segunda-feira, 12 de abril de 2010

Aventura 6: Londres, a verdade revelada , Ano 487


Algumas semanas após os heróis terem retornado da campanha naval empreendida pelo príncipe Madoc, na costa da Britânia, Sir Edgar foi convocado ao salão de audiências do Conde Roderick, em Sarum, onde foi recebido pelo próprio Conde, Padre William e Sir John Smith. Pai de Lady Gwiona, Sir John, oferece sua filha em casamento. Sir Edgar sem muitas palavras aceita. Depois parte para as terras de Sir Algar para contar as boas novas. Na saída da cidade, Lady Adwen, manda um recado para Sir Algar, que irá vê-lo em breve. Há cinco quilômetros de Sarum um garoto montando um pônei se aproxima de Sir Edgar e lhe entrega uma rosa azul, símbolo da pureza, enviada por Lady Gwiona e o cavaleiro passa a usá-la no lado esquerdo de sua armadura.

A visita de Sir Edgar às terras de Sir Algar quebra a rotina do feudo de Winterborngunnet. As terras verdejantes da enorme propriedade parecem produzir bem. A vila dos servos cresceu consideravelmente com a chegada de vinte e cinco novos trabalhadores. O moinho trabalha dia e noite e nas terra comunais o gado e ovelhas pastam. No dia de hoje os camponeses trabalham nas terras senhoriais. O ferreiro martela, concertando as armas e armaduras de Sir Algar e de sua milícia e trocando as ferraduras dos cavalos. Uma área para arqueiros, treinamento de armas e alojamentos existem próximo a estrada de terra que leva ao alto da colina, onde uma grande casa no estilo de Thule foi construída por trabalhadores trazidos do norte. Com dois andares a construção é sustentada por dezenas de colunas, todas entalhadas com desenhos contando a lenda de Ygdrasil que era uma árvore (um freixo) que, na mitologia escandinava é o eixo do mundo. O telhado em formato em “V” invertido é gigantesco feito com madeira e palha trançada cinza. Nas paredes externas dezenas de escudos redondos coloridos decoram a construção.

No primeiro andar do casarão foi construído um grande salão de banquetes onde no teto do lado de dentro dá para ver as vigas feitas com grandes troncos. No chão um braseiro em um quadrado cheio de pedras que são aquecidas para assar comida e aquecer o ambiente. Existem duas sessões de bancos longos construídos nas paredes de ponta a ponta do salão. Nas paredes estão os troféus de guerra de Sir Algar e tochas para iluminar. Um trono entalhado no estilo nórdico existe no fundo em um elevado. Mesas longas para banquetes são colocadas no espaço à frente, vários barris de hidromel foram colocados em um canto do salão. Na parte de trás da casa existe a cozinha e os estábulos. No segundo andar existe uma grande biblioteca e vários quartos.

Um jantar com muita comida, bebida e música, para comemorar a chegada de Sir Algar é servido no grande salão. Os cachorros mastim, trovão e martelo, estão deitados aos pés dos heróis. Sir Nerthaid, Sir Libiau e Sir Rhyrid, vizinhos adeptos da antiga religião, estão presentes com seus filhos e esposas. Os vizinhos cristãos não compareceram. As conversas sobre as campanhas militares, sobre o herdeiro da coroa e sobre a divisão do povo britânico entre a nova e velha religião distraem os presentes. Sir Libau propõe uma caçada com falcões pela manhã. No banquete, mais à noite, chegam três druidas. O que chega à frente é o sacerdote Alan, jovem e bem humorado. E os outros dois quando retiram o capuz, são Lady Adwen e sua mãe Lady Sofia. As conversas entre uma possível união entre Sir Algar e Lady Adwen no dia de Beltane em Stonehenge evoluem e fica combinado que na entrada da primavera o casal irá se unir em uma grande cerimônia nas pedras sagradas.

