sábado, 20 de fevereiro de 2010

Aventura 1: A batalha de Vagon, ano 485


É início do ano de 485, primavera. Há um mês Sir Geoffrey, Sir Edgar e Sir Algar foram ordenados cavaleiros. Em seus feudos, os jovens guerreiros recebem uma convocação do Conde Roderick. Todos os vassalos deveriam se apresentar ao amanhecer no grande salão de audiências. Os cavaleiros se encontram na ante sala do Conde, onde vários outros homens de armas também aguardam serem chamados. As conversas entre os homens, entrecortadas pelo som do tilintar das armaduras e as risadas enchem o lugar.

Ao serem chamados pelo Conde, que parece sério e preocupado, os Cavaleiros ficam sabendo de que uma vila de pescadores a leste do rio Wylie, próxima ao forte Vagon, não manda seus mercadores há dez dias. Os comerciantes locais reclamam de que o abastecimento de pescados caiu drasticamente. Coincidentemente os homens do forte Vagon não vieram buscar provisões nos últimos dias. Então Roderick, temendo uma invasão inimiga, envia Sir Geoffrey, Sir Edgar e Sir Algar como batedores disfarçados para descobrir o que estava acontecendo.

A viagem transcorre normalmente para o oeste, através da estrada do rei, com peregrinos, mendigos, camponeses e comerciantes cruzando o caminho da antiga estrada romana. Ao anoitecer os Cavaleiros seguem uma trilha de terra, encharcada e deserta, e chegam às ruínas do castelo de Grovely. No alto da torre, protegidos dos perigos da noite, os heróis dormem. Fazendo a guarda ,no meio da madrugada, Sir Geoffrey vê do alto da torre e em direção ao forte Vagon, chamas iluminando as nuvens baixas no horizonte. Um grande incêndio ocorre naquele lugar.

Furtivamente Sir Geoffrey, Sir Edgar e Sir Elad se deslocam buscando não serem identificados. Utilizando a mata próxima como cobertura os guerreiros observam. O forte Vagon caiu. Ardendo em chamas, com apenas uma das paredes em pé, os homens de armas testemunham o massacre dos soldados de Salisbury. O cheiro de carne queimada emana da pilha de corpos carbonizados. Liderados por um comandante saxão ,com elmo em forma de cabeça de lobo e portando um estandarte vermelho com uma ponta de lança, marchando de dentro das ruínas do forte uma guarnição com cinquenta homens desloca-se em direção a um barco nas margens do Wylie levando o saque e zarpando para o oeste. Três guerreiros saxões ficam para levar por terra as montarias capturadas. Eles carregam Sir Eliot, segundo homem no comando do Forte, aos chutes, cuspes e impropérios pregam as mãos do pobre homem, já cego e com a armadura destruída, ao que sobrou do forte sob forte turtura. Então, os cavaleiros, dominados pela ira, atacam com fúria e matam instantaneamente os três inimigos.

Sir Geoffrey, penalizado com a situação do veterano cavaleiro Eliot, tenta salvar sua vida. Em uma missão desesperada buscando por um sacerdote na cidade portuária de Wilton, que tivesse habilidade para realizar uma cirurgia, o Cavaleiro corre pelas estradas quase a exaustão. Infelizmente não houve tempo e Sir Eliot morre nos braços de Sir Algard ao anoitecer. Antes de partir deste mundo, Sir Eliot conta em seus delírios febris, que Sir Elad foi sequestrado. Ao mesmo tempo, Sir Edgar volta a Sarum e tenta pedir desesperadamente por ajuda, mas com pouca informação o Conde teme mandar seu exército para a morte.

Então, buscando por mais informações, os três cavaleiros reúnem-se nas ruínas de Vagon e partem para a Vila de pescadores. Seguindo o rio e fazendo trilhas, tentando andar sem serem rastreados, os heróis chegam ao lugar já pilhado e destruido. A morte está espalhada por todos os lados. Buscando um melhor posicionamento para observar a vila, Sir Geoffrey avista cem soldados saxões acampados. Vê também Sir Elad, que é obrigado a lutar como um animal com uma grossa corrente no pescoço e com cada inimigo que estivesse disposto a pagar por diversão. Na beira do rio silenciosamente os cavaleiros agem rapidamente sabotando um barco saxão e matam duas sentinelas sem levantarem suspeitas. Sobra ainda um barco intacto. Os três cavaleiros finalmente deixam as ruínas de Vagon e retornam a Sarum com as informações e aptos a participar do conselho de guerra do Conde Roderick.

