segunda-feira, 18 de junho de 2012

Aventura 29: O Sacrifício do Barão Algar, Ano 501-502



No ápice do inverno do ano 500 as estradas ficam bloqueadas por duas semanas. Em Atalaia a roda do ano caminha e finalmente neva. As lareiras aquecem o interior dos quartos e salões esculpidos no grande rochedo. Os filhos de Sir Enrick e de Lady Marion não foram mais vistos e nem o filho de Cerdic, o Príncipe Saxão sequestrado pelos heróis. Sir Dylan continua catatônico, enquanto a Baronesa Adwen, esposa de Algar, com o seu corpo envelhecido sofre de dores nas juntas. Em Avalon chega um pássaro e eles recebem a seguinte mensagem: 
"Cavaleiros da Cruz do Martelo! Enviei essas aves para todos os cantos da Britânia e espero que essa mensagem chegue até vocês. Depois que vocês fugiram daqui, Algar retornou pelos túneis. Dizem que tentava subir para um dos níveis do castelo por uma grade.Infelizmente ele não logrou êxito. Dois guardas o flagraram tentando. Eles lutaram, mas Algar sem escudo ou armadura pesada teve o seu rosto desfigurado pela borda do escudo de um deles enquanto era derrubado. Então o Barão foi levado para uma das torres e tratado por duas semanas. Cerdic ordenou que vivesse para que pudesse ser usado como moeda de troca. Infelizmente Algar nunca mais será como antes. Mas, Beothric, o rei sem joelhos, filho de Octa e aliado de Cerdic veio a ilha para capturar Sir Enrick.  Como vocês escaparam ele exigiu a lança de Algar como pagamento. O sargento de Cerdic se recusou e começou uma confusão no castelo e uma batalha se seguiu entre os saxões. Aproveitei e resgatei Algar da torre. Matamos os sentinelas e nós, mais uma vez, lutamos ombro a ombro. Nos disfarçamos, esgueiramos pelos grupos e recuperamos a lança. Então Algar fugiu para o porto e pela janela pude ver ele sumindo no horizonte com um pequeno barco à remo em direção a Britânia. Porque eu o ajudei? Além de ser um cavaleiro jurado ao Rei Uther, quero a coroa de meu primo e de meu tio, Cerdic. Nos veremos em breve. Quem sabe uma aliança coloque um fim na invasão de meu tio.
Ass: Sir Geoffrey” 
Nesse momento Marion olha em um dos nichos que serve como janela e lá fora, embaixo da escada, no jardim cheio de neve ela vê um lobo. Ele fareja o chão. É todo branco. Ele para e cheira o ar. Ele vê a guerreira e fica olhando algum tempo. Algo chama a atenção, ele olha para o bosque lá embaixo e corre. De lá surge Nínive usando casacos pesados de pele e capuz. 
Nínive: “Bom dia!”
Sir Enrick: “Bom dia Senhora. Creio que é hora de partirmos. Logres precisa de nós!”
Então a Senhora de Avalon concorda com um aceno de cabeça.
Glastonbury: 
Eles atravessam o pântano mais uma vez enquanto a Senhora de Avalon abre as Brumas. Eles se despedem dela e fazem a travessia. Na beira do poço sagrado existe um acampamento. Bag e Arina cavam, tirando a neve de cima das tendas. Sir Dalan, Caulas, Oswalt, Loyd (irmão resgatado de Enrick), Carmelo, Wistan e Lourie (assassina da mão negra capturada) estão ali. Eles ficam felizes em ver os heróis. 
Sir Bag: “Olá amigos! Aprenderam a lançar bolas de fogo e a transformar a Arina em mulher?”
Arina dá uma cotovelada no cavaleiro que já ganhou mais peso. 
Arina: “Que é essa vovozinha com vocês?”
Sir Enrick: “É a Baronesa Adwen.”
Sir Dylan: “E Dylan? O que aconteceu com você?” 
Dylan não esboça reação olhando para o vazio. Todos se lamentam silenciosamente.
Carmelo: “E agora, Senhora? Vamos para onde?”
Lady Marion: “Vamos para Tishea!”
Tishea:
Ao chegar em Tishea Lady Marion percorre os salões do antigo castelo. Ela lembrou de como Sir Amig tornava aquele lugar sempre barulhento e alegre. Olhou as tapeçarias. Se recordou quando ficava no colo de seu pai nos banquetes vendo todos dançarem. E então a guerreira não resistiu e caiu em lágrimas. Marion ordena que todos sejam reunidos. 
Lady Marion: “Atenção todos. Meu pai está morto! Calma, não chorem. A vinda continua e eu estarei aqui para protegê-los. Continuaremos seu legado! O legado de Sir Amig!”
Então os cavaleiros do castelo oferecem suas espadas. E todos começam a gritar: “Senhora de Tishea! Senhora de Tishea! Senhora de Tishea!”
Então, no dia seguinte, eles deixam a Baronesa Adwen, Dylan e a prisioneira Lourie no feudo e partem em direção à Sarum. No caminho eles passam próximo ao feudo de Winterslow. Os soldados os cumprimentam quando reconhecem os seus estandartes.
Padre Carmelo: “Terra de Sir Lycus.”  
Eles percebem que não existe pobreza. Os aldeões parecem bem alimentados. Os animais de criação, confinados, não tiveram seu número reduzido. Pelo contrário, existe excedente deles pois foram construídos novos armazéns e baias.
Sarum:
A neve cobre toda a paisagem da planície que circunda Sarum. Uma grande meia lua vermelha de sangue, manchando a neve, ocupa parte da extensão onde antes existia o acampamento de Cerdic. Uma outra meia lua do lado oposto parece ter sido feita por fogo. O cheiro de carne assada e de podridão invadem o ar. Aldeões cortam a carne de uns doze cavalos mortos. Ali mesmo, na entrada da cidade, outras partes são assadas e um milhar de pessoas desnutridas tentam receber um pedaço. Ao lado da estrada existe uma cova coletiva gigantesca e outros aldeões atiram centenas de cadáveres que se empilham ao lado da cidade. 
Eles percebem que são corpos de saxões. Muitos estão flechados. Mas da metade estão carbonizados. Uma parte menor mutilada. As pessoas estão catatônicas e nem percebem as suas presenças. A ponte levadiça está abaixada. Eles notam que existem marcas de unhas e arranhados, dezenas delas na ponte de madeira. Dentro da cidade, passando pela ponte levadiça, eles se deparam com as ruas cheias de barricadas feitas com carroças formando somente um corredor. A terra está revirada. Todos os muros e casas estão pintados com as runas da resistência celta. 
Castelo:
O pátio do castelo está lotado. As famílias de todos os nobres estão ali. Sir Berethor, bem magro, coberto por uma manta de pele de lobo, está sendo cuidado por seu escudeiro. Ele está tetraplégico. Padre Tywyn, Condessa Ellen, toda a família de Sir Enrick e Sir Léo também estão presentes. Todos parecem cansados e em silêncio. 
Condessa: “Graças a Deus estão de volta. Há 3 dias o cerco acabou.”
“Eu vi tudo daqui de cima. Em uma noite vindo do leste, em meio a bruma e a neve, aconteceram explosões. Percebi que se formava uma ferradura de fogo ao redor do acampamento de Cerdic. Carregado pelo vento o cheiro inconfundível de Bafo de Dragão. Os homens de Cerdic que estavam do outro lado correram em direção as chamas. Acreditando vir um ataque de lá. E os que estavam em meio ao calor das explosões correram em sentido oposto. Quando olhei na escuridão não pude acreditar a tamanha confusão. Uma tropa em formação, também em ferradura, surgiu do lado oposto da explosão envolvendo e cercando cerdic. Se seguiu um massacre enquanto nossos próprios lanceiros e arqueiros dispararam tudo contra eles de nossas muralhas. O inimigo ficou preso entre a muralha e a força surgida das brumas e foi massacrado. Bem no centro do campo de batalha os comandantes dos dois flancos se encontraram. Falaram por um breve momento. Mas algo deu errado e parecem ter se desentendido. Eles duelaram. Até que um deles tombou com uma machadada no pescoço. Ele ficou caído lá ainda respirando até que mais um golpe em seu peito levou a sua vida. Nesse momento Cerdic e seus Cavaleiros que tinham saído pela manhã, para pilhar e trazer comida para o seu exército, retornava. Ele pegou os seus algozes sem formação achando que a batalha tinha sido ganha. Eram uns 30 cavaleiros e eles fizeram várias cargas circulando várias vezes o castelo e matando com machados facilmente os homens que corriam procurando libras e pilhagem. Rapidamente tudo acabou com o líder daqueles estranhos bárbaros e menos da metade dos seus homens correndo para a escuridão em direção ao sul. Então tive que pensar rápido. Tinha 200 aldeões e alguns poucos soldados aqui dentro. Mandei descer o portão. Os Cavaleiros de Cerdic pararam na entrada de Sarum. Entraram 20. Cerdic ficou lá fora junto com 10 homens e todos os cavalos. Foi aí que fechamos os portões e os pobres famintos, cantando o hino da resistência celta atacaram. Fizeram barricadas impedindo a fuga do inimigo e mataram todos eles. Dos 200, só restaram 12 bravos homens. Cerdic se retirou para algum lugar em meio as brumas sumindo na escuridão e o cerco acabou. Então quando nos sentimos seguros, no meio da tarde do outro dia, caminhei por entre os milhares de corpos que cercavam a cidade e fui até o saxão que tinha duelado e sido abatido. Ele estava cheio de bandagens no rosto. Parecia ter sido ferido gravemente recentemente. Fui tirando uma a uma. Ele estava bem diferente... E já estava morto. Debaixo daquelas ataduras estava: O Barão Algar Herlews... O Barão está morto! E seu corpo está no salão do conselho.” 
As lágrimas vertem dos olhos de todos. Lá dentro do salão escuro. Em cima da mesa está o corpo de Algar. O seu rosto está bastante ferido e ele não parece muito com o homem que seus amigos conheciam. Mas a sua barba farta e ruiva está lá. Uma armadura de cota foi trazida e coberta com uma túnica com o seu brasão. Pálido e com o pescoço com um grande ferimento que entra até metade de seu peito o corpo do barão está com o seu escuto e seu machado dourado em suas mãos. Ao redor do seu corpo a pele de lobo branco recebida na Dinamarca do Rei Hrothgar. 
FUNERAL:
O funeral do Barão Algar Herlews aconteceu no dia seguinte. Em meio a neve que caia suave. Milhares de aldeões magros, muitos com dificuldades para caminhar, com os seus filhos e mulheres seguem atrás dos nobres que caminham no dia frio e cinzento em direção a Stone Range. Um grupo de homens pintados de azul tocam tambores celtas. Muitos Druidas surgem pela estrada. Sobrinhos de Algar caminham apoiando a mãe do Barão, Lady Gladd, com suas 66 primaveras. Seu tio, Sir Brastias, caminha dignamente apoiado em uma bengala. Em idade avançada, Sir Bellias, já sem juízo, ficou em seu castelo aos cuidados de seu senescal. Até mesmo Igraine caminha ao lado de Morgana. Enquanto o seu corpo é carregado pelos cavaleiros da cruz do martelo em uma maca de vime. Milhares de tochas seguem o cortejo aos sons dos bumbos. Leva quase o dia inteiro para se chegar a pé em Stone Range. Sir Bag está inconsolável e esmurra várias árvores até chegar ali. Jurou vingança e fica andando a esmo. Às vezes vai até o corpo e fala: “Levanta daí Algar! Pare com isso! Temos que salvar Logres!” Cenas de cortar o coração.
É o fim de tarde. Venta e faz muito frio. As tochas iluminam o círculo sagrado de pedras. O corpo do Barão é colocado na pedra cerimonial enquanto todos fazem um circulo com milhares de pessoas. 
Ninive: “Nobres e Súditos de Logres. Um herói descansa em Stone Range nessa noite.  Um herói que dorme um sono merecido. Um herói chamado Algar Herlews! Descanse guerreiro que fez tanto por nós. Descanse sobe as estrelas coberto de glória. Descanse nos braços dos Deuses e de seu antepassados. Viaje na luz do trovão. Voe nas asas dos corvos e viva na alma dos lobos. Será a lança, desaparecida, Gungnir um dos tesouros da Britânia? Talvez o verdadeiro presente dos Deuses para nós celtas não tenha sido ela. Mas sim o seu coração de guerreiro. Viveu pelo aço e morreu pelo aço. Se ficarmos em silêncio poderemos escutar Algar para sempre no som do mar de onde os Herlews vieram e a sua voz sussurrando: “Força, Lealdade e Honra!” 
Druida Millor então se aproxima do corpo do guerreiro e pinta a meia lua de Avalon na testa de Algar. Ele vai recitando em uma língua muito antiga uma oração. Os tambores começam a ficar mais intenso. Todos parecem entrar em transe. Sir Enrick e Lady Marion parecem ver passar um lobo ao longe na escuridão. No momento que todos os Cavaleiros da Cruz do Martelo colocam fogo na pira funerária um bando de corvos passam voando e ao  longe um grande trovão risca o céu. O fogo se alastra e envolve o corpo do cavaleiro. 