Ao amanhecer, os heróis e os três nobres, Sir Nerthaid, Sir Libiau e Sir Rhyrid, se reúnem na porta do grande salão. Todos vestem roupas de caça com as lorigas de couro por cima, camisas de mangas compridas pretas. As calças usadas são justas de montaria e as botas de cavalgar vão até aos joelhos. Na mão direita usam uma luva de couro que vai até ao antebraço onde repousa um enorme falcão, com os olhos vendados. Do outro lado levam uma bolsa com pequenos pedaços de miúdos de frango e carne vermelha para dar ao animal. Dez cachorros deerhound de caça correm ao lado dos cavalos latindo e cheirando tudo enquanto todos descem a colina onde está a casa pela estrada de terra, viram a esquerda seguido pelos escudeiros e adentram ao bonito bosque de caça, cheio de frondosas árvores e pinheiros. Os passarinhos cantam e o som do rio próximo cresce a medida que adentram a mata. Na segunda hora de caçada os cachorros encontram duas perdizes que voam assustadas Sir Algar vê uma delas, retira a venda do falcão que voa mais alto que a presa e desce em alta velocidade atacando-a com as garras. As duas grandes aves caem em movimentos circulares e assim um dos cachorros traz o animal batido. Na terceira hora de caçada os cachorros acham a presa mas o cavalo de Sir Edgar, em perseguição, escorrega e derruba o hábil cavaleiro que rola absorvendo o impacto, caindo de sua montaria sem se ferir. Na quarta hora Sir Edgar avista um Magpie, um pássaro com a cabeça, asas e cauda negras, do tamanho de um corvo e com o resto do corpo com penas brancas e que é atacado pelo falcão do Cavaleiro que abate a ave que cai atrás dos arbustos em uma chuva de penas. As caças são penduradas por ganchos na parte de trás da sela do cavalo. Então, por volta do meio dia, após quatro horas, os homens saem da mata e num descampado próximo a murada que delimita as fronteiras do feudo, eles acendem uma fogueira e assam a perdiz. Depois se despedem e marcam para jantar à noite o outro animal abatido. Sir Algar e Edgar voltam pela área de caça conversando amenidades.

Sir Edgar vê a cinquenta metros um arqueiro escondido na mata por entre os arbustos. Eles sacam suas armas e cavalgam contra o homem que dispara duas vezes o seu arco. A primeira flecha passa raspando abrindo um rasgo no ombro de Sir Algar e outra que passa zunindo próximo a sua cabeça fincando no tronco da árvore atrás. Quando chegam cavalgando lado a lado os heróis formam um corredor com os cavalos em alta velocidade. O arqueiro fica no meio e é golpeado com o machado e a espada sagrada ao mesmo tempo, levantando o inimigo do chão que é morto instantaneamente. Revistando o corpo, Sir Edgar acha um pergaminho com as seguintes informações: Londres, Lady Lourie, Rua do Tâmisa. Sir Algar percebe que nas flechas de penas negras o brasão da guilda Mão Negra está gravado.

Pela manhã do dia seguinte os heróis partem para Londres pela estrada real que leva para oeste. A estrada tem estado mais movimentadas depois da campanha bem sucedida empreendida pelo Príncipe Madoc este ano. Não se vê mais pessoas fugindo para o leste e sim muitas carroças indo e vindo com tapetes, peles, carnes e grãos. Ao cair da noite chegam a cidade de Levcomagus alguns minutos antes de fecharem os portões. É uma cidade que possue os brasões do Pretor Ulfius de Silchester em seus muros. Ela também está sobe sua influência. Não existe nenhum castelo, somente pequenas casas medievais. Existem muitas estalagens e tavernas já que Levcomagus é parada para os viajantes na estrada real. Eles se instalam na Taverna da Harpia e são orientados pelos guardas a partirem pela manhã, porque o irmão de Ulfius, Sir Blains tem uma rixa com o o conde Roderick há muitos anos, devido a disputa pela mão da Condessa Ellen, hoje mulher de Roderick e não tolera muito seus cavaleiros.

