
Sir Elein: “A festa está muito boa primo, mas você precisa estar pronto amanhã.”
Sir Algar concorda.
Sir Dalan: “Estou aliviado amigos, o pulso só passou de um susto. Mas Sir Algar, o duelo não vai ser fácil. Desde que você era pequeno o seu irmão já treinava com armas.”
Pela manhã o Marechal de Campo do rei chega a área do acampamento. O sol acabou de subir. A fogueira apagou-se sua fumaça sobe para o céu azul Estão todos os Cavaleiros reunidos.
Marechal: “Atenção Cavaleiros da Ordem da Cruz do Martelo inscritos nas escacaramuças em grupo. Iniciaremos os combates dentro de duas horas. Dirijam-se aos porões do Coliseu. Levem suas armas não letais.”
DUELO EM GRUPO
Então eles chegam aos porões do Coliseu. Lá em cima escutam o povo gritando e clamando pelas lutas. A plebe foi convidada a participar desta etapa do torneio. No coliseu cabem pelo menos dez mil pessoas e ele está abarrotado. Principalmente porque querem ver os tão famosos heróis de logres só cantados pelos bardos. Lá embaixo da antiga construção romana estão reunidos, preparando as montarias, armaduras, escudos e armas. Escutam os clarins soando e o povo em silêncio e depois aplausos. Deve ser a entrada do rei, na tribuna de honra do lugar. De onde estão existe um corredor que leva até uma rampa onde duas portas de madeira fecham a entrada para a arena de lutas. Pinturas sobre a mitologia romana cobrem as paredes e teto. Os adversários devem estar os aguardando do outro lado para entrar. Como em todas as escaramuças em grupo os adversários só se conhecem na hora do combate.
Marechal de Campo: “Vale lembrar Cavaleiros de que se trata de uma luta não letal! Cuidado! Montem e esperem na rampa dois a dois, está quase na hora.”
Então os grandes portões se abrem e a Ordem dos Cavaleiros da Cruz do Martelo adentram na arena sobe o céu azul escuro do inverno e pequenos flocos de neve flutuam sem se acumular no solo de areia do local. Os aplausos e gritos são ensurdecedores. Sir Bag, adora os aplausos e agradece fazendo gestos para a torcida. Sir Dalan manda beijos para as garotas e bate em seu coração. Os outros agradecem normalmente. O Marechal de campo fala: “Formação à frente do rei Cavaleiros!”
Em oito saúdam o rei. (Sir Bag, Sir Dylan, Sir Hervis, Príncipe Madoc, Sir Jakin, Sir Dalan)
Rei Uther: “Essas areias que enchem o solo desta arena já foi manchada de sangue inúmeras vezes. Os romanos, enquanto habitavam a Britânia, usavam esse lugar para travar combates sangrentos de vida ou morte. Mas hoje a história vai ser diferente. A arena está pronta para travarmos não uma escaramuça mortal e sim travarmos um combate de glória e honra. Para mostrar a todos os fiéis súditos desta boa terra que quem os defende nas fronteiras de nosso reino é destemido e forte. Alguns morrem pela ilha e pelo seu povo que tanto amam longe de casa. Essa escaramuça é em homenagem a eles, os heróis que tombaram em guerra. Que entrem os oponentes!”
Abre uma porta no lado direito e na frente de um grupo de Pictus vem caminhando com seus dois metros e dez, Bruce Macwell. Ele trás um escudo redondo e uma espada longa em suas mãos. Não usa elmo, nem armadura. O seu rosto está pintado de azul escuro e branco. O cabelo ruivo está solto. Usa kilte azul, preto e branco e um xale na mesma cor. Tem braceletes de couro nos dois braços. E neles tatuados símbolos e cruzes representando no braço inteiro quem caiu em batalha por suas mãos. Mais de uma centena. No lado esquerdo do rosto possue uma grande cicatriz. Seguindo o guerreiro escocês uns vinte homens vestidos semelhante a ele entram na arena. Eles vem cantando em sua estranha língua. Batem ritmadamente em seus escudos. O Coliseu lotado começa a vaiá-lo. Bruce manda beijos para os presentes. A linha vira para o rei e levantam a espada o cumprimentado-o. Então viram com os seus traseiros para os presentes e os mostram sem inibição. Os heróis percebem que são dois guerreiros para cada um. Rei Uther ri se divertindo com tudo aquilo. Bruce aponta para Sir Enrick.