Na saída de Stone Range  a Condessa Ellen entrega a Sir Enrick um broche. Um escudo de Sarum com as duas espadas trançadas. O Flecha Ligeira olha assustado pois assim ele se tornar o Marshall do Condado de Salisbury.
DINTON: Inverno
Durante o inverno os heróis guardam luto em seus feudos. Numa noite Sir Enrick reúne Marion, Oswalt, Padre Carmelo e Caulas. Eles os leva até a tumba dos Sine Nomine, onde a sua armadura negra é guardada. Eles descem a escada e a construção em formato redonda é acesa. Nas paredes os símbolos da resistência celta. 
Sir Enrick: “Chamei vocês aqui embaixo porque preciso revelar algo que tem sido um fardo. Marion, minha esposa e Caulas. Nós somos a resistência celta. Tenho passado as noites caçando traidores. Homens que se aliam aos invasores e tomando seus bens. Quase morri em todas às vezes. Mas estamos nos mantendo vivos assim.”
Chocada Lady Marion fica um pouco chateada com o seu marido. Mas decide se juntar a Resistência. Nesse inverno rigoroso as mortes são muitas devido a fome, o frio e as doenças. No meio da dura estação pássaros chegam trazendo notícias.
MENSAGENS:
Condessa Ellen: “O Rei Nanteleod me enviou mais uma mensagem. Ele estava em guerra contra os três Cadlews, os filhos do Rei Pellinore. Eles levaram o conflito para as montanhas e após manobrarem dias ele conseguiu um ataque surpresa vindo do outro lado de Leinster com um exército Irlandês, contra os três nobres. Os Cadlews caíram na armadilha e cercados por todos os lados foram derrotados e mortos. Toda a Cambria já se curvou ao Rei Nanteleode e todo território ao norte de Sarum lhe pertence. Os condados de Hertford e Huntington, ao norte de Londres, nos mandaram mensagens. Eles estão certos de que a horda de Anglos que invadiram o leste, em breve virão a Hertford e Huntington. Os dois juraram um mútuo pacto de defesa e estão procurando outras pessoas para ajudá-los. É por isso que precisamos de um rei urgente."
“Os saxões, depois do sequestro do filho de Cerdic, não tem se arriscado a cruzar a fronteira para nos roubar. Os seus nobres também, temem a Resistência Celta e não ousam vir negociar pessoalmente. Aescwine exigem nosso espólios. Mas aldeões, inflamados pela morte do Barão Algar mataram o seu emissário. O Rei Ælle exigiu tributo. Pagaremos o homem como sinal de confiança.”
Igraine: “Sir Enrick e Lady Marion. Como bem sabe a vida da mulher é feita de sacrifícios e lágrimas. Como a mãe de cristo tenho um fardo a carregar. Mas também acho que todos devemos tentar ao menos ser felizes. Eu irei mais uma vez tentar buscar a alegria que me deixou nos últimos anos. É através da felicidade de minha filha que tentarei sorrir novamente. Morgana foi prometida ao Rei Uriens de Gorre, nas montanhas do norte, além da muralha de Adriano. Partiremos em alguns dias e preciso de sua escolta. As estradas estão perigosas e só possa confiar em suas habilidades em uma época como essa. Como fizemos um acordo e também perdi meu melhor homem nos túneis de Wight acredito que chegou a hora de unirmos nossos interesses. O Rei Uriens irá enviar os seus homens, mas preciso de vocês para comandá-los. Nos dias de hoje ninguém parece ser de confiança e essa foi a minha condição para o Rei Uriens para que fossemos até lá. Iremos até Londres encontrar os homens de Gorre e depois seguiremos para além da muralha. Será na primavera no ano que vem.”
VIAGEM: Ano 501
Dia 1: 
No dia combinado, eles aguardam Igraine, ainda com os raios de sol surgindo atrás das muralhas no oeste. Estão todos em cima de seus cavalos vestindo suas armaduras (Sir Enrick (Com a sua armadura negra), Lady Marion, Escudeiro Caulas, Padre Carmelo, Arina e Sir Bag). Os seus escudeiros carregam seus estandartes. Os cavalos de carga, com todo equipamento de cozinha, caça e armas pastam nas relva ao lado da estrada de paralelepípedo. Os portões de Sarum ainda não abriram e os sentinelas caminham pelo passadiço. Eles esperam. O sol se levanta. Até que ao meio dia eles escutam vários galopes. Surgindo do norte, contornando a muralha, uma carroça puxada por bois se aproxima. Ela vem escoltada por dez lanceiros.
Igraine: “Boa tarde Cavaleiros! Desculpem o atraso. Belo dia para viajarmos, não é?”
Morgana séria somente curva levemente a cabeça os cumprimentando. 
Sargento Brice: “Sou Sargento Brice, como estão? Passo o comando para vocês. Senhor e Senhora Stanpid.” 
Lady Marion: “Não sei, tem algo que me incomoda nessa mulher Enrick.”
Sir Enrick: “Eu sei, mas precisamos cumprir a nossa promessa.”
Então eles seguem viagem pela estrada real debaixo de um bonito céu azul. Margeando o caminho a relva verde. À tarde eles não encontram ninguém nas estradas. Nem saxões ou celtas. Algumas vezes os heróis notam pessoas se escondendo na mata. Mas eles desaparecem rapidamente. Pareciam estar usando chifres e capas. 
Sir Enrick: “Calma Benzinho! Eles estão nos protegendo!”
A tarde se transforma em noite e logo à frente eles enxergam as luzes tênues das tochas das muralhas de Levcomagus. Ao se aproximarem da cidade eles vêem uma árvore. Nela está desenhada em seu tronco a runa celta e cinco homens estão decapitados e inçados pelos ombros, como se estivessem de pé e suas cabeças fincadas em lanças ao redor do carvalho. Está escrito em gálico em uma pedra: “Saxões não são bem vindos. Entre em Salisbury por sua conta e risco. A Resistência Celta.”
Eles decidem forçar a marcha e atravessam a noite cavalgando.
Dia 2:
A estrada real ao amanhecer, nesse trecho, está bem avariada com tufos de grama e buracos por todos os lados. O céu está encoberto e abafado. Os cavalos sofrem para trotar no calor e os cavaleiros assam dentro das cotas de malhas, elmos e peitorais de aço. Ao meio dia o grupo passa por entre as duas montanhas verdejantes e entram no ducado de Ulfius em Silchester. No horizonte os cavaleiros saxões de Ælle e do Duque, patrulhando a fronteira, se aproximam sobe o estandarte do Duque de fundo amarelo com o cachorro vermelho, orelhas em pé e a língua de fora. São uns dez homens. Sargento Brice retira a trava de sua bainha.
Sargento Brice: “Suas ordens?”
Sir Enrick: “Calma Sargento! Segure o aço!”
Wigelm: “Deverão ser escoltados até o castelo do Duque. Acredito que tenha alguém que gostaria de falar com você, Sir Enrick. Sigam-me por favor!”
Os Cavaleiros de Ulfius e os Saxões cercam a carroça. Depois de deixar o vale para trás eles cruzam uma grande planície. Um campo verde. Passam por duas vilas na beirada da estrada com aldeões e saxões cultivando os campos. A estrada aqui fica mais movimentada com vários servos com carroças e sementes, levando carneiros e patos em gaiolas. Então o grupo chega na cidade romana murada. Com o passar dos anos as cidades estão ficando cada vez mais parecidas. Quase todo o pavimento de pedra está saindo, tornando as ruas cheias de terra preta. O povo anda com roupas mais imundas por conta disto. O coliseu, ao lado da cidade, desabou. As casas romanas e as muralhas estão com mais da metade de suas estruturas remendadas com palha e barro. 
Wigelm: “Sigam-me! Os lanceiros deverão ser levados para os alojamentos dos legionários. Os cavalos e carroças serão levados para a estrebaria.”
Eles atravessam a cidade movimentada e sobem a escadaria de mármore rachado e entram no palácio romano passando pelas grandes colunas manchadas pela umidade. Lá dentro o ladrilho está solto. Eles vêem as pessoas mijando nas paredes dos salões. Então passam pelo corredores decadentes. Sempre legionários aos pares andam de um lado para o outro. Uma grande porta dupla de bronze oxidada esverdeada, forjada com Diana matando um gamo, é aberta. Suas dobradiças enferrujadas rangem. 
À frente existe um grande salão com uma mesa longa, perpendicular à porta, em um elevado de mármore. O chão é branco amarelado. Colunas sustentam o local, no alto provavelmente onde existia ouro foi pintado com pigmento amarelo deixando o acabamento tosco. Existem mesas longas à frente cheias de saxões e cavaleiros romanos. Três bardos tocam enquanto circulam bebidas e comidas de todos os tipos.
Na mesa principal está Duque Ulfius, de cabelos curtos brancos com os seus membros deformados e queimados usando a sua toga roxa. Ao seu lado esquerdo dois centuriões e à direita um saxão alto, de uns dois metros de altura, loiro com barbas e cabelos longos trançados. Usa uma pesada cota de malha e por cima couro. Uma túnica negra cobre suas calças de couro e botas de pele de lobo. Dois grandes cachorros pastores estão deitados aos seus pés. É o Rei Saxão Ælle.
Duque Ulfius: “Heróis de Logres, Igraine e Morgana! Por favor se aproximem e provem de minha hospitalidade. Sinto muito pelo Barão. Era um grande homem!”
Eles notam que o saxão olha com curiosidade para o grupo. Especialmente para Enrick.
Ao lado dele está um homem forte de meia idade, com cabelos brancos alaranjados e barba por fazer, com uma coroa de ouro cravejada de rubis e esmeraldas, vestido com o brasão com o Dragão Vermelho e Dragão Branco, usando uma capa de urso negro, com uma cota de malha reforçada por baixo. Na cintura uma espada de duas mãos enorme. É Cerdic. Um resmungo sobressaiu do meio do tumulto de vozes e risos, ecoando até todos os homens daquele palácio começarem a lhes xingar. Os guerreiros pousam os seus canecos de vinho e começaram a bater com as mãos nos escudos, de tal modo que o teto alto ecoa com o barulho medonho. O choque de uma lâmina na mesa fez com que o barulho pare. Cerdic se levanta. 
Cerdic: “Você se atreve vir aqui? Traidor, mentiroso!”
Sir Enrick: “Vim falar com alguém que valha a pena!”
Ælle se levanta.
Duque Ulfius: “Rei Cerdic, eles são meus convidados e sempre foram meus aliados. E estão aqui por um motivo.”
Ælle:(para Enrick) Recebi sua mensagem rapaz. Sir Enrick tem meu sangue. Ele é meu filho.”
Todos olham confusos. 
Duque Ulfius: “É verdade, Sir Enrick? Conte-nos o que aconteceu.”
Sir Enrick: “Sou filho de Ælle. Meio Celta e meio Saxão! Não tenho vergonha de dizer!”
Cerdic: “Você está cheio de filhos não precisa desse celta estúpido.”
Ele aponta para uns homens barbudos em uma das mesas que olham para Sir Enrick o saldando com as taças cheias de vinho. 
Cerdic: “Ele tem que morrer Ulfius!”
Duque Ulfius: “Não em meus salões. Perdoem-me. Sentem-se Igraine, Morgana.”
Elas nervosas sentam-se no final da mesa longa onde estão os líderes.
Ælle: “Não matarei meu próprio filho e se você o fizer Cerdic, nunca faremos uma aliança.”
Cerdic: “O acordo não existe mais. Se o seu filho for um homem de verdade e não um barra bosta celta que se esconde atrás de seu pai, que enfrente o meu campeão: Liofa!”
Todos os homens batem nas mesa entusiasmados. Ælle se senta enquanto espeta um pedaço de carne com a sua faca. Um homem surge entre os outros. Mas diferente do que todos esperavam. Um guerreiro baixo e esguio, um saxão com uma trança negra, usando só uma armadura de couro sem mangas ou braceletes. Ele está armado somente com uma espada leve e fina de uma mão. 
Sir Enrick percebe que os braços e o rosto magro de Liofa não tem nenhuma cicatriz.  A auto confiança e a soberba são claras. Lady Marion percebe que Ælle parece preocupado.
Cerdic: “Como sabemos que Enrick não traz nenhum feitiço de Merlim?”
Ælle: “Você traz Sir Enrick?” 
Sir Enrick: “De maneira nenhuma Majestade.”
Então o Rei saxão olha para um dos seus meio irmãos. Ele vai até Enrick. Ele é a cara do Flecha Ligeira. 
Scur: “Sou Scur irmão. Posso ver seus pulsos e suas armas?”
Sir Enrick mostra os seus martelos.
Scur: “Não há nada de errado com ele.”
Então ele passa por Sir Enrick e fala baixinho.
Scur: “Cuidado bastardo. O canalha é muito ágil e joga sujo.”
Liofa golpe o ar: “Já matei quarenta e oito homens em combate. Poupe-nos tempo entregue a sua espada e saia.”
Sir Enrick: “Nunca!”