No segundo dia de jornada chegam em Silchester e dirigem-se ao coliseu que foi construído no lado esquerdo da cidade. Lá encontram as tropas locais treinando. Sir Cronus é o comandante da muralha e reconhece Sir Algar, pois ele tinha ajudado o heróis na campanha em Mearcred Creek em 486 a abastecer as tropas do rei. Sir Edgar e Sir Cronus fazem um combate simulado e os dois num golpe só tem as suas espadas arremessadas de suas mãos. Eles riem se cumprimentam e convidam todos os soldados a beber na Taverna do Britânico Andarilho. Lá quando pedem duas canecas de vinhos um simpático homem de barba longa ruiva e manto negro os servem e uma caneca a mais é oferecida como cortesia. Um homem local alcoolizado se aproxima de Sir Algar e o provoca dizendo que aquela cadeira é sua e bebe um gole da bebida do Cavaleiro. O homem passa mal se debate, fica branco, vomita e cai com os olhos vidrados no chão morto. Sir Edgar cheira a bebida e percebe terem colocado cicuta. Sir Algar fica indignado e pega o taverneiro pelo colarinho, mas percebe se tratar de outro homem. O taverneiro diz que o rapaz que tinha servido os Cavaleiros, tinha dito ser seu amigo, por isso pediu três canecas de cerveja uma para ele outra para Sir Algar e Sir Edgar. Era mais uma tentativa da Mão Negra matar Sir Algar. Sir Edgar oferece quinze dinares para que alguns soldados locais procurassem pelo homem. Mas nada foi achado.

No dia seguinte os dois seguem viajem e passam pela vila de Sarlat onde são saudados pelos moradores e crianças locais. Pois Sir Edgar e Sir Algar os salvaram há dois anos do feiticeiro Swefred e de um grupo de saxões. Chegam a cidade de Staines na encruzilhada do Tâmisa, passam por um círculo de pedras sagradas e pedem hospitalidade no castelo de Windsor, local sobe influência do Príncipe Madoc. Nenhum nobre estava presente, somente o sargento e a milícia do castelo que protege essa área importante. A entrada para o norte da Britânia, tanto pelo rio, quanto por terra. Todos os dias, o castelo prepara um grande banquete, os quartos e estrebarias dos nobres, mesmo que nenhum apareça pedindo hospitalidade. No dia seguinte passando pelo círculo sagrado de pedras, Sir Algar vê o lugar pulsando magicamente. E uma voz grave lhe sopra aos ouvidos: “Aquele que destrói a sua própria casa, destrói a si próprio. A arma sagrada o salvará.”

No quarto dia, finalmente Sir Algar e Sir Edgar chegam aos portões de Londres, um dos dez que circulam a muralha. Uma grande cidade é vista da colina a medida que vocês se aproximam. A maior que já viram na vida. Ela é dividida em bairros pobres, ricos e dos nobres. Dois grandes castelos, dentro dos muros bem protegidos por fossos e torres existem na beira do largo rio Tâmisa que corta a cidade ao meio. Eles vêem um porto com dezenas de barcos atracados e outros tantos esperando para atracar e descarregar as toneladas de cargas trazidas de todas as partes do mundo conhecido. Três mercados movimentados existem ali. Negociam armas, animais, especiarias, produtos exóticos, escravos, vinhos, hidromel, cerveja e tudo que existe de valor. A gigantesca catedral de São Paulo se ergue imponente no lado oeste da cidade. A famosa ponte de Londres com dezenove arcos e suas construções medievais no passadiço, liga a parte murada da cidade a parte sul dela.
Uma fila com milhares de pessoas, viajantes, mercadores, camponeses aguardam e são atendidas gradualmente pelos homens responsáveis pelas taxas dos produtos que entraram pelo grande portão. Do outro lado os que saem da cidade de Londres fazem o mesmo. Quando os Cavaleiros chegam, já é noite e aguardam quase três horas. Como eles, milhares de pessoas ficam para fora, enquanto fecham os pesados portões de ferro. Todos irão dormir ali mesmo na fila para não perder a vez de serem atendidos e poderem entrar pela manhã. À noite, conversas em diversas línguas ao redor das fogueiras são ouvidas. Bem como cantorias e risadas. Os guardas andam por entre as pessoas. Alguns são presos por arruaça. Ao amanhecer finalmente os portões são abertos e a rotina do dia anterior é retomada. O oficial responsável finalmente os atende no novo portão da ala oeste da cidade. Duas estátuas se erguem em cima desta entrada,a figura de Corineus e Gogmagog. Após uma breve entrevista do guarda do portão, eles paga a taxa de entrada na cidade e obtêm a permissão para entrar. Os heróis ficam fascinados com o tamanho do lugar. As casas são grandes e as tavernas maiores ainda. A igreja de São Paulo à esquerda parece ser três vezes maior que a de Santa Maria em Sarum. Milhares de pessoas andam de um lado ao outro. Finalmente os Cavaleiros chegam em um dos mercados. Está escrito Watergate em um marco de pedra branca. Mercadorias das mais variadas entram pelo porto e pelas dezenas de navios que são descarregados por este portão.