Bruce: “O guri é meu!”
Bruce atira uma pedra no elmo de Sir Enrick que não o fere. Somente o provoca.
Marechal de Campo: “Atenção homens preparar para o embate! Agora!”
Bruce começa a gritar ordens aos seus homens que um ao lado do outro encaixam os seus escudos formando uma parede. Eles guardam suas armas e aguardam tudo começar em silêncio. Está difícil de se escutarem devido aos gritos dos presentes.
Eles fecham os elmos. A respiração está acelerada. Os cavalos estão agitados com o barulho. Derrepente a carga parte e cavalgando em velocidade se aproximam dos escoceses protegidos atrás de seus escudos desarmados. Então eles se abaixam e tiram da areia lanças escondidas e se preparam para o choque. Na carga Sir Algar bate com a parte de dentro de seu machado quebrando os ossos do rosto de seu adversário. Em seguida toca o chifre de ouro deixando os Pictus fora de combate e desce o machado sem fio de cima de seu cavalo, quebrando a clavícula de outro inimigo que derruba a sua arma e cai no chão se debatendo de dor.
Sir Enrick com o martelo acerta de baixo para cima um dos adversários, ele voa para trás com o maxilar deslocado e sai da luta segurando sua boca. Todos neutralizam seus oponentes. Bruce e Sir Enrick se enfrentam e os pictus e os outros cavaleiros ficam em volta assistindo.
Bruce ataca Sir Enrick que desvia o golpe manejando Hefesto e rapidamente contra ataca. Nenhum acerta o outro. Sir Enrick desmonta e chama Bruce para lutar. A claymore passa por cima de sua cabeça, mas Sir Enrick acerta o rosto de Bruce que cambaleia com o golpe, mas forte como um touro, consegue se manter de pé. A luta continua quando Enrick se aproxima e surpreende o pictu e o atinge com uma joelhada nas partes baixas, o gigante dá três passos para trás e tenta acertar novamente com a espada Enrick que passa por baixo e lhe aplica uma cabeçada certeira bem no meio da testa. Quando Bruce leva o último golpe sua cabeça pende para trás, ele tonteia e sua espada cai da mão. Ele tenta golpear mais uma vez com seu escudo, mas muito tonto o peso da proteção o desequilibra e Bruce desaba. Ele cai de costas com o peito pra cima e olha para Sir Edgar.
Bruce: “Mas que droga guri!”
Então ele cambaleando se ergue com um enorme galo na cabeça e pega no braço de Sir Enrick e o levanta reconhecendo a derrota. O público presente e os nobres vem abaixo sobe aplausos. As damas jogando lenços.
Bruce: “Da próxima vez eu te pego garoto, mas foi uma boa luta! Foi uma honra!”
Derrepente tudo fica em silêncio.
DESAFIO PARA DEFENDER A HONRA
Então pela porta que tinham entrado surge Odirsen II. Ele entra usando uma armadura com uma cruz dourada no peitoral. Por baixo ele veste uma cota de malha reforçada. No punho de sua espada existe uma imagem de São Jorge. O seu elmo está aberto e Sir Algar pode ver os olhos ardendo de ódio de seu irmão. O seu brasão é muito parecido com o de Sir Algar, mais com um anjo por cima da cruz. Mas a cruz vermelha está em um fundo amarelo e não possui o detalhe das amarras do martelo.
Marechal de Campo: “Retirem-se Cavaleiros e Pictus da arena! Procurem o físico nos porões do Coliseu.”