Então ele faz uma vénia para os reis e o duque e fica em posição de guarda. Sir Enrick o ataca! Liofa escapa. Sir Enrick erra o contra golpe. Alguém lhe faz tropeçar. Isso deixa o Flecha Ligeira perdido por alguns segundos. Liofa golpeia muito rápido mais uma vez. Enrick se abaixa desequilibrado. Então seu adversário estoca. O Cavaleiro dá um passo atrás e o golpe do inimigo passa no vazio. Então um dos martelos do herói golpeia e acerta o peito de Liofa que cai na escada do elevado onde estão os Reis saxões e o Duque Ulfius. Sir Enrick se aproxima e cospe em seu inimigo caído e aparentemente morto. Liofa salta como um felino agarra a adaga de Sir Enrick e o esfaqueia nas costelas. A sua armadura negra se rompe na junção e o sangue brota. Mas a proteção de metal o impede de fazer um corte profundo. Enrick cheio de cólera quebra o pescoço de Liofa o matando instantaneamente.
Cerdic se levanta, cospe no chão e indignado se retira do salão. Os seus homens o seguem.
Cerdic: “Isso não vai ficar assim!”
Ælle: “Sente ao meu lado no lugar desse barra bosta Enrick. Abram espaço pra guerreira se juntar a nós também.”
Sir Enrick então pega a mesma adaga que foi esfaqueado e corta uma de suas orelhas. Ele esfrega o seu sangue diante dos pés de seu pai. O Rei Saxão Ælle olha com orgulho para o seu filho bastardo.
Sir Enrick: “Lhe juro lealdade meu pai e majestade! Que esse sangue sele nosso tratado e que me aceite como filho!”
Ælle: “Eu lhe aceito como filho e príncipe de Sussex!”
Então eles se banqueteiam servidos de carnes de gado, frango e porco. Hidromel e cerveja é servido. Morgana e Igraine comem um pouco e se retiram. 
Ælle: “Venha Enrick, vamos ao jardim.”
Quando eles chegam no lado de fora do palácio, Ælle vai mijar em uma das paredes do palácio. 
Ælle: “Você luta bem rapaz. Liofa era ágil e rápido. Quer dizer que te chamam de Filho de Horsa, não é? Muito bom! Soube que estão reunindo os 12 tesouros da Britânia. Você acha que a magia de Avalon e Merlim conseguiriam nos mandar direito para o inferno?”
Sir Enrick: “Eu acredito que sim... Meu pai!”
Ælle: “Então você tem uma proposta pra mim. Você sabe que só aceitarei se puder ganhar algo com isso.”
Sir Enrick: “Majestade! Eu lhe proponho uma aliança. Tenho como contatar Geoffrey, sobrinho de Cerdic. Já temos o filho dele cativo. Geoffrey poderia nos ajudar a tomar Wessex, já que quer a coroa de seu tio. Daríamos parte do território ao Senhor se nos ajudar.”
Ælle: “Antes de tudo não esqueça que em batalha, se estivermos em lados diferentes, nem eu e nem seus irmãos iremos lhe poupar. E não espero tratamento diferente de você. Antes de tudo somos homens e vivemos pela a espada. Somos guerreiros, não é?Agora me desculpe (sem jeito) filho... Irei me divertir com algumas romanas. Afinal é sempre bom experimentar carne nova. Gostaria de compartilhar com o seu pai?”
Sir Enrick: “Obrigado, mas tem uma Lady que amo nos salões do palácio. E a sua resposta Majestade?”
Ælle: “Vejo que nesse ponto somos diferentes. Está certo, que Wotan nos guie pelo melhor caminho. Lhe enviarei resposta em breve filho Celta. Adeus. Vamos mulheres.”
Então quatro romanas muito bonitas surgem no jardim e saem com Ælle, rindo, abraçado com elas. Eles passam a noite no palácio em Silchester. 
Dia 3:
Na manhã seguinte o dia está cinzento com as nuvens baixas carregadas. A estrada serpenteia o vale seguindo o Rio Tâmisa. À esquerda eles podem ver a cadeia de colinas Chiltern. Dentro de algumas horas Londres deverá surgir no horizonte. Mas algo parece estranho. No horizonte estandartes surgem carregados por cavaleiros. Eles escutam os seus cavalos trotando em velocidade. Eles estão com os seus escudos, espadas e machados empunhados. Com um grito de seu comandante, que cavalga à frente, eles apresentam as armas para o combate. É um cavaleiro para cada e eles se aproximam a toda velocidade em formação para fazer uma carga mortal. 
O escudeiro Caulas reconhece o brasão dos líderes dos cavaleiros. O estandarte de um búfalo branco em um fundo azul, com um lambel amarelo, indica ser o filho mais velho de um nobre de Oxford. É Sir Basile, um dos usurpadores de Oxford. 
Sir Enrick: “Carga! Eles estão vindo contra nós!”
Quando as cavalarias se cruzam Caulas golpeia e o Cavaleiro de Oxford mantém o equilíbrio e retorna para o combate. Eles trocam golpes. Sempre com o garoto se defendendo com o seu escudo. O Cavaleiro inimigo fere o jovem escudeiro no braço, rasgando o seu corselete de couro. Lady Marion saca a sua espada e luta bravamente contra Sir Basile, o líder. Ele desce a sua espada na Cavaleira a ferindo. Mas ela resiste em cima da montaria e o fere no pescoço. Sir Enrick na primeira passagem golpeia e derruba o seu inimigo deixando-o pendurado no estribo matando-o. Sir Enrick então manobra Hefesto e faz uma carga em Sir Basile que se volta contra Lady Marion. Ele vem por trás e golpeia na nuca de seu inimigo que cai com o pescoço quebrado. Caulas acerta com um impacto de seu cavalo o Cavaleiro inimigo o derrubando de sua montaria. Esporeia sua montaria e quando passa golpeia de baixo para cima decapitando o inimigo de Oxford. 
Então eles escutam gritos. Quando olham para trás vêem quatro lanceiros de Igraine caídos. Alguns pendurados pelos estribos e seus cavalos correndo sem direção. Outros caídos e seus animais estrebuchando com lanças enfiadas no peito. A carroça está fazia. Cavalgando em perpendicular eles vêem dez cavaleiros, já distantes. Eles tem o mesmo brasão do touro, só que com uma faixa transversal. Eles reconhecem, é do outro irmão usurpador, Sir Beleus. Em dois cavalos montados por cavaleiros de Oxford estão Igraine e Morgana. Elas gritam desesperadas e desaparecem quando eles descem para trás de uma colina. Enquanto isso os Cavaleiros da Cruz do Martelo abatem os últimos inimigos.
Seguindo a toda velocidade em direção onde os cavaleiros desapareceram eles escutam um som terrível.  Algo como uma fera, ou várias feras. Um som grave, vários gemidos e os relinchos de cavalos. Quando eles chegam, na crista da colina, se deparam com uma cena inusitada no vale logo abaixo. Todos os cavaleiros de Oxford, incluindo Sir Beleus, os Lanceiros de Igraine e seus cavalos estão caídos em um círculo. Cobertos de sangue. Os homens parecem ser uma massa de carne contorcida em suas cotas de malha rasgadas como se fossem papel. Os cavalos jazem com as línguas de fora e com os ventres abertos. Morgana e Igraine estão de pé, no centro do círculo. Igraine chora com o vestido cheio de respingos de sangue e Morgana com o rosto cheio dele tem um olhar fixo em transe.
Os heróis notam que os corpos foram rasgados e os ossos quebrados. Existe pouco sangue. Parece ter sido tomado por alguém ou algo.
Morgana: “Eles foram descuidados.”
Igraine treme chocada e chora compulsivamente. 
Eles retomam a viagem sem entender realmente o que aconteceu. A escolta agora se resume aos Cavaleiros da Cruz do Martelo. Todos viajam em silêncio. Só se escuta o choro de Igraine. Então, ao anoitecer, o grupo sobe uma colina e uma grande cidade é vista lá de cima a medida que eles se aproximam. Eles vêem ela dividida em bairros pobres, ricos e dos nobres. Existem dois grandes castelos, dentro dos muros bem protegidos por fossos e torres, na beira do largo rio Tâmisa que corta a cidade ao meio. O porto e os três mercados estão vazios. A gigantesca catedral de São Paulo se ergue imponente no lado oeste da cidade. A famosa ponte de Londres com dezenove arcos e suas construções medievais no passadiço, liga a parte murada da cidade a parte sul dela. Quando chegam passam por uma multidão de mendigos. Próximo a ponte levadiça existe fora das muralhas, à margem do Tâmisa, a igreja de Santa Brigite. O cheiro de esgoto é forte. Os dez portões já foram fechados. Eles notam quase cinquenta corpos apodrecendo, pendurados nas muralhas oeste.
Igraine: “Iremos esperar aqui nessa igreja Cavaleiros. A madre irá nos prestar hospitalidade essa noite. As tropas do Rei Urien não poderão entrar na cidade, por isso esse local foi escolhido.”
A madre olha com desconfiança. Ela vem todos com sinais de combate e Morgana e Igraine sujas de sangue.
Madre: “Seja bem vinda Lady Igraine. Podem levar as montarias na estrebaria lá atrás. É melhor os escudeiros dormirem com a carroça e com os cavalos porque os roubos aqui acontecem todos os dias. Aqueles corpos pendurados na muralha foram os últimos ladrões capturados nessa semana. Todos os dias temos enforcamentos na cidade.”
Eles passam por uma mesa com uma bandeja com pão preto, queijo, cebolas e vinho. A madre pega a bandeja e leva o grupo até um salão de pedra negra. 
Madre: “Espero que o refeitório seja suficiente para vocês. Não perturbem as outras Freiras, elas estão recolhidas em seus claustros. Poderão se lavar lá atrás no quintal. Temos um no poço. Boa noite.”
Depois de todos se lavarem e retornarem ao quarto, todos se deitam. Eles escutam Igraine chorar baixinho e rezar até pegar no sono.
Dia 3: 
Bem cedo eles acordam com Carmelo entrando no refeitório da igreja.
Carmelo: “Irmão acorde, você tem que ver isso!”
Eles abrem caminho pelos mendigos, passam pela ponte levadiça. O guarda, usando um escudo branco com o brasão da cidade, uma cruz vermelha em um fundo branco, os recebe.
Guarda: “Saiam, deixem os nobres passarem! Por favor senhores!”
Quando eles atravessam a arcada da torre de entrada e chegam nas ruas de Londres  saem na lateral da grande catedral de São Paulo. A cidade está muito suja. Bandos de cães magros caminham bebendo água das poças da calçada. Ratos correm pelas vielas. Mendigos e bêbados caminham por entre as prostitutas que inundam as ruas dando em cima deles. Quase não se vê marujos. A maioria das estalagens estão fechadas e as que estão abertas parecem mais bordeis decrépitos do que lugares para dormir. Quase não se vê guardas. Várias mendigos se aproximam.
Carmelo: “Vamos entrar na Catedral, sigam-me!” 
Eles vêem um cada falso na praça em frente a catedral. Cinco homens, estão com  cordas no pescoço. Um homem lê em voz alta um pergaminho: “Por roubo, vadiagem e perturbação da ordem. Que se cumpra a determinação do Conselho.” Então o chão se abre, movido por uma alavanca operada por um carrasco. Os acusados morrem lentamente se debatendo e esvaziando suas tripas. Ninguém parece dar atenção à eles. 
Quando os heróis entram na igreja enorme, existe uma fila que passa pelo altar e sai pela porta lateral onde está o jardim. Nessa fila tem Cavaleiros, Marujos, Aldeões, Padres, Noruegueses, Francos e até um Druida. E eles escutam: “Oh, Oh, Oh, oh e ahahaha!”. E um homem, um lanceiro da cidade, vem de lá suado, sacudindo a cabeça em sinal de lamento. O homem do mar, à frente deles, sem um dos olhos fala.
Marujo: “Também vieram tentar a sorte?”
Caulas: “Sorte do que?”
Marujo: “Onde vocês estiveram nos últimos anos. Só se fala nisso. Todos estão vindo à Londres tentar retirar a espada da pedra. Já imaginou eu me tornar o Rei supremo da Britânia? A bebida e as prostitutas seriam uma questão de estado para mim!”
Então a fila vai andando com homem após o outro voltando do jardim. Alguns saem tristes, outros rindo e alguns dizendo: “Quase saiu! Por pouco vocês não tiveram que se ajoelhar perante a mim.” Outro homem jovem chega pulando: “Consegui! Consegui!” Todos olham assustados: “Ah, brincadeirinha!” (nesse momento alguns jogadores se assustaram! Rs)
Quando chegam na porta um Padre os aguarda. Eles o reconhecem, é Hanz de Duplain. O protegido do Bispo de Sarum. Antes um noviço na Era de Uther e agora líder da Igreja de Londres.
Duplain: “Como vão Cavaleiros de Sarum? Há anos que não os via. Sou responsável agora por essa casa de Deus. Vieram tentar a sorte no Jardim de Uther? São 10 dinares por favor. Aguardem a sua vez.”
Sir Enrick: “Isso é uma desonra! Essa é a espada sagrada!”
No jardim, não existe mais muro, foi construído uma cerca de barras de ferro. Lá fora mais de uma centena de curiosos se aglomeram vendo os homens tentando retirar a espada sagrada. Excalibur está na pedra, como Sir Enrick e Lady Marion viram da última vez. Mas foi fixada uma placa de metal gravado: “Uma terra, um reino, um rei para a Britânia governar.”