Línguas variadas são ouvidas. Centenas de barracas vendem as mais diversas mercadorias desde especiarias, comidas, animais, pássaros, joias, roupas até escravos. Os heróis se acotovelam entre as pessoas que caminham por ali. Os guardas locais caminham evitando problemas como roubo ou brigas. Sir Algar compra uma bonita adaga com inscrições pagãs, uma pele de urso negro, um machado dourado com aço de alta qualidade e um colar celta com o símbolo da deusa com uma lua cheia no centro, uma crescente na esquerda e uma minguante na direita. Sir Edgar adquire uma adaga adornada com pedras preciosas do mais puro aço e um anel de esmeralda. Então aproximando-se de um guarda local os Cavaleiros perguntam sobre Lady Lourie. Ironicamente o guarda lhes responde onde e como achá-la. No ato Sir Edgar mata a charada: “Só pode ser uma meretriz!”

O guarda explica: “A rua do Tâmisa meu senhor. Sigam para o lado oeste dentro da cidade junto a muralha sul. Saiam pelo portão de Belin, atravessem a Ponte de Londres. Do outro lado do Rio a rua que acompanha o Tâmisa tem esse nome. Procure a casa de prazeres, O Castelo.”

Então um marujo se aproxima e lhes convida para jogar cartas. Na verdade era uma brincadeira de um conhecido da última campanha militar, Almirante Gwenwynwyn. Ele está sentado com alguns homens do mar em uma mesa próxima ao porto ao lado de um grande barco atracado sendo descarregado, acenam para se aproximarem. Algumas mulheres trazem bebida de dentro de uma estalagem. Eles são homens rudes, com roupas sujas, lábios machucados, pele morena do sol, cabelos duros de maresia, brincos nas orelhas. O Almirante tem um pássaro exótico negro no ombro. E o alimenta com pedaços de pão preto constantemente. Os Cavaleiros são apresentados como heróis de guerra e cumprimentados com respeito pelos marujos. Ele oferece lugar no navio cargueiro e uma carona ao meio dia da manhã seguinte até a cidade portuária de Hantonne próximo a Sarum. O Marujo que está junto, Johnny, pergunta a Sir Algar se era ele que tinha vindo no dia anterior em uma embarcação do norte que atracou, pagou uma taxa altíssima e zarpou sem descarregar nada. Os heróis ficam em alerta com a nova informação. Depois da boa conversa os dois partem para a rua do Tâmisa.

Passando pelas vielas estreitas abarrotadas de pessoas, Sir Algar e Edgar chegam ao portão de Belin, onde entram no segundo mercado local, mais simples e destinado aos moradores da cidade. Finalmente entram na ponte de Londres com dezenove arcos onde passam dezenas de embarcações dos mais variados tipos e sua base de pedra construída em forma de embarcação. Passando pelas muralhas, atravessam por dentro de corredores estreitos de uma dezena de construções humildes situadas nesta ponte, até que atingem a parte onde existem somente o passadiço e chegam na parte sul de Londres. A rua do Tâmisa é um caminho de paralelepípedos e um pequeno muro a separa da margem do rio. Esta parte da cidade é mais pobre e decadente. Não se vê nenhum soldado circulando por ali. Muitos marujos e prostitutas caminham pela rua, mendigos sentados no chão pedem dinheiro, algumas ciganas oferecem ler as mãos das pessoas que passam e bêbados circulam livremente. Sujeira e cheiro ruim é sentido mais forte ali. Aliás por toda cidade, mas nessa área é predominante. Então perguntam para um rufião encostado em uma parede, um pouco embriagado, a localização do lugar. Finalmente encontram O Castelo, um bordel conhecido de Londres.