Após acalorados debates na sala do Conselho de guerra, Conde Roderick convoca o máximo de homens de armas que poderiam ser reunidos em um dia. Temendo um cerco à Sarum, o pequeno exército com cento e oitenta e cinco homens marcha para o oeste. A chuva preocupa o regimento de arqueiros que tenta proteger a todo custo suas armas da umidade. Ao anoitecer do primeiro dia, enquanto os cavaleiros tentam controlar os soldados para não se embebedarem, na alta madrugada, Sir Edgar vai até a tenda de Sir Amig, um experiente e habilidoso Cavaleiro que lidera o batalhão no lugar de Sir Elad sequestrado. Mas o Cavaleiro veterano com sono e mau humorado o recebe com desprezo. Voltando a sua unidade, Sir Edgar, avista silhuetas no horizonte, ao lado direito do acampamento escondidos sob a escuridão da noite em cima de uma pequena colina. Sir Edgar avisa imediatamente o Conde que alerta todos os homens de armas e manda que os guerreiros capturem aqueles observadores.

Sir Geoffrey, Sir Edgar e Sir Algar convocam seus escudeiros que conseguem rapidamente preparar o cavalo e armadura de Sir Geoffrey, Sir Edgar não consegue se vestir adequadamente para o combate e Sir Algar consegue vestir a sua cota de malha. Sir Geoffrey parte em uma carga com o seu Corcel de batalha e transpassa o batedor inimigo quebrando os seus ossos da base do crânio lançando o homem sem vida na escuridão. Vindo do outro lado da colina Sir Algar localiza outro batedor escondido pela noite. Cercado no sopé da colina Sir Geoffrey o ataca com a lança ferindo gravemente o homem na cabeça e levando saxão a perder a consciência.

Amarrado e levado a presença do duque, após tortura e forte interrogatório, o saxão conta que o exército inimigo está estacionado em Vagon. Ao amanhecer, rumores de que o inimigo os aguarda nas ruínas do forte para combater se espalham pelas fileiras. A agitação é grande no acampamento e todos se preparam para a guerra.

Três horas depois marchando, o exército se encontra na planície em frente a Vagon. Sir Amig, sempre frio e calmo grita ordens de comando mantendo a formação de cavaleiros lado a lado sem brecha nas linhas. Enquanto os arqueiros recebem a ordem do Conde e começam a disparar na horda de saxões. No centro do exército inimigo o líder saxão, Olaf, o impiedoso, com um martelo de guerra, com quase dois metros de altura, aponta para o barco que tinha sobrado na vila. Reforços chegaram nos últimos dias através da embarcação. A proporção do combate será de dois saxões para cada guerreiro de Salisbury.

Os saxões começam a bater seus escudos com suas armas, a maioria com espadas, alguns com massas de guerra e machados pesados. Os estandartes são erguidos dos dois lados. A tensão cresce no campo de batalha, nó no estômago, garganta seca, adrenalina. Alguns rezam, outros gritam e outros ficam congelados pelo medo. Os soldados lembram das famílias, dos antepassados e de tudo que fizeram para se tornarem cavaleiros e preparam-se para o embate onde a glória do combate os aguarda com a vida ou com a morte.

A cavalaria recebe a ordem de ataque, as cornetas dos sargentos invadem a planície, o inimigo marcha contra o exército de Salisbury. Aproximando-se cada vez mais ocorre o estrondo. Na vanguarda e no centro, Sir Geoffrey, Sir Edgar e Sir Algar dentro de suas armaduras e empunhando suas lanças atacam os saxões. Imediatamente na primeira carga os inimigos são aniquilados pelas unidades dos jovens guerreiros. A infantaria vem pressionando logo atrás e as linhas começam a se misturar. Duelando agora com as armas em punho, Sir Geoffrey, Sir Edgar com espadas e Sir Algar com seu machado de guerra ceifam a vida do inimigo fazendo parecer fácil o manejo com armas em meio ao caos da batalha. Sem ferimentos, apenas com as armaduras amassadas e cansados, os jovens heróis entram na terceira hora da escaramuça.
A luta continua acirrada e agressiva. Mais da metade dos dois exércitos já tinha tombado, as
unidades de cada cavaleiros diminuem drasticamente entre mortos, feridos e capturados. Surgindo entre as linhas girando um martelo de guerra e esmagando dois soldados de Salisbury com apenas um golpe, Olaf ataca Sir Geoffrey, Sir Edgar e Sir Algar acompanhado de dois homens de elite, integrantes de sua guarda pessoal. Sir Algar ataca Olaf no centro do combate, um absorve o golpe do outro. Quando em um movimento habilidoso, Algar contra golpeia usando o seu escudo atingindo o rosto do inimigo e derrubando o líder saxão. Sir Edgar, no flanco direito, duela agressivamente com um integrante da guarda pessoal do inimigo ferindo-o gravemente e arrancando o ante braço do saxão. Com um golpe de cima para baixo, destruindo escudo e armadura a espada de Sir Edgar mata o inimigo instantaneamente. Sir Geoffrey, no flanco esquerdo, luta equilibradamente com seu oponente trocando golpes sucessivos. A luta entre os dois é equilibrada. Sir Olaf contra ataca girando seu machado de guerra mas habilidosamente Sir Algar desvia do golpe e desce forte o machado quebrando a clavícula de Olaf. O braço do inimigo já não consegue sustentar o pesado martelo de guerra. De joelhos ele se encolhe atrás de seu escudo tentando proteger sua vida. Incrédulo Olaf, o impiedoso olha para Algar tentando entender o que estava acontecendo, nunca pensou que poderia ser sua última batalha. Batendo forte, tirando pedaços do escudo, Sir Algard ataca com o espírito de seus ancestrais do norte. O exército inimigo se encolhe com a pressão e começa a recuar intimidados pela força dos cavaleiros. As unidades de Sir Geoffrey, Sir Edgar e Sir Algar se inflamam com a habilidade de luta de seus senhores e partem em um ataque final. Ao mesmo tempo Sir Edgar estoca com sua espada Olaf que está prostrado atrás de seu escudo. Achando uma brecha na armadura do saxão a espada entra rasgando os órgãos vitais por entre as costelas. O sangue jorra pela cota de malha. Agarrado a seu martelo Olaf tomba em combate e parte para o Vahalla. Sir Geoffrey mesmo cansado, com a espada quebrada e sem corte luta bravamente até que mata espancando com a empunhadura da espada o inimigo, o saxão da guarda de elite que tentava sobreviver. Com a morte de seu general o exército saxão recua assustado e desordenado. Eles correm em retirada para todos os lados do campo de batalha e as forças de Sir Amig segue e assassina a maioria deles. A cena depois do combate é horrenda. Corpos, tripas e sangue de homens e cavalos mancham o chão. Vários feridos se arrastam gemendo, cavalos estripados se debatem em dor. O saque dos sobreviventes começa e os homens do condado caminham sacrificando as vidas dos inimigos ainda com vida.