Então eles vêem um cavaleiro usando uma pesada cota de malha, elmo e luvas de couro. Ele se aproxima meio cambaleante da Excalibur. Seu rosto é todo desfigurado e queimado. Ele se agarra a espada e começa a tentar arrancá-la. A torcida é grande e todos começam a gritar: “Brastias! Brastias! Brastias!” Ele começa a ficar suado e vermelho e a espada não cede um centímetro. Ele grita com a voz rouca: “Ohohohoh!” E aí parece que a espada o repele e ele cai de bunda se lamentando. Todos aplaudem. 
Brastias (com a voz rouca): “Sir Enrick e Lady Marion! Como estão? Não liguem para a minha voz e meu rosto, porque o o bafo de dragão fez um estrago em mim em Saint Albans. Sou um mercenário agora, um cavaleiro sem senhor. Estou em Londres contratado pelo conselho para comandar os guardas da cidade. Temos muito trabalho aqui. Bandidos é o que não faltam. Toda manhã faço isso para acordar!”
Brastias “Acho que agora é a vez de vocês. Adeus!”
Então eles são convidados a se aproximar. O povo pobre, os mercenários, marujos, prostitutas, crianças de rua olham para eles curiosos. Caulas, o escudeiro de Lady Marion se apresenta. Ele segura no punho da excalibur e sente uma vibração que vai aumentando, aumentando, Caulas faz mais força, sentem ela se deslocar, faz mais força, e em um flash vê Uther ao seu lado e então se vê caído ao lado da espada. Todos gritam e aplaudem empolgados. Rindo, Sir Bag, se aproxima.
Sir Bag: “Quase em garoto? A tropa de Gorre do Rei Uriens chegou! Precisamos partir imediatamente.”
Do lado de fora de Londres duzentos homens vestidos com túnicas xadrezes, a maioria ruivos e loiros e com tatuagens nos braços bebem hidromel. Eles estão armados com claymores e dez deles tocam os seus instrumentos típicos. A carroça com todos os pertences e suas donas, Igraine e Morgana, está cercada por eles. Na frente da tropa quatro cavaleiros pictus os aguardam. Os liderando um homem ruivo com os cabelos ficando grisalho: Sir Bruce. 
Sir Bruce (descendo do cavalo): “Seus malditos! Ah, Milady, continua tão bela quanto da última vez. Como vão? Estamos ficando velhos! Homens esses são meus irmãos de armas há muito tempo. Então, finalmente vão conhecer as terras altas. O Rei Uriens vai ficar feliz de os conhecer... Lamento muito por Algar! Não pude acreditar quando me contaram!”
Sir Enrick: “É bom ver uma cara amiga! Agora estou mais tranquilo!”
Sir Bruce “Bem, estão prontos? Vamos para o norte.” 
Ele soa um chifre de guerra e eles partem pela estrada real, passam pelo pântano no portão norte de Londres, e deixam a cidade para trás.
Sir Bruce: “Não tivemos muitos problemas para vir para o Sul. O Rei acha que com esse contingente, talvez ninguém ouse mexer conosco. Mas, vocês sabe como é Senhora. Sir Enrick atrai inimigos como merda atrai mosca.”
Eles seguem o rio Tea que corre para o norte pela floresta de Quinqueroi. Lá dentro as árvores permitem entrar os raios do sol e a proximidade da água torna o ambiente mais úmido e fresco. A tarde vai passando enquanto eles avançam lentamente. 
Sir Bruce: “Essa tal de Morgana... Tem uma cara, Flecha Ligeira. Parece soltar fogo pelo rabo.”
Hertford surge na beira do caminho. Parece estar vazia com os portões abertos. Eles cavalgam mais uma hora e entram na floresta. A noite cai. Um batedor segue na frente. Então um cheiro de fumaça faz os seus olhos lacrimejarem. Uma fuligem os cercam. O grupo continua em frente e a fumaça fica mais densa. 
Padre Carmelo: “Cuidado para não se perderem. Mantenham a linha.” 
Os cavalos farejam o ar assustados. Eles sentem uma chuva súbita os molhar. Quando olham para cima e a chuva cai em seus rostos. As chamas sobem do outro lado da mata iluminando essa área. Eles passam a mão no rosto e sentem o cheiro ferroso. É uma chuva de sangue. Quando os olhos se acostumam com a fumaça eles enxergam todas as árvores ao redor com centenas e centenas de corpos enforcados e sem rostos. Alguns corpos tem os brasões rasgados, vermelhos de sangue. Todas as cabeças estão com as caras descarnadas. 
Morgana: “A colheita da morte!”
A cidade sem muros de Royston está ardendo em labaredas com mais de dez metros de altura. As faíscas sobem cobrindo as copas do céu escuro. O brasão verde, com a faixa em V invertida branca e com os três gamos amarelos, dois em cima e um embaixo. Lá dentro, nas ruas, mais corpos por entre as casas em chamas e mulheres violadas empilhadas no centro da pequena cidade como sacos de grãos. Alguns cadáveres caídos, com cortes, parecem diferentes dos outros. Existem poucos desses. Sir Bruce desce do cavalo e ergue a cabeça de um deles. 
Sir Bruce: “Loiros, com escudos longos. Tatuagens de Thunor feitas com ferro quente. Sem dúvida são Anglos. Atacaram, pilharam e se retiraram. Está tarde. Os cavalos exaustos, os homens cansados. Vamos ter que acampar mais à frente.”
Dia 4:
Pela manhã o cheiro da mata invadida pelo incêndio ainda incomoda. Logo o som de um Rio e o cheiro inconfundível de Pântano.
Sir Bag: “Guri, devemos estar próximos a Beale Valet. Lá passa o Rio Dubglas. As montarias podem tomar água e nós podemos nos reabastecer.”
O grupo continua a avançar. Um pequeno vau, com um metro de profundidade, cruza o caminho. Os cavalos instintivamente param e começam a tomar água ali. Enquanto eles estão parados, um monte de troncos se aproximam, boiando pela curva do riacho. Então eles passam por eles. Uma dúzia de corpos de soldados, com ferimentos por machado e espadas, bóiam passando pelo grupo. Então eles ouvem passos na mata se aproximar por trás. Então um grito ecoa no meio da floresta vindo de um dos soldados de Gorre lá atrás e chifres de guerra soam por todos os lados.
Lanceiro: “Armas! Armas! Ahhhhh!” 
O som de batalha ecoa. Eles surgem do outro lado do vau em meio aos arbustos e árvores. É uma horda de Anglos com os seus machados longos. Parecem uma visão demoníaca. Pois eles todos usam as peles dos rostos de suas vítimas como máscara. Eles saltam sobre os heróis. Imediante eles vêem um cavaleiro de Gorre cair, quando a pata do seu cavalo é amputada por uma machadada, e os homens dilaceram montaria e cavaleiro. Cheiro de estrume, sangue e os gritos dos  mortos invadem a floresta. 
Sir Bruce: “Lutem! Lutem! Salvem suas vidas!”
Bruce luta como um louco em cima de seu cavalo. Chuta a cara de um inimigo. Divide um homem ao meio com uma espada enorme. Atropela outro com a montaria. Até que um martelo de guerra acerta o seu peito, ele dá uma cambalhota no ar e cai no meio da tormenta de machados inimiga. 
Sir Bruce: “Ajudem, ajudem!”
Sir Enrick, Lady Marion e Caulas avançam com os seus Cavalos. Imediatamente alguns Anglos tentam abater as suas montarias. Eles os atropelam e golpeiam arrancando as suas cabeças, quebrando ossos e os matando. Eles encontram Sir Bruce com os olhos arregalados de costas no chão.
Sir Bruce: “Obrigado!”
Eles vêem os lanceiros de gorre tentando reagir, mas o inimigo se move rápido. Um soldado pictu é atravessado por uma lança e tenta correr vomitando sangue. Mais uma horda de Anglos os cercam e primeiro o homem tem amputado o seu braço. Depois a barriga aberta por um grande machado e então quando cai de joelhos a sua cabeça voa para a floresta. Mais um homem na esquerda cai com metade do tronco separado do corpo. E mais uma cabeça rola no meio da confusão. 
Então um chifre de guerra soa. E o inimigo corre se retirando dali. Eles ouvem só o som dos feridos chorando e se arrastando. Então eles escutam um som cortando o ar. Uma bola de bafo de dragão, numa bolsa de couro, explode nas copas das árvores, acima de suas cabeças, fazendo uma chuva de fogo. Depois outra, e mais outra. Eles vêem pictus em chamas gritando. Um rapaz mais novo rola no chão, em meio à uma labareda, chamando por sua mãe! Os cavalos ficam descontrolados. Eles cavalgam por entre as árvores em chamas. O lugar se torna um inferno. Até mesmo o rio pega fogo. O calor é sufocante.
Então o ataque cessa. O cheiro de carne queimada invade o ar. Não se consegue ver muita coisa em meio a fumaça negra. Então o chifre soa novamente e vultos surgem através da fumaça. São como um cardume de peixes carnívoros muito rápidos. Atravessam as labaredas e vem com os olhos enlouquecidos, gritando palavras de guerra, enquanto o fogo reflete na pele brilhante dos rostos arrancados.
Ao redor morte por todos os lados. Os cavaleiros de Gorre são trucidados e esmagados. Uns se arrastam pelo chão sem as pernas. Os lanceiros Anglos os transpassam com as lanças como se fossem animais sendo caçados. Um rapaz sem metade do rosto com o cérebro amostra, cego por um golpe de martelo, tenta caminhar a esmo e logo tem a sua cabeça arrancada. Eles são cercados e os Anglos vem fechando o círculo para matar os sobreviventes.
Mas, então, eles escutam trotes de cavalos. Os Anglos olham ao redor. Pelo menos dez estandartes de cabeças de cavalo em chamas caem fincando na terra. Os Anglos arregalam os seus olhos e começam a gritar um com o outro e a recuar.
Anglos: “Evil Magic! Evil Magic!”
E no meio da mata, eles vêem ao longe 2 espadas em chamas, 5, 10, 25...  e mais de cinquenta Sine Nomine surgem de todos os lados. Eles entram pelas árvores arrancando cabeças com as suas espadas longas. Os Anglos mesmo em maior número gritam: “Avalon Magic! Avalon Magic! Run! Run!”
Então os Cavaleiros da Morte à Cavalo somem atrás do inimigo pela floresta. O líder, cara de caveira, cumprimenta Sir Enrick com um aceno de cabeça e cavalga rápido para dentro da mata. Ao redor morte por todos os lados. Fogo, cadáveres, pedaços de corpos. A carroça de Igraine e Morgana está vazia. Bruce finca a sua Claymore e senta no chão,com um corte na testa. Ele sacode a cabeça.
Sir Bruce: “Perdi todos os meus homens. Ou estão mortos ou feridos. Os que ainda tem uma chance terei que mandar para Londres. Ficamos com doze guerreiros dos duzentos. Na época de festa, do casamento do meu Rei, terei que contar para os filhos e mulheres deles o que aconteceu. Se não fosse esses cavaleiros “saídos não sei da onde” estaríamos mortos.”
Então Igraine e Morgana surgem da mata. Estão sujas de foligem. A ex-mulher do Rei Uther está assustada e Morgana se lamenta quando vê os mortos. 
Arina: “Melhor irmos embora antes que os filhos de uma cadela voltem. Vocês viram, eles estão usando Trebuchets! Levantem a cabeça homens ainda temos trabalho a fazer. Vamos sair desse inferno!” 
Eles continuam a viajar. Depois de algumas horas eles saem em um descampado ao pôr do sol. Um rio largo corre perpendicular à um forte redondo de madeira no estilo antigo, o Beale Valet, que arde em chamas. À direita centenas e centenas de quilômetros de pântano. O Castelo fica à beira do rio negro, Dubglas. Então, anoitece. Mais de seiscentos soldados com o brasão vermelho com a faixa branca com dois chifres de caça brancos em cima e um embaixo, de Huntington, jazem mortos espalhados na entrada da cidade. A coluna de fumaça sobe para o sol cinzento. Centenas de corvos se banqueteiam onde os cadáveres formam uma linha onde existia uma parede de escudos. Dezenas de feridos gemem de dor. Alguns vão morrendo. Todos com o crânio a amostra, parecendo todos iguais, com os olhos saltados e os dentes à amostra. Um homem, vestindo uma armadura composta de couro e metal, muito cara, com braceletes e anéis, está deitado. Só sobrou um tufo de cabelo curto grisalho na cara descarnada. O Brasão do Condado está caído ao seu lado. O homem está com o braço amputado e com o ventre todo aberto. Eles podem observar suas tripas e outros orgãos e respira com dificuldade. Sua bonita espada com a lâmina trabalhada está quebrada. Seu escudeiro  está morto ao seu lado. Os dois cadáveres de seus cavalos estão com lanças por todas as partes do corpo.
Conde Robert: “Água por favor! Água!”
Ele olha para o lado e vê seu escudeiro morto descarnado. De seus olhos saem lágrimas.