Os heróis batem à porta e um homem com rosto quadrado e voz grave atende. Ele exige que para os homens entrarem, seus escudeiros fiquem do lado de fora do bordel e deixem suas armas. Sir Algar tenta entrar com a adaga que comprou, mas o porteiro percebe e manda o demônio do norte entregar a arma pois não é bom para os negócios. Algar obedece. Sir Edgar consegue disfarçar e entrar com uma gladius escondida. O interior do lugar é bem maior do que parecia pela fachada estreita. É uma taverna com o salão principal e mesas redondas, paredes de pedra, decoradas como se fosse um castelo, com lareira, um trono com um boneco vestido de rei no lado direito e um palco. Tochas e velas nos lustres de rodas de carroças presos com correntes iluminam a sala escura. Bardos tocam uma animada música com tambores e flautim. Enquanto mulheres desfilam por entre as mesas, sentando no colo dos clientes formados por marujos, mercadores, moradores da cidade, nobres, até mesmo um padre está ali, tentando seduzi-los. Risadas e conversas regadas a muita bebida são ouvidas. Algumas moças sobem com os homens para o andar de cima, onde existem várias portas que levam aos quartos. O ambiente é esfumaçado pelo haxixe e fumo consumido. Quatro homens barbudos, fortes e mal encarados, circulam pela parte de baixo com porretes. Um deles bloqueia o começo da escada só permitindo quem está acompanhado subir. Uma bonita ruiva, Amely com bastante maquiagem e trajes mínimos mostrando os joelhos e braços se aproxima dos heróis e apresenta também a sua amiga, a mulher mais perfeita do Castelo, a bonita e muda Eugene. Imediatamente vem dois pratos com facas e grafos para a carne e dois canecos de madeira com vinho tinto e é cobrado muitas libras pelo serviço. Sir Algar percebe que na parte de cima do lugar tem uma porta entalhada, diferente das demais. Então ele sobe e vai para o quarto com Amely onde desfruta de prazeres nunca dantes provados no estilo Franco. Sir Edgar com Eugene em seu colo no andar debaixo começa a ficar inquieto, pois o taverneiro começou a servir comida e cerveja cobrando cada vez mais libras. Então, depois da conjunção carnal, Sir Algar pergunta a Amely onde está Lady Lourie. Ela diz: “Seu escritório fica na última porta a direita, ela fica lá contando as libras que conseguimos para ela.”

Então o casal desce, Sir Algar pega o pergaminho com o endereço e diz para o brutamontes do segurança que tem uma carta para a Lady Lourie. Enquanto isso Sir Algar, alegando precisar de mais dinheiro, sai e consegue entrar com a Sanctu Gladius. Neste momento o segurança sobe com o pergaminho entra no escritório da Lady Lourie. De repente ele aparece no parapeito superior da escada gritando: “Peguem esses dois!”. A violência que se segue é grande. Sir Algar sopra o chifre de ouro que com sua frequência grave faz o local tremer. Alguns correm pela porta, outros se jogam atrás do balcão, o terror e o caos é instaurado. O objeto mágico confere proteção aos heróis e lhes incentiva a batalha. Depois, Sir Algar tenta, em vão, ferir um dos seguranças com a faca que serviram seu jantar e não consegue acertar os golpes. Sir Edgar usa sua espada e vai matando um a um os homens que tombam cortados e perfurados. Um deles levou um golpe de gladius com um salto do herói que jogou a mesa para frente pegando impulso na cadeira que estava sentado e perfurou a clavícula e ombro do homem que apenas caiu de joelho morto sem tempo para reagir. Um outro tem as costas transpassadas e depois rasgadas de baixo para cima. Um dos homens, o mais alto acerta vários golpes na costela de Sir Algar mas, apesar do impacto a armadura e a proteção do chifre de ouro ajuda a absorver os golpes recebidos. Então Sir Algar mata os outros dois, um deles, dando uma rasteira no adversário que gira e cai de joelho de costas para o romano que degola o homem. E em um giro segurando a gladius para fora o Cavaleiro gira em trezentos e sessenta graus e na altura do pescoço do homem a lâmina corta sua jugular, matando-o.