Seis guerreiros pictus são carregados pelos servos. Alguns urram de dor. Provavelmente tiveram ossos quebrados. Outro com o rosto e nariz todo machucado. Um último sai com o maxilar desencaixado gemendo de dor. Os outros tiveram o joelho deslocados, narizes arrebentados e leves escoriações. Sir Jakin sai apoiado em Sir Dylan, provavelmente quebrou a perna na queda do cavalo. E Sir Dalan de novo está com o nariz quebrado. Quando os Cavaleiros da Ordem da Cruz do Martelo passam por Sir Algar eles lhe batem no ombro. Sir Bag, enorme, passa a mão na sua cabeça. Sir Dylan dá um pequeno soco em seu ombro. E todo o lugar mergulha em um silêncio profundo.
Sir Elad desce da tribuna e se aproxima: “Cabe a mim Cavaleiros mediar conflitos entre os nobres de Logres! Vocês tem uma disputa que precisa ser resolvida. Vamos pedir para que os deuses pendam a balança para o lado que tiver razão. Lembrem-se que este não é um combate mortal. É um duelo para resolver uma disputa e encerrar um conflito. Preparem-se homens!”
Odirsen II: “Lhe darei uma lição garoto! Chegou a hora de alguém mostrar que você não pode fazer o que quiser em Logres! Temos regras e tradições invioláveis. No final disso tudo você estará caído diante de meus pés me pedindo perdão, garoto insolente!”
Barão Algar: “Jakin, pode me prestar o seu último serviço como escudeiro? Traga a Gungnir. E seu filho Odirsen?”
Odirsen II: “Esquecerá dele quando tudo isto tiver acabado infiel!”
Sir Algar recebe a Gungnir e finca ela no chão, ao lado dos dois.
Servos vem e derramam uma resina ao seu redor. Com uma tocha nas mãos Sir Elad acende um circulo de fogo com Sir Algar e Odirsen II no centro.
Então eles fecham os seus elmos e começam a andar em círculo. Protegendo o seu corpo com o escudo com as armas em guarda os dois irmãos se estudam. De dentro do elmo pouca coisa é vista. E o barulho das respirações aceleradas se misturam com o som da multidão agitada com o combate.
Os dois se golpeiam. Com o peso da armadura completa se esquivam ambos e as armas batem no chão. Continuam a andar em círculos. Sir Algar percebe uma chance e ataca ferozmente com o machado em um golpe lateral da esquerda para a direita. Odirsen II tenta levantar o seu escudo, mas o machado lhe atinge o pescoço. A cota de malha lhe protege mas um grande hematoma o tonteia derrubando-o. Sir Algar honradamente espera o seu irmão se levantar. Odirsen II tenta se recompor e com a sua espada dá um passo à frente e as armas se cruzam e os dois medem forças. Odirsen II vence e golpeia no meio do elmo de Algar. Que sente o impacto protegido pela couraça de ferro e dá dois passos para trás. Contra atacando com força Sir Algar o surpreende golpeando de baixo para cima com o grande machado dourado de guerra. Odirsen II dá um passo para trás tentando se esquivar mais é tarde e o seu queixo é acertado levando todo o dano. O elmo do irmão de Algar abre-se com o impacto e o seu queixo é aberto e provavelmente quebrado. Com o golpe certeiro Odirsen II cambaleia de lado, derruba seu escudo, mas o peso de sua armadura o puxa para direita e ele cai de bruços. Desesperado ele tenta se levantar.
Sir Elad se aproxima: “Escudeiros não interfiram! Se afaste Sir Algar!”
Sentindo que se não levantar sem a ajuda de ninguém ele perderá o duelo. Odirsen II se levanta sem escudo e desarmado, bem tonto com um filete de sangue escorrendo de dentro de seu elmo ele se levanta. Finalmente vencido pelo impacto o homem cai de joelhos diante de Algar.
Odirsen II: “Infiel! Maldito! Desonrado! Eu o odeio e declaro guerra a você meu irmão. Lhe atacarei com toda a força com meus exércitos. Trarei a morte e a desgraça a seus salões. E aí você se ajoelhará diante de mim em toda a minha glória!”