Conde Robert: “Sou Conde Robert. Meu escudeiro, não tinha mais que onze verões. Tentamos que o nosso exército e o de Hertford marchassem. Saímos um do norte outro do sul. Iríamos os encurralar. Mas não deu tempo. Esses estrumes são rápidos! E como são violentos. Meu Deus! Minha esposa, minhas filhas. Estupradas, escravizadas. É o fim!”
Eles lhe dão de beber e vêem a água que Conde Robert tomou escorrer para fora de seu corpo. 
Conde Robert: “Que sede! Minha boca está tão seca! Que sede!”
Ele agarra a perna de Sir Enrick.
Conde Robert: “Por favor, alivie meu sofrimento, por favor, acabem com isso logo.” 
Sir Enrick silencia o homem. Morgana caminha por entre os cadáveres e os feridos ajudando os moribundos a atravessar a ponte de espadas mais rápido. Ela parece um anjo negro caminhando por entre os mortos. Igraine está na carroça. Então começa a chover e a noite cai mais uma vez. 
Dia 5: 
Pela manhã a chuva forte alaga os pavilhões. Tudo está encharcado e as panelas flutuam na grande poça de água que se forma ao redor da água que transborda do Pântano próximo. Bruce está animadão lavando o sovaco na chuva.
Sir Bruce: “Bom dia! O que foi que estão com essa cara? É bom se acostumar com o clima. É como dizem nas terras altas: Se não gosta de chuva, não cruze a muralha. Vamos tomar o dejejum?”
Igraine e Morgana sobem na liteira coberta da carroça. Então Bruce dá o hidromel pesado para Sir Enrick tomar debaixo da chuva enquanto Caulas desmonta tudo e prepara os cavalos. Depois de algum tempo eles pegam a estrada real. Nesse trecho ela margeia do lado esquerdo a floresta e do lado direito o grande Pântano. Passam pela cidade de Peterborough na beira do Rio Nene. A cidade foi construída com diques de madeira e aterrada sobe o Pântano. Uma longa ponte de madeira enterrada na lama negra e na água insalubre leva para dentro da paliçada. À frente o Rio Nene e mais uma ponte romana de pedra é usada para a travessia. As estradas estão inundadas e difíceis de transitar. Os Raios iluminam a tarde escura.
A carroça encalha todo o momento com as rodas finas na lama e com água quase encostando na liteira. Na metade do dia eles vêem à esquerda da estrada, encrustado em meio a floresta e cercado por um terreno pantanoso: o Castelo de Lonazep. Depois a estrada começa a subir e descer pelas colinas de Landoine. O Brasão amarelo com o falcão verde com as as abertas é visto tremulando na cidade murada à frente. Um pequeno castelo de pedra existe numa colina central dentro dos muros de pedra da cidade. 
Caulas: “Folkingham. Cidade de importância estratégica. Sobe domínio do Duque de Lindsey, Corneus, responsável pela fronteira Norte de Logres.”
Quando eles se aproximam debaixo de chuva, já ao anoitecer, a ponte levadiça desce. 
Sargento da Muralha: “Aguardem Cavaleiros de Logres! Duque Corneus oferece a sua hospitalidade. Disse que precisa falar urgente com os Senhores.” 
Eles entram na cidade. Ela é bem menor que Sarum e está cheia de soldados com os Brasões do Duque e milícias formadas por Aldeões. O sargento da muralha os leva até o alto da colina, onde está o castelo, onde são levados para o quarto de banho para se secarem e depois recebidos no salão de audiências do Duque Corneus. A decoração é rústica. O chão de terra batida, com  cadeiras de troncos para sentar. Dois falcões estão pousados o encosto de cabeça de um trono de madeira. Corneus os recebe. Ele é um cavaleiro de cabelos longos cinzas com barbas e bigode até a metade do peito. Tem cicatrizes no rosto e pescoço. Ele usa uma túnica verde e amarela. Cinco cavaleiros estão com ele de pé, apoiados ao redor de uma mesa. Três veteranos e dois mais novos com uns vinte e poucos verões. Corneus vai até ao grupo e pega nas mãos de Igraine.
Duque Corneus: “A Princesa continua tão linda quanto o dia que a vi pela primeira vez.”
Igraine fica com um sorriso no canto da boca.
Igraine: “Muito obrigado Duque! Sempre foi um homem cordial.”
Duque Corneus: “Morgana, como vai? Tornou-se uma bela mulher. Sejam todos bem vindos. É bom ter vocês debaixo de nosso teto. E esse é?”
Sir Bruce: “Sir Bruce! Pictu da Caledônia! Como vai senhor?”
Duque Corneus: “Muito bem. Esses são meus filhos Sir Lucan e o Sir Derfel. (Eles fazem uma reverência) Por favor sentem-se. O que fazem na fronteira de Logres?” (Um dos falcões voa para o seu punho)
Sir Enrick: “Estamos escoltando a Rainha Igraine e Morgana até a Caledônia. Ela irá casar com o Rei Uriens.”
Duque Corneus: “Entendo. Viagem difícil, é preciso ter culhões nessa época, para entrar na Cumbria. Aqui temos doenças, esse clima úmido faz as sementes germinarem antes da hora. Temos fome, rebeliões e roubos. Por isso deixamos Lincoln, nossa capital, e viemos para cá. Essa cidade está estrategicamente melhor colocada. Estamos debruçados sobre o mapa do reino e nosso exército reforçando as fronteiras aqui no norte. Ainda o Rei Centurião de Malahaut, Herault, não tentou invadir nossas fronteiras mas acredito que ele seja capaz de tentar. Vocês conhecem o Rei Nanteleode? O que acham do homem?”
Caulas: “Parece ser um homem justo e bom. Nos deu abrigo em seu reino quando fugimos de Malahaut.”
Duque Corneus: “É ousado rapaz. Para um escudeiro tem bastante personalidade. Eu não vejo diferença entre ele e Idres. Um sai do fim do mundo da Cornualha e vem conquistando tudo que existe pela frente. Nanteleode fez o mesmo. Vem marchando desde do sul da Cambria e chegou as nossas fronteira à oeste daqui. Não tenho homens suficientes para segurá-lo. Ele conseguiu Vassalagem de toda região e seu exército está cada vez maior. Vejo que é o novo Marshall de Salisbury, Sir Enrick. Lhe peço para que nos dê assistência e leve nosso pedido de ajuda à Condessa Ellen. ”  
Sir Enrick: “Farei Duque! Quando tivermos condições lhes prestaremos assistência.”
Sir Derfel (usa um crucifixo): “Não esqueça de contar sobre os Anglos pai, que parecem marchar para cá também. São enviados do inferno. Estamos sofrendo pressão de todos os lados. Estão exigindo tributo e parecem que vão nos atacar.”
Sir Lucan: “Mas chega de falar de coisas ruins. Vamos comer algo. Pai depois deixe nossos convidados descansarem. Eles tem um longo caminho até a Caledônia.” 
Dia 6: 
Depois de acordarem com o som dos empregados do pequeno castelo. Eles comem um pouco de frutas e bebem vinho e partem de Folkingham. 
Duque Corneus: “Muito bom lhes receber. Vinte lanceiros irão lhes escoltar até a fronteira de Lindsey em Winteringhan. Derfel irá lhes levar até lá. Boa viagem.”
Eles deixam a pequena cidade. Parou de chover. O dia está cinzento. Eles atravessam um pequeno trecho de mata. Quando saem dela existem Pântano dos dois lados. Do lado esquerdo, ilhas no meio do terreno negro permeado por água escura e cheiro ruim. 
Eles passam pela cidade de Lincoln onde em 490, depois da Batalha de Lindsey, banquetearam com Gorlois e Uther. Igraine coloca a cabeça para fora da cobertura da carroça e olha para o castelo enorme na colina, todo de pedra sólida, com as suas várias torres quadradas e estandartes do Conde Corneus, em contraste com as nuvens cinzas baixas, com os olhos marejados. Uma grande muralha cerca a cidade inteira. 

Igraine: “Foi aqui que a queda de Uther começou.”
Todos se lembram que foi no salão de banquetes que o Rei Uther se apaixonou por Igraine, na época, esposa de Gorlois. O grupo continua até que surge uma pequena vila sem muros na beira de um Rio largo. A margem do outro lado é distante. 
Sir Derfel: “Esta é Winteringhan. Pela manhã vocês podem pegar a balsa para o outro lado. Sugiro que entrem na Cumbria de dia. As terras Romanas são perigosas. Ainda mais com o histórico dos senhores. Todos sabem o que fizeram na corte do Rei Centurião. E digo que apreciamos. Mais de cem escravos libertos e o animal de estimação do Rei morto foi um grande feito. Existe uma estalagem perto do porto. Vão com Deus e façam uma boa viagem. É melhor que se misturem à outras pessoas na estrada. Homens, vamos!”
Na pequena cidade de cem casas, existe uma estalagem. O movimento faz com que as pessoas venham olhar o grupo de nobres passar pelas ruas de terra molhada. Eles vêem uma  estalagem com uma placa pendurada por correntes com um portão duplo dourado se abrindo. Um homem vestindo uma túnica marrom e botas de pele de urso surge.
Gwenon: “Bem vindo ao Portão de Logres Cavaleiros. Sou Gwenon. É uma honra senhores e uma alegria lhes receber. Os escudeiros podem deixar os cavalos e as carroças na estrebaria lá atrás. Irei preparar eu mesmo trutas e lhes servir hidromel quente.” 
Lá dentro está tudo vazio. O lugar parece à tempos não receber visitantes. Gwenon bate com um pano a poeira das cadeiras. 
Sir Bruce: “Lanceiros, procurem um lugar para dormir. Nos veremos amanhã cedo.”
Eles comem enquanto Igraine e Morgana vão ceiar em seus quartos.
Sir Bruce: “Qual é a da Bruxa e a da mãe dela?”
Sir Enrick: “Ninguém me tira da cabeça que ela invocou algo que matou todos os Cavaleiros de Oxford.”
Lady Marion: “Essa mulher só chora!”
Sir Bag: “Vocês sabem que amanhã será um dia e tanto. Chegaremos cedo no sopé das montanhas Pennine, mas antes de chegar lá temos um problema. A cidade de Eburacum.  Se desviarmos levaremos um mês para chegarmos. Mas, vocês andaram aprontando muito por lá. Como vão passar sem sermos percebidos?”
Sir Enrick: “Guardaremos minha armadura negra em um caixão e nos vestiremos como mercenários. Nos vestiremos com mantos de couro e capuz. Deixamos a carroça para transportar o caixão enquanto Igraine e Morgana irão montadas na garupa de nossos cavalos. E seja o que Deus quiser.”
Sir Bruce: “Chega de Beber! Vamos dormir seu porqueira! Se não, amanhã, minha cabeça vai doer como um espinho na bunda.” 
Dia 7: 
Pela manhã todos acordam e se reúnem na frente da estalagem.
Gwenon: “São 50 dinares senhor. Boa travessia. Foi uma honra lhes receber.”
Então eles se dirigem até o porto no dia abafado cheio de nuvens se misturando ao céu azul. Uma balsa para dez pessoas está atracada. Um homem rústico com cabelos ruivos e gordo se aproxima. 
Heufryc: “Sou Heufryc, o barqueiro senhores! Farei a travessia. Teremos que fazer duas. Custará 1 libra no total. Quem vai antes? Podem subir a bordo por favor.”
Então Sir Enrick, Lady Marion, Caulas, Sir Bag, Sir Bruce, Arina, Padre Carmelo, Morgana e Igraine embarcam. Os 12 lanceiros aguardam na outra margem. A travessia do Rio é feito de maneira lenta. Para vencer a correnteza a balsa tem uma grande corrente que é presa de uma margem a outra. Um feito notável para quem forjou uma guia de ferro desse tamanho cruzando o grande Rio Humber. 
Enquanto eles desembarcam da balsa, em território fora de Logres, escutam um som de gritos do outro lado do Rio. E vêem uns 100 guerreiros inundar a pequena cidade de Winteringhan. Eles vêem o estandarte de Octa sendo carregado, o lobo com respingos de sangue, agora pertencente ao seu filho, Beothric, o rei sem joelhos! 
Os lanceiros, desesperados, levam a luta para o trapiche que pela largura permite que se lute lado a lado em uma linha de 3 homens. Eles encaram saxão após saxão. A balsa começa a retornar impulsionada por Caulas, Enrick e Marion. Ela se aproxima e não encosta no cais temendo que os saxões a invada. A primeira fila de lanceiros morre, a segunda também. Heufryc, o barqueiro grita: “Saltem! Saltem!” Os lanceiros sobreviventes saltam e três saxões saltam atrás. Um cai na água arremessado por Sir Bag. Outro fica pendurado na borda e o terceiro consegue cair dentro do convés. Padre Carmelo corta com a Sanctu Gladius o braço do homem que tentava se arrastar para cima do convés enquanto o outro vem lhe golpear. Ele se abaixa e Arina faz o homem dar uma cambalhota por cima de suas costas o atirando no rio. O saxão afunda rapidamente enquanto eles se afastam.