Então os dois heróis, quando a luta termina, sobem a escadaria, o escudeiro entra no bordel e entrega a Sir Algar seu machado dourado. Em um golpe ele racha a porta do escritório de Lady Lourie em duas e entra na sala. Uma mulher morena belíssima de olhos azuis, com cabelos longos até a cintura, usando um vestido de veludo vermelho, todo bordado com fios de ouro, usando brincos e um colar de pérola no valor de dois cavalos de batalha está ali. Ao contrário de suas funcionarias, ela não é nada vulgar. Está de pé atrás de uma mesa com uma pequena adaga de prata, ornada com diamantes e esmeraldas nas mãos apontando para Algar que está possuído de ira e ódio. Na mesa, uma pequena balança de dois lados onde ela pesava uma quantidade de ouro e prata. Diversas moedas de vários países cobrem toda a escrivaninha. Atrás dela existe uma janela fechada. Esta sala está iluminada pela luz do fim de tarde que vêm do exterior. Dali dá pra ver o Tâmisa e os diversos barcos cruzando o rio. Uma parte do porto movimentado pode ser visto também. Ela primeiro pensa que são ladrões, depois percebe que vieram atrás da Mão Negra, a guilda de assassinos. Então ela joga a adaga no chão e chora implorando pela sua vida, promete pegar todo seu dinheiro e deixar Londres se os heróis a deixarem viver e assim ela contará tudo que sabe. Então eles concordam e ela diz:

“Eu somente recebo uma boa quantidade em ouro para fazer o pagamento dos homens da guilda. Eu recebo uma mensagem e um pergaminho com o nome do integrante que virá aqui, depois de alguns dias o homem da mão negra vem disfarçado de cliente, eles trazem uma pena de águia com sangue, como símbolo do trabalho realizado, então eu os pago. Depois levo pessoalmente a pena embebida em sangue ao chefe da guilda, o Barão Hemilton, chefe dos mercadores de peles, que me paga o combinado. Ele mora em uma mansão bem protegida por arqueiros e uma milícia bem armada próximo a Torre Branca. Ela é impenetrável. É muito rico, possue cinco barcos mercantes. Seus brasão é branco e possue duas manoplas negras. O conselho de governo da cidade formado pelos mercadores está divido, alguns não gostam dele. Mas o Barão Hemilton é perigoso e ninguém ousa enfrentá-lo. Talvez vocês tenham uma chance de interceptá-lo, ele é religioso e ao amanhecer sempre frequenta a primeira missa e atravessa a cidade com sua carruagem até a Catedral de São Paulo”.

Então ela corre dali. Passando por entre os Cavaleiros levando a bolsa cheia de moedas, prata e ouro. Deixando o local, agora vazio, Sir Edgar vê o taverneiro e as meretrizes escondidas atrás do balcão. Ele pega a quantia que tinha pago dentro do estabelecimento e sai do lugar seguido de Sir Algar. Então o homem que estava próximo ao bordel quando eles chegaram diz que já tinha visto Sir Algar ali, semana passada. Sir Edgar, começa a desconfiar da presença do irmão de Sir Algar, Sir Odirsen II, em Londres. Então, a trombeta que avisa que em uma hora acontecerá o fechamento dos portões soa e os Cavaleiros voltam para as muralhas de Londres. O guarda os barra perguntando sobre rumores de briga na Rua do Tâmisa e Sir Edgar e Algar dizem não terem visto nada, então o guarda responde que o que acontece do lado de lá da ponte é problema das guildas e milícias e deixa os heróis entrarem.

Eles vão então até a Taverna do Willy Caolho. O lugar é enorme com um salão com mesas para receber duzentas pessoas. Vários idiomas são falados ali e como os mais variados tipos frequentam o local, os heróis não são notados. Pedem dois quartos com camas individuais. Em um os escudeiros são instalados no outro os Cavaleiros. Sir Algar prepara seu cachimbo e fuma enquanto olha o nevoeiro da Londres medieval. Um bêbado passa, depois um casal, e então a carruagem do Barão Hemilton escoltada por dois cavaleiros e dois soldados a pé com o brasão do homem na porta. Sir Algar e Edgar então decidem uma melhor hora para agir e pedem para o responsável pela estalagem chamá-los as primeiras horas da manhã para irem a missa.