Um prisioneiro nobre saxão é apresentado. Edwin negocia sua vida por uma informação vital, traindo sua gente e conta que Sir Elad, um mensageiro inimigo e três homens de escolta partiram antes do combate e caminham para o oeste pela margem do rio Wylie tentando chegar a Sussex para solicitar reforços. Sir Geoffrey exausto pelo combate fica no campo de batalha. Sir Algar e Sir Edgar cavalgam em velocidade. Três horas de cavalgada no final da tarde o grupo perseguido é avistado por Sir Edgar. Espertamente aguardando os saxões dormirem e somente com um homem fazendo a guarda os cavaleiros se aproximam na escuridão degolando o inimigo e matando-o instantaneamente. Ainda se esgueirando ao redor do acampamento Sir Edgar liberta Sir Elad e mata um outro saxão que estava dormindo. Sir Elad esfaqueia o mensageiro inimigo que estava dormindo estocando-o duas vezes com um punhal. O homem tenta fugir mas cai alguns metros à frente. Sir Algard enterra seu pesado machado de guerra nas costas do outro sentinela que acorda e tenta fugir mas é morto rapidamente. Ao amanhecer Sir Geoffrey, Sir Edgar, Sir Algar, Sir Amig, o conde Roderick e Sir Elad, um pouco ferido mas muito feliz por ter sido resgatado pelos homens que ele treinou e os poucos sobreviventes do combate se reúnem no campo de batalha relembrando os momentos decisivos. As cantorias e as risadas regadas a hidromel e vinho junto a fogueira feita com corpos dos inimigos vão até ao meio dia. Sir Algar, recebe um apelido de seus soldados devido a suas ações em combate, O demônio do norte.
Então, o heróico exército de Salisbury, ou melhor, o que sobrou dele, levanta acampamento e volta a Sarum. A recepção do povo, com os sinos da Catedral de Santa Maria tocando é emocionante. Os Cavaleiros entram na cidade ovacionados e reúnem-se ao Conde Roderick, ao lado da grande estátua da águia, no centro do mercado local, onde o nobre faz um discurso inflamado.

Earl Roderick: “A Glória da Vitória perante aos Saxões lhes pertence homens. Em nome do grande Rei Uther, vocês, nobres cavaleiros, estão convidados a um festim no grande salão esta noite. Todos os cavaleiros estão convidados a celebrar. Não esqueçamos senhores que os Saxões estão tentando voltar a invadir nossas terras e teremos que garantir a segurança da Britânia. Em breve o grande rei saberá da vitória alcançada por vocês e tomará as providencias para garantir a sobrevivência da boa terra de Logres. Vida longa ao Rei Uther Pendragon e a todos aqueles que lutam em seu nome.”

Todos os cavaleiros e soldados erguem suas espadas e repetem: “Vida longa ao Rei Uther Pendragon e a todos aqueles que lutam em seu nome!”


Diário de Sir Edgar: Em breve
Diário de Sir Geoffrey: Em breve
Diário de Sir Algar: Em breve


Diário de Sir Algar: Em breve

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