Na barranca do Rio Humbe os saxões os xingam e cospem na água os amaldiçoando. Um trono como uma liteira é carregado e um homem magro com as pernas atrofiadas está sentado nele. Seu cabelo preto e liso enfeitado com anéis de ouro e sua armadura com o peitoral do Lobo de Octa e seu elmo prateado e dourado indica ser um nobre. Ele ainda possui um longo cavanhaque. Eles o reconhecem, é Beorthric, O Rei sem joelhos, o filho de Octa. Ele os observa com os olhos cheios de fúria, com uma besta nas mãos, enquanto eles atravessam. Os heróis vêem, sem poder fazer nada, a família de Gwenon serem degolados na barranca do rio enquanto o taverneiro recebe um tiro de besta no estômago e é atirado para o fundo do rio.
Eles desembarcam e partem dali. Algumas horas depois, na estrada real, eles notam que Igraine está bem assustada, rezando e tremendo, depois do que aconteceu.
Sir Bruce: “Eu lembro muito bem, como se fosse hoje. O Flecha aqui quebrou os joelhos do desgraçado, não é? Obrigado por não tê-lo matado Enrick. Próxima parada Eburacum.”
O dia vai passando e a estrada vai curvando para oeste. Eles entram por uma mata e passam por uma pequena vila sem muros. Eles percebem que as pessoas se vestem como romanos. Os aldeões olham com curiosidade enquanto pastoreiam suas cabras e levam sextas com frutas pelas ruas da cidade. Quando saem dali a estrada desemboca em um grande Pântano. Uma das maiores cidades da Britânia surge à frente. Centenas de pessoas entram e saem pelos portões. A muralha romana está bem velha. O brasão com a cruz vermelha e com os leões dourados ao longo do símbolo cristão tremula. Um centurião e quatro soldados inspecionam as carroçam que trafegam na estrada real. 
O grupo percebem a reunião de muitas tropas romanas acampadas no lado de fora da cidade. Mais de 1000 soldados. Eles treinam com arcos, lanças e formações de parede de escudos. Então um soldado se aproxima.
Centurião: “Boa tarde Nobres. Estão em terras do Rei Heraunt de Apres. Quem são vocês? De onde vem e para onde vão por favor?”
Sir Enrick: “Somos mercenários! Estamos levando o corpo desse Pictu para o outro lado da muralha de Adriano. Essas senhoras nos contrataram para fazê-lo.”
Centurião: “Posso ver esse corpo?”
Caulas: “Você não iria gostar de ver! O homem foi atacado por selvagens. Não sobrou muito dele.”
Centurião: “São duzentos dinares para cruzarem a estrada. Podem ir e não se metam em confusão.”
Então o grupo parte aliviado até que o guarda grita e se aproxima mais uma vez.
Centurião: “Esperem! Parados! Você deixou cair o seu broche de corvo senhora. Boa viagem!”
Ainda desconfiados eles seguem em frente e entram na mata de pinheiros que surge dos dois lados da estrada real. Eles passam por uma cidade com construções que despontam por cima da muralha. Os legionários vigiam o passadiço. Os escudos estão pintados de azul e eles tem tatuagens tribais celtas. Eles notam que eles usam gladius, boleadeiras e cordas de enforcamentos e vestem umas máscaras tribais com uns pequenos chifres feitas de cerâmica. 
Sir Bruce: “Cidade de Aldborough. Bem próspera e rica graças aos nobres, chefes das tribos dos Brigantes que dominavam essas terras antes dos Romanos. Era a capital deles.  Parece que se mesclaram ao antigo invasor.”
Seguindo o Rio Swale, que existe à direita da estrada, eles viajam mais algumas horas até o sol cair. Caulas começa a preparar o acampamento. Ele pesca alguns peixes e cozinha o jantar. Eles também abre um barril de hidromel. Os dois pavilhões estão armados e a tenda dos escudeiros também. Uma fogueira com um tripé sustentando uma panela é usada para cozinhar. A conversa vai madrugada à dentro relembrando histórias do Barão Algar. Igraine e Morgana ficam juntas sentadas em um dos troncos que Caulas arrumou como bancos, prestando atenção na conversa. 
Dia 8:
É manhã e uma garoa final cai na primavera. Eles passam por uma cidade pequena e sem muros. Os moradores bem humildes e pobres os observam. Os barcos de pescas estão presos ao rústico porto de troncos mau cortados. Alguns abaixam os olhos e outros mais corajosos e curiosos os cumprimentam. As montanhas Pennine surgem à frente. A estrada do Rei sobe a montanha em uma trilha estreita coberta de barro. Depois ela começa a serpentear montanha abaixo. Dá para se ver a floresta de pinheiros lá embaixo no vale. Os cavalos ficam nervosos. Marion escorrega com a montaria e se fere. Nada grave, mas o susto foi grande.
A Muralha:
Eles seguem pelo vale margeando o Rio à esquerda e por todos os lados as grandes montanhas os cercam. O grupo atravessa uma ponte de madeira. O dia vai passando e no fim da tarde entram em uma floresta e chegam em Carduel. A cidade é cercada com uma paliçada. Atrás dela, com uma parede colossal de pedras negras, engolindo a cidade, projetando a sua sombra por toda a extensão surge a maior construção já vista por eles. Para leste e oeste ela desaparece no horizonte e é duas vezes mais alta que a catedral de Santa Maria de Sarum.
Sir Bruce: “Senhores! A muralha de Adriano!”
No topo existe um passadiço com ameias desgastadas.
Sir Bruce: “Na época que os merdas dos Romanos construíram essa coisa esse passadiço era cheio de sentinelas e cavaleiros patrulhavam essas terras dia e noite. A cada 5 quilômetros existe uma fortaleza incorporada a muralha. Mas, levantem os queixos e vamos!”
Eles contornam a cidade sobe os olhares dos sentinelas nas torres de madeira vestindo o brasão branco somente com um quadrado vermelho no canto esquerdo do escudo. Eles cumprimentam Sir Bruce e aí chegam até uma das fortalezas que protege o portão da muralha. 
Sir Bruce: “Homens do Rei Lot, marido de Margawse. Genro de Igraine e cunhado de Morgana.”
Então passam por uma entrada em arco de uma construção com muros quadrados embutidos na Muralha. Um castelo romano de pedra surge à frente. A entrada de um túnel escuro se abre à frente levando ao subsolo. Bruce acende uma tocha. Levam uns vinte minutos mergulhados na escuridão. Só se ouve os cavalos, as rodas da carroça e as respirações. Então eles ouvem um som. Do outro lado um portão gradeado vai subindo lentamente. A luz os cega a medida que o túnel sobe em direção a luz. Eles atravessam e ao pôr do Sol se deparam com uma cena fantástica. Um descampado. Depois uma floresta de árvores longas. Tão altas quanto uma catedral. Uma tênue Bruma permeia a mata e depois dela centenas de montanhas. Elas formam cadeias e mais cadeias verdejantes onde pedras milenares brotam. O chão de taiga misturado ao capim parece molhado. Falcões voam lá no alto.
Sir Bruce: “Deixem apresentar a minha casa. As Terras Altas do Sul da Caledônia.”
Enquanto viagem a noite vai caindo. Eles ouvem uivos e piados de corujas alto e algumas batidas de tambores.
Sir Bruce: “Estão ouvindo? São os homens das tribos das terras altas. Já nos viram no vale. Por hora vamos parar por aqui . ”
Naquela noite Sir Enrick e Lady Marion sonham com coisas estranhas. Vêem em sua mente as Highlands. Os rios iluminados pelo luar. Milhares de estrelas brilhando. Tentam caminhar mas não conseguem dar um passo. Olham ao redor mas não conseguem nem virar seus pescoços. Escutam uma voz estranha, ecos e chiados dizendo: “Não passarão! Não passarão!”
Dia 9:
Quando acordam de manhã, eles vêem próximo do acampamento, uma fileira de crânios, com elmos romanos, colocados em fileiras em uma árvore próxima.
Sir Bruce: “É uma cerca espiritual. Eles colocaram aqui para que o corpo sombra de vocês não saísse durante o sono. É um hábito de nossas tribos com estrangeiros. Vamos em frente, já estamos no Reino de Gorre do Rei Uriens.”
Eles entram em uma grande planície verde. Os rios estreitos de pedras com água cristalina vindos da montanha completam a paisagem. Ao fundo as terras altas do sul contrastam com o céu cinzento. Os acompanhando eles vêem no alto das montanhas alguns homens lhes espiando. São todos tatuados e empunham lanças. Usam cabelos longos e armados. Um deles carrega um cervo abatido nos ombros.
Sir Bruce: “São os protetores de nossa terra. Enquanto tiverem comigo estão seguros. Finjam que não os viram.” 
O grupo vê mais de uma centena de pessoas nas trilhas que sobem e descem nas cadeias de montanhas altas. A trilha serpenteia pelo vale até que no sopé da montanha eles começam a subir por uma trilha de barro. Muita gente está subindo pela estrada. Todos com carroças e cavalos pequenos. Eles vestem túnicas xadrezes. A maioria tatuados com animais. Quando eles vêem Sir Bruce todos dão passagem para a comitiva e se curvam em respeito a Igraine e Morgana. Sir Bruce vai na frente desfilando e acenando para todos. Leva meio o dia para chegar lá em cima. As nuvens parecem tocar as montanhas. 
Num altiplano seguindo a estrada de terra surge um castelo enorme encrustado na rocha. O leão branco de pé no fundo do brasão azul tremula nos brasões em cima das doze torres quadradas. Dois fossos servem como proteção. Um chifre soa ecoando por entre as montanhas e todos abrem caminho para a carroça passar escoltada pelos heróis. Ao redor do altiplano mais de 1000 tendas de couro estão erguidos circundando a muralha desgastada pelo vento forte. Quando entram no pátio, na antiga e desgastada construção, um homem, com uns trinta verões, com os braços tatuados com espirais e leões, se aproxima. Ele tem cabelos marrons e barba na mesma cor, seu kilte é azul e branco e seu cinto tem uma grande cabeça de leão de ouro como fivela. O Rei usa uma coroa de couro também com desenhos do leão em alto relevo. Ele usa bostas de pele de urso. Uriens vem seguido por dez lanceiros. 
Sir Bruce: “Majestade! Assim lhe entrego são e salva sua esposa.”
Rei Uriens: “Obrigado Bruce. E vocês? Homens do Rei Uther. Minha sogra não poderia ter escolhido melhor escolta.  Mas... onde estão o restos das tropas que enviei?”
Sir Enrick: “Morreram todos Majestade! Fomos atacados pelo Anglos há alguns dias atrás.”
Rei Uriens: “Depois da morte de seu Rei o sul virou um caos.”
Então ele se aproxima da carroça e ajuda Igraine descer. Ela agradece gentilmente. E Morgana desce sozinha. O Rei se ajoelha e beija a mão dela. Ela aparenta indiferença em relação ao seu futuro marido. Nesse momento duas mulheres, usando guirlandas de flores na cabeça, surgem pela porta em arco do pátio. Uma, toda sorridente, usando um vestido branco, com cabelos castanhos presos em uma grande trança e a outra com cabelos levemente avermelhados soltos, olhos verdes usando um vestido bege claro,  bem tímida. Elas tem umas vinte e cinco primaveras. Umas crianças, três meninos e quatro meninas correm atrás delas. Igraine se emociona quando elas se abraçam.
Igraine: “Margawse e Elaine minhas filhas! Faz tanto tempo.”
Elaine: “Mãe seja bem vinda! Esses são os seus netos.” 
Igraine muito emocionada beija cada criança que logo saem dali correndo. Todas as meninas, mesmo as pequenas, usam guirlandas na cabeça e fitas coloridas nos vestidos. Logo colocam uma dessas guirlandas na cabeça de Marion.
Rei Uriens: “Então Cavaleiros! Descansem, comam e bebam tudo que quiserem. Amanhã os jogos comemorativos irão ter início e gostaria muito que participassem. E aqui é diferente do sul. Os Reis não abrem mão de competir. Irão enfrentar os melhores!” 
Eles entram no velho castelo de pedra e são levados para um dos salões de pedra, uma estrebaria transformada em dormitório, onde vários nobres irão dormir. Tem mais de 300 pessoas ali. Os cachorros andam ao redor enquanto lustres de rodas de carroças enormes cheios de velas iluminam de amarelo o lugar. Alguns os cumprimentam, outros se entretém jogando dados e conversando. Então vem a madrugada e todos dormem.
A festa:
Na manhã todos acordam com o som dos chifres e se dirigem ao salão de banquetes. Existem nesse enorme salão, mil pessoas sentadas, em mesas longas e lá fora, ao redor do castelo, mais um milhar delas. Eles vêem na grande mesa perpendicular ao salão onde estão sentados: Igraine e suas filhas, O Rei Uriens, noivo de Morgana. O Rei Lot de Lothian, o mais poderoso Rei do Norte, marido de Margawse e o Rei Nentes de Garloth, marido de Elaine. Lot, deve ter mais de 40 verões e é o mais velho de todos. Tem cabelo curto e barba por fazer. Usa uma coroa de ouro cravejado de pedras preciosas coloridas e kilte vermelho e branco. Nentes usa kilte azul e na fivela de seu cinto um grande sol, símbolo de sua casa. Deve ter, perto de 35 verões e possui barbas e cabelos acinzentados. Os heróis se lembram que ele foi o único Rei, quando foram traídos em Eburacum, que tinha sido gentil com eles no conselho. 