Pela manhã, o empregado da estalagem, acorde Sir Algar e Edgar que dirigem-se a Igreja de São Paulo. Eles vêem o Barão Hemilton chegar com a sua carruagem. O homem usa roupas nobres e tem muitos anéis com pedras preciosas e correntes. Ele é bem gordo e está sempre suado, com cabelos castanhos e barba curta só acompanhando o desenho do maxilar. O Barão passa por Sir Algar o confundindo com o seu irmão e o cumprimenta passando rapidamente, chamando-o de Ordisen. Então ele entra pela Igreja e senta à frente do altar na área destinada aos nobres. Sir Edgar senta logo atrás dele. Sir Algar está dominado pela ira. Então Sir Edgar diz para o Barão que quer falar em nome da igreja sobre negócios com ele. O homem fica curioso. Na saída da igreja Sir Algar fala com o Barão e marca um encontro com ele, na hora do almoço nas docas, na área que o rico proprietário usa para atracar os seus navios. Sir Algar vai com a pele de urso lhe cobrindo parcialmente o rosto. O Barão Hemilton chega na doca, no porto de madeira ao lado dos navios na beira do Tâmisa. E lá a revelação é feita para Sir Algar com o Barão achando que está falando com seu irmão, Sir Odirsen II.

Barão Hemilton: “Você esteve aqui há dois dias. Veio agora reclamar que nós não conseguimos matar o seu irmão. Soubemos que ele estava viajando pela estrada real para o oeste, tentamos matá-lo envenenado-o na hospedaria em Silchester. Em Staine reviramos todas as tavernas, mas vocês eles foram localizados e perdemos sua trilha. Depois descobrimos que dormiram no castelo de Windsor. Nunca pensei que Algar teria coragem de vir a Londres atrás da Mão Negra. Eu sei que você quer a lança sagrada que seu irmão carrega...Eu sei que ele é da velha religião. Que você acha que ele é uma vergonha para a sua família. Que as pessoas tem o chamado de Demônio. Essa lança sagrada herdada, que ele recebeu de seu pai quando deixou o seu clã para se tornar cavaleiro, não é apenas uma arma mais letal que as outras lanças comuns. É Gungnir! Dizem os seus que ela pertenceu a Odim. Eu entendo que você pagou quatro feudos em ouro pela cabeça de Algar e pela arma sagrada. Entendo também que seu pai escondeu a lança a vida inteira dele, dizendo que você era ambicioso e não saberia usá-la no bom caminho. Mas, me dê um tempo que faremos o serviço”

Então Algar finge concordar e o Barão parte com sua comitiva. Ao mesmo tempo Sir Edgar vai ao porto Watergate e tenta achar o Almirante Gwenwynwyn, infelizmente não consegue falar com o homem. Então, os dois Cavaleiros se reúnem, Sir Algar irado e chocado por saber que seu irmão quer sua cabeça conta a Sir Edgar o que ocorreu. Logo descobrem que o barco do Almirante já partiu para Hantonne. Então mandam o escudeiro levar uma mensagem ao Barão em nome de Sir Edgar pedindo desculpas por não comparecer ao encontro. O homem retorna a mensagem dizendo que os encontrará discretamente tarde da noite na estalagem do Willy Caolho.

Na alta madrugada, como um Barão não pode ser visto em um lugar como aquele, o homem para a sua carruagem a distância, sem escolta, sem seu brasão e sai coberto por um manto com um capuz que lhe esconde seu rosto. Entra na estalagem e o estalageiro dorme no balcão. Ele sobe bate na porta. Sir Edgar e Algar vêem o homem chegar pela janela e se preparam. A Sanctu gladius escondida nas costas. Sir Algar mais atrás com o machado, encostado na parede. Sir Edgar se desculpa por estarem fazendo os preparativos para a viagem do dia seguinte, mas o homem percebe que há algo de errado e reconhece Algar. Ele corre escadaria abaixo, Sir Edgar tenta estocar o homem em um salto várias vezes, mas o golpe corta o ar. Os dois heróis perseguem o homem até as ruas encobertas pelo nevoeiro. Sir Algar trás a sua lança que estava guardada atrás da porta e que pegou antes de descer a escada. O Barão Hemilton, apavorado tenta chegar à carruagem. Então, Sir Algar se prepara para lançar Gungnir.