Sem forças e exausto, após perder sangue com o ferimento na cabeça, Sir Odirsen II, desmaia de bruços diante dos pés de Sir Algar. O povo explode em comemoração. (Algar! Algar! Algar! Algar!). Os escudeiros de Odirsen o retiram da arena.
Rei Uther desce da tribuna e se põe ao lado de Sir Algar: “Nobres e plebeus! Heróis de Logres! Tivemos três dias emocionantes de competição. Vocês mostraram que os homens de Logres são bravos, honrados e justos. No próximo verão visitaremos um certo Conde na Cornualha. Gorlois que nos espere porque será o fim de sua insurgência! Parabéns campeões! Declaro encerrado o Primeiro Grande Torneio de Logres!”
As dez mil pessoas aplaudem entusiasmadas.
Um hora depois, no acampamento, todos estão preparando os equipamentos para partir. Vento e frio e céu encoberto indicam que uma nevasca forte irá cair. Então todos decidiram partir imediatamente e viajar à noite, pois uma tempestade impedira todos de viajar por uma semana. Bruce Macwell se aproxima. Enorme ele chega rindo com um saco de couro provavelmente cheio de moedas de prata e um grande hematoma na testa. Seus homens o aguardam a distância. Os filhos de Dalan brincam ali. Uma delas tenta levantar o seu kilte, mas ele a afasta e passa a mão na cabeça dela.
Bruce: “Olá amigos! Grande luta hoje à tarde. Vocês combatem bem! Aqui está uma garrafa de whisky. No futuro vou querer revanche guri. Mas você é um cara legal. Nos vemos por aí! Se um dia precisarem mandem seus mensageiros para a fronteira no norte e mandem procurarem pelo Filho de Morrígan. (deus da guerra celta). Então ele mostra no braço uma cruz vermelha que fez junto as centenas de outras tatuadas em azul. Esta é pra não esquecer de quando eu tombei! Mas chega de chorar, a vida segue em frente!Foi uma honra. Adeus!”
E o escocês monta em seu cavalo e parte dali. Sir Bellias, o primo de Algar se aproxima.
Sir Bellias: “Sobrinho, vi Odirsen II partindo. Muitos simpatizantes cristãos não o apoiam mais. Seu irmão saiu desmoralizado daqui. Mas sabe, que uma tormenta virá em sua direção em forma de espadas, fogo e morte. Esteja preparado.”
Uma figura encapuzada os observa a distância por entre as barracas. Quando se aproximam ele retira o capuz. É o próprio Rei Uther.
Rei Uther: “Meus bons Cavaleiros! Estava andando por entre os nobres para ouvir o que andam falando sobre os acontecimentos dos últimos dias. Me parece que ganhou muitos admiradores entre os cristãos Sir Algar! Continuo dizendo que uniremos a Britânia de duas formas, primeiro através da Excalibur unindo as duas religiões. Segundo, se não der certo, através da força de meu exército. A Ordem da Cruz do Martelo é uma das minhas armas secretas. Não esqueçam a quem servem, senhores!”
Neste momento vindo pelas costas do Rei Uther, caminhando no frio, no vento, Sir Amig. E ele está de camisa de algodão, somente com a parte debaixo da armadura. Não parece estar com frio. Ele para atrás do Rei e olha para os heróis.
Sir Amig: “Garotos! Ainda não prepararam o equipamento para partir? E ficam de papinho com qualquer um. Sempre esse bate papo, fazendo amiguinhos pelo reino! Se Rei Uther ficasse sabendo...Falar nisso, quase que fui parar na forca por causa de você, hein Enrick? Sorte que me inspirei nesses honrados Cavaleiros de calça curta e usei um papinho, um despiste, o meu charme e levei no bico nosso (Então Uther vai se virando) bom rei. Ah, Vossa Majestade, ah, Vossa Alteza, Vossa...Está muito bonito hoje.
Uther: “Como Sir Amig?”.
Sir Amig: “Conhece a piada do camarão Alteza?”
E todos caem na risada, até mesmo o Rei Uther.
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