São servidos carnes de todos os tipos: peixes, cerveja, vinho, hidromel, sidra, frutas, mingaus de aveia e cevada. O Rei se levanta com uma taça dourada em suas mãos.
Rei Uriens: “Um brinde a todos os presentes de Lothian e de Garloth. Em especial aos Cavaleiros de Logres que enfrentaram uma viagem difícil para trazer minha noiva. Vamos descer até o bosque dos leões. Está tudo pronto para as celebrações.”
Todos saem do salão. Centenas de pessoas dirigem-se ao portão. Existe uma trilha que conduz do altiplano até um segundo mais abaixo. Dá para se ver um bosque. Enormes tinas de hidromel estão espalhados por todos o lugar. Carnes são assadas em dezenas de braseiros. Muitos já dançam ao som de tambores. 
Sir Bruce: “Venham crianças, venham conhecer os amigos do papai.”
Então umas treze crianças ruivas correm. Uma escadinha delas. Desde um rapaz de uns dezesseis verões até um bebê no colo de uma bela ruiva de olhos verdes. São meninas e meninos que os cercam, beijando e abraçando Sir Enrick e Lady Marion.
Sir Bruce: “Alguns deles são como vocês chamam, bastardos... Mas aqui na Caledônia não existe distinção. São todos meus filhos e do mesmo espírito do clã. Os Filhos dos Corvos.” 
A ruiva olha braba para ele.
Sir Bruce: “Desculpe amorzinho! Essa é Grizela, minha esposa.”
Grizela: “Bruce sempre fala de vocês. Dos Celtas que são iguais a ele. Que são seus amigos, que se pudesse trazer vocês pra cá...”
Sir Bruce: “Você me deixa com vergonha mulher!”
Então um arauto do Rei, usando um xale xadrez azul e branco, sobe em uma pedra grande alta e soa o chifre de alerta.
Arauto: “Atenção todos! Venham a arena de justas. A competição vai começar. Valendo muita prata do tesouro real e uma guarnição de lanceiros. Cinquenta dos melhores homens de cada clã das terras altas. Ah, sim! Teremos a participação dos campeões de Logres!”
Sir Bruce: “Vamos! Vou chutar os seus traseiros!”  
Justa primeira fase:
Então todos se dirigem a arena. Na verdade, um descampado de grama verde. Não existe uma cerca central. Os mais de mil convidados caminham até lá e ficam ao redor. As crianças estão sentadas nos ombros de seus pais. 
Sir Bruce: “Sabe amigos, aqui nas terras altas as justas são um pouco diferentes. Os cavalos não tem proteção, nem estribos. Nós só usamos uma armadura de couro e seja o que os Deuses quiserem.”
Então em estacas fincadas ao redor da arena, são colocadas no topo os escudos de cada competidor. No centro o arauto que anunciou a competição os apresenta.
Arauto: “Senhores e senhoras. Nobres das terras altas. Cavaleiros de Logres. Temos hoje na arena oito competidores! Homens corajosos e uma mulher mais forte que uma tempestade. Celtas e Pictus se degladiando pela vitória e pela glória no Torneio Real. O Rei Uriens, O Rei  Lot e o Rei Nentes irão participar como representantes de cada região. (Todos aplaudem) Sir Bruce, comandante do exército do Rei Uriens, Drest, campeão do Rei Lot e Cinad, chefe guerreira degoladora de romanos do Rei Nentes. Irão representar os nobres das terras altas. E nossos amigos e aliados celtas irão mostrar porque os escolhemos para fazer uma aliança com o povo do sul da ilha. (Todos aplaudem). Vamos ao sorteio.”
Resultado: 1) Rei Lot de Lothian X O Rei Nentes de Garloth, 2) Lady Marion X Drest 3) Sir Bruce X Sir Enrick e o 4) Rei Uriens de Gorre X Cinad.
Arauto: “Perderão a justa os cavaleiros que forem atingidos pela lança adversária e caírem de sua montaria. Se em 3 passagens a disputa terminar empatada então a justa será decidida em uma luta singular no solo com espadas sem corte. Primeira justa! Um duelo da realeza!  Que vença o melhor!”
1) Rei Lot de Lothian X O Rei Nentes de Garloth: 
Então os dois Reis se encaram enquanto cada um deles caminha para lados opostos. Os Cavalos, menores e avermelhados, estão posicionados os aguardando. Eles retiram as suas coroas e dão para as suas mulheres. Seus irmãos os ajudam com as armaduras de couro. Eles montam sem sela ou estribo. Lanças sem as pontas de metal, mas com a frente abaulada são entregues à eles. Eles dispensam os elmos sobe o aplauso de todos. 
Rei Lot de Lothian: “Cunhado! Se morrer nessa justa me enterre bem longe de minha mulher e de suas irmãs para não ouvir as reclamações e as fofocas delas.”
O Rei Nentes de Garloth: “Eu lhe digo o contrário cunhado. Se morrer me enterre perto delas. Meu espírito deixará bem rápido esse mundo para ficar longe das vozes delas.” 
Margawse e Elaine riem fingindo estarem brabas com ele. Todos batem palmas. Os dois Reis levantam as suas lanças. Morgana, toda vestida de negro, usando uma guirlanda de flores lilás, vai até o centro do campo e joga um lenço. Quando o delicado pano encosta no chão os cavaleiros se lançam em uma carga veloz. Os tufos de grama são arrancados. Eles vão se aproximando, se aproximando até quando os cavalos atingem a maior velocidade. Os dois reis se inclinam para o lado. O veterano Lot abaixa o ombro e ergue a lança. O Rei Nentes percebe e acompanha o movimento com o corpo. Nenhum dos dois consegue nada na primeira passagem. Então os dois se posicionam do outro lado. Os dois riem e se divertem. Levantam as lanças de novo e Lot grita. Nentes faz o mesmo. Os cavalos correm com a boca aberta de tanto que são exigidos. Dessa vez Lot se inclina para trás e deixa a lança atingir o seu cunhado. O Rei Nentes tenta desviar mas o pônei muito rápido demora para responder e ele recebe o choque dá uma cambalhota no ar e se espatifa na grama. Todos ficam em silêncio enquanto Lot faz a curva com o seu cavalo e aguarda ao fundo da arena. Depois de alguns segundo tensos Nentes se mexe e dispensa a ajuda. Todos percebem que o seu ombro foi deslocado. 
O Rei Nentes de Garloth: “Pelo menos deixou um braço inteiro para eu limpar a bunda majestade. A vitória é sua cunhado!”
Todos aplaudem entusiasmados enquanto Nentes bate em um enorme barril com o seu ombro colocando-o no lugar com um estralo.
Arauto: “Rei Lot avança para a semifinal!”
Então o escudo do Rei Nentes, azul com o sol no centro é retirado. O Rei vai até Elaine e a beija a mão enquanto ela massageia seu ombro que ostenta um grande hematoma vermelho.
2) Lady Marion X Drest: 
Arauto: “Ele que nem precisa de apresentações. Foi o terror da muralha. Matou mais de uma centena de romanos. Liderou o clã dos corvos e pacificou nossas montanhas enfrentando o monstro que matava o nosso povo expulsando-o para o lago de onde nunca deveria ter saído. Drest, do Clã dos Javalis!!!”
Sir Bruce: “Amigos. A tradição diz que vocês precisam ser apresentados na arena pelo seu próprio povo.” 
Sir Enrick: “Uma mulher mais forte que a tempestade! Comandante dos arqueiros de Uther, cavaleira armada pelo lendário Barão Algar, filha de Avalon, senhores e senhoras deixem-me apresentar: Lady Marion Stanpid de Tishea!” (Todos aplaudem efusivamente)
A justa começa com Lady Marion e Drest cavalgando um de encontro ao outro com velocidade. Muito ágil a cavaleira se inclina agarrando a crina de seu cavalo. Drest sorri quando percebe que a Filha de Avalon é uma adversária a sua altura. Eles fazem mais uma passagem! Mas Marion é muito rápida e ágil! Na hora do impacto ela se inclina horizontalmente e deixa a sua lança para o acertar. E Drest sente o golpe no meio do seu rosto.Desacordado ele cai de sua montaria. Fica sem se mexer enquanto todos aplaudem Marion que desfila no pônei das terras altas. Drest é carregado para fora da arena em estado grave.
Arauto: “Lady Marion avança para a semifinal!”
3) Sir Bruce X Sir Enrick:
Arauto: “Temos ao meu lado direito! O homem com mais vitórias em duelos corpo a corpo da ilha. Forte como um touro da montanha. Ele que foi nomeado Cavaleiro pelo grande rei Uther e ajudou nas alianças com o povo do sul. General de Vossa majestade Uriens. Campeão pictu de arremesso de escravos romanos na época da guerra, modalidade extinta, infelizmente, em toda a Caledônia. O Fogo de Belatu-Cadros, a chama das terras dos pictus, o homem mais...”
Sir Bruce: “Chega! Isso vai me sair caro! Mais um elogio e terei que cortar uma bola para te pagar.”
Caulas: “Ele! O Flecha Ligeira! O novo Marshall de Salisbury! O Filho de Horsa! O homem que tem mantido Logres viva! Sir Enrick Stanpid!”
A justa começa com Sir Bruce s Sir Enrick se provocando. Eles riem e se divertem com a situação! Então eles cavalgam um contra o outro. Na primeira passagens as lanças se estouram contra seus corpos. Mas eles se equilibram em cima de suas montarias.
Sir Bruce: “Estou jogando em casa amigo! Aqui não!”
Então na segunda passagem eles acertam ao mesmo tempo. Sir Enrick sem estribo se agarra com as suas pernas no ventre de sua montaria. Mas Sir Bruce, maior cai de costas girando no ar e caindo no chão. 
Sir Bruce: “Mas que droga Enrick! De novo rapaz! Deixa eu ser feliz, poxa!”
Aí ele dá a mão para Sir Enrick o cumprimentando e puxa do Cavalo fingindo que vai lhe atingir com um soco. Mas aí ele abraça o seu amigo e todos aplaudem rindo.
Arauto: “Sir Enrick avança para a semifinal!”
4) Rei Uriens de Gorre X Cinad
Arauto: “Na arena deste lado, aquele que dispensa apresentações. O noivo! O homem que conquistou e uniu os clãs de Gorre. O Leão das Terras Altas do Sul. O guerreiro Pictu que sempre em batalha lutou com a armadura dos deuses e que matou pessoalmente o governador Romano da província quando eles tomaram a força Gorre e os expulsaram para o outro lado da muralha. Sobe o comando de Lot tornou-se Rei de Gorre como recompensa. Saúdam o grande Rei Uriens das terras altas do sul.”
Todos aplaudem.
Arauto: “Do outro lado a chefe guerreira mais temida do Sul da Caledônia. Ela que colecionava  a cabeças dos invasores. A mulher que exterminou, com menos da metade dos número dos guerreiros inimigos, a última legião que tentou pisar na Caledônia. Cinad, corta crânios!”
Todos aplaudem entusiasmados. Então o Rei Uriens e Cinad levantam as suas lanças se cumprimentando. Cinad usa uma bem menor que a tradicional. Então os dois gritam e eles cavalgam um em direção ao outro acelerando suas montarias. Na hora do impacto Cinad desvia a lança de seu adversário e gira sua arma passando para a mão esquerda tentando atingir o Rei Uriens. Espertamente o rei empina o seu cavalo que luta para não freiar fazendo passar o golpe de sua adversária no ar. Nenhum dos dois consegue o acerto. Cinad esbraveja enquanto o Rei se diverte. E eles dão a volta e vem novamente em carga um contra o outro sem dar tempo de respirar. Dessa vez a guerreira não desvia e os dois se acertam ao mesmo tempo. Eles voam de suas montarias girando no ar e rolando na relva. Eles se levantam se encarando. O arauto lhes atira duas espadas. 
E todos gritam: “Até o primeiro sangue! Até o primeiro sangue! ...”
Eles se curvam e começam a andar em circulo se encarando. O Rei no centro. Ele golpeia Cinad. Ela gira dando um contra golpe. Urien cai de costas com o impacto da espada em suas pernas. Cinad tenta acertar com o punho o seu nariz, mas ele rola e ela acerta com toda a força o chão se ferindo. Uriens a estrangula com a espada  e aí ela consegue jogá-lo por cima de seu corpo. Ela está com o braço machucado. Então o Rei se ajoelha diante dela sinalizando empate. Cinad mexe a cabeça negativamente. O Rei se levanta e fica em guarda alta. Cinad ergue a espada para golpear de cima para baixo. Mas uma gota de sangue escorre de seu lábio ferido na luta. Ela se ajoelha respeitosamente. O Rei recebe a vitória com respeito. Cinad então se retira atirando a espada, louca da vida, provavelmente falando um monte de palavrões em sua língua.
Rei Uriens: “Lutou bem guerreira! Mas temos que ter sorte também!”
Arauto: “Rei Uriens avança para a semifinal! O almoço será servido! Venham todos!” 
Justa semifinal:
Depois do almoço, regado a muito hidromel e carnes, muitos dormem um pouco às sombras dos pinheiros. O som do rio que corta a montanha deixa todos com vontade de cochilar. Alguns dançam, outros se refrescam na água gelada da montanha. Após algumas horas o chifre de alerta soa mais uma vez.