A aparência da arma é como uma lança comum. A não ser pelas duas lâminas que saem em volta da ponta que brilha como ouro. O cabo é de madeira maciça escura e pesada.

Quando Sir Algar empunha a Gungnir vê uma distorção em sua visão. Enxergando a filgia (espírito para os nórdicos) das pessoas que emana uma forma de brilho mágico de tudo que rodeia. Especialmente dos seres viventes. Ao empunhar a lança ela o levou imediatamente para o outro lado do véu que separa os dois mundos. E Sir Algar pode ver a filgia dos cavalos que puxam a carruagem. Ela é branca, pura e neutra como na maioria dos animais. Sir Edgar tem a filgia vermelha dos heróis romanos. Sir Algar se vê com braceletes com runas sagradas tatuadas pelos braços, pescoço e rosto. O Barão Hemilton emana uma aura negra, distorcida pela maldade e materialismo acumulado através de ações erradas e assassinatos. Ele olha para Sir Algar, que enxerga o espírito do Barão corroído, como um cadáver apodrecendo. Uma voz forte e épica chega aos ouvidos do herói: “Mande para mim, Forseti, deus da justiça do norte, este filgia de aura negra. Deixe Gungnir beber sangue novamente por Odin e fazer o que é certo.”

Quando Algar olha, com olhos do outro lado do véu, a lança sagrada é dourada, toda adornada por runas nórdicas e símbolos pagãos que contam a história do mundo. Da
batalha entre os primeiros deuses até o Ragnarock, com o fim da humanidade e os deuses atuais sendo substituídos pelos novos.

Em um piscar de olhos movido pelo medo o Barão Hemilton corre tentando sumir na escuridão em meio ao nevoeiro do Tâmisa.

De novo a voz forte e épica: “Atire pelo ar a herança de seus antepassados e cumpra o seu destino.”

Então a lança sagrada sai das mãos de Algar cortando o vento em uma velocidade incrível. O ar não lhe oferece resistência. Primeiro ela sobe e então em uma trajetória parabólica perfeita atinge o alvo. No meio das costas do Barão ela entra saindo pelo seu peito, rasgando tecido, carne e órgãos vitais. Matado-o instantaneamente, levando o homem a ficar pregado no chão de pé apoiado na lança que furou o chão de pedra. O sangue corre pela arma a alimentado de energia. E uma poça de sangue se forma ao redor do Barão. Imediatamente seu filgia se extingue e sua força vital se vai. Sir Algar volta para o mundo material e a arma tem sua forma anterior de madeira maciça. Os primeiros raios de sol surgem no céu. O cocheiro parte com a carruagem do Barão em pânico e desaparece na neblina.

Os Cavaleiros entram na estalagem e na recepção o homem ainda está dormindo, provavelmente alcoolizado. Gritos nas ruas são ouvidos quando as primeiras pessoas acham, ao amanhecer, o corpo do Barão. Imediatamente é ouvido uma comoção e os guardas começa a revistar as estalagens próximas em busca dos assassinos. Sir Edgar quer ficar na estalagem, mas Sir Algar fica em pânico com a possibilidade de ser preso. Eles, então, partem imediatamente, entram na fila de um dos portões e são atendidos por um guarda da muralha que pede para revistar os cavalos de carga e os pertences dos heróis. Os guardas dizem que não acharam nada. Enquanto revistam os outros viajantes, o comandante do portão se aproxima. Olha as armaduras, as armas, a lança. Olha bem nos olhos dos heróis e diz com cumplicidade, como se soubesse do segredo:

Sargento: “Sabe senhores! O pobre Barão assassinado não gostava da milícia da cidade. Queria nos substituir por seus homens. Mas, agora isso acabou, não sabemos quem o matou. E nunca saberão não é mesmo? Boa viagem!”

Então Sir Algar e Edgar partem de Londres o mais rápido possível e começam a jornada de volta preocupados com o rumo que uma guerra dentro do Clã dos Herlews pode seguir.

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