Arina: “Vamos, estão chamando para a semifinal das justas.”
Arauto: “Esta é a semifinal meus amigos. Uma competição acirrada disputada por quatro cavaleiros. Quem será o campeão do Torneio do Rei de Gorre? Alguns poderão se ferir outros obterão a glória. Que vença o melhor!”
Lady Marion e o Rei Uriens de Gorre se prepara para a justa. Eles se encaram. O noivo de Morgana comanda o seu pônei que parte em velocidade. Lady Marion faz o mesmo do outro lado. Quando eles vão cruzar lanças o Rei Urien diminui um pouco a velocidade e Lady Marion se antecipa. Ocorre o impacto e o Rei é atingido levemente, mas seu golpe é perfeito. Lady Marion cai de seu cavalo, dá uma cambalhota no ar e cai de pé. Todos impressionados aplaudem, mesmo com a derrota a Cavaleira se cobre de glória.
Arauto: “A vitória pertence ao Rei Uriens de Gorre”
  1. Rei Lot X Sir Enrick:
Sir Enrick e o Rei Lot se preparam para mais uma justa. Sir Bruce com a bandeirinha do seu Rei grita a todo pulmão. Sir Enrick só ri de seu amigo. Então eles partem um contra o outro. Rei Lot experiente naquele tipo de montaria desvia um pouco para o lado e o golpe de Sir Enrick pega no vazio. O Flecha Ligeira sente o impacto em seu peito e se vê caído de costas.
Sir Bruce: “Isso! Isso! Porra! Aqui não Enrick! Aqui não...”
Sir Enrick se levanta e curva-se ao Rei Lot. Todos aplaudem enquanto o Rei cumprimenta o Marshall de Salisbury.
Arauto: “E é com muito orgulho que anuncio que os cavaleiros que seguem para a grande final de amanhã são Rei Urien e Rei Lot!”
E todos os presentes batem palmas e assobiam.
Casamento: 
Quando o sol começa a se pôr nas terras altas todos os convidados começam a fazer um grande círculo ao redor de uma fogueira que arde em chamas altas. Um homem cheio de tatuagens de leões pelo corpo se aproxima. Sem camisa, com o ombro coberto por uma pele do animal e penas amarradas no braço. Só usa uma calça de couro de cervo. Nos cabelos longos e pretos e a barba enorme tem uma coroa de azevinho. Seu rosto é todo coberto por cinzas. Ele faz gestos e Morgana e o Rei Uriens se aproximam dele. Ele sinaliza para uma grande pedra branca, em formato de altar, que brota do solo. O casal se deita lado lado. Antes, com a ajuda dos seus parentes, são retiradas suas roupas. Eles ficam com uma das mãos amarradas como símbolo de união. Anoitece enquanto os tambores enchem o ar com a música. Igraine parece muito feliz.
Sacerdote: “Que essas marcas de Samahladhs perdurem em seus espíritos.”
Usando tinta vermelha e azul colocadas em combucas de madeira o sacerdote vai pintando o corpo do casal. Eles faz as espirais celtas, pinta leões e símbolos mágicos que eles nunca viram. 
Sacerdote: “Espírito do Clã! Samahladh eu te invoco. Em nome dos clãs dos meus ancestrais, em nome do Grande Espírito que nos atrai, que ouçam bem minha oração, revele-se e abençoe essa união.” 
Todos sentem como se estivessem em um transe, vibrando em uma mesma frequência. Como se as montanhas reverberassem os sons dos tambores e das vozes. Por vezes parecem ver um leão circulando por entre os convidados. As irmãs de Morgana circulam a pedra despejando ânforas de leite.  
Sacerdote: “Eu o invoco Espírito da fertilidade para que venham e tornem o ventre da noiva abençoado, para gerar filhos ao casal.”
Então eles trazem uma cabra toda branca e o sacerdote a sacrifica enquanto tudo gira e se torna febril. Das montanhas a energia mágica parece correr se concentrando na pedra onde os noivos estão. A respiração do casal fica intensa e sincronizada. 
Sacerdote: “Que o sangue corra para a mãe terra selando a união!”
Quando o animal enfraquece e para de se debater morrendo tudo se acalma novamente. Somente o som da grande fogueira é ouvido. Então combucas cheias de nozes e grãos são distribuídas para todos. O casal tem a mão desamarrada e se levanta. São vestidos novamente e quando caminham por entre o bosque indo para um grande pavilhão sozinhos. Todos aplaudem e atiram uma saraivada de grãos e nozes.
Grizela: “Agora teremos que esperar a madrugada para que o casamento seja consumado.”
Sir Bruce: “Então teremos a final da justa. Até lá bebemos, dormimos por aqui, fazemos amor com as nossas mulheres e comemos até explodir. Aquele menino ali, meu filho número sete, aquele ruivo com 5 verões. Foi feito no bosque do casamento de Nantes com  Elaine.”
Lady Marion e Sir Enrick namoram no bosque sagrado enquanto Caulas dança e bebe. Arina e Bag caminham comendo tudo que vêem pela frente. Carmelo anota tudo em seu diário.
Muitos ficam sentados conversando pelo bosque próximo as centenas de fogueiras espalhadas pelo altiplano. Sir Bruce e o Casal Stanpid sentam por ali no meio da madrugada. Então saindo da escuridão do bosque Igraine se aproxima. Ela parece muito feliz. 
Igraine: “Souberam em Sarum que a filha do novo senhor da Cornualha está morta? A Rainha Elizabeth de Lyonesse. Irmã do Príncipe Mark. Ela era casada com o Rei Meliodas de um pequeno reino ao sul da Cornualha. Vassalo de Idres. Soube nas últimas luas que ela teve um parto difícil e morreu ao dar a luz à um bonito menino.”   
Com o estômago cheio de comida e bebida todos dormem espalhados pelos campos. Ao amanhecer acordam com aplausos. Morgana séria e o Rei Uriens saem do pavilhão onde consumaram o casamento. Todos se juntam jogando mais nozes e grãos nos noivos. 
Rei Uriens: “É uma bela manhã de sol e céu azul nas terras altas. Sou um homem casado agora. Chegou a hora de descobrirmos quem será o campeão de nosso torneio. Vamos a arena. O título do Senhor das Terras Altas do Sul aguarda.”
E todos ficam muito empolgados dirigindo-se para a arena.
Justa final:
Arauto: “Essa é a grande final de nosso torneio. De um lado a força do Rei Lot e do outro a coragem do Rei Urien. O destino na ponta de uma lança. A vitória e a glória em um piscar de olhos. Quem vencerá? Os Deuses já sabem. Que eles dêem a vitória para o melhor.” 
O Rei Lot e o Rei Uriens se encaram. Eles se preparam para a grande final. Dispensam mais uma vez as proteções. Todos estão em silêncio. Dá para sentir a excitação no ar. Então os dois cavalgam um em direção ao outro e se atingem. Uriens recebe um impacto bem no meio do peito fazendo a lança se quebrar. Mas Lot é golpeado no ombro o que faz girar com velocidade o arrancando de cima de sua montaria. No final da competição todos correm para abraçar o campeão e aplaudem a vitória. Eles o erguem e o atiram para cima. O Rei Lot se levanta, aplaude o vitorioso, e caminha para o centro da arena. Todos se ajoelham diante dele.
Rei Lot: “Fique de pé, campeão e agora marido da Rainha Morgana. Foi uma bela vitória! Aqui nas Terras Altas os homens se estabelecem pelo que conquistam com a lança ou a espada. Pela coragem e pela força. Você parece possuir todas as qualidades de que um herói da Caledônia possui. Por isso lhe presenteio com esse baú com 300 libras e os 50 melhores lanceiros dos clãs. Continue fiel ao meu Reino e a nossos aliados. Nobres da terra altas declaro o Rei Uriens campeão do torneio do Rei e Senhor das Terras Altas do Sul.”
Todos aplaudem entusiasmados.
No dia seguinte, após mais comida e bebida, os heróis estão preparados para partir. Os nobres dos reinos da Caledônia desmontam as suas tendas e seguem com os seus pôneis montanha abaixo. O grupo de Logres está na frente do castelo. A Rainha de Gorre, Morgana e o Rei Uriens os observam montarem em seus cavalos. Igraine, vestida de verde claro, está ao lado deles.
Igraine: “Cavaleiros! Eu ficarei aqui na Caledônia. Obrigado por tudo. Apesar de nossas diferenças no passado espero que no futuro possamos ser amigos.”
Sir Bruce: “Ei esperem seus ingratos!”
Então Sir Bruce vem puxando o seu cavalo carregado e dá um beijo em Grizela. 
Sir Bruce: “Então! Conversei com Grizela e acho que chegou a hora de voltar para o Sul e ajudá-los nesses tempos difíceis. Sem o Barão não será fácil. Soube que os 12 tesouros dos celtas serão reunidos e eu não perderia isso por nada. E também tem algo lá que preciso resolver... Meu filho, um celta que acabei gerando por (ele olha para a sua mulher) acidente quando fui ajudar Algar com o irmão dele. Dizem que é bonito como eu e grande como eu. Só sei, por Adrien, aquele franco estranho que vende rumores e notícias da ilha, que o apelido do garoto é Bigorna!”
Então eles partem, quando os cavalos começam a descer a trilha Morgana os observa com um olhar frio e forte. 
FINAL:
Imaginem a câmara ir subindo enquanto os heróis descem com os seus cavalos as terras altas. Ela sobe um pouco pelas nuvens e passa por cima da muralha. Então ela desce e vai para o oeste e vêem um exército enorme com milhares de guerreiros e o Rei Nanteleode e Alain de Carlion (Cavaleiro da Cruz do Martelo) conversarem enquanto observam a fronteira de Logres. Do outro lado da fronteira o Duque de Lindsey, Corneus e seus dois filhos montados seguindo por um exército bem menor conversam com ar preocupado.
Depois a câmera sobe novamente e se desloca para Hertford em cima da mata. A câmera desce e por entre as árvores à noite, iluminado por centenas de tochas, milhares de bárbaros com a pele do rosto de cadáveres erguem seus machados e gritam em um círculo gigante no meio da floresta enquanto um homem usando peles de urso negra, com cabelos longos e barbas da mesma cor está batendo no peito e gesticulando para eles com dois machados de guerra em cada mão.
A câmera sobe de novo e vai viajando pela ilha. Para entre as nuvens em cima de uma tenda de couro e desce entrando nela. De costas cinco homens de negro se vestem. Um homem grisalho cobre a cabeça com um pano negro e depois vêem a parte da frente da máscara de crânio em primeira pessoa e ela ser colocada. Ainda em primeira pessoa ele sai da tenda no escuro. Então mais de 50 espadas em chamas o aguarda e os cavaleiros Sine Nomine se ajoelham perante ele.
Então a câmera vai até o alto mais uma vez e ela vai até a Cornualha. O Príncipe Mark e o Rei Idres choram enquanto uma jovem nobre é enterrada em um circulo de pedra sagrado, igual Stone Range, na beira da falésia em frente do mar.
Depois ela segue e só vêem brumas e a câmera vai descendo, descendo até que  por entre as nuvens surgem o pântano e as ilhas no centro de um lago depois dele Avalon. O formato dos afluentes que entram e desembocam no lago onde existem as várias ilhas que formam o Reino Sagrado tem o formato da árvore da vida. Em uma das ilhas vêem de cima Robert, Brian e Bernard treinando com espadas e escudos ao lado de outros meninos. Depois a câmera vai até outra ilha e vêem Ellen em frente à uma pilha de palha e ela ergue as mãos, ao lado de Nineve, no centro de um círculo formado por uma dezena de noviças. Com os olhos em transe ela diz algo e a palha pega fogo. Nineve a abraça.
Então subindo as brumas cobrem tudo novamente e a câmera viaja até a borda da floresta onde existe a cidade de Oxford. Ela desce e vêem o brasão do touro. Passam pela cidade circulada pela muralha de pedra e chegam no castelo em cima da colina. A câmera entra no pátio, em um salão, passa por uns corredores, desce uma escada em caracol até que chega nas masmorras. Em uma cela o jovem Padre Pertoines (Filho bastardo de Uther), barbudo, está com a cabeça baixa e seus braços acorrentados em grilhões. A câmera sobe as escadas e sai em um grande salão. De costas, em uma mesa, um homem folheia um tomo, um livro com escritos e iluminuras, escrito em sua capa de couro em latim: A Chave de Salomão. A câmera vai para a sua frente. Ele não tem uma das mãos e metade de seu rosto é queimado, sem cabelos e cheio de cicatrizes. É Sir Medrod (Pai dos Usurpadores de Oxford). Um saxão está sentado a sua frente com seus lanceiros ao redor. É Beorthric vestindo a sua pele de urso negra e os dois se cumprimentam. Do olho de Sir Medrod cai uma lágrima enquanto toca o brasão de uma espada em cima da mesa. Um búfalo branco em um fundo azul, com um lambel amarelo, o Brasão de seu filho: Basile e o manto coberto de sangue com um brasão semelhante de Beleus, seu outro filho. A câmera filma a sua única mão e o anel de Horsa em seu dedo anelar. Ele fecha o tomo e esmurra a mesa. E tudo fica escuro.
FIM